Entre sombras e lembranças
preendido por uma mesa elaboradamente posta. Havia várias iguarias que eu só podia imaginar o sabor. A ponta da mesa estava ocupada por
de uma fúria que eu conhecia bem. Baixei a cabeça e a reverenciei, um gesto automático de submissão que fazi
ncio do momento. Antes que eu pudesse reagir, outro tapa me atingiu, seguido de um chute. A dor era intensa, mas a impotência de não poder
maneceu em silêncio, e esse silêncio era, de fato, mais angustiante do que qualquer ca
silêncio com uma voz carr
rtante como uma lâmina. - Ela é uma Harper, uma das famílias que mantém
física que parecia se fundir com a dor emocional. Amy, que antes havia representado uma promessa de algo melhor, agora estava associada ao m
um reflexo da dor que eu sentia. Em meio ao caos, o calor daquele sorriso agora parecia uma memória distante, quase um
minha insubordinação dobrou a carga de meu trabalho, e como punição, só me é permitido adentrar a casa após as 22 horas. D
adultos cansados retornando de seus labores diários, e até mesmo trombadinhas esgueiran
m breve e doloroso instante, lembrei-me de minha mãe na cozinha, preparando aquela iguaria que aquecia tanto o corpo quanto a alma. Minha barriga roncou alto, um protesto de fome que
Lamentei ter me permitido abrir meu coração àquela garota. Agora, o preço de minha imprudência pesa sobre
ava meu tormento, lançando sua luz p
coa na noite, lembrando-me do tempo que inexoravelmente avança. Viro-me, os passos pesados e arrastados traçam um cam
á ela agora? Será que também enfrentou algum castigo? A ideia de sua gentileza sendo esmagada por reprimendas por minha causa aperta meu c
do o momento em que serei libertado deste mundo. A perspectiva de minha partida não me entristece; ao contrário, há uma estranha paz em saber que não deixarei ninguém para
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ouça na pia e a casa prontamente organizada me surpreenderam. Estranhei as luzes ainda acesas, um sinal de que algo estava for
prontas para partir. O medo se solidificou em meu peito. Será que Dona Izui estava planejando viajar? O som dos meus passos parecia ecoar em um silêncio o
a tempestade que se aproxima. Com um gesto automático,
enou com uma frieza cortante.
entando encontrar alguma mentira, algum sinal de que aquilo não era verdade. Mas seus olhos, frios e implacáveis, não of
ei, desesperado, caindo aos seus pés. - Não direi mais
m chute me fez cair ao chão, a do
a disse com desdém. - Alguns anos n
eza de suas palavras pair
quando sair de lá, será
e eu sabia ser um verdadeiro inferno, era insuportável. A imagem das ruas frias em pleno i
tudo, um dia considerei meu lar, me virei para dar uma última olhada. Na janela, com um olhar vago, estava Amy. Ela
vir, mesmo que estivesse em outro universo: "Talvez um dia nos
que estava deixando para trás não ape
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e imponente, ergue-se diante de mim como um muro intransponível de incertezas e temores. Meus olhos percorrem as
vi ao longo dos anos. Ninguém que tenha saído de lá voltou para contar o que realmente se passa dentro daqueles muros. As palavras de
que a mudança é inevitável paira sobre mim, uma sombra ameaçadora que promete transformar a pessoa que eu sou. Mesmo sem ter encontrado a cora
ecidas e o futuro é um mistério obscuro. O ar ao meu redor parece mais denso, carregado de uma expec
ndo que deixo para trás, com suas dores e esperanças, parece estar se fechando como um livro, e o que está por vi
e já se foi, avanço para o interior do internato. O que quer que me aguarde além desses por
ua....