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Prometida Ao Mafioso

Prometida Ao Mafioso

Mia Harrington

5.0
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2M
Leituras
71
Capítulo

"Sou o fruto de uma promessa quebrada." Giulia Cavalieri cresceu fugindo da máfia, e ela sempre soube que um dia eles a encontrariam. Fruto de um casamento proibido entre sua mãe, irmã de um capo de Chicago, e um membro da máfia russa, selou seu destino, e despertou a fúria dos Villani. A cinco anos Giulia foi entregue aos cuidados das mesmas mãos que acolheram sua mãe, quando ela já não tinha para onde fugir, aos cuidados das irmãs de um pequeno convento à poucos quilômetros de Roma. Agora, prestes a completar a maioridade ela é acordada com tiros no meio da noite, e tenta fugir, mesmo sabendo que é impossível escapar de Michael Villani. Michael sabia que o casamento entre seus pais fora um arranjo, o que é muito comum na máfia, mas o que ele jamais imaginou, era que o pai havia amado Donatella Cavalieri a vida toda. Em seu leito de morte, Érico faz a ele um último pedido, que reclame Giulia, e garanta que ela fique sob sua proteção, como esposa. Tudo o que Giulia queria era uma vida comum, estudar, viajar, conhecer o mundo. Entre os objetivos de Michael, casamento se quer aparecia, e ele era bem feliz com Carolyn, sua amante. Mas, um acordo deve ser feito em nome da paz entre Homens de Honra. Mantida em uma propriedade e vigiada constantemente, Giulia pouco vê seu futuro marido, até a noite de comemoração de seus dezoito anos, quando o noivado seria anunciado. Quando Michael a beija, depois de colocar o caríssimo anel em seu dedo, uma faísca se acende entre eles, em uma perigosa combinação de atração e repulsa. Enquanto tenta tratar Giulia com desprezo, Michael fica cada vez mais encantado com os olhos azuis inocentes e o corpo intocado de sua jovem esposa, enquanto ela tenta resistir as suas investidas, mal sabendo que o provoca cada vez mais. Dois lados de uma história que teve um desfecho trágico, que podem tanto se odiar a vida toda, ou se permitir viver uma avassaladora história de amor.

Capítulo 1 Giulia

Acordo sobressaltada, um barulho alto e ensurdecedor faz meu coração disparar, porque sei do que se trata. Um tiro. Olho para o relógio na mesa de cabeceira antiga ao lado da minha cama, são três da manhã, e a súbita urgência em sair dali me deixa aflita. No escuro, ouço vozes se alterando, e mesmo sabendo ser impossível ouvir aquela distância, tento acompanhar a movimentação dentro. Eu preciso sair daqui, ou, pelo menos, me esconder.

Quando abro a porta, vejo a Irmã Angela se aproximando, ela coloca o dedo em riste sobre os lábios e aponta para o roupão, simples porém confortável sobre o baú aos pés da minha cama. Em seguida, com urgência faz sinal para que eu a siga. Eu rezava todas as noites para que eles não me encontrassem, para que me esquecessem, mas a verdade é que em nosso mundo, praticamente tudo se passa de um para outro. O dinheiro, as propriedades, os problemas, o ódio, as promessas quebradas. E eu sou um fruto de uma promessa quebrada.

Quando deixei Nova York, dois anos atrás, sob a promessa que não seria eu a pagar pelo suposto erro de minha mãe, eu sabia, desde o primeiro desvio do motorista, até o embarque em um jato particular, que os Villani não a deixariam em paz. Sabia que eles me achariam, onde quer que eu estivesse, e mesmo aqui, dentro do Convento de Santa Lucia, em um vilarejo a cento e vinte quilômetros de Roma, eu certamente nunca estive segura.

