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Engravidei do meu chefe - Amo-te Loucamente

Engravidei do meu chefe - Amo-te Loucamente

Julia.Ashley

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Capítulo

Lindsey saiu de um casamento a pouco mais de dois anos, desiludida, evita relacionamentos e entrega-se de corpo e alma ao trabalho, até que seu antigo chefe resolve se aposentar e seu filho assume seu lugar. Levi Martinelli é o novo CEO da Martinelli Corporation, um homem educado e irresistível. Ao passar uma tórrida noite de paixão com sua linda, atraente e atrapalhada secretária, Lindsey, sentimentos que ele não imaginava possuir, afloram, e as consequências daquela noite vão mexer com a vida de ambos, resultando em um casamento às pressas. Contudo, a família dele tem uma antiga tradição e estará disposta a tudo para mantê-la, nem que para isso, eles precisem ir ao limite. Ela desiludida do amor. Ele louco para viver um amor só seu. O que será que vai sair dessa história louca e apaixonante?

Capítulo 1 Início de Levi e Lindsey

Lembrando que esses são trechos soltos do livro Amo-te Desde Sempre, para melhor compreensão, é necessário ler o livro todo, aqui é só para lembrar como esse casal começou, antes de ir para a história dos dois.

Levi Martinelli

Meu dia foi uma droga. Depois da reunião com Kate pela manhã, me senti completamente desestruturado e acabei perdendo o foco que precisava, com isso, duas reuniões não saíram de acordo com o previsto, acabei cancelando outra para evitar fazer mais besteiras.

Ela finalmente se acertou com o pai do seu filho e está totalmente fora de alcance. Se antes minhas chances eram mínimas, agora são nulas. Não posso dizer que me sinto traído, ela sempre foi muito honesta comigo, nunca incentivou minhas investidas e no dia daquele maldito jantar, deixou bem claro sua posição em relação a mim.

Debato-me internamente, será que realmente gosto dela ou foi apenas um desafio que não deu certo? De fato, tenho muita admiração e respeito por ela, mas seria só isso ou teria algo mais?

Ela só tem mais uma semana de trabalho junto a ele, vamos ver no que vai dar quando estiver de volta aqui na empresa. Sim, porque não pretendo ceder sua presença lá nem um dia a mais e sendo assim ou ela volta ou se demite, porque eu mesmo não farei isso de jeito nenhum.

"Vamos ver o que o engomadinho vai achar disso."

Estressado, cansado e extremamente frustrado, resolvo mudar a linha de pensamento.

Olho meu relógio constatando que há muito se encerrou o expediente na empresa, se não fosse essa porcaria de documentos que não ficava pronto nunca para assinar, eu já teria ido embora há muito tempo. Assino a última folha e interfono para a Srta. Morgan, minha secretária.

— Pode vir buscar — nem espero resposta, desligo.

Lindsey entra com cara de poucos amigos, recolhe as pastas e sai sem dizer uma palavra, nem posso reclamar, ela aturou meu humor de cão o dia inteiro.

Fico um tempo olhando as luzes da cidade através das enormes janelas, resolvo ligar e me desculpar com minha assistente, afinal, ela não tem culpa das minhas frustrações.

Vou ficando impaciente à medida que o parelho chama até disparar e ninguém atende. De certo foi embora ou se reuniu com o pessoal para um happy hour.

Sempre as sextas feiras, o eles costumam se reunir num pub que tem aqui perto, resolvo dar um pulo lá, se tiver sorte posso falar com ela. Pego minha carteira e chaves, visto meu paletó e saio.

Assim que entro, vejo o pessoal num canto, mas ela não está entre eles, aceno para um deles, que me cumprimenta e caminho para o bar.

— Olá — a bartender, muito simpática fala. — O que vai querer?

— Apenas um café puro, por favor — ela me olha e acena, volta pouco depois com meu pedido. Apesar de ter comandado a vinícola da família muitos anos, não tenho o hábito de beber e quando o faço, é apenas socialmente.

Coloco o paletó no encosto do banco, o ambiente está quente e agradável. Eu começo a tomar o café e meus pensamentos vão até essa manhã.

"— Imagino que tenham se acertado — disse quando vi um anel em seu dedo. — Espero que esteja certa disso."

"— Sim, nos acertamos e eu não poderia estar mais certa de minha decisão. Mas, me diga, que assunto o trouxe até aqui?"

Entendi imediatamente que o assunto não entraria na pauta e que muito menos era de minha conta. Com o orgulho ferido, coloquei a máscara da indiferença e tratei dos assuntos que me levaram até ali. Volto ao presente quando sinto uma batida em meu ombro.

Trevis Brant do financeiro chega junto a mim e me convence a sentar com o pessoal, por que não? É sempre bom fazer uma social com seus funcionários. Levanto e sigo com ele para a mesa onde estão os outros. Não pretendia beber, mas essa noite vou abrirei uma exceção.

Num dado momento da noite, a maioria já tinha ido embora, ficando apenas uns poucos que também já começavam a se despedir, vou pedir a última bebida e partir, já me sinto um pouco tonto e comecei a falar um pouco embolado. Olho para o bar e então eu a vejo, resolvo ir até lá.

— Srta. Morgan o que faz aqui sozinha? Não a vi com o pessoal, nem sabia que se divertia — provoco.

"O que aconteceu com o pedido de desculpas?" — me pergunto.

— Eu também tenho vida social fora daquele escritório Sr. Martinelli. Sim, estou sozinha, mas saiba que por opção — epa, parece que toquei num ponto sensível aqui.

"Pedido de desculpas uma ova. Ela gosta de me provocar, então lá vai..."

— Neste caso me chame de Levi. Afinal não estamos no trabalho. Claro, jamais imaginaria que levou um fora de alguém ou até mesmo um bolo — digo com deboche e um sorriso cínico. — Mas se for este o caso, azar dele e sorte minha.

— Eu não teria tanta certeza — revida com a língua afiada.

— Por quê? — toco sua a mão e ela recolhe na mesma hora. — Se houver uma química entre nós, não quer descobrir? — a provoco deliberadamente, sei que jamais aceitaria isso.

— Não quero arrumar problemas, se me der licença — se levanta da banqueta e antes que saia eu falo.

— Não estou desesperado se é o que pensa, se não quer me fazer companhia, eu arrumo outra que queira, espere e veja...

Olho ao redor, vejo uma mulher muito atraente próxima de onde estamos, pisco um olho para minha secretaria atrevida e vou até a garota.

— Oi, estava a olhando do meu lugar e te achei muito bonita. Posso te oferecer uma bebida? — olho para Lindsey e a vejo nos observando. Mas ousado seguro a mão da moça. — Você é uma mulher maravilhosa e me deixaria muito feliz se aceitasse.

Olho novamente para um ponto especifico e ela não está mais lá. Que grande idiota que eu sou. Percebendo minha distração a mulher toca meu ombro.

— Desculpe-me, mas acabei de me lembrar de uma coisa — peço à bebida que tinha oferecido para ela e uma para mim, quando chega, viro a bebida toda de uma vez, puxo uma nota do bolso, pago e em seguida digo. — Com licença.

Vou olhando para os lados e nem sinal dela. Balanço a cabeça para espantar a zonzeira e sigo para a saída, o certo seria pedir um táxi, mas não me sinto incapaz de dirigir.

Lindsey Morgan

— Ahhh!!! — digo exasperada.

Deixo aquele idiota com a conquista barata dele e sigo para o banheiro. Depois de fazer o que era preciso, saio olhando para o bar e nem sinal dos dois, devem estar se esfregando em algum lugar. Vou para o estacionamento e quando estou chegando perto do meu carro, ouço uma voz irritada falando um monte de palavrões. Reconheci imediatamente de quem era aquela voz, só por curiosidade vou dar uma espiada.

Chego mais perto e vejo o Sr. Idiota, vulgo meu chefe, lutando com a fechadura do carro. Se não consegue nem abrir uma porta, quem dirá dirigir, é muita irresponsabilidade mesmo. Sem contar que está um frio congelante e ele está apenas com uma camisa pólo, se não causar nenhum acidente dirigindo no estado em que está, vai acabar morrendo congelado.

Ouço outra onda de xingamentos quando as chaves caem no chão. Penso se devo ou não ir até lá.

— E por que não? — digo.

Ele parece desistir da luta e escora os braços e cabeça na lataria do carro.

Abaixo-me pegando as chaves, sei que vou me arrepender, mas seja o que Deus quiser. Toco em seu ombro e ele me olha confuso.

— O que faz aqui? Por que tem duas de você?

— Ao que tudo indica meu expediente ainda não acabou, serei babá agora — digo o puxando em direção ao lado do carona. Sua pele está muito fria e ele não apresenta resistência.

Depois que ele se acomoda, ataco o cinto, fecho a porta e dou a volta.

Vinte minutos depois, entro no estacionamento do seu prédio. Agora vem a pior parte, acordar e arrastar esse homem enorme até o seu apartamento.

Com muita dificuldade eu consigo, mas o estou achando muito frio e talvez tenha uma hipotermia. Não sei se um banho quente seria o ideal ou apenas as cobertas.

Opto pela segunda opção, não sei se conseguiria resistir à tentação e violentá-lo no banheiro. Acabo sorrindo das minhas asneiras, eu o ajudo a se deitar, ele fala algumas coisas incompreensíveis e alguns palavrões.

Vou até seu closet e volto com alguns cobertores, começo a tirar seus sapatos e depois suas roupas, com um olho aberto e o outro fechado.

"Aí minha nossa senhora das secretárias desesperadas, dai-me forças."

Olho seu corpo estendido sobre a cama só de box branca, ele é um belo exemplar.

Não! Eu não posso pensar nisso e não vou pensar...

Pego o cobertor e o cubro, quando chego perto do seu peito, me aproximo mais, sentindo seu cheiro másculo.

“Ai minha nossa senhora das moças sem sexo há um tempão, é só um cheirinho...” — penso. — “E que cheiro bom... Tá bom Lindsey, já chega.” — me recrimino.

Levo o maior susto quando ele segura meu pulso.

— O que está fazendo moça?

— Na... na... da... — gaguejo.

Então ele me puxa, acabo caindo em sua cama, ele rapidamente inverte nossa posição ficando por cima de mim, o aroma masculino invade as minhas narinas e eu mando o juízo e dar uma voltinha junto com o bom senso quando ele começa a passear seus lábios deliberadamente pelo meu pescoço.

Se eu tinha um pouquinho de sanidade, ela resolveu fazer companhia para os outros dois, quando a língua atrevida dele invadiu minha boca num beijo quente e sem nenhum pudor.

Ansiei tanto por isso que penso se não pode ser um sonho.

"Se for, eu vou é aproveitar..."

Acordo sobressaltada. Olho em volta e vejo meu chefe em um sono profundo.

"Lindsay, sua louca o que foi que você fez?"

Levanto o lençol, só para ter certeza. Caramba... Como eu suspeitava.

Movida pelo desejo, fiz a maior loucura da minha vida e não posso nem jogar a culpa no álcool, já que não bebi uma gota.

Levanto, recolho minhas roupas e corro para o banheiro. Não sei como vou encará-lo a partir de agora.

Um tempo depois, dentro do táxi, penso se eu não deveria ter deixado um bilhete.

"Talvez eu nem devesse ter vindo embora, mas nesse caso o que eu diria quando ele acordasse?"

Não! O melhor foi ter vindo mesmo. Terei que reunir toda coragem que puder para a segunda feira, penso enquanto pago e desço do carro, indo de encontro ao meu que ficou no estacionamento do pub.

Lindsey Morgan

Enfim segunda feira. Passei todo o fim de semana com a cabeça no dia de hoje e agora que chegou, eu não poderia estar mais apreensiva. Há qualquer momento ele pode chegar, não tenho ideia de qual será sua reação e muito menos com que cara eu vou olhá-lo.

Olho seu paletó e carteira em cima da bancada. Quando voltei para buscar meu carro, um dos bartenders me viu, e me entregou os pertences que tinham sido esquecidos lá.

Antes não os tivesse pegado, passei todo o tempo com o nariz enfiado nesse maldito pedaço de pano, relembrando o seu cheiro másculo e todas as loucuras que fizemos juntos.

O homem estava de fogo e com fogo. Quando eu pensava que ele ia se acalmar, lá vinha ele de novo com o pênis semiereto me provocando e me convidando a uma cavalgada.

Claro que não me fiz de rogada. Já estava na chuva, eu queria mais era ficar encharcada.

Sorrio do trocadilho e sinto que fiquei quente e imediatamente giro minha cadeira, fecho os olhos e digo.

— "Minha nossa senhora das secretárias despudoradas e em apuros, afasta esses pensamentos de mim".

— Que pensamentos seriam esses, eu posso saber Srta. Morgan?

Eu não acredito que falei isso em voz alta. Volto minha cadeira à posição anterior e olho para ele sem saber onde enfiar minha cara.

— Que pensamento? — desconverso.

— Diga a senhorita, que estava ai parecendo que estava rezando para ter um tal pensamento afastado.

— Engano do senhor, eu falei investimento. Afastar esse investimento e não pensamento.

— E que investimento seria esse, então? — pergunta com olhar descrente.

"Pense rápido, Lindsey."

— Não é nada demais. Só uma peça que não preciso, mas tenho compulsão por compras — dou um sorriso amarelo.

Se ele acreditou, eu não sei, o fato é que se dá por satisfeito e diz.

— Ok! Venha até minha sala e traga minha agenda da semana — ele olha seus objetos em minha mesa e eu trato de explicar.

— O senhor esqueceu quando foi embora do pub na sexta e o bartender me deu para entregá-lo.

Ele franze a testa formando um vinco entre os olhos, me olhando fixamente como se fossasse sua mente a lembrar de alguma coisa, eu me obrigo a olhá-lo sem corar e por fim ele fala.

— Sabe se saí de lá sozinho? — não acredito no que acabei de ouvir. Não sei se me sinto aliviada ou afrontada.

"Tenho que me lembrar de agradecer a minha nossa senhora das secretárias desesperada. Mas espera, não foi isso que eu pedi," — penso.

Vejo que ele me olha, ainda esperando uma resposta.

— Do que se lembra? — pergunto.

— Deixe para lá, venha até minha sala em dez minutos e, por favor, traga meu café.

Sai e de repente, volta do meio do caminho, olha para mim, pega suas coisas e sai, eu fico com a maior cara de idiota.

Das duas uma, ou eu sou muito sortuda ou muito azarada. Saí de sua casa quase sem andar e ele acabou de deixar claro que não se lembra de nada? Ou ainda, ele pode estar zoando com a minha cara. Se bem que este último não faz seu estilo.

Levi Martinelli

Observo a minha secretária enquanto ela vai repassando minha agenda.

Não engoli aquela conversa de investimento, sei muito bem o que ouvi. Também não estava com cabeça para argumentar e nem insistir numa resposta, que era evidente que ela não queria dar.

Olho em seu rosto e me sinto mais confuso. De uma hora para a outra passei a ter sonhos eróticos com ela. Não estava muito nítido o sonho e nem tinha certeza, mas tudo indica que é ela sim que vem povoando meus sonhos durante todo o fim de semana, e ainda tem aquele cheiro que ficou gravado na minha memória olfativa.

