Em um futuro apocalíptico a terra é reconstituída após os humanos serem exterminados por guerras e diversas epidemias incuráveis. Sob a dominância de uma raça avançada, os novos humanos são produzidos em maternidades altamente tecnológicas. Com regras rígidas a recente espécie luta pela sobrevivência num habitat de poder totalitário e cosmopolita que está ameaçado por uma profecia antiga que poderá pôr fim a tudo.
TERCEIRO MILENIO
Depois que a terceira guerra mundial eclodiu, a raça humana mais uma vez sofreu as conseqüências. Debilitados por bombardeios, epidemias diversas e incuráveis. Com poucos recursos médicos, os poucos humanos passaram a viver no espaço em naves adaptadas. Porém não foi o suficiente para prolongar sua existência. Os que faleceram foram encubados e a partir de seus DNAs foi regenerada sua genética, dando origem a uma nova espécie humana modificada e eficiente. Os defeituosos eram banidos ou exterminados.
CAPITULO 1
Quando Uky entra no nosso perímetro, eu logo o sigo para seu isolamento. Ele é alto e esbelto, sadio e forte. Seus olhos neon cobalto estavam com o brilho apagado. Sua expressão dura demonstrava que algo não fora bem-sucedido.
- o que houve – pergunto, enquanto ele senta na esteira de fibra. Olha para um ponto inerte. – aconteceu alguma coisa na missão – insisto mantendo o interesse.
- não – responde ao se deitar.
- e Rhya e os outros foram uteis – faço outra pergunta. Uky olha em minha direção alargando os lábios.
- sim, sempre são uteis, nunca me decepcionam – diz com ar de satisfação. – fizemos tudo que tínhamos planejado. Só não esperávamos que os Awhamis ativassem a radiação no solo metalizado, ai de nós se não tivemos saído rápido – narrou.
- eles estão cada vez mais avançados – digo.
Uky joga para cima duas bolas pretas, num reflexo eu as capturo.
- isso é para mim – digo sorrindo. Ele consente. Eu as sinto roliçar nas palmas das mãos. – isso é mesmo olhos – pergunto analisando os objetos.
- sim. Eu arranquei de um vigilante ciborgue.
Aperto num ponto e um dos olhos acende raios azuis. Eu brinco colocando sobre meu olho. – senhor Uky, você está preso por infringir a lei sentinela código 22.1 – faço uma imitação de voz típica de ciborgue – rimos. Poucas vezes sorrimos ou rimos por aqui. Geralmente não temos o costume de cultivar esse humor descontraído. Ele faz um sinal, eu saio ainda curiosa de saber os detalhes da missão. Uky, Rhya, Theri e o resto dos Derfons formam um grupo de rebeldes que se reúne para causar danos ao maquinário cibernético dos Awhamis, uma raça geneticamente avançada, criadas por Ajamis, cientistas com capacidade intelectual para reproduzir novos humanos a partir dos genes de outros. Não, eles não são uma raça que pertença a terra. Estes foram trazidos pelos Valkis, uma espécie vinda de outra galáxia. Eles invadiram o sistema solar, como assim era chamado pelo antigos humanos originais da terra. Os Valkis dominaram com super tecnologia toda essa galáxia solar, dentre milhares de constelações e galáxias. Esta eu a notifico de galáxia B.I.O 2M. Aqui os novos humanos produzidos vivem sob o poder totalitário, não há países, todos falam o mesmo idioma e língua. O que há é a divisão em três continentes dimensionais, três mega populações, três castas, Phurus, Nhanos e Athmos. Os Phurus habitam no território continental Ewriom que tem ligação com a extensão superior Priwom e tem passagem livre para outras extensões, lá a casta dos Phurus tem agua pura, ar puro e atmosfera, três elementos essenciais para ter uma vida segura, legal, saudável e dna perfeito para uma produção de seres humanos perfeitos. Os Nhanos habitam no território Aswiom que tem ligação com a extensão superior Segdom, só tem passagem para outras extensões se comprarem a Trionix , um cartão que se pixa na roupa do passageiro, ai o leitor identifica o endereço, destinos e casta, porem não pode definir as intenções e objetivos ou motivos do passageiro. Para obter agua pura, ar puro e atmosfera os Nhanos tem de pagar caro por um chip injetado na palma da mão direita que se mescla nas digitais e repor em pontos autorizados e espalhados por todo seu continente. Para ter acesso a uma vida saudável, os seres Nhanos quando nascem recebem seu primeiro chip de vida injetado na palma da mão esquerda, o Prehx que dura até a fase da pré-adolescência, depois dessa fase estes humanos teriam que trabalhar como subordinados dos Phurus em empresas instaladas por estes no seu território para ter direito a atendimento em clinicas constelares para regeneração do dna e extensão de vida. Já os Athmos habitam no continente Oriwe que tem ligação com a extensão Trihni. Estes por sua vez quando nascem recebem um chip de vida que vale ate seus 10 anos de vida, depois devem trabalhar para conseguir um novo e pagar para obter ar puro, agua e passagem para outras extensões. Sendo estes tambem subordinados dos Nhanos e Phurus. Abaixo deste terceira extensão ha um povoado formado por meu pai adotivo Kannu que veio de uma dimensão alem dos Valkis. Ele fora designado para eliminar de vez toda essa raça, pórem ao encontrar Heera, uma humana original, sobrevivente das moradias espaciais criadas pelos antigos humanos, viu nisso uma esperança para recuperar a exinta humanidade da terra. Kannu não reportou este acontecimento para sua dimensão Kalki, apenas reportou os dados que havia verificado antes de conhecer Heera. Kannu cuidou da menina de oito anos e para protegê-la se escondeu entre os Derfons, os defeituosos, excluidos das extensões superiores da atmosfera terrestre. Assim fundou um povoado que denominou Heerakan. A medida que a menina crescia e se tornava mulher, Kannu permanecia como ela o conhecera desde a primeira vez que o viu. Alto, belo, jovial, forte, inteligente e protetor. A mulher se apaixonou por seu herói poderoso. Como a extensão dos derfons não ha monitoramento dos Phurus. O casal pode ter uma vida livre de certas limitações na qual o restante das castas são submetidas. Tiveram um filho, Uky, meu irmão, por meio de copulação natural. Para manter Heera no seu nivel de vida. Kannu usou de metodos de seu proprio dna, extraindo dele pequenas capsulas kalcanu, em que Heera as consume para rejuvenescer. Dessa experiencia, Kannu viu a possibilidade de reproduzir estas capsulas, então trabalha no seu laboratório, no propósito de restaurar defeitos dos Derfons. Já eu, sou adotada por eles. Fui salva por dois humanos originais quando fugia da perseguição dos Valkis que eliminaram meus pais, quando descobriram que eram infiltrados dos Lakheris, que também vieram de outra dimensão para investigar o que o Valkis fizeram com a galaxia Bio2M. Quando Jighya e sua irmã Bhumi me acolheram, foi dificil para eles entenderem minha lingua, os dois ja eram idosos, mas para mim, nao tive dificuldade de endender a o idioma deles. Eu tenho a mesma capacidade dos meus pais de extrair dos neurotransmissores de qualquer humano ou recriação humana a base de dados neurais para entender e assimilar sua linguagem. Eu pude falar sua lingua e dizer de onde era. Disse que me chamava Kshemi Ilthani da dimensão Lakheri. Ai Bhumi disse que nós estavamos predestinados, me apresentando um menino da minha mesma idade segundo ela. Na verdade o garoto era mais velho. Eu tinha quatro anos e ele oito. Nos dias que passei no abrigo de Bhumi e Jighya, eu tentei falar com o menino. No entanto ele não demonstrava nenhum interesse em fazer qualquer tipo de amizade ou som que eu pudesse captar para identificar sua linguagem ou origem. Eu quase não podia ver seu rosto, pois o mantinha obscuro pelo capuz da tunica que o vestia. Nem seu nome verdadeiro sabiamos. Os irmãos Jighya e Bhumi o batizaram Munnare ou predestinado. No dia em que decidiram me levar para Kannu, Bhumi fez algo que não esperavamos. Segurou nossas mãos entre as suas e disse: _ um dia voces dois irão se ver de novo e ai será seus destinos. O que resta da terra depende disso. Ai eu pude sentir que aquele garoto não era da minha dimensão e tao pouco dessa.
