SILÊNCIO COMPRADO
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O SIL
m barulho que nunca ma
e metal se retorcendo, de vidro estilhaçando em câmera lenta dentro da minha própria mente. Um rangido longo, agonizante, que se fundiu
ros teimosos que não fechavam, naquela pressão silenciosa e constante que o Viktor exercia sobre o conselho.
soou cansada, irritada. - Não posso simp
al? Mais crucial do que a sua filha chorando porque o pai esqueceu de novo da peça da escol
hê desgastado que eu mesmo não acreditava. - Manda uma mensagem
ina, a raiva de anos de ausência. - O imprevisto é a sua falta constante. A Melissa pre
latejar, uma pressão familiar atrás dos olhos. - Não comece com isso, Beatriz. Por favor, n
orosamente claro: Viktor e o séquito de puxa-sacos dele. - Você está diferente, Dante. Algo está muito e
espinha inteira. - Você leu o quê? Beatriz, isso...
de medicamentos de alto custo dos registros? Não deveria desconfiar que o novo 'pr
pretendia. - Pare com isso agora. Você não entende. É co
o, carregado de algo terrível que ela havia descoberto. Quando ela
No seu laptop antigo, aquele que você deixou no escritório em casa. O Viktor.
escritório ao meu redor, o sofá de couro frio, a vista panorâmica de Nova York, tudo sumiu. Desapareceu. Só existia aquele fio de voz, c
- Estou indo aí. Agora mesmo. Precisamos conversar. Precisamos decidi
u não era só por ela. Era por mim, pelo escândalo monumental, pela empres
ou pelo viva-voz, um ruído comum que soou como uma s
minha voz
er a mulher que eu amara, a voz que cantarolava na cozin
ação
desaparecimentos. As suspeitas que eu sempre abafei, em nome de uma lealdade doente, de um legado envenenado. A
lmá-la, explicar... explicar o quê? Mas meus pés pareciam pregados no carpete caro. O peso de uma decisão colossal – prote
foi uma pequena eternidade de culpa e
Um número desconhecido. Meu estô
a, profissional, mas com um tremo
m? S
Na avenida Marginal. Um Chevrolet Prata, placa... o veículo per
ensurdecedor, alto, estridente, que explodiu dentro dos meus ouvidos. Não ouvi os detalhes que vieram depois.
ca, rasgada, que parecia vir das profundezas da
dicos relataram que a senhora estava consciente por bre
pergunta saiu um sop
men'. Não fez sentido para a equip
arável, do último suspiro da minha esposa. Eu não a tinha ouvido em vida. Só tinha ouvido o eco da raiva dela, o ruído vazio da discussão. E agora, o silêncio que veio depois er
egredo que eu sabia, que ela descobr
sespero, era a única coisa que eu ouviria com clareza ab
o como uma cova. E no centro absoluto daquele silêncio, plantada como uma semente venenosa que nunca mais