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Impertinência
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Capítulo

A diferença de idade poderia ser o maior problema, mas ele era um homem com tradições engessadas e ela era dona do próprio nariz desde os 16. Valério Fittipaldi é um homem rígido com suas crenças familiares, viúvo há 8 anos, ele estava ainda mais recluso agora que sua filha o deixou sozinho na antiga casa da família. Sem muita opção, ele aceita passar uma semana na fazenda de um novo amigo, o jovem empresário que está mantendo sua filha ocupada, e aí é que tudo mudou. Maria Eduarda, se formou aos 19, era uma mulher forte que teve que se provar sendo a única filha mulher depois de 4 homens, ela não admitia ordens e nem clichês machistas e misóginos. Sua "impertinência" irritava Valério e sua beleza e charme o fascinavam. Se manter longe dela era uma tortura, mas se manter perto era desafiador e enlouquecedor. Todos os conflitos em um só casal. Idade, geração, cultura, sexualidade. Como um casal pode superar tudo isso: Amor. Essa é a única saída. ME SIGAM @effedraven

Capítulo 1 A primeira impressão

Era tarde de sexta-feira, Virgínia estava terminando sua primeira semana de trabalho, por mais exausta que estivesse, ela topou ir jantar com seu pai. Valério Fittipaldi estava pronto pra aceitar que sua única filha, a sua garotinha, era uma mulher de negócios. E isso era o melhor motivo que ela poderia ter para comemorar. Ela só não esperava que um pequeno mal entendido pudesse mudar drasticamente o bom humor de seu pai.

Às 16h30 em ponto, Eduarda passou pelas portas da grande Indústrias Zaelli’s, ela estava em São Paulo para uma palestra e queria ver seu melhor amigo Alexandre Montserrat. Ela usava uma saia de couro marrom, que ficava relativamente curta em suas pernas torneadas e bronzeadas, também mostrava uma longa cauda de dragão que ia da sua coxa e estimava-se até a panturrilha, já que usava botas de couro que iam até abaixo do seu joelho. O resto do seu look combinava perfeitamente com seu temperamento, jovem e rebelde, uma blusa de amarrar preta e uma jaqueta de couro ao estilo motoqueira deixavam ela parecendo muito menos séria do que se esperava de uma professora renomada

— Bia, boa tarde, eu vou subir, tudo bem? É uma surpresa!

Seu rosto radiante fez a recepcionista sorrir junto — Boa tarde, senhorita Teixeira!

A recepcionista conhecia Eduarda.

— Por favor, Bia, só Eduarda. ok? — A garota sorriu novamente, mas não se acostumava a chamar a melhor amiga do patrão assim — Bem, o senhor Montserrat está sozinho agora, por sorte.

Eduarda sorriu e foi direto para o elevador do presidente, ela era conhecida na empresa, então ela só precisava chegar e entrar, mas ela sempre era simpática e por isso todos a cumprimentavam e ela sempre sorridente e educada falava com quase todos eles por alguns minutos.

Assim que deixou a recepção, um homem muito bem vestido entrou pela porta ligada ao estacionamento. Ele trajava um terno preto, mas não usava gravata, o que apesar da sua idade o deixava charmoso e fresco, na recepção, Bia ficou vermelha ao ser encarada por ele enquanto ele se aproximava.

— Valério Fittipaldi.

Sua voz era como uma trovoada, mas calma ao mesmo tempo, fazendo a jovem tremer um pouco e sorri sem jeito, mas Valério não percebeu. A verdade é que ele estava acostumado a essas reações, então ele nem mesmo olhava uma mulher duas vezes, desde que elas não o importunasem, ele apenas seguiria seu caminho.

— A senhorita Virgínia o está esperando na sala dela, 56º andar, o elevador é por ali o senhor pode subir diretamente.

A moça apontou com um sorriso e Valério assentiu em concordância, e se dirigiu ao elevador. Bia se virou para a recepcionista ao lado dela e fez um sinal de abanar a si mesma com as mãos — Você viu esse homem? Nossa! — Karla, a outra recepcionista que estava apenas olhando tudo de lado, sorria também um pouco encantada — Aqui é realmente uma passarela, não tem ninguém que não pudesse estar no show biz. Ambas sorriram e voltaram ao trabalho enquanto Valério alheio ao que causava seguiu para o elevador dos funcionários.

Ele já estava um pouco entusiasmado com tudo que estava vendo, tudo era muito organizado e limpo, na sua opinião Alexandre Montserrat já era um grande empresário apesar da pouca idade. Eles mantiveram contato por causa de uma grande parceria, mas essa era a primeira vez que ele estava visitando a empresa, mesmo que não fosse uma visita oficial ele gostaria de dizer pessoalmente a Alexandre que gostava do que estava vendo.

Então tudo aconteceu muito rápido.

— Celi, você pode me trazer qualquer coisa gelada, meu anjo? Eu estou morrendo de sede.

Eduarda disse à mulher que estava sentada na cadeira da secretária, ela é a pessoa que cuida de tudo com relação aos horários de Alexandre, então se não fosse uma boa hora, ela diria agora.

— Ele acabou de sair de uma ligação. Pode entrar, eu vou buscar um suco de laranja?

A última frase soou como uma pergunta para a qual a moça balançou a cabeça afirmando. Celi saiu de lá e Eduarda entrou sem bater.

— Será que você tem tempo para uma visita, senhor presidente?

Alexandre conhecia bem aquela voz, ele olhou para cima e seu sorriso se alargou ainda mais. Quando ela passou pela porta, não pensou em fechá-la já que Celi voltaria com suco, então ela se jogou nos braços de Alexandre passando as pernas em volta da sua cintura e se agarrando a ele como um coala. Colocando seu nariz entre o seu ombro e pescoço.

— Você ainda tem o melhor cheiro, sabia?

Ela sempre fez isso, era algo que ele nunca poderia controlar, então só deixava. Eduarda agia como uma criança na frente dele, que era como seu irmão mais velho, então não tinha com o que se preocupar.

— Por que não me disse que estava vindo? Eu teria ido te pegar. Ele disse segurando ela pelas pernas ainda em volta dele e sorrindo como um adolescente.

A secretaria de Alexandre foi até a copa, e a porta entreaberta era um convite, então Valério entrou sem cerimônias, e a primeira coisa que viu foi uma bela mulher com as pernas perfeitas em volta da cintura de Alexandre, enquanto ele sorria e a segurava com força. Mas, apesar da surpresa ele não parecia constrangido, na verdade, ele parecia curioso, ele até mesmo encarou a mulher nos braços do novo socio.

— Oh, perdão!

A voz de Valério fez com que os dois se virassem ao mesmo tempo para olhar a porta e logo Alexandre voltou ao seu rosto sério e frio e gentilmente colocou Eduarda de volta no chão e ela arrumou as roupas que estavam fora de lugar, se desculpando com um sorriso travesso no rosto.

— Eu não fechei a porta, Celi foi buscar um suco, então…

Ela explicou rapidamente e Alexandre fez um sinal de que não precisava explicar. Afinal ele não devia explicações a ninguém porque não estava fazendo nada errado.

— Eduarda, este é o meu novo sócio, Valério Fittipaldi, ele vai cuidar dos novos transportes internacionais. Ele fez um sinal para ela se aproximar e sorriu ao ver que ela estava olhando fixamente para o homem na porta.

— Valério, esta é Maria Eduarda Teixeira, veterinária nas minhas fazendas e…

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa ou até mesmo que Eduarda pudesse apertar a mão do homem carrancudo na frente deles, Celi interrompeu e entrou na sala com uma grande bandeja com uma jarra de suco e alguns petiscos. Ela sempre trazia algo assim para Eduarda, por isso Eduarda deixou a porta aberta, prevendo que traria uma grande bandeja e suas mãos estavam ocupadas.

— Celi, você é realmente a melhor

Eduarda foi até ela e pegou a bandeja com tudo, enquanto Celi olhava Valério com curiosidade — Bom, são ordens do presidente, sempre tratar você como uma rainha.

Ouvindo aquilo, Valério levantou uma sobrancelha e observou a mulher fazer uma cara feliz para o homem na frente dele. Ele tinha que admitir que desde que entrou no escritório, sua atenção foi totalmente capturada por ela, mas ele não aprovava que ela estivesse naquela situação. Ela era uma mulher e precisava se dar ao respeito, por isso sua expressão era de poucos amigos.

— Valério, no que eu posso ajudar, nós tínhamos uma reunião?

Alexandre andou de volta para sua cadeira enquanto Eduarda se entretia com a bandeja de guloseimas. Deixando o homem na porta completamente esquecido.

— Eu passei para pegar a Virgínia, vamos jantar para comemorar sua primeira semana de independência e fiquei muito feliz com o que vi da sua empresa, então pensei em te dizer isso pessoalmente, mas vejo que está ocupado.

— Quer se sentar?

Alexandre ofereceu mesmo depois do tom descontente de Valério. Claro ele poderia explicar a situação, mas ele não queria, afinal não tinha motivos para dar explicações, mas principalmente ele não explicou por que sentiu o olhar de Valério em Eduarda, ele sabia que o homem entendeu errado, mas que mesmo assim estava interessado na mulher que agora enchia a boca de suco.

— Não é nada demais, a Eduarda é da família, ela não se importa.

Alexandre olhou para Eduarda que ainda estava comendo e sorriu, essa cena deu a Valério uma nova compreensão, a de que o relacionamento não era simples, talvez eles estivessem comprometidos e fossem se casar em breve, já que ele já a considera da família.

— Bom, eu acho que a Vivi está me esperando e eu não quero atrapalhar seu encontro. Nós nos vemos em outro momento.

Eles apertaram as mãos, e Alexandre acompanhou Valério até a porta da sua sala — Celi, você pode acompanhar o senhor Fittipaldi até a sala da Virgínia?

Logo Celi começou a guiar o homem que estava sério em silêncio, era como se estivesse a caminho da guilhotina e ela sentia como se estivesse nos tempos de escola quando o diretor a levava até a sala de castigo.

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