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— Helena, você não acha loucura da sua parte viajar para escrever um novo livro? — Mariane, minha melhor amiga, anda de um lado para o outro pelo meu quarto enquanto eu me preocupo unicamente em guardar poucas peças de roupas dentro da única mala que levarei para minha viagem.
— Loucura é eu ficar sem fazer nada diante desse bloqueio criativo. Nanny, esse é o pior bloqueio que eu já tive! Nunca fiquei mais de três meses sem escrever nada... — Mordo meus lábios nervosa e me sento sobre a mala já cheia. — Eu preciso respirar novos ares e buscar por alguma inspiração, algo que me destrave, entende?
— Geralmente, dar um tempo é o suficiente. — Minha amiga caminha até mim e senta do meu lado me abraçando.
Sei que ela está preocupada assim como todos da minha família. Não disse nada sobre meu destino para ninguém, sinto que essa viagem precisa ser algo só meu, sinto que ela pode ser a chave para o melhor livro de romance que já escrevi. Portanto, prefiro que cada detalhe dessa viagem seja inédito.
—Não vai mesmo me dizer para onde vai? — Com sua cabeça deitada no meu ombro, Mariane tenta mais uma vez arrancar de mim a informação que todos querem.
— Não vou contar para ninguém. — Digo pela... Milésima vez? — É uma coisa que eu preciso viver comigo mesma antes de mostrar para todos através da minha escrita. — Me ajuda a fechar, vai! — Me ajoelho sobre a mala e aguardo Mariane fechar o zíper da mesma.
— Vai levar só uma mala mesmo? — Pergunta ao estranhar minha única mala de tamanho médio.
— E minha mala de mão. — Estendo a mala de mão com meu computador para que ela veja. — É mais que o necessário. — Dou de ombros sobre seu olhar julgador.
— Helena, seja verdadeira e me responde uma coisa... — Mariane me olha maliciosamente e sorri — Você não arranjou um namoro virtual e está indo conhecer o cara não, né?!
É impossível não rir diante da desconfiança absurda da minha melhor amiga. Mariane sabe, melhor do que ninguém, o como tenho dificuldade de me relacionar com pessoas, quem dirá namorar.
— Somos amigas tempo o suficiente para você saber que eu sou ótima ao escrever romances e terrível vivendo-os.
— Isso me preocupa. — Diz ao colocar minha mala no chão. — Depois do...
— Não fala o nome dele. — Um arrepio toma minha espinha quando percebo de quem Mariane quer falar.
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