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O CEO enganado

O CEO enganado

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Capítulo

Francesca Diana, menina ingênua que se sente abandonado ao ver seu amado Lorenzo sumir do dia para a noite após a primeira noite de amor deles. Lorenzo Fernando, apaixonado por Francesca, se vê sem saída quando seu pai o leva para estudar nos EUA inesperadamente, tanto que ele não tem chance de se despedir do seu grande amor e jura para si mesmo um dia voltar para buscá-la. Dez anos após a separação dos dois, Francesca é famosa e rica, uma mulher mudada devido as marcas do seu passado, manda um convite para aquele que foi seu grande amor e maior decepção da sua vida a fim de iniciar sua vingança. Ela se preparou para o momento, já ele se vê confuso por reconhecer o olhar da bela moça apesar de estar de máscara e com os olhos com cor diferente. O que esse encontro trará aos dois? Ela se manterá firme em seu propósito? Como ele irá reagir ao saber que sua amada está viva e o odeio por algo que ele não fez? No meio disso haverá o pai dele obcecado pela bela mulher. Uma sommelier respeitada e misteriosa de dia, por outro lado uma bela dançarina à noite que tem os homens aos seus pés. Enquanto Lorenzo é o CEO respeitado e renomado, apaixonado pela única mulher que ele não pode ter. Ou ele terá uma segunda chance de finalmente viver esse amor?

Capítulo 1 01

FRANCESCA

Mamãe arruma a gola da camisa que um dia foi branca do uniforme. Mesmo sendo meu primeiro dia de aula, na escola para moças Mingotti, uma das mais conceituadas de Florença, minha vestimenta não é nova. Infelizmente, mamãe não teve condições de comprar um novo para mim, já que teve que gastar com o material escolar que não foi pouco e muito menos barato.

Por ela ser professora de Literatura nessa renomada escola, obtive bolsa integral, agora os outros gastos não tivemos como fugir e ela teve que arcar.

Desde que se teve início a minha vida acadêmica, já passei por pelo menos umas dez escolas diferentes, todas frequentadas por pessoas de classe social superior à nossa.

Tudo porquê minha mãe é mãe solo, nova e bonita.

Ela não consegue passar muito tempo na mesma instituição, pois, após um breve tempo de serviço prestado é ser convidada a pedir as contas para não "manchar" seu impecável currículo.

Sim, minha mãe é uma excelente professora.

Ela é muito querida pelas diretoras e outras professoras, devido seu profissionalismo, mas ou os pais dão em cima dela, ou as mães ficam com ciúmes por se sentirem ameaçadas pela sua presença.

Professora Rosa, ou mamãe, para mim, corajosamente deu à luz a minha pessoa quando tinha apenas dezesseis anos, o que foi um escândalo na época. Meu avô, que fez hora extra na Terra, a expulsou de casa quando descobriu a gravidez. Já minha avó, que Deus a tenha, quis protegê-la, mas era submissa e nunca foi contra seu marido, mesmo que isso significasse ficar longe da sua amada e única filha.

Minha mãe diz que ainda foi atrás do meu pai, um camponês que a ignorou e deu um jeito de sumir no mundo.

Mas acho que já ficou claro o que aconteceu, né?

Ele a abandonou a própria sorte, assim que soube que ela me carregava em seu ventre. Foi então que minha mãe se viu sem amparo e grávida. Sem ter para onde ir, ela conseguiu abrigo em um convento que fazia parte da paróquia onde minha avó frequentava e tinha amizade com o pároco. Lá, ela foi acolhida e conseguiu se preparar para ser a profissional que é hoje.

Ela se formou em pedagogia e se especializou em Literatura, por amar as obras de Willians Shakespeare.

Foi graça a bondade das irmãs que minha mãe conseguiu seu primeiro emprego como professora após eu completar três anos.

Cheguei a conhecer minha avó que vinha nos ver e trazer algumas coisas para nos ajudar.

Tudo escondido do meu avô, que não podia nem sonhar com aquilo, ou minha avó seria castigada.

Assim que completei oito anos, minha amada avó nos deixou e seguiu para seu descanso eterno.

Infelizmente, tivemos que nos despedir de longe, pois, meu avô impediu nossa presença na casa deles, onde foi feito o velório e as últimas homenagens. Ela foi muita amada por todos da comunidade onde viveu sua vida toda, por isso o local estava cheio durante a cerimônia.

Um ano depois, meu avô se foi e mesmo tendo sido muito cruel com minha mãe, ela foi se despedir do homem que ela amou apesar de tudo.

Minha mãe tem um coração enorme e não carrega mágoa, mesmo com as marcas que tem na alma. Ela é muito religiosa e diz que Jesus nos ensinou a sempre dar a outra face, além de sempre amar o próximo.

Seguimos para nosso primeiro na escola e como sempre sofri bullying por ser pobre e não ter pai, prefiro chegar na escola sem a presença de minha mãe.

Me despeço dela ainda faltando um quarteirão para a entrada do enorme prédio e seus jardins, mesmo ela pedindo para me acompanhar pelo menos até o portão.

Percebo que ela se chateia, inclusive vejo que seus olhos se enchem de lágrimas, mas não quero dar mais motivos para falarem de mim.

Não me entendam mal, eu amo minha mãe, ela é meu exemplo de vida, mas em todas as escolas que passei sofri demais por conta da minha origem e não pretendo passar por isso tão cedo. Preciso de pelo menos uns dias de tranquilidade antes de descobrirem que estou lá por ser a filha da professora.

Será a primeira vez que estudo em uma escola somente para meninas e espero que elas sejam mais gentis comigo. Pelo menos aqui não serei uma "ameaça", como ouvi nas duas últimas escolas que frequentei de algumas meninas.

Não me considero bonita, mas sei que chamo a atenção por onde passo, inclusive minha mãe já me orientou sobre a vida e como os bebes são feitos.

Completei quinze anos no último mês, tenho cabelo longo liso e preto, assim como meus olhos. Sou magra, alta e meu corpo ainda está em formação, tanto que comecei a menstruar não faz muito tempo e meus seios só apontaram no último ano.

Deixo minha mãe para trás e aperto meus passos, morrendo de medo do que me espera.

Chego no portão e faço o sinal da Cruz.

"Seja o que Deus quiser."

Assim que entro, passo pelos grupinhos de meninas e percebo que todas se viram na minha direção, algumas dão risadinha, já outras fazem careta. Não sei se é pela minha roupa ou por eu ser um rosto desconhecido.

Sigo diretamente de cabeça baixa para a sala da diretoria, onde devo pegar meu horário, turma e sala. Assim que me aproximo da secretaria, a senhora Ruth, a diretora, me vê e sorri.

- Menina Francesca, cadê sua mãe? Logo começa a aula e precisamos nos reunir antes disso.

Sinto meu rosto queimar enquanto olho para os lados e digo envergonhada:

- Ela já está chegando, vim na frente para saber sobre minha turma e me localizar.

- Ah, sim. Venha, me acompanhe.

Sigo a diretora até sua sala e ela me pede para me sentar na cadeira à sua frente.

- Bom, sua mãe já deve ter te falado sobre as regras da escola, mas nunca é demais frisar, né? Tome aqui as regras. - Arrasta um papel na mesa, deixando na minha frente. - Lembre-se, nada de garotos aqui, sabe que a escola de garotos está do outro lado do muro, mas o contato entre vocês não é permito no perímetro dessa escola, exceto em campeonatos e algumas datas religiosas, já que pertencemos a mesma paróquia. Entendido?

- Sim, entendido.

- Agora aqui está seu horário das aulas. Vou pedir para chamar uma aluna para te mostrar as dependências da escola.

A diretora aperta um botão no aparelho telefônico que está ao seu lado e no viva-voz pede para sua secretária chamar a monitora da sala do nono ano A. Logo, ela desliga o telefone e fica me observando, enquanto olho para minhas mãos que estão suadas.

Não demora muito e escutamos batidas à porta. A diretora pede para que a pessoa entre e uma menina um pouco menor do que eu, loira, com cabelo longo e encaracolado, olhos verdes e sardas está ao meu lado.

- Mandou me chamar, diretora Ruth?

- Sim, Giovanna, essa é Francesca, ela é nova na escola e está na sua sala. Poderia, por favor, mostrar as dependências principais da escola para ela?

- Claro.

Olho para a menina que me dá um sorriso que parece ser sincero, algo que não estou acostumada a receber.

Eu me levanto e depois de nos despedir da diretora e seguimos para o corredor.

- Olá, eu sou a Giovanna, a monitora de sala. Qualquer dúvida pode me chamar e que você se sinta acolhida.

- Obrigada, Giovanna. Espero que sejam bons dias aqui. - Dou um sorriso amarelo.

- No que depender de mim, será.

Na época, não sabíamos, mas ali foi o primeiro passo para a construção de uma grande e sincera amizade.

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