Me Enamoré -

Posso traçar minha linhagem familiar até a idade média. Séculos de Reis, rainhas e grandes generais estão no meu sangue, bem, em parte dela.

Minha família materna ganhou dinheiro graças a exportação de café em uma pequena vila no interior do Ceará. minha mãe, Sonsoles construiu um império no mundo da moda invejável e muito lucrativo.

Meu pai é sua família gonvernam o país, entre meus parentes posso citar vários Reis, e muitas princesas, como minha tia, a infanta Maria Cristina.

Desde de o dia em que nasci e minha mãe cruzou a porta da maternidade, o mundo soube meu nome, é acompanhou passo a passo meu crescimento até meus atuais, dezenove anos recém completados.

Todos estavam lá naquele dia. Tanto a família do meu pai quanto a da minha mãe, até mesmo minha madrasta, a rainha da Espanha está presente embora seja evidente que não se sente confortável perto de Sonsoles Ugarte.

Nasci de um amor de verão nas ruas ensolaradas e apaixonantes de Florença, meus pais estavam em um intercâmbio da faculdade. Mamãe estudava moda e meu pai, creio que advocacia internacional ou algo do tipo, foi amor a primeira vista até onde sei.

Mamãe era como meu, com cabelos dourados e olhos brilhantes é curiosos. Foi fácil para um príncipe crescido entre muros frios se apaixonar por ela porque assim como as sereias, Sonsoles tem essa beleza de parar o trânsito e fazer com que as pessoas fiquem hipnotizadas.

O relacionamento deles não era bem visto pelo meu avô, Juan então os dois acabaram terminado mas não antes que eu já estivesse a caminho.

Foi um escândalo que o príncipe de Astúrias tivesse uma filha ilegítima, mas ele não era o primeiro príncipe a fazer isso, vejam o de Mônaco que tem dois.

Não importava para Carlos que eu tivesse ou não nascido em um casamento abençoado por um padre em uma linda capela cheia de pessoas, era sua filha é desde de o primeiro dia, fui a menina de seus olhos.

Foi por isso que quando ele se tornou rei, me foi dado o título de Infanta e de Condessa de Barcelona. Nunca serei rainha como Ana, mas pertenço a casa real, porém tenho muita mais liberdade que minhas jovens irmãs.

Posso ter redes sociais, dar autógrafos é sair para baladas com minhas amigas. Digamos que assim como a música da Hannah Montana, tenho o melhor dos dois mundos.

— papá ficará furioso se descobrir sobre isso. — minha irmã, Ana diz me observando com atenção. Ela está deitada sob minha cama com um caderno junto dela é alguns papéis.

Há também uma tesoura e cola bastão, acredito que seja algum trabalho de arte da escola ou apenas mais um de seus cadernos artísticos. Ana tem um grande paixão por arte e por aqueles DIY do YouTube que ensinam como fazer nossas próprias coisas

— ele não vai saber. — digo, derramando um pouco de perfume em meus pulsos descobertos. Meu vestido é prateado com paetes brilhantes, um dos novos trabalhos da linha de roupas da minha mãe. Tenho certeza de que será um sucesso como a maioria das roupas da Younger. — a menos que você resolva ser uma dedo duro.

Ela suspira, não me olha ou dizer qualquer coisa porque sua atenção é pensamento está em recortar com delicadeza a imagem de um garoto.

Espera. Garoto ?

Me viro com rapidez para trás, e olho minha irmã, o último garoto por quem esteve interessada foi um Galês da sua escola no Reino Unido.

— Quem é esse ? — pergunto, ao ver que estou prestando atenção, ela esconde com rapidez a foto embaixo do caderno. Suas bochechas se tornam tão rosadas quanto um tomate.

— ninguém.

— desde de quando escondemos coisas uma da outra ?

É difícil esconder as coisas sendo irmãs tão próximas quanto nós.

Ana me dá aquele olhar pidão implorando para mim não rir dela ou de seja lá quem atraiu sua atenção.

— tá, prometo que não vou te zoar.

— digo, sorrindo. — juro de dedinho se quiser.

Com cuidado, o papel é revelado e me sinto em um daqueles programas do João Cleber onde os segredos são revelados e no final, são quase sempre ridículos.

Fala sério, quem realmente come tijolo ?

— quem é esse ? — pergunto, no instante em que ela me entrega a fotografia quase completamente recortada.

— como você não conhece ele ?

— questiona, quase chocada. Em minha defesa, não passo todo o meu dia acompanhado os famosos. Agora, minhas atenções estão em causas sociais é em decidir qual faculdade irei fazer.

Ana já declarou que pretende cursar a mesma que nosso pai, mas eu sou a filha que pode escolher seu próprio destino porque não terei de ser a cabeça e líder de um reino no futuro.

— é o Pablo, tipo...o jogador mais jovem do Barcelona é da seleção espanhola.

— diz, um tanto irritadiça ao perceber que eu realmente não faço ideia de quem ele seja.

Se ela me perguntassem quem é Neymar, Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi, eu saberia dizer com certeza. Agora, Pabli ? Que nome é esse meu deus, achei que o meu com nomes que nem combinam fosse o pior.

Que pais em plena consciência dão a sua filha o nome de Isabella Cristina Maria. resposta, nenhum.

— que nome ridículo. — murmuro pra mim mesma, minha irmã me dá um olhar assasino e o riso que eu quase soltei é segurado.

— o nome dele é Pablo Hernandez Marin, mas chamam ele de Pablo.

— bonito porém, o Paulo Dybala é mais gato, irmãzinha. — digo, entregando a ela sua foto. — se você balançar uma árvore no Brasil, cai uns cinco desses no chão.

Ana me olha furiosa, suas bochechas estão ainda mais rosadas o que torna ela muito fofa, como uma bonequinha da Polly zangada.

— sabia isso de falar "aí, eu acho ele feio é não sou como as outras garotas é muito 2015" — uma voz murmura da porta, eu e minha irmã nos voltamos para lá, sentido uma onda de medo e preocupação nos invadir.

Por sorte, não é meu pai que vejo, mas Pilar enfiando colheres generosas em uma tigela com sorvete. Seus cabelos louros escuros estão presos em um raio de cavalo com os fios da frente soltos é hoje ela está usando uma blusa sem mangas de alcinha na cor cinza e uma calça com bolinhas brancas é marrons.

— sobre o que estão conversando ?

— os olhos dela me observam, minha irmã mais nova e como um pequeno cão fareijador sentindo cheiro de segredos no ar. Se ela vivesse no Brasil, seria a vizinha câmera de segurança que sabe todas as pessoas que entram e sai de cada casa na rua. — papai sabe que você está planejado escapar no meio da noite feito um ladrão ?

— não, ele não sabe. É vocês não vão dizer nada sobre isso.

Nosso pequeno momento de irmãs é interrompido quando meu celular vibra e ao olhar a tela, encontro uma mensagem de Lina, minha amiga, me avisando que já estava aqui.

— boa noite, idiotas. Nos vemos amanhã durante o café. — exclamo, antes de seguir pelo esguio corredor até a porta de saída de Zarzuela pedindo a deus para que meu pai não esteja vagando por aí.