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Um Herdeiro Para o Chefe

Um Herdeiro Para o Chefe

Lili Marques

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Capítulo

Uma viúva amargurada e que não se dobra facilmente. Um italiano que não tem medo de se apaixonar. Ela não o suporta, mas vai ter que fingir ser uma noiva apaixonada. Depois de um longo período de luto, Isabella Evans, está finalmente se reerguendo. Aos vinte e cinco anos ela já é uma viúva que evita qualquer tipo de dor de cabeça. Mas quando seu amigo lhe pede ajuda, para guiar o filho, Isabella não tem outra saída a não ser aceitar ajudar o novo CEO. Lorenzo Bianchi passou anos trabalhando para as concorrentes do pai, esperando pelo dia que assumiria a cadeira de CEO. Agora com seus trinta e cinco anos finalmente tem a chance, mas circunstâncias não são favoráveis, seu pai está doente e todo o conselho da empresa o odeia, assim como sua secretária sexy. Até que após uma confusão Lorenzo se vê obrigado a mentir, declarando a todos que Isabella é sua noiva. Agora os dois tem um mês para se casar e fingir ser o casal mais apaixonado. O que poderia dar errado?

Capítulo 1 Isabella

Já sentiu como se nada na sua vida fizesse sentido algum, ainda assim você acorda todos os dias, se arruma e vai viver como se não tivesse uma dor te corroendo por dentro? Felicidade é agora uma coisa que só existe em minhas lembranças, lembranças essas que ficam mais distantes a cada dia que passa.

Esse era o resumo de como eu me sentia nos últimos dois anos. Eu me arrastava todos os dias da cama, encarava aquelas paredes cheias de lembranças, tomava um banho lembrando de todas as vezes que estivemos juntos, colocava uma roupa e ia para o trabalho.

Luke tinha sido meu namorado desde a faculdade, nos casamos três anos atrás, esse foi o tempo que eu tive para ser chamada de Senhora Evans, antes que um acidente de moto o tirasse de mim.

— Bom dia, meninas. — Mandei o áudio no grupo “esquadrão”.

Era assim que intitulamos o grupo das mais fofoqueiras da empresa. Eu tinha ido parar ali apenas por pena.

Depois de um longo período afundada em sofrimentos eu tinha conseguido de volta meu primeiro trabalho, como secretária, mas dessa vez veio com um bônus, eu era secretária e assistente pessoal do CEO do grupo Wish Engineering Bianchi a maior companhia de engenharia de Chicago.

Eu poderia me envergonhar e dizer que tinha ganhado esse cargo por pena, mas a verdade é que eu fiz por merecer a chance que o Giovanni Bianchi tinha me dado.

— Bom dia nada, desembucha que você é a única que sabe quem vai ser o novo CEO! — Deb gritou no áudio.

— Quem me dera que eu soubesse. O senhor Bianchi não me deu nem uma pista.

Infelizmente meu salvador estava se aposentando e outro assumiria a cadeira da presidência. Meu medo era que qualquer um dos tubarões conseguissem o lugar.

— Isabella, por favor! — ela gritou novamente. — Eu estou participando do bolão do prédio, quer que sua amiga perca dinheiro?

— Eu aposto que é Travis que vai assumir, ele foi o mais cotado em chupar as bolas do chefe! — Alice exclamou me arrancando uma gargalhada.

Elas eram minha fonte de alegria e sorrisos.

Travis Wayne era um dos grandões que faziam parte do conselho e um dos piores vermes que eu conhecia, tratava todos os funcionários como o chão que pisa, agindo como se todos nós fossemos objetos sem valor.

Esse era o grande problema em corporações como aquela, onde papais podiam colocar os seus filhinhos a frente dos negócios sem precisar que eles provem nada, os riquinhos não tinham conhecimento nenhum sobre o mundo real e acreditavam piamente que a vida das outras pessoas girava em torno de seu umbigo.

Atravessei a cidade com o pouco trânsito que havia naquela hora da manhã. Ainda estava frio quando deixei o apartamento, mas isso não me incomodava tanto nos últimos tempos.

— Não acredito que o senhor Bianchi vai embora e eu não dei pra aquele coroa gostoso. — Quase me engasguei com a água que tomava. — Precisava ao menos engravidar daquele homem, é pedir demais, Deus?

