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Balada de Uma Saudade

Balada de Uma Saudade

Mirah Flor

4.8
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Capítulo

Certa vez, ouvi falarem sobre uma linda história de amor vivida em uma cidadezinha chamada Bocardi, fiquei tão apaixonada que decidi contá-la à vocês. A história era sobre a Família Cooperlock, antiga na cidade em todo o Porto, e extremamente respeitada em Bocardi. Nessa família existiam duas belas jovens, com temperamento e caráter distintos, uma chamava -se Megan e a outra Suzzie, as duas eram unidas por um grande laço, até aí parecia tudo bem, a não ser que o laço que as unia, também ameaçasse separá-las. Juntas elas passaram por diversas situações, encontraram o amor, perderam o amor, e depois reencontram. Juntas elas descobrem que Amores verdadeiros jamais morrem, jamais acabam, duram infinitamente...

Capítulo 1 Sem motivos para comemorar.

Quem não adora uma festa de aniversário? Eu particularmente detesto! Digamos que tenho meus motivos... E a nossa mocinha também.

Agosto foi um mês congelante em Boccardi, quando o inverno era devastador e também era o mês do aniversário de Megan Cooperlok, a filha mais velha de Stuart e Samantha Cooperlock.

Megan é uma linda menina de 17 anos, de cabelos castanhos e cacheados até os ombros, de olhos pretos como uma pantera. É uma menina com uma beleza selvagem e um jeito inocente, uma combinação apaixonante... tão apaixonante que conquistou o amor de seu melhor amigo, Romero Britto Júnior.

Romero, é um jovem de 18 anos, romântico e tímido, porém muito bonito e com lindos olhos azuis, um cabelo preto e sedoso. Ele sempre foi apaixonado por Megan, mas nunca pode negar a atração que sentia por Suzzie que era a prima de sua amada, ele era um dos filhos do poderoso César Brito e da socialite Magali Peçanha Brito, César Brito Donos da construtora Brito e filho.

Juntos, Magali e César tinham mais dois filhos. Laura Peçanha Brito a filha caçula que é uma linda jovem ruiva, com uma personalidade forte e olhos misteriosos. Laura era a melhor amiga de Suzzie Cooperlok, mas os últimos acontecimentos poderiam mudar isso.

César também tinha um filho mais velho, Wesley Peçanha Brito é um homem muito sedutor, que costumava sempre conseguir o que queria e em todos os momentos o que ele sempre quis, foi conquistar o coração de Suzzie. Eles haviam tido um breve caso, Suzzie era a única mulher que não cedia aos encantos de Wesley, ela seria capaz de qualquer coisa para se aproximar de Romero, até fingir uma paixão por seu irmão.

Bom, mas vamos voltar a falar sobre a família de Megan.

Stuart, pai de Megan, era um homem muito bonito, de uns quarenta anos, aparentemente. Ele é apaixonado pela sua mulher Samantha, pela filha Megan e o bebê que Samantha estava esperando. Samantha e Stuart haviam lutado muito para ficarem juntos, suas famílias sempre mantiveram uma rixa por poder na cidade e talvez por isso, o amor dos dois tenha se fortalecido.

Samantha sempre foi de uma boa família, era filha dos donos da maior fábrica de tecidos da cidade. Enquanto a família de Stuart, era dona de uma rede de lojas que vivia competindo com a fábrica da família de Samantha.

Samantha era uma mulher linda com uma pele dourada e macia e com um olhar alegre, um sorriso encantador. Megan sempre foi considerada uma versão morena e mais jovem da mãe. Todos se reuniram na casa da família Cooperlock para comemorar os 17 anos de Megan, inclusive os parentes de longe e em especial a prima de Megan, que morava em Porto com a avó. Suzzie perdeu os pais quando tinha apenas 11 anos, mas isso não impediu que ela se tornasse uma pessoa de sentimentos e atitudes duvidosas, o que seria impossível reparar sem se surpreender com a imensa beleza da jovem, Suzzie era uma mulher estonteante com lindos cabelos loiros e lisos, pequenos olhos verdes e vibrantes que causariam emoções diversas em qualquer um, porém mesmo que tivesse uma aparência maravilhosa, ela ainda invejava a beleza selvagem de Megan.

Toda a família estava reunida até que Samantha começou a sentir contrações, o que levou todos ao desespero, já que a gravidez de Samantha era de alto risco e poderia tirar-lhe a vida e a de seu bebê. Dizem que a dor pode unir as pessoas, Stuart Cooperlok não tinha dúvidas disso.

- Por favor os familiares de Samantha Cooperlok. - Disse o médico. - Stuart se levantou esperando receber notícias melhores e sentiu o sangue congelar nas veias.

O ar gélido do hospital não estava ajudando em nada o seu autocontrole, graças ao inverno dolorido de Boccardi, ele mal disfarçava o tremor nas mãos. Ele não esperava menos do mês de agosto, sempre teve muitos motivos para odiar este mês.

Seus pais haviam se divorciado naquele em um dia de agosto a anos atrás e sua mãe, fazia questão de fingir que o mês já não existia mais. A fábrica de tecidos da família havia falido exatamente no inverno desesperador deste mês. E agora, ele sentia que aquele dia não poderia ser diferente e ele tinha razão.

- Eu sou o marido, como ela está? - Disse Stuart preocupado.

- E o meu irmão? Já nasceu? - Perguntou Megan

O doutor fez uma pequena pausa e Megan sentiu-se como se o ar lhe faltasse, sentiu uma angústia enorme, parecia que a menina já havia previsto o que o médico diria e previu certo.

- Eu lamento, mas a paciente faleceu durante o parto e o bebê também não conseguiu resistir, o cordão umbilical se enrolou no pescoço. Eu sinto muito! - Disse o médico, com olhar desconsolado. - Fizemos todo o possível, mas, não conseguimos salvá-los.

Stuart se deixou cair no chão frio do hospital, com certeza ele não seria o primeiro a se contorcer de dor ali... e também não seria o último. Ele poderia morrer de tristeza ali mesmo, seria capaz de entregar- se de vez a morte. Sim, era o que ele faria.

- Papai. - Disse Megan.

Sua menininha agarrando-se ao pai, ali no chão. Ela o abraçou com tanta força, que ele jurou que ela lhe quebraria alguns ossos se não fosse tão pequena. A filha chorava desesperadamente, dizendo que a dor paralisava você.

Stuart conhecia bem esse sentimento havia acabado de perder o amor de sua vida e também perdera seu filho. Ele precisava buscar forças sobrenaturais para confortar sua filha Megan, que chorava descontroladamente.

Pobrezinha! Tão jovem e tendo o coração destroçado pela perda da mãe.

- Eu não consigo suportar essa dor meu Deus, como vou terminar de criar minha filha? - Pensou Stuart.

Megan sentia seu mundo desmoronar e saber que sua mãe, a sua melhor amiga estava morta, fez o chão se abrir sob os seus pés. Como ela viveria? Para quem ela contaria seus segredos? Quem lhe daria os melhores conselhos? Quem a abraçaria quando tivesse pesadelos? Ou até mesmo quando seu coração se partisse?

Ela não podia esmorecer, lembrou-se de seu pai. Ele precisava de conforto também, ele também estava sofrendo. Ela era testemunha do amor que seus pais viveram, mesmo após dezessete anos, se amavam como adolescentes.

Ela ainda se lembrava de como fazia caretas quando seu pai chegava em casa com um urso gigante, ou um buquê de rosas. Ainda se lembrava das serenatas que ele fazia para a esposa todas as sextas-feiras, que eram os dias prediletos de Samantha. Todas as sextas os dois sentavam para ver o pôr do sol juntos e Stuart levava o violão, cantava uma música para sua amada e Megan, é claro adorava. Aquilo sim, era amor de verdade. Não era como essas bobagens que as pessoas costumam inventar no dia a dia, ela temia nunca sentir por ninguém o que seus pais sentiam.

Nem por Romero, que era seu melhor amigo e seu admirador nada secreto. Apesar de achá-lo muito bonito, não sentia nada além de carinho e ela temia por talvez nos momentos de carência ter dado algum tipo de esperança.

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