Tempos depois Jighya e Bhumi faleceram. Kannu tentou convence-los do rejuvenescimento. Mas os idosos irmãos não desejavam prolongar suas vidas seculares. Quiseram viver seus últimos dias envelhecidos de forma natural, como tinha que ser e assim sucumbir. Sonhavam que um dia veriam seu planeta, sua atmosfera reconstituida, que tudo voltaria a ser como antes, com suas florestas, liberdade e naturalidade humana. No entanto isso não seria mais possivel, ou seria? Eu refletia as vezes sobre como poderia ser essa possibilidade. Será que as capsulas kalcanu de Kannu seriam capazes deste feito? Ate agora só mantiveram alguns Derfons como a Rhya, Theri e outros vivos por mais tempo, saudaveis e resistentes. Por mais que Kannu queresse ir além do que podia fazer, não o fazia para não chamar a atenção dos Phurus ou Valkis. Mesmo que ele tivesse feito uma barreira com seu poder para que a tecnologia utilizada pelas outras castas não fosse capaz de identificar nossa localização. Não poderia arriscar a segurança de todos. Aqui em Heerakan sempre é noite, os derfons quando podiam roubavam equipamentos descartados pelas corporações de Ewriom, Aswiom ou Oriwe. Seus lixos serviam de forma que o Derfons reutilizavam para fazer lanternas, postes de luz, farois luminosos e eletricidade para diversas maquinas. A comida é saqueada pelos flibusteiros jonguis, uma ordem de derfons que usavam meios de conseguir as vitaminas suprisais, um complexo alimentar que supri e fornece os sais minerais que o corpo necessita. Há em toda parte dos territorios autorizados, tendas de suprição que abasteciam a população tanto dos Phurus como Nhanos e Athmos. São fornecidos em embalagens em formato quadrado, circular ou garrafas. Vem como bebidas, gelatinas, gomas doces ou salgadas e variados sabores e cores. Somente
Os Derfons não tem acesso a este alimento. Nem ao ar, nem a atmosfera, nem agua. Teriam que roubar e ate matar em alguns casos para poderem sobreviver nas suas vidas deformadas. Alguns tinham metade do corpo humano e ciborgue, alguns braços de ciborgue, ou pernas, olhos, mãos, dedos ou apenas metade dos membros.
Levanto da esteira, me olho no reflexo que é reproduzido na tela portreflex. Abro um pote metálico e dele coleto um pouco de barro e passo no rosto. Gosto da sensação e do cheiro de terra. De uma garrafa gotejo agua na mão e tiro o barro, o resto que fica, eu deixo se difundir na minha pele. Minha cor original é roxo clarinho. Mas hoje prefiro me mesclar com a cor do barro, que deixa meu tom de pele amarronzado. Faço um coque alto no meu cabelo que é longo e darkblue brilhoso. Cubro o alongado com trans-hair, um tipo de cobertura para cabelo. Eu vi algumas phurus usando e achei que seria conveniente se disfarçar o máximo que posso como as femma. Não usa mais 'mulher' ou 'homem', é femma para identificar o feminino e malle para identificar o masculino.
Eu me revisto de azul e prata. Não existem roupas, o que tem são revestimentos para cobrir o corpo, mas se pode escolher o formato e as cores. Eu tenho poucas opções. Pouquíssimas mesmo. O que tenho são os jonguis que conseguem e cobram por isso, e outras coisas que conseguem. Eu saio do meu isolamento pronto. Vejo Heera colocar alguma coisa verde numa bandeja. Vou mais perto para ver.
_ o que é isso? Pergunto a ela.
_ se chama brócolis. Diz.
_ bro... O que?
_ havia na terra antigamente. Kannu conseguiu recriar com o gene de um broto de feijão.
_ e esse feijão, o que é?
_ o feijão, brotos e brócolis eram alimentos que nutriam os seres humanos.
_ eu posso? Pergunto querendo tocar nos nervos que formam arvorezinhas grudadas umas nas outras. Eu cheiro curiosa.
_ nós tínhamos tudo que precisávamos, mas não soubemos aproveitar. Fizemos do nosso livre arbítrio um meio de dominar a natureza, que nos fornecia tudo – relata Heera.
Heera é uma femma de 60 anos, com aparência de 40 anos, bonita, inteligente, morena com cabelos ondulados platinados. Olhos cor de mel cristalizado. Ela mudou a medida que injetava uma substancia kalcanu provinda do DNA de Kannu. Ela é uma dos pouquíssimos humanos originais que existiam. Assim como Jighya e Bhumy. Quase a humanidade inteira foi exterminada na ultima guerra entre os próprios humanos, além das diversas epidemias que se alastravam em forma de vírus. As vacinas que criavam para combater os vários vírus não surtiam mais efeito e eliminavam mais rapidamente que as doenças epidêmicas. Os poucos humanos que ficaram eram os que viveram nas espaçonaves lançadas fora da atmosfera terrestre.
Capítulo 1 PROLOGUE-CHAPTER 1
24/11/2022
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