Bati em minha testa e entrei no carro. Deb era a pessoa mais maluca que eu conheci, mas era inofensiva, por mais que dissesse que estava na missão “sugar daddy” não tinha agarrado nenhum milionário.

Cheguei antes que todos na empresa, como sempre, eu gostava de tirar um tempo e organizar toda a papelada, rever a agenda de Giovanni, antes que ele chegasse.

— Bom dia, Jones — cumprimentei o segurança habitual na portaria e usei meu crachá para liberar o acesso.

— Bom dia, Evans, sempre adiantada.

Acenei com a cabeça e dei um sorriso pequeno para o homem já indo em direção aos elevadores.

Eu adorava trabalhar ali, mesmo que a maioria das pessoas na diretoria fossem mesquinhas e soberbas de uma forma que me deixava enjoada. Mas ter minhas amigas por perto era o ponto alto do meu dia, assim como manter a cabeça ocupada o suficiente para pensar menos em Luke.

Tinha feito todo meu ritual quando o elevador parou no nosso andar e o senhor Bianchi desceu. Os passos do sapato lustroso e italiano ecoaram até que ele estivesse à minha frente.

Deb falava a verdade quando dizia que ele era lindo, o italiano de cinquenta e nove anos tinha o cabelo grisalho, uma barba rala no mesmo tom, os olhos castanhos estavam sempre com um brilho iluminando-os. Giovanni era forte e alto, eu sabia bem que ele gastava um tempinho malhando para manter a boa forma.

Sofia Bianchi, sua esposa, era uma mulher de sorte, pois nesses dois anos eu tinha presenciado os gestos românticos dele.

Ele me lembrava Luke nesse quesito, sempre atencioso e amoroso, mostrando todos os dias o quanto me amava de inúmeras formas.

— Bom dia, Senhor.

— Bom dia, Evans, pode vir à minha sala por um momento? — Sua voz me fez apagar imediatamente as imagens de Luke.

— Claro! — respondi já o seguindo.

Bianchi se sentou atrás da mesa imponente de mogno. Tudo ali tinha sido desenhado e programado por ele mesmo, era o jeito dele de colocar sua marca, o cuidado em manter a classe sem ser extravagante.

As prateleiras repletas de livros e pequenas esculturas, combinavam com todo o resto da mobília, a mesa de centro da mesma madeira que a principal e o sofá assim como a poltrona feitas do mesmo couro da cadeira da presidência.

O escritório tinha uma vista panorâmica da cidade, atrás dele em especial podia se ver o Navy Pier e o lago Michigan, eu não me cansava daquela vista nunca.

Quando meus olhos pousaram novamente no homem à minha frente eu finalmente reparei em seu semblante, por um minuto ele estava mais sério do que eu jamais o tinha visto.

— Querida, tenho uma coisa muito importante para te pedir. — A voz estava definitivamente mais séria, quando ele me apontou a cadeira à sua frente. Não havia mais o resquício do sorriso de minutos atrás.

— O que o senhor precisar!

Se ele queria que eu me sentasse era porque seria um assunto difícil e não costumávamos ter assuntos tão sérios que exigisse uma cara tão fechada da parte dele.

Eu já vinha imaginando há alguns dias que provavelmente seria mandada embora, não seria de estranhar que o novo presidente da empresa não me quisesse como secretária, já estava tentando me preparar para isso.

— Você foi a melhor secretária que tive aqui dentro. Sabe o apreço que tenho por você e todo o orgulho que sinto por todo o seu esforço e evolução nesses anos. Você se tornou mais que uma boa secretária e amiga, é como uma filha para nós — Ok, esse era o momento que ele dizia “mas infelizmente” e emendava na minha demissão. — E por isso eu vou te fazer esse pedido, porque preciso de alguém da minha confiança e com sua competência e dedicação para fazer o que é necessário.

— Pode pedir qualquer coisa que vou dar meu melhor, Giovanni! — afirmei aliviada que não estivesse sendo demitida da empresa ainda, não sei se aguentaria o baque de ficar longe daqui.

Tinha sido leal a Bianchi desde que ele e a esposa me ajudaram alguns anos atrás, me acolhendo e me deu esse trabalho, quando eu era apenas a jovem viúva do seu advogado, que não tinha experiência em ser secretária de um CEO.

Eu tinha escutado muitas besteiras pelos corredores por conta disso, as pessoas gostavam de insinuar que eu tinha conseguido o cargo abrindo as pernas. Mas eu estