Enrico Ferrari é o subchefe da Cosa Nostra. Um homem que traçou o seu destino optando pela vida solitária com mulheres em sua cama sem precisar assumir um compromisso. Pietra Vacchiano, a princesinha da máfia, filha do chefe da Cosa Nostra, sempre nutriu um amor platônico, que ela escondia de todos, pelo subchefe. Enrico viu Pietra crescer e a tem como uma sobrinha, mas ela o ama, ama de todas as formas. O destino acaba fazendo os dois precisarem dividir a mesma casa. A garota, que sempre escondeu os seus desejos pelo subchefe, acaba fazendo eles aflorarem ao provocá-lo. Um romance proibido: ele não pode desejá-la por ser filha do seu chefe e melhor amigo. Ela quer que ele a deseje. Enrico fará de tudo para a garota não o ver como um príncipe, mas parece que a garota ama o errado, o anti-herói. Pietra se tornará a perdição do subchefe da máfia, e, quando ele menos esperar, não conseguirá escapar das teias de sedução em que a garota o colocou. Um dark romance em que o príncipe não existe, e o anti-herói é quem conquista a cena.
Enrico Ferrari
- Isso é loucura, ele tem apenas onze anos - ouço
mamãe falando na porta ao lado de onde estou.
O sussurro dela é tão alto que sou capaz de ouvir tudo
pelo outro lado da parede.
Aperto minhas mãos em punhos cerrados ao lado do
corpo.
- Delfina - posso ouvir titio puxar o ar com força - é o
que o garoto quer, pode tirar isso dele agora, o que, na pior das
hipóteses, é a escolha mais errada a se fazer. Com onze anos ele
pode entrar para os treinamentos e conhecer tudo sobre a Cosa
Nostra. Prefere que ele vá sozinho fazer isso, quando for mais
velho?
Um momento de silêncio se instala na casa.
- Del, sabíamos que isso poderia acontecer... - meu pai
tenta falar algo.
- Frank, ele é nosso único filho, como posso entregá-lo a
esse mundo obscuro? Tanto tentei fugir, e agora o meu garotinho
segue o caminho da minha família.
Não sei muito sobre como mamãe veio parar aqui, em uma
área mais afastada da Sicília e casada com um homem comum,
mas a verdade é que eu quero estar no centro, no meio da máfia,
sinto que lá é o meu lugar. Titio Filippo Vacchiano, irmão da minha
mãe, sempre fez questão de falar sobre a Cosa Nostra e me fez ter
ainda mais vontade de estar presente nessa loucura.
- Irmã, o garoto nasceu para fazer parte da Cosa Nostra!
Você sabe que ainda é leal à Cosa Nostra, certo? E entende que o
seu relacionamento foi aprovado com alguém fora da máfia, mas
que sempre seria leal aos nossos? Agora chegou a hora de provar a
sua lealdade.
- Entregar meu menino para a morte? - Posso perceber
que o timbre da voz da minha mãe muda.
Se a intenção deles era me fazer ficar por fora dessa
conversa, estavam redondamente enganados, posso ouvir
tudo. Nem preciso fazer esforço, sentei-me no chão com minhas
costas na parede da casa.
- Não sejamos dramáticos, estou com 38 anos e continuo
vivo... - mamãe corta a frase do meu tio.
- Até quando? Perdemos papai, mamãe definhou,
morrendo aos poucos, e seus dias são uma incógnita. Quando me
apaixonei por Frank, pensei que meus dias nessa maldita máfia
estavam acabados, agora mais essa? Meu filho?
Apenas queria ter controle das minhas próprias ações, mas
como fazer isso com onze anos? Droga!
- Tudo bem, tem razão, vamos adiar então, mas saiba
que está apenas adiando o inevitável, ele virá atrás disso ainda, e,
quando vier, talvez possa ser tarde demais...
Nesse momento me levanto, não posso permitir que
mamãe me prive outra vez de ir junto com meu tio Filippo e, sem
pensar, com passos decididos, empurro a porta que me separa
deles. Dessa forma, minha presença é notada.
- Não, vocês não podem me negar isso, é o que eu quero
- falei sem pestanejar.
- Filho - os olhos vermelhos das lágrimas da minha mãe
se encontram com os meus.
- Eu quero, mãe.
- Como pode saber o que quer? Tem só onze anos - ela
volta a falar.
- Eu sei, quero isso, me deixa ir junto com o titio.
Olho de um para o outro, os três me olham, o silêncio se
faz presente.
Meu tio Filippo é Capo da Cosa Nostra, uma posição
mediana, porém não inferior.
Em uma das minhas visitas ao centro do clã, conheci o
garoto Tommaso. Ele é poucos anos mais velho que eu e me
mostrou como é o seu treinamento. Até me deixou presenciar
alguma das suas ações! Ali eu percebi que era aquilo que
queria. Tommaso tem só quinze anos e já faz tudo isso, eu quero
também.
Sei que tenho algum laço familiar distante com o Don da
Cosa Nostra, o que me faz ter vínculo familiar com o futuro Don,
Tommaso Vacchiano. São gerações de Vacchianos, todos
pertencentes à Cosa Nostra. Meu sobrenome Ferrari não interferirá
em nada disso. Quero ter controle de todas as minhas ações, quero
estar ali, podendo ter o poder da máfia.
- Enrico, querido... - mamãe tenta falar em um último fio
de voz.
- Me deixa ir agora, não quero ir mais tarde.
- Sempre tão decidido. Quando você era menor, eu
amava esse seu lado direto, mas agora vejo que se tornou um
grande empecilho. - Delfina solta o ar com força dos seus
pulmões.
- Irmã, lhe dou a minha palavra, vou cuidar do nosso
garoto... - Filippo volta a argumentar.
- Promete?
- Sim, prometo.
Foi aquele o dia em que meu destino com a Cosa Nostra
foi traçado.
Capítulo 1 PRÓLOGO
16/01/2024
Capítulo 2 Pietra Vacchiano
16/01/2024
Capítulo 3 Enrico Ferrari
16/01/2024
Capítulo 4 Enrico, oh, o meu Enrico!
16/01/2024
Capítulo 5 Vou ficar bem, mãe.
16/01/2024
Capítulo 6 Já desisti de você há muito tempo.
16/01/2024
Capítulo 7 Onde você está indo
16/01/2024
Capítulo 8 Porra, Tommaso!
16/01/2024
Capítulo 9 Pequena
20/01/2024
Capítulo 10 10 dias depois...
20/01/2024
Capítulo 11 O que está fazendo
20/01/2024
Capítulo 12 Tem uma mulher na minha cama.
20/01/2024
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