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Sorte ou Destino

Sorte ou Destino

Marcela Couto

4.8
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64.1K
Leituras
31
Capítulo

Sarah procurava ardentemente um motivo para não se entregar aquela paixão. Entretanto, fora longe demais, teve a melhor noite de amor com aquele homem alto, de olhos negros como a noite sem luar. Mas tudo terminou sem nem ao menos começar direito. E agora com sua filha nos braços ela não tinha certeza se podia encontrá-lo novamente. Mas teria que enfrentar o que fosse necessário, era pela vida de sua filha. Obs: Só leia o capítulo 30 se você desejar que tenha um segundo livro. Se não, pare no 29. Com amor!💗💗💗💗💗

Capítulo 1 Olhos negros como noite sem luar

Cap. 1

Eu procurava ardentemente um motivo para não me entregar aquela paixão. Não conseguia tirar aquele homem da cabeça, desde o minuto em que o vi no aeroporto eu não conseguia esquecê-lo.

Eu já estava separada havia um ano, e ainda não compreendia o motivo daquela separação. Todos dizem que dinheiro resolve a vida das pessoas, mas na minha vida foi diferente. Todo amor e carinho que existia em meu lar foi trocado por brigas e discussões. Acabava de encontrar meu ex-marido para tentar um entendimento, tínhamos marcado de almoçar e conversar. Quão tola eu fui em acreditar que poderia ser pelo menos amiga, eu respeitava os anos que vivemos juntos, mas esse não era o caso dele.

Ao chegar no restaurante encontrei Albert – meu ex-marido conversando com uma loira, e descobri assim que me aproximei, que o assunto dele era a respeito de dinheiro. Lembro-me bem das palavras dele:

- Sarinha meu amor! Estou aqui com fulana – essa parte eu não lembro, pois estava furiosa – estamos pensando em fazer uma festinha para comemorar nosso enlace, e queria muito que você fosse... Ah, e estou entrando num investimento ótimo e gostaria de te convidar a fazer parte. Você poderia entrar com um dinheiro....

Eu não deixei ele nem terminar a frase e com muita elegância, “gritei” entre os dentes: - dinheiro?! Cadê toda grana que você recebeu? Casamento? Você pensa que sou burra ou algo assim?

Nem esperei a resposta, abandonei aquela cena patética – meu ex-marido e a nova namoradinha - não que fosse ciúmes, acho que senti raiva por mim mesma, por ter imaginado reatar um casamento que a muito tempo não existia.

Foram 4 anos de união com um homem e agora não restava nem sequer uma amizade. Como podemos nos enganar tanto com as pessoas. Enquanto não tínhamos muito dinheiro vivíamos tranquilos, lutando para sermos felizes.

Depois que ganhei na loteria as coisas ficaram diferentes, Albert passou a viver como um playboy solteiro, indo a boates e festas todos os dias. Não pensava em investimentos, em trabalho. E chegou ao ponto de sair com outras mulheres.

Um dia eu encontrei manchas de batom no colarinho de sua blusa e resolvi investigar. Esperei uma das noitadas dele e o segui. Albert foi para uma boate. Fiquei parada dentro do carro, aguardando próximo à entrada. Depois de algumas horas eu o vi sair acompanhado de uma mulher loira. Fiquei paralisada, não queria acreditar que era verdade. Consegui com esforço me controlar e segui novamente o carro dele até a porta de um motel. Isso foi o suficiente, não precisei entrar para saber o que estava acontecendo lá dentro. O que eu deveria fazer? Fui embora, foi o fim do meu casamento.

Em casa, aguardei Albert chegar da noitada e o confrontei:

- Onde você estava? Disse tentando manter a voz firme.

- Que isso Sarinha, eu fui jogar pocker com uns amigos. Sabe como é.... ele me respondeu cinicamente.

Tive vontade de voar no pescoço dele, de esbofetear a cara. Mas respirei fundo e contei o que vi. Ele não mentiu mais, apenas falou que era uma aventura. E que a culpa era minha, eu estava trabalhando demais e dando pouca atenção para ele.

Pedi a separação, e ele concordou desde que ficasse com metade de todo nosso dinheiro. Melhor, meu dinheiro. Fui eu quem ganhei. Mas éramos casados, ele tinha direito.

Dei metade de tudo, não precisava de muito. Com minha parte fiz excelentes investimentos e tinha tudo o que eu precisava, amor da minha família e amigos, uma casa ótima, um trabalho edificante, e paz.

Trabalhei muito duro nesse último ano e fiz prosperar o que eu tinha. Já Albert, esse se afundava em festas e mulheres, gastando tudo sem se preocupar com o futuro. Mas a vida dele já não era mais problema meu, e ainda bem que o divórcio saiu rápido.

Após deixar Albert com sua mulher, fui para casa e senti que precisava sair da cidade, do país. Precisava de férias. Apesar de ser uma terça feira após um acalorado fim de carnaval, a cidade ainda estava repleta de turistas de toda parte do Brasil e do exterior. Marchinhas de carnaval tocavam em bares e restaurantes, e ao longo das praias. Decidida a esquecer aquele encontro desastroso e desejando fazer uma pausa na minha vida que não estava muito fácil ultimamente, resolvi pegar a estrada e quem sabe um avião. Pensei em Nova York, no frio.

Preparei uma mala pequena e peguei meu passaporte, estava tudo certo com o visto. Eu tinha planejado viajar no natal, mas compromissos de trabalho me fizeram adiar. Agora era o momento certo, não ia perder tempo.

Dirigi até o aeroporto Tom Jobim, a mais ou menos 2 horas de onde eu estava, e descobri que todos os voos já estavam lotados.

Liguei para Dayana, minha secretária. – Alô, Dayana? Oi, estou planejando umas férias, afinal passei as minhas na escola. Preciso que você remarque todos os meus compromissos para daqui 15 dias. Não sei onde vou, Nova York, África, Ásia... Tome conta de tudo por mim, entrarei em contato assim que puder.

Assim que desliguei o celular percebi um reboliço no aeroporto, um homem de sobretudo preto, corpo elegante e másculo. Olhos negros como noite sem luar... tentando embarcar no avião, mas ao seu lado tinha um homem baixinho que o impedia.

Nossos olhos se encontraram e eu fiquei sem graça, aquele “Deus” grego olhava já algum tempo para mim, mas eu fingi que não percebi e voltei ao balcão e mais uma vez implorei por uma passagem. O homem se aproximou de mim e me puxou pelos braços, ofereceu-me a passagem que estava na sua mão e eu resolvi aceitar, é claro.

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