Passo pelos corredores familiares, como se fosse a primeira vez, quase tropeçando em meus pés, estou tremendo de nervosismo e medo, era como se as vozes que se distanciavam a medida que eu descia escadas e me afastava em direção aos fundos da construção antiga, estivessem gravadas em meus pensamentos. O que eles diziam a Madre? Estavam ameaçando, era fato, e lágrimas correm pelo meu rosto enquanto apressamos o passo em direção a uma das celas, onde as noviças costumavam ficar em jejum, durante dias. Irmã Angela abriu um armário, e afastou pelo menos uma dezena de vestes religiosas, e em seguida deslizou a mão por baixo da prateleira mais alta, revelando um fundo falso, e então ela quebrou o silêncio.

– Giulia, entre – ela aponta o fundo escuro onde caberia uma pessoa confortavelmente, se era que poderia achar aquilo confortável – uma de nós virá buscá-la quando eles se forem.

Quase a retruquei falando que os Villani poderiam não deixá-las vivas para que alguém viesse, mas algo no tom de voz da irmã me disse que ela já sabia disso. Enquanto ela me explica sobre como abrir as travas por dentro, me aproximo e a abraço, e ela me abraça de volta, ambas sabemos que pode ser a última vez que vamos nos ver. Os Villani me procuravam, a muito tempo, mas isso não quer dizer que iriam me manter viva.

– Criança, temos pouco tempo, por favor entre, fique em silêncio não importa o que estiver acontecendo aqui fora – ela me entrega uma medalha do Arcanjo Miguel, e me deixa sem palavras, pois ela sempre a usava – reze, tenha fé, que eles não a encontrarão.

– Irmã, por favor, fique comigo – pedi pensando ouvir todo tipo de som se aproximando, quando na verdade era apenas o medo de ser pega gritando dentro de mim.

– Nós prometemos à Donatella – ela fala enquanto me guia gentilmente para o esconderijo – que a manteríamos em segurança. Aqui foi o último refúgio da sua mãe, e enquanto estiver nesse convento, estaremos entre você e os Villani.

O fundo se fecha a minha frente, e logo depois eu a ouço fechar as portas do armário, e então sou apenas eu, o silêncio que veio após os passos da Irmã Angela se afastarem, e a mais completa escuridão.

Não demorou para que eu fosse encontrada, e tenho que confessar que de dentro daquele armário, tremendo e tentando manter minha respiração controlada a fim de passar despercebida, não houve um momento em que achei que eles não me encontrariam. Ouvia minha mãe aos sussurros, ao logo dos anos em que tivemos que deixar tudo para trás, e mudar as pressas, as vezes sem destino, os Villani não paravam até que conseguirem seu objetivo. Quando eu era criança eu não entendia, mas quando o fundo falso do armário foi identificado, e a porta violentamente aberta a minha frente, pela primeira vez desde sua morte, eu senti medo.

– Signorina Cavaliere – disse o homem a minha frente – tem que vir comigo.

Para onde mais eu iria afinal? Não muito longe dali eu ouvia vozes, fora do convento mais tiros e mesmo que eu me recusasse, mesmo que eu protestasse, esperneasse, eu não sabia o que estava acontecendo. Se eu respondesse que não iria a lugar algum, ele poderia me jogar sobre seus ombros com facilidade, e levar-me para onde quisesse. Ou poderia pegar a arma que eu o vi colocando no coldre antes de dizer qualquer coisa quando me viu, e me acertar. A única certeza que eu tinha é que ele não iria me matar. Se essa fosse sua missão, ele já a teria cumprido.

– Signorina, per favore – ele estendeu a mão, enquanto outro homem entrava na cela, guardando o celular no bolso – precisamos ser rápidos.

– Levi, os russos – este parecia de mal humor, como se ali fosse o último lugar onde gostaria de estar – alguém estava nos seguindo, estão vindo às dezenas!

O homem que agora eu sei que se chama Levi, olha apreensivo em minha direção:

– Terá que vir comigo, ou cairá nas mãos deles, se eles não matarem todos antes!

– A Madre... – eu consegui falar – as irmãs, o que fizeram a elas?

