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A perdição do Mafioso

A perdição do Mafioso

Gabriela.B

5.0
Comentário(s)
1.9K
Leituras
12
Capítulo

Enrico Ferrari é o subchefe da Cosa Nostra. Um homem que traçou o seu destino optando pela vida solitária com mulheres em sua cama sem precisar assumir um compromisso. Pietra Vacchiano, a princesinha da máfia, filha do chefe da Cosa Nostra, sempre nutriu um amor platônico, que ela escondia de todos, pelo subchefe. Enrico viu Pietra crescer e a tem como uma sobrinha, mas ela o ama, ama de todas as formas. O destino acaba fazendo os dois precisarem dividir a mesma casa. A garota, que sempre escondeu os seus desejos pelo subchefe, acaba fazendo eles aflorarem ao provocá-lo. Um romance proibido: ele não pode desejá-la por ser filha do seu chefe e melhor amigo. Ela quer que ele a deseje. Enrico fará de tudo para a garota não o ver como um príncipe, mas parece que a garota ama o errado, o anti-herói. Pietra se tornará a perdição do subchefe da máfia, e, quando ele menos esperar, não conseguirá escapar das teias de sedução em que a garota o colocou. Um dark romance em que o príncipe não existe, e o anti-herói é quem conquista a cena.

Capítulo 1 PRÓLOGO

Enrico Ferrari

- Isso é loucura, ele tem apenas onze anos - ouço

mamãe falando na porta ao lado de onde estou.

O sussurro dela é tão alto que sou capaz de ouvir tudo

pelo outro lado da parede.

Aperto minhas mãos em punhos cerrados ao lado do

corpo.

- Delfina - posso ouvir titio puxar o ar com força - é o

que o garoto quer, pode tirar isso dele agora, o que, na pior das

hipóteses, é a escolha mais errada a se fazer. Com onze anos ele

pode entrar para os treinamentos e conhecer tudo sobre a Cosa

Nostra. Prefere que ele vá sozinho fazer isso, quando for mais

velho?

Um momento de silêncio se instala na casa.

- Del, sabíamos que isso poderia acontecer... - meu pai

tenta falar algo.

- Frank, ele é nosso único filho, como posso entregá-lo a

esse mundo obscuro? Tanto tentei fugir, e agora o meu garotinho

segue o caminho da minha família.

Não sei muito sobre como mamãe veio parar aqui, em uma

área mais afastada da Sicília e casada com um homem comum,

mas a verdade é que eu quero estar no centro, no meio da máfia,

sinto que lá é o meu lugar. Titio Filippo Vacchiano, irmão da minha

mãe, sempre fez questão de falar sobre a Cosa Nostra e me fez ter

ainda mais vontade de estar presente nessa loucura.

- Irmã, o garoto nasceu para fazer parte da Cosa Nostra!

Você sabe que ainda é leal à Cosa Nostra, certo? E entende que o

seu relacionamento foi aprovado com alguém fora da máfia, mas

que sempre seria leal aos nossos? Agora chegou a hora de provar a

sua lealdade.

- Entregar meu menino para a morte? - Posso perceber

que o timbre da voz da minha mãe muda.

Se a intenção deles era me fazer ficar por fora dessa

conversa, estavam redondamente enganados, posso ouvir

tudo. Nem preciso fazer esforço, sentei-me no chão com minhas

costas na parede da casa.

- Não sejamos dramáticos, estou com 38 anos e continuo

vivo... - mamãe corta a frase do meu tio.

- Até quando? Perdemos papai, mamãe definhou,

morrendo aos poucos, e seus dias são uma incógnita. Quando me

apaixonei por Frank, pensei que meus dias nessa maldita máfia

estavam acabados, agora mais essa? Meu filho?

Apenas queria ter controle das minhas próprias ações, mas

como fazer isso com onze anos? Droga!

- Tudo bem, tem razão, vamos adiar então, mas saiba

que está apenas adiando o inevitável, ele virá atrás disso ainda, e,

quando vier, talvez possa ser tarde demais...

Nesse momento me levanto, não posso permitir que

mamãe me prive outra vez de ir junto com meu tio Filippo e, sem

pensar, com passos decididos, empurro a porta que me separa

deles. Dessa forma, minha presença é notada.

- Não, vocês não podem me negar isso, é o que eu quero

- falei sem pestanejar.

- Filho - os olhos vermelhos das lágrimas da minha mãe

se encontram com os meus.

- Eu quero, mãe.

- Como pode saber o que quer? Tem só onze anos - ela

volta a falar.

- Eu sei, quero isso, me deixa ir junto com o titio.

Olho de um para o outro, os três me olham, o silêncio se

faz presente.

Meu tio Filippo é Capo da Cosa Nostra, uma posição

mediana, porém não inferior.

Em uma das minhas visitas ao centro do clã, conheci o

garoto Tommaso. Ele é poucos anos mais velho que eu e me

mostrou como é o seu treinamento. Até me deixou presenciar

alguma das suas ações! Ali eu percebi que era aquilo que

queria. Tommaso tem só quinze anos e já faz tudo isso, eu quero

também.

Sei que tenho algum laço familiar distante com o Don da

Cosa Nostra, o que me faz ter vínculo familiar com o futuro Don,

Tommaso Vacchiano. São gerações de Vacchianos, todos

pertencentes à Cosa Nostra. Meu sobrenome Ferrari não interferirá

em nada disso. Quero ter controle de todas as minhas ações, quero

estar ali, podendo ter o poder da máfia.

- Enrico, querido... - mamãe tenta falar em um último fio

de voz.

- Me deixa ir agora, não quero ir mais tarde.

- Sempre tão decidido. Quando você era menor, eu

amava esse seu lado direto, mas agora vejo que se tornou um

grande empecilho. - Delfina solta o ar com força dos seus

pulmões.

- Irmã, lhe dou a minha palavra, vou cuidar do nosso

garoto... - Filippo volta a argumentar.

- Promete?

- Sim, prometo.

Foi aquele o dia em que meu destino com a Cosa Nostra

foi traçado.

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