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Acordo com o CEO

Acordo com o CEO

JP HOOKE

5.0
Comentário(s)
3.5K
Leituras
1
Capítulo

Alissa Cole acabou de conseguir o seu primeiro emprego. Ela achava que sua vida iria mudar por completo, se transformar em algo melhor, já que estava tudo uma grande bagunça. Então, quando viu um convite estranho e um homem que a queria mais que tudo e não mediria esforços para conquistá-la, ficou intrigada, e sua vida novamente se transformou numa bagunça, porque ela aceitou participar do jogo dele, um perigoso jogo de prazer que ela deve ter muito cuidado.

Capítulo 1 1

Alissa Cole

Eu geralmente não baseava todas as minhas expectativas em algo tão instável, mas devia admitir que não estava ligando para isso naquele momento. Eu não queria. O que eu queria era fazer com que tudo fosse perfeito. Não que eu seja controladora e que queira tudo perfeito o tempo todo, mas quando você se vê perdendo o controle inúmeras vezes, acaba ficando neurótica com isso. É o que acontece quando você decide fazer o que tem que ser feito e não o que tem de fazer. Eu estive no controle remoto por muito tempo. Mais tempo do que eu gostaria de admitir.

Quando finalmente consegui meu emprego dos sonhos, achei que tudo fosse ser absolutamente perfeito, afinal eu tinha conseguido dar um passo e tanto na direção do meu objetivo. Eu não sou como a minha irmã; a Pen tem dois filhos, um marido, um negócio próprio e dois cachorros fofos. John a ama, apesar de às vezes não saber como uma mulher funciona, seus filhos a amam, apesar de a deixarem maluca de vez em quando, e seus empregados a amam, apesar de ela ser durona quase o tempo todo. Eu não consigo ter controle sobre tudo o que faço como a Pen. A Pen não é controladora, mas... hum... não sei se existe uma palavra que possa descrever o quanto a Pen é eficiente em tudo o que faz. A invejo por isso. Queria ser parecida com ela no que diz respeito à sua vida perfeita. Seria muito legal não ter que me preocupar com babacas dando em cima de mim, encontros desastrosos e todos os objetivos que tracei para mim mesma sendo descumpridos, um atrás do outro, como uma grande fileira de dominó.

Achei que reassumiria o controle da minha vida se aceitasse esse emprego.

Mas, olhando para o rosto de todas as crianças diante de mim, tudo parece ficar ainda pior. Eu sorri largamente, querendo demonstrar que estava muito feliz, mas não sei se realmente estava. Quer dizer, eu estava, mas... estava empolgada antes de chegar aqui, e de repente, fui tomada pela súbita compreensão de que eu realmente tinha conseguido o emprego que tanto quis há algum tempo, mas agora... agora eu não fazia ideia se daria conta disso tudo, como na maioria das coisas que acontecem em minha vida, isso também estava me deixando confusa.

O sr. Smith me entrevistou pessoalmente. Esse era o meu primeiro emprego, e apesar de ter saído recentemente da faculdade, sabia que tinha um bom tato com crianças. Eu conseguiria. Pelo menos foi isso o que pensei quando o sr. Smith disse que eu seria uma ótima opção para a vaga. As crianças não seriam mais velhas que Josh, o filho de Pen. Ele tem onze anos e, por coincidência, também estuda aqui. Pen achou que seria muito bom, uma oportunidade sem igual para mim, mas eu não tinha ideia do que fazer. O sr. Smith assegurou que iria me ajudar em todo o processo. Os primeiros dias seriam bastante estranhos, difíceis, mas iria me adaptar com facilidade. Foi isso o que o sr. Smith me disse.

- Esta é a srta. Cole - disse o sr. Smith, me apresentando à turma. As crianças voltaram os olhos para mim, curiosos. Eu apertei a bolsa que segurava nas mãos e sorri ainda mais largamente. Eles poderiam perceber que estava muito ansiosa, o que de fato estava. - Ela será a nova professora de literatura de vocês. Vamos lá, deem as boas-vindas! - Inspirou ele.

