O Caminho do Coração - Sob as Correntes do Amor
parecia respirar junto com ela, o leve som do mar batendo contra as pedras ao lo
garganta que parecia apertar cada vez mais forte. O amuleto de prata repousava sobre a escri
raia antes que o dia começasse de verdade. Precisava enfre
iros familiares das algas e da maresia. Clara olhou para o horizonte e viu a linha onde o
m instante, deixou que a
mar com olhos de quem conhecia cada segredo daquela imensidão. A mãe sorria, o vento brincava com seus cabelo
a sua, tentando protegê-la. O grito que nunca saiu, a á
seco. O cheiro do mar parecia se mi
lha que levava ao vilarejo, a postura firm
guntou ele, aproximand
me pegar assim - confessou Cla
entendesse o que estava p
sas no mar que a gente não esquec
mida, sem pressa, deixando o som das ond
rece guardar segredos? - continuou Miguel.
nto - respondeu Clara. - Porque no f
u, olhando-
vez o seu acidente não t
ou, o coraçã
você está
, olhando p
miram sem explicação. E a polícia não tem respostas. Estou c
, quase um sussurro
m misto de med
você sa
óximo das investigações. E, honestam
lavras. O mar, mais uma vez, parecia carregar u
na apareceu na entrada da pra
hamou a mulhe
rou, reco
- disse,
cabelos castanhos presos em um coque desarru
explicou Miguel, apresentando-a. - Ela conhe
tarei sozinha - murmurou
riu, oferec
igo. Estou aqui p
sentiu, pela primeira vez em se
nda a assombravam, mas talvez, ali, naquele vilarej
finalmente,
gora acompanhada de Natália. A jovem tinha uma energia que parecia contagiar o ar ao red
parecimentos? - perguntou Cla
u para o mar
não é só isso. Tem algo que o vento e as ondas querem esconder. E Miguel não é de falar por fala
ntiu a b
u, como se a expressão fosse uma cha
mória, que ele carrega o que não queremos lembrar. E que, às
o. O amuleto pendia em seu pescoço, um peso q
acredit
sorriu c
o escutar o mar do que fechar os
omo guardiãs silenciosas do oceano. A areia ali era m
gres - disse Natália. - Que muitos vieram atrás do mar buscando um novo começ
imaginar como seria nascer em um lugar
oz de Miguel ec
ram algo n
r, segurando um pequeno envelope
perguntou C
história que procuramos - respondeu Mi
amente o envelope. Dentro, havia uma folha amassada, e
eu em v
foram são como correntes subterrâneas, invisíveis, que mantêm viva a esperança dos que ficam
profundo cai
e Natália, com um tom mist
so - acresc
oite anterior, teve sua primeira conversa verdadeira com Mi
z o que esse lugar tem para me most
lhou com i
tarei ao
-
va a se encobrir, e o vento que antes era brando tornou-s
s no corpo, mas na alma. Cada passo parecia revirar o passado, puxar
calma, às vezes agitada, parecia pulsar diante dela. O farol, velho e fir
logo atrás, es
entrar -
paredes de pedra fria e escadas em
circular mostrava
a vertigem daquele espaço que p
os que não voltaram - explicou Miguel, apontando para ume retirou um diário antigo,
Antônio. Ele escreveu sobre os desaparecimen
tavam histórias de noites de tempestade, de barcos que sumi
chamou s
tar. As correntes não são apenas de água, mas de memórias e dores
s para Miguel, que
únicos tentando entender e
io, sentindo o peso
o saber a verdade sobre meus pais,
u sua mão, fi
ajudar, Clar
-
começou a cair, fina e constante, molhando a pele
sperava com chá quente
gentilmente. - Essa vila tem histórias que poucos têm
envolvida por aquela pequena comuni
o caderno aberto à sua frente pa
m a mão firme e
ssurra segredos que eu não posso mais ignorar. Talvez seja
frestas da janela, Clara adormeceu, pela primeira vez