– Estão todas bem – o outro homem disse ríspido – se se preocupa com elas, temos que sair daqui agora!

– Eu prometo que nada acontecerá a signorina – Levi insistiu, apontando a porta.

Senti a mão de Levi me guiando pelo corredor, indo para os fundos da construção antiga, meus pés descalços sobre o chão gelado e o ar da noite invadindo meus sentidos assim que a porta se abriu. Tiros foram ouvidos novamente, fazendo meu coração acelerar, e então me voltei rapidamente para o prédio, não era assim que eu deveria deixar o lugar que me acolheu por anos, depois da morte de minha mãe, senti um aperto em meu braço e o outro homem me arrastando para o carro, ao qual Levi dirigiria, me xingando em bom italiano!

– Entra, logo – ele me empurrou no assento de couro e em seguida afastou-se, indo de volta para a noite, enquanto Levi colocava o carro em movimento.

Ele acelerou, e eu vi homens falando em seus celulares, ordenando que deveriam manter os russos ocupados nas proximidades, e que a segurança em Província di Roma deveria dobrar, ao fundo a Madre e algumas freiras em frente a porta principal, olhavam em direção ao carro, ergui a mão para acenar, mas sabia que elas não conseguiriam ver, e foi então que ouvi Levi falar com alguém no viva voz.

– Estou a caminho, chefe.

– Estamos enviando reforços – disse a voz do outro lado da linha, que me fez cair na real, se Levi havia o chamado de chefe, era ele, o próprio Michael Villani falando – bom trabalho, Levi.

Em seguida, ele desligou. Não pude deixar de pensar em como era o tal Villani, pois apesar de saber exatamente o motivo de ser levada para ele, tentei ignorar sua existência até aquele momento. O maldito Villani, que havia mandado invadir o convento, atormentando a todas, com homens por todo lugar, vasculhando o local que era de paz e tranquilidade com sua presença inadequada lá! Senti um tremor percorrer meu corpo, de raiva e indignação, era por isso que minha mãe havia fugido, esse não é um mundo justo para uma mulher. Depois disso respiro fundo, e começo a ficar com medo real do que pode me acontecer, não posso chorar, Roma fica às poucas horas dali, e agora sei que ele está me esperando.

Só quero manter o mínimo de dignidade, mas o fato é que desde a hora que acordei entendo que o mínimo controle que ainda tinha sobre minha vida e decisões foi deixado para trás, no pequeno quarto que eu ocupava, de onde gostava de ver a paisagem campestre da janela, e acordar com o canto dos pássaros. Tudo havia ficado para trás, não havia trazido nada comigo. Objetos pessoais, documentos, as fotos com meus pais, as cartas de Nikolai. Diante das circunstâncias me pergunto agora se não deveria ter levado a sério quando Nik disse que deveria fugir com ele, sabia que se tivesse aceitado, ele daria um jeito, mas voltaria a mesma vida que tivera com a mãe durante anos, e não queria fugir para sempre.

Pensava se em Chicago, meu tio já estava sabendo o que havia acontecido. Joe Cavalieri, o irmão mais velho de minha mãe, que vinha por anos cobrindo rastros e providenciando recursos para nos manter longe das vistas da máfia, principalmente da siciliana, bem representada pelo nome Villani em Nova Iorque. A situação era preocupante, o conflito entre Villanis e Cavalieris já durava décadas, e eu aprendi muito cedo, que não precisava ter matado alguém para ter sangue em minhas mãos.

– Logo chegaremos a residência Villani, signorina – ouvi a voz de Levi, calma, e percebi que eu me olhava pelo espelho – sei que deve estar com medo, mas amanhã pela manhã voltará ao seu país.

– Foi o seu "chefe" quem decidiu isso, ou Joe Cavalieri?

– Foi o Sr. Villani, pensando no que seria melhor para você – ele voltou os olhos para a estrada, pouco movimentada a sua frente.

– Ele não tem ideia do que fez – falo encerrando o assunto, com a impressão que eu e o Sr. Villani não iriamos nos dar bem.

Se havia silêncio dentro do carro, minha cabeça parece estar prestes a explodir. Não consigo pensar em algo, sem lembrar de outra situação importante, ou conversa anterior, mensagem, carta ou telefonema, e eu preciso pelo menos saber como me comportar, o que dizer, já que logo estarei frente a frente com um dos homens mais perigosos da máfia. Minha mente fervilha com inúmeras possibilidades do que poderia acontecer quando encontrasse Michael Villani, e apesar de durante todo aquele tempo procurar saber o mínimo possível a seu respeito, e dos seus "negócios de família", cada vez que ouvia seu nome, as palavras impulsivo, implacável, cruel sempre o acompanhava.

– Chegamos – ouvi Levi, e olhei para grandes portões a frente do carro, a medida que nos aproximávamos. Ele baixa o vidro por um instante, na intenção de apressar o homem na guarita, e os que estavam perto dos portões, que são rapidamente abertos.

Passamos rapidamente entrando em um caminho que levava a frente de uma bela mansão, pouco iluminada, mas muito elegante. Levi estaciona em frente a entrada principal, e me pede um instante. Observo homens em lugares estratégicos, pensando que Michael Villani teve um imenso trabalho para que eu chegasse até ele, e logo Levi abre a porta do carro para que eu também saia do veículo. Ele aponta a porta, que se abre logo que chegamos perto. Um hall silencioso e muito bem decorado com seu piso bicolor clássico, e iluminação indireta, que levava a duas escadas curvando-se até o andar superior. A nossa frente, um grande salão, igualmente bem decorado e depois portas duplas de madeira fechadas, e como fomos naquela direção, logo tive o palpite que deveria ser algo como uma biblioteca ou escritório.

Quando Levi afastou as portas, que correram silenciosas vi um ambiente essencialmente masculino, alguns homens cercavam a mesa que estava ao fundo, e quando eles se retiraram pude ver a figura do homem a minha frente. Ele olhou para mim, deu uma baforada em seu charuto, colocando-o de lado sobre o cinzeiro em seguida. Olhou-me por um tempo, como se considerasse se deveria me dirigir a palavra, com seus olhos azuis impiedosos, até levantar-se e vir em minha direção. Michael Villani era muito diferente do que eu imaginava. O tipo atlético, sem exageros, os cabelos negros e a barba cerrada, ele realmente sabia causar uma boa primeira impressão, no meu caso, nem tão boa assim apesar de admitir que era de fato muito bonito. Vestindo roupas bem cortadas, a camisa branca com as mangas dobradas revelavam braços fortes, a calça e o colete ajustava-se perfeitamente a um corpo malhado. O rosto seria digno de capas de revista, o queixo quadrado, lábios bem desenhados, e um nariz perfeito. Nada a ver com o homem de beleza inexistente que eu havia criado em minha mente todo aquele tempo!

– Srta. Giulia Cavalieri – a voz dele soou baixa e propositalmente inexpressiva, Michael se chegou mais perto de mim, como se estivesse querendo ter uma visão melhor, e saber se havia algo mais além de pés descalços, um pudico traje de dormir e um simples roupão – devo dizer que estou surpreso.

Claro que estava! Perto dele, eu deveria parecer desleixada e bem, não que costumasse me vestir como as mulheres que ele estava habituado a conviver, mas certamente estaria mais apresentável.

– Eu sinto muito – disse, ele não desviava seu olhar e estava começando a me deixar preocupada – mas, não tive tempo de me arrumar, já que fui acordada a tiros, levada as pressas por Levi, e arrastada para um carro por aquele outro!

– Arrastada? – seu olhar estreitou-se na direção de Levi, querendo saber do que se tratava.

– Fabian, chefe – Levi respondeu imediatamente.

– Ele a arrastou para o carro?