Os alunos fizeram isso. Eles me deram as boas-vindas com sorrisos largos e banguelas. A professora que eu substituiria se ergueu e se apresentou para mim. O sr. Smith me contou sobre ela. O nome dela era Susan Steel. Ela era uma ex-professora do ensino médio. Foi demitida depois que a flagraram transando com um dos alunos. Seis meses depois, ela engravidou de um professor, depois de ser admitida nesta escola. Agora, iria passar um tempo fora, de licença maternidade. Ela me lançou um olhar fatal, daqueles que podem te matar através da força do pensamento.

- Seja bem vinda, srta. Cole - ela apertou a minha mão e sorriu.

Meia hora depois, eu estava diante da mesa do sr. Smith. A aula da sra. Steel tinha terminado, e eu só começaria no dia seguinte. Ele me apresentou a todo mundo que deveria. As palmas das minhas mãos estavam um pouco suadas de tanta ansiedade e vergonha. Eu deveria me impedir de sentir isso. A vergonha só me atrapalhava. Atrapalhava o tempo todo.

- Muito bem - disse o sr. Smith, recostando na cadeira e me olhando com seus olhos castanhos. Ele deveria ter por volta de sessenta anos, mas isso não o fazia parecer um homem velho. Ele ainda tinha todo o vigor que um homem com seus vinte e tantos anos poderia ter. - Sabe por que a contratei, mesmo sabendo que não tem nenhuma experiência como professora? - Eu fiz que não. Eu realmente não sabia. Apertei a alça da bolsa e respirei fundo, buscando coragem. - Porque eu enxerguei em você uma garota determinada e impressionante. Você é muito inteligente, srta. Cole . Você conseguiu se sobressair. Por que decidiu vir para este lugar? - Ele parecia não entender muito bem as minhas escolhas, mas talvez nem eu mesma entendesse. - Quero dizer... eu entendo que possa ser difícil para alguém que acabou de terminar a faculdade conseguir um emprego de prestígio, mas isso... ser babá nunca foi a minha vocação, e devo dizer que este lugar é como um buraco negro.

- Sr. Smith, eu agradeço muito a oportunidade. Agradeço mesmo. Você tem razão. Pode parecer um pouco confuso para alguém de fora, porque parece inesperado. - O sr. Smith concordou com a cabeça. Não esperava menos. Todo mundo sabia sobre a sua reputação inabalável. Ele era um grande homem.

Eu conseguia entender como poderia ser confuso para alguém de fora me ver num lugar assim. A verdade é que nem eu mesma sabia exatamente o que fazer da minha própria vida. Depois que meus pais morreram, eu perdi o rumo. Para Pen as coisas continuavam iguais, mas para mim, bom... nem tanto. As pessoas não costumavam se perguntar o que estava acontecendo em minha mente, mas percebiam o que acontecia do lado de fora. Quase sempre encontrava um meio para afastar todo mundo. Era mais fácil assim. Achei que se eu colocasse a minha vida em ordem, as coisas iriam mudar. Mudar para melhor. Não foi bem isso o que aconteceu. Eu nem sei exatamente o que aconteceu.

Depois de terminar a faculdade, me perguntei qual seria o próximo passo lógico para seguir. Eu o segui. Um passo de cada vez. Me perdi.

E agora estou aqui.

- Seja bem-vinda, srta. Cole . Você pode contar comigo para tudo o que precisar. Os professores também vão estar dispostos a ajudá-la no que precisar. Eu agradeço ter achado alguém tão interessante. - Ele respirou fundo e tirou o óculos, colocando-o sobre a mesa de mogno. - Mas devo deixar claro que existem algumas regras que devem ser seguidas.

- É claro, senhor.

A minha reunião com o sr. Smith tinha acabado quando ele anunciou uma pequena lista de regras que eu deveria seguir. Sempre segui regras, não deviam ser tão difícil.

Pen tinha marcado para me encontrar às duas horas para um almoço. Virou uma tradição. Sempre almoçamos juntas.

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