Transdiferenciação
l era extremame
aúde barato deles cobria, para depois cuidar das complexidades que cercavam o cuidado e transporte do corpo, para então lidar com o administrativo do cemitério. Ela nunca esquecera a ocasião em que sua mãe tentava, em vão, parcelar os custos do caixão, só para não ter limite em seu cartão de crédito. Sob o olhar
u próprio marido, Natá
vam ali. Ambas a olhavam agora com os cantos dos olhos, cochichando entre si, encostadas na parede perto de onde sua mãe a olhava preocupada desde o início do funeral. Natália sabia do que as primas falavam, não porque as conhecesse especialmente, mas sim porque ela mes
nte, anos antes, quando decidiram se casar. E era o suficiente. Ele, então, a amara o suficiente pelos dois, mesmo que Natália só conseguisse ter por ele aquele sentimento prático e direto, quase como se o relacionamento todo fosse
te do olho esquerdo. Queria ir para casa, ficar sozinha, e beber vinho. Eis o verdadeiro remédio par
ília dele era originária, ainda antes que Natália o conhecesse. Era apenas essa irmã que rodeava o caixão do irmão que pouco via, chorando silenciosamente enq
es, Natália.
os a qualquer um que não fosse seus gatos. Nunca tinha sido muito próxima de Natália, o que lhe fora ótim
do-se ausente, olhando para Gabriela perto do caixão antes de encarar Amé
mais redondo do que já era, refletiu Natália. A luz artificial do pequen
parec
u e inclinou a
e fazer – diss
o do que ela inicialmente, mas já com 33 anos achou melhor tentar. Nos m
de pouco característica, pondo a mão desajeitadame
se afastou, pegou a aliança de Breno de dentro
be no pole
icada que costuma anteceder os enterros, Natália só conseguia pensar em como tinha esquecido o bebê. Tinha sido uma parte importante de sua vida nos últimos meses. O céu, notou enquanto já caminhava atr
tudo acabasse, decidiu ela assim qu
tólico. Eles poderiam ter rido disso. E foi então, em meio a todas aquelas pessoas, enquanto Davi, o padre, falava sobre amor e tragédia e paraíso e bem-aventurança que ela finalmente chorou. Não era
or Amélia, que Natália notou. Não teria 33 anos por muito mais tempo. No dia seguinte, 30 de junho, era seu
, de forma que Natália só ouvira a voz grave de Amélia sibilando, mas Gabriela não precisara de muito mais para ir embora enquanto Natália entrava no carro com Amélia. Nenhuma das duas falava muito desde que começaram a seguir o caixão, horas antes, e não falaram mais nada então
ixá-la perto da farmácia da esquina, agradecendo também pelo apoio. A cunhada mal olhara para ela, mas entender
raus enquanto subia, tentando não pensar muito enquanto se arrastava. Quando chegou finalmente em frent
longe. Seria uma longa noite c
. Ainda assim, não se sentia melhor. Não sentia nada. Depois do choro no enterro, lhe parecera que a fonte da dor poderia se abrir e expor todos aqueles sentimentos que Natália não quisera lidar antes, desde que
rás de si quando ouviu outro t
nziu os olhos até encontrar a poltrona do marido, a garrafa firme na mão direita. Ficava no canto da sala, perto da janela, feita de um tom de amarelo claro que ela nunca gosta
meaçava arrebentar como um todo a camada de autoproteção que carregava há tanto tempo. Breno precisara ter morrido para ela notar o quanto realmente fora injusta, em relação à acomodação e muitas outras coisas. Fora ela quem se acomoda
empo em que f
rafa no canto da parede. Abraçou-se então, encolhendo-se na poltrona, ouvindo a chuva e tocando a aliança no polegar direito. Fechou os olhos,
a cabeç
empo em que f
io da poltrona e se encolheu mais. Com o rosto
sistente, enquanto ela escorregava devagar par
caiu, devastando o espaç