O Amor de um Gângster

O dia estava chuvoso , e eu estava fazendo parte da equipe médica no atendimento de urgência / emergência em um pequeno hospital em Medellin .

Antes de conhecer Medellin , achava que o Brasil era perigoso , mas depois que me mudei para cá , para estudar , conheci de perto o verdadeiro perigo.

Era um verdadeiro estado de calamidade pública , pessoas Baleadas o tempo todo , pessoas feridas pelo corredor . Eu nunca havia imaginado um lugar assim. E o pior é que a mídia também era suja , eles não noticiavam nada sobre esses casos , não falavam nada que poderiam prejudicar os grandes narcotraficantes.

Embora minha vida fosse bem calma , quando esses tipos de pessoas chegavam até mim, eu sentia um frio na barriga . Um medo inexplicável, e como se alguma coisa de ruim fosse acontecer comigo também , só por estar ali , na mesa de cirurgia salvando , e ajudando a vida das pessoas . Não sabíamos de onde elas vinham , é muito menos o motivo dos ferimentos , mas sabíamos que deveríamos salvar aquelas vidas .

As 00:45 , perdemos um paciente na mesa de cirurgia, não foi por que não fizemos nosso trabalho correto , ou por que negligenciamos de alguma forma . Ele já chegou ali praticamente morto ! Sendo carregado por alguns homens que eram escoltados por outras pessoas armados até os dentes . Eu nunca havia presenciado nada daquele jeito , e não vou mentir , tive medo , e a primeira vez que entrei na sala de cirurgia com medo . E também foi a primeira vez desde que perdemos alguém na sala de cirurgia, durante a cirurgia.

Os médicos olhavam entre si , os batimentos daquele homem jovem ali na mesa parar . Todos estavam aflitos pois sabiam que alguém deveria dar aquela horrível notícia , para os homens que lá de fora daquela sala faziam guarda .

Respirei fundo com um Nó na garganta. A sala era fria , porém estávamos todos suando pela adrenalina e também pelo medo que tomava conta de todos .

Devemos avisar. Eu disse e logo retirei minhas luvas.

Não podemos ! Disse Michelle , minha amiga que também veio do Brasil para estudar comigo.

Todos nós encaramos o nosso professor que foi quem nos ensinou tudo o que sabíamos . Ele já era um senhor de 60 anos e estava paralisado olhando aquele corpo ali em nossa frente .

Dr Michael Durval . Ele cerrou o seu olhar em nossa direção , ele estava muito ofegante , o cansaço estava destacado em sua face , ele então ordenou :

Alice , você . Ele disse e parou de falar por que lhe faltou voz .

- Você vai lá fora , e avisa todos eles que perdemos o paciente . Explica que ele já chegou aqui debilitado pelos ferimentos e não tinha mais nada para ser feito

Nesse momento meu coração quase saiu pela boca , minhas pernas já não me acompanhavam mais.

-Tudo bem ! Eu disse seria , e fui caminhando para fora da sala .

Retirei minha roupa cirúrgica junto com a touca que amarrava meus longos cabelos loiros , lavei minhas mãos , e sai de lá .

Chegando lá fora observei que no corredor haviam umas 15 pessoas , a maioria homens , e só 2 mulheres . Uma delas estava com a cara muito fechada, e não parava de me encarar . Já a outra estava abraçada em um homem alto e bem forte .

_ E aí como ele está ? Me perguntou a moça que estava me encarando .

Mais uma vez minha voz falhou , e minhas pernas estavam tremendo .

Ele já chegou aqui em estado gravíssimo. Eu disse e fui interrompida pelo rapaz alto e forte .

- Posso falar ? Eu disse já sem paciência , e sem medo

- Abelhuda ela ! A moça intrigante que só me encarava disse vindo com uma pistola em minha direção .

Eu preciso falar ! Disse olhando nos olhos dela .

- Então fale . Ela disse parando na minha frente e me encarando .

Infelizmente não trago boas notícias. Fizemos tudo o que podíamos , mas ele se foi . Infelizmente.

A moça que estava na minha frente virou o rosto em forma de negação e me puxou para frente dela , segurando a pistola em

Meu pescoço .

Você sabe quem eu sou ? Ela gritava .

Você sabe quem é o meu irmão ?

Eu não sei ! Falei já nervosa com aquela situação . O rapaz forte veio em direção a nós duas , e naquele momento eu imaginei que morreria .

- Abaixa a arma ! Ele falou em um tom de autoritarismo .

- Não .

Eu vou estourar os miolos dela !

- Que isso ? Ele perguntou olhando nos olhos dela.

Abaixa a arma ! Ele disse mais uma vez . E eu senti meu corpo ser empurrado para o chao . Meu salto havia quebrado , e aquele era o menor dos meus problemas naquele momento .

Aquela mulher estava desnorteada , andava de um lado para o outro com a mão na cabeça segurando uma arma .

Aquele homem forte , me ajudou a levantar do chão , e a outra mulher que estavam com eles foi até a moça que estava surtando .

Obrigado! Eu disse que levantando e logo em seguida arrumando meus cabelos .

- O homem só me encarou e não disse nenhuma palavra.

Retirem o corpo . O homem ordenou e colocou sua arma atrás de seu corpo . Ele se virou e todos aqueles homens foram atrás Dlee , e as duas mulheres o seguiram também , uma segurando a outra .

Naquele momento respirei fundo , fechei meus olhos e agradeci a Deus . Está na hora de voltar para o meu país . Pensei ali sozinha , enquanto me agachava no chão .