– Paciência nunca foi o forte dele, senhor – ele pigarreou, e continuou – eu devo dizer que a signorina estava abalada, ela não teve culpa.

– Diga a Fabian para me procurar pela manhã – senti um calafrio, o tom de voz dele foi levemente incisivo, e ameaçador.

– Sim, senhor.

Então ele voltou sua atenção para mim novamente, mas eu não conseguia parar de pensar em como ele reagiria com Fabian. Em um reflexo me encolhi, ao perceber a mão direita de Michael alcançando uma mecha do meu cabelo, afastando-a do meu rosto.

– É mais bonita do que sua mãe.

– Conheceu minha mãe? – ele parecia muito certo do que dizia.

– Não pessoalmente – então ele apontou algo em cima da mesa atrás dele e pude ver que havia uma foto dela lá – as mulheres de sua família – ele fez uma pausa, como se estivesse lembrando de algo, depois continuou – eu ouvi dizer, que atraem vários admiradores.

Não respondo, com receio do rumo que aquela conversa poderia tomar, então ouço o barulho de saltos vindo em nossa direção, até entrar no cômodo e parar a alguns passos de onde estou. Por algum motivo, não acho uma boa ideia olhar para trás, como se esse simples movimento fosse me fazer perder algo importante a respeito do porque estávamos todos ali. Como ele não se dirigiu a mulher recém-chegada, permaneci em silêncio.

– Quantos anos tem, Giulia?

– Dezessete – falei, e vi um breve revirar de olhos do homem a minha frente – faço dezoito algumas semanas.

– Sabe porque está aqui?

– Porque um Villani foi rejeitado por minha mãe – eu cuspo as palavras, já estava farta daquela rixa e ressentimento.

– Porque Villanis e Cavalieris tem disputado cada beco de Nova Iorque e Chicago desde que a sua mãe rejeitou o meu pai – a voz dele era baixa, e ele avançou lentamente parando a centímetros de mim – cada clube, cada ponto, carregamento roubado, jogo ilegal, sempre há um Villani apontando a arma para um Cavalieri. Não foi só um acordo de casamento desfeito, mas provavelmente sua mãe não contou a história toda.

– Michael – ouço a voz da mulher, uma nota de inquietação predominando – não deveriam falar sobre isso agora.

– Minha mãe não amava o seu pai – saio em defesa dela novamente – ela nunca teve a opção de recusar aquele acordo. E seu pai superou, a prova é que aqui estamos, os filhos de Donatella e Erico, frente a frente.

Ele aproxima-se mais me segurando pela nuca, o cheiro do seu perfume, charuto e uísque são uma mistura curiosamente agradável, os dedos envolvendo-me como se estivessem se acomodando entre minha pele e cabelos, ouço sua voz baixa em meu ouvido:

– Uma puta, que traiu os seus, sem se importar com o enfrentamento, que começou lá mesmo na igreja – a pressão dos dedos dele ficou mais forte – e continuou no local onde seria a recepção. E se aproveitando da situação, homens do seu tio, Tony, nos roubaram, mataram soldados leais, arrastando a minha famiglia para a mesma lama onde Donatella chafurdava.

Dou um passo para trás quando, e é tarde demais quando percebo o estalo do tapa que desferi no rosto do Villani insolente que odiava minha família, os olhos dele pareciam cintilar de ódio, cruéis.

– Porque me trouxe aqui se odeia tanto os Cavalieri?

– Porque ao contrário da sua mãe, eu mantenho minha palavra – ele falou, sem alterar seu tom – seu tio Joe Cavaliere agora é o capo, e tanto ele quanto meu pai queriam acabar com essa rixa. Então, meses depois da morte da sua mãe, eles concordaram que a melhor maneira de dar o primeiro passo, é a união entre nossas famílias.

– Meu tio não pode ter concordado com isso!

– Partiremos amanhã para os Estados Unidos, e assim que chegarmos lá tenho uma reunião com ele – então ele respirou fundo, então olhou por cima do meu ombro – leve-a.

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