Levanto a cabeça e pendo em sua direção, puxando o ar profundamente para ver se capto algo. Nada! Com essa distância também, não conseguiria nada mesmo e não sou doido de enfiar a cara no pescoço da mulher, se bem que no meu sonho...

Balanço a cabeça para dissipar esses pensamentos.

Eu tinha ido aquele pub com a intenção de me desculpar, depois de algumas doses, lembro que a vi no bar e depois de falar alguma coisa sobre química sexual com ela, tudo é um borrão e alguns flashes têm me deixado mais aceso do que gostaria em relação a ela.

Remexo-me na cadeira em busca de uma posição confortável, imediatamente sinto minhas costas. A Lindsey dos meus sonhos era uma gata selvagem. Como é possível que um sonho deixe marcas? Impossível! A única explicação é que estive com alguém, mas quem? E por que é o rosto dela que eu vejo?

Lindsey é uma mulher muito bonita, inteligente, discreta e eficiente no que faz. Trabalhamos juntos há aproximadamente um ano e jamais a vi desta forma, mas depois desse sonho.

— Deseja mais alguma coisa?

— O que disse? — pergunto.

— Se deseja algo mais... — eu a encarei, seria possível? Não, ela não estaria tão normal assim. Eu mesmo não me sinto normal...

— Não, obrigado. Pode se retirar.

Ela fecha a agenda e caminha para a porta, observo o balanço sensual de seus quadris e outro flash se faz presente. Levanto na mesma hora.

— Srta. Morgan? — chamo e ela se volta para mim com cara de poucos amigos em sua postura elegante e eficiente de sempre. — Nada não. Pode ir.

Sento novamente, soltando um suspiro frustrado. Se eu não me lembrar quem era a mulher com quem estive, o jeito será perguntar com todas as letras ou ignorar, o que será difícil, já que uma parte do meu corpo insiste em lembrar.

Levi Martinelli

Chego à empresa com um péssimo humor. Deveria estar feliz, já que hoje Kate retorna as suas atividades aqui. Mas nem a perspectiva de vê-la me anima, ainda mais sabendo que ela está noiva de outro. O melhor que eu faço é ficar na minha.

Para piorar ainda mais, continuo com aqueles sonhos com a Srta. Morgan e isso têm me deixado bastante irritado e intrigado.

Quando saio do elevador, vejo as duas de conversa e trato logo de marcar uma reunião com todos, quero retomar o projeto que Kate tinha começado e que foi interrompido com sua ausência. Informo a Lindsey para providenciar isso e a chamo em minha sala, quero ver minha agenda da semana antes de tudo.

Digo a Kate que quero um relatório do que foi feito na companhia Ferrell e ela diz que já está pronto e que na reunião me entregará. Pede licença e sai, e, eu fico a sós com Lindsey, peço meu café e vou para minha sala.

Estava próximo da porta quando ela entrou, parecia distraída e não me viu, o que fez com que acabasse se chocando comigo, o café caiu para o lado e num reflexo, eu a segurei quando perdeu o equilíbrio.

Uma sensação de déjà vu pairou sobre mim e só voltei à realidade quando balancei a cabeça e senti seu cheiro invadir minhas narinas, senti como se tivesse levado um soco no estômago, e como em um filme, aquela noite se formou em minha mente, sem nenhuma névoa e eu fui repassando tudo. Impactado pelas lembranças, eu acabei a soltando e ela foi de bunda no chão.

— Ai... — falou me olhando furiosa.

— Foi você! — afirmei categórico. Ela arregalou os olhos se levantando e em seguida disse.

— Eu o quê? Está malucando? — passa a mão em seu traseiro e um sorriso surge em meu rosto, que logo trato de desfazer. — Vou pedir uma semana de licença por acidente de trabalho ou seria tentativa de assassinato? Já que me soltou de propósito.

Eu fico olhando para sua tentativa falha de tentar me distrair. Eu lembrei e ela sabe disso.

— Não vai fugir disso. Depois da reunião nós vamos conversar e eu quero saber por que escondeu de mim que dormimos juntos — afirmei. Ela empalideceu imediatamente.

— Não sei do que está falando.

— Não adianta negar. Seu cheiro me fez lembrar tudo e você vai me esclarecer tim tim por tim tim.

Volto a minha mesa pegando o que vou precisar e saio em seguida, deixando-a parada no mesmo lugar, sem nenhuma reação.

Hoje ela não me escapa.

Com a apresentação de Kate sobre o progresso na empresa parceira e a retomada de onde o projeto ficou parado aqui, e o que seria preciso dali por diante, dou por encerrada a reunião.

Com um sorriso discreto, estudo a minha secretária. A memória da calorosa sensualidade que ela demonstrou invadia meus sonhos e agora eu sabia que foi real, embora tivesse se passado pouco mais de uma semana desde que a segurara de forma intima em meus braços, hoje tudo veio como uma avalanche e, meu corpo ficou ansioso por sentir tudo outra vez.

Não sei o que está acontecendo comigo, mas a atração é inegável.

Observo um a um deixar a sala, enquanto ela recolhe as pastas, aos poucos o pessoal vai esvaziando o ambiente e ficamos apenas nós dois, me aproximo dela e digo.

— Deixe tudo em sua mesa e em cinco minutos vou pegá-la para irmos almoçar e isto não é um convite, temos que conversar.

Vejo quando ela engole em seco e acena, saindo em seguida da sala de reuniões.

Lindsey Morgan

“Minha nossa senhora das secretarias em apuros, o que eu faço agora?”

Ele tinha que se lembrar logo agora...

Será que ele vai me demitir por salvar sua vida, invadir sua casa e lhe dar uma noite de sexo maravilhosa? Penso com amargura.

Eu já tinha me conformado que ele não se lembraria. Há muito tempo nutro um sentimento por ele, que nunca foi correspondido, ele nunca nem ao menos me olhou diferente e ciente disso, eu sempre me mantive em meu lugar, sem nunca dar nenhum indício do que sentia, até que me rendi àquela fatídica noite.

Dou um pulo de susto quando ouço sua voz atrás de mim.

— Vamos! — diz imperativo.

Solto um suspiro resignado, pego minha bolsa e o sigo até o elevador. Ele me olha fixamente e eu não sei onde enfiar minha cara. Passo a mão no rosto, será que tem alguma coisa suja? Penso.

Já no restaurante, depois de nos acomodarmos, ele é o primeiro a quebrar o silêncio constrangedor.

— E então?

— E então o quê? — me faço de desentendida.

— Srta. Morgan, o cinismo não lhe cai bem, então sem rodeios. Quero saber o porquê de você não falar que nos...

Diante de sua acusação velada, resolvo ser direta.

— Transamos? — olho ao redor para me certificar de que ninguém ouviu, acabei falando mais alto do que pretendia.

— Tem ideia do quanto quebrei minha cabeça e do quanto eu tentei descobrir quem foi a tal mulher que esteve comigo? Eu queria muito saber quem foi.

— E por que todo esse interesse? Ou seria desespero? Acaso ficou grávido e agora precisa desesperadamente descobrir quem é a mãe? — não acredito que disse isso e acabo sorrindo da minha piada sem graça. Ele me olha de cara feia e percebo que não recebeu bem a brincadeira.

— Não teve a menor graça. Agora quero que me diga o que pretende?

O garçom se aproxima e ele faz os nossos pedidos sem ao menos perguntar o que eu iria querer. Depois de anotar, o rapaz se afasta. Para ganhar um pouco de tempo, levo a taça com água aos lábios.

Olho em seu rosto, observando seus traços e penso que se talvez nos conhecêssemos em outras circunstancia, se haveria uma chance de romance para nós, se eu não fosse sua secretária se ele me olharia de outra forma. Claro que não, isso é tolice, quem amaria alguém como eu? Afasto os pensamentos nada agradáveis e resolvo ser sincera, mas antes que eu diga algo, ele fala.

— Ainda estou esperando uma resposta.

— O que queria que eu fizesse? O senhor chegou na segunda em minha mesa me perguntando se tinha saído só daquele pub e mostrou não ter nenhuma lembrança. Não acha que seria humilhante demais tentar impor uma lembrança que o senhor não tinha? — minha garganta trava e eu paro de falar.

— Isso não responde o que perguntei.

— Não pretendo nada, não planejei isso, simplesmente aconteceu. E em vez de ficar me questionando, deveria me agradecer, praticamente salvei sua vida.

— Por me dar uma noite de sexo? — não acredito que o Sr. idiota falou isso.

— Por não deixá-lo dirigir no estado de embriaguez em que estava e ainda por cima de hipotermia. — ele me encara, seguro seu olhar. — Mas se quiser incluir sexo no pacote, vá em frente — não vou me intimidar e muito menos corar como uma adolescente, penso e sei que falhei miseravelmente.

— Se eu não me lembrasse, não pretendia me contar?

— Não!

— Por quê?

— Olha aqui Sr. Martinelli, foi uma noite de sexo maravilhosa. Mas foi apenas isso e não vai se repetir, essa conversa não tem fundamento. Então acho melhor darmos ela por encerrada.

Neste momento nossa refeição chega. Começamos a comer em silêncio, toquei muito pouco na comida, estava nervosa e com medo de perder meu emprego e antes que ele pensasse que eu alimentaria alguma ilusão, tratei de deixar claro que ele não precisava se preocupar.

Quando terminamos, saímos e o retorno para a empresa foi todo feito em silêncio. Quando chegamos ao nosso andar, eu adiantei os passos e me sentei em minha mesa. Ele que vinha logo atrás, parou por alguns instantes me olhando, então apoiou as duas mãos sobre a mesa e numa voz baixa e rouca, disse.

— Não foi só sexo. E ao contrário do que a senhorita pensa, no que depender de mim, vai se repetir inúmeras vezes.

E saiu me deixando totalmente sem ação, tentando recolher meu queixo que do nada despencou para o chão.

Alguns dias depois...

Levi Martinelli

A Srta. Morgan tem se mantido arredia. Desde que voltamos daquele almoço, ela adotou uma postura indiferente e fria, mas, ela continua tão atrapalhada quanto antes, e claro, falando sozinha como sempre.

Hoje mesmo pretendo acabar com essa frieza e sentir de novo o vulcão que essa mulher é, e que povoou meus pensamentos todos esses dias, me fazendo inclusive a recorrer a banhos frios em pleno expediente.

Mas antes, vou precisar derrubar sua resistência. Tenho um jantar hoje e pretendo convidá-la.

Com isso em mente, levanto e saio da minha sala. Olho para seu local de trabalho e não a vejo, a única coisa que entrega que ela está lá, são os xingamentos baixos que ela profere. Aproximo-me com passos lentos, quando estou bem próximo a ela, escuto.

— Minha nossa senhora das secretárias...

— Rezando de novo?

Com o som da minha voz, ela levanta de supetão e então bate a cabeça na mesa, geme um ai... E solta um impropério.

Quando me vê, arregala seus grandes olhos verdes.

— O senhor está mesmo determinado a me matar, não é?

— Muito pelo contrário, prefiro a senhorita bem viva, até porque tenho interesse em sua companhia para um jantar hoje.

— Esqueça. Não posso ir.

— Por que não? Tem algum compromisso?

— Não! É porque eu não quero mesmo. Seja lá qual for sua intenção, não estou interessada.

Eu fecho a cara. Quem essa mal educada pensa que é, podia ao menos ter mentido.

— Considere como uma extensão do seu trabalho, hora extra, ou chame do que quiser.

— Neste caso eu vou pensar — massageia o local da batida.

— Do que tem medo Srta. Morgan? Pelo que eu sei, não sou eu quem tem o hábito de atacar pessoas indefesas — ela me fuzila com o olhar e eu me perco na imensidão verde do seu olhar, então sorri um pouco, mas só um pouco e logo volta a ficar séria. E diz entre dentes.

— Não me lembro do senhor reclamando na ocasião.

Dou um sorriso de lado e ela fica com uma cor rosada nas bochechas.

— E então, hoje à noite, lá pelas 20h00min, posso te buscar na sua casa. Tudo bem para você? — eu pergunto receoso de que ela recuse mais uma vez.

— Sim, tudo. E quero o pagamento das horas extras, adiantado e dobrado — diz desaforada.

"Que mulherzinha osso duro de roer..."

— Tudo bem — digo e dou-lhe as costas.

— É o mínimo, senhor três pernas...

— O que disse? — me volto para ela. Seus olhos estão ainda maiores.

— Nada não, só... — limpa a garganta. — Não se atrase.

Levi Martinelli

Cheguei pontualmente no horário combinado em sua casa, não queria correr o risco de ela desistir porque eu estava atrasado, apesar de não ser do meu feitio tal coisa.

Ela estava muito bonita e uma sensação estranha se apoderou de mim ao imaginar todos os olhares daquele lugar em cima dela. Por um momento tive vontade de desistir de ir.

Deixando de lado nossas diferenças, o jantar foi agradável e até certos momentos, descontraído, e me fez pensar em certas possibilidades. Ela tem um senso de humor contagiante quando não está implicando comigo.

Agora aqui, em frente a sua casa, eu estou receoso em deixá-la ir.

— Obrigado por esta noite — digo.

— Não fiz mais que a minha obrigação, afinal o senhor pagou por isso.

Eu a fuzilo com o olhar, a Lindsey de sempre dando as caras, estava demorando... Vou sentir muito prazer em quebrar a empáfia dela.

— Sim, esta foi como um trabalho. Mas, todas as noites estamos juntos em meus sonhos, nos beijando, nos amando e eu pretendia repetir, afinal, somos adultos e solteiros, nada nos impede. Mas se você não quer, tudo bem. Vou passar uma borracha nisso e esquecer que um dia estivemos juntos — arrisquei, querendo ver sua reação.

Como ela nada diz, apenas me olha, desço do carro dando a volta, abro sua porta e ela desce.

— Não precisa me acompanhar até a porta.

— Faço questão — digo e caminhamos devagar.

Ela procura as chaves na bolsa, quando a encontra, coloca na fechadura e gira. Vira-se para mim e fala.

— Por mim tudo bem...

— O quê?

— Tudo bem o senhor esquecer o que houve...

Não acredito no que ouvi. Como pode ser tão fria?

— Como pode fingir que eu não te importo? Se for verdade que não ficou afetada ou mexida com o que houve entre nós, por que fica assim...

— Assim como? — pergunta.

— Com a respiração alterada, nervosa.

— Engano seu...

— Então diga que isso aqui é um engano.

A puxo para os meus braços e lhe dou um beijo cheio de tesão. Ela tenta resistir, mas, se entrega e me beija com paixão. Quando estamos sem ar nos afastamos.

— Eu vou me arrepender disso — diz com a voz entrecortada.

— Não vai — afirmo categórico.

Ela me puxa pela camisa para dentro de sua casa e assim que fecha a porta, leva as mãos aos cabelos, permitindo que eles caiam soltos, balança a cabeça de um lado para o outro e a Lindsey que povoou meus sonhos todos esses dias surge em minha frente.

Acho que morri e fui para o céu ou para o inferno, não sei, a mulher parece uma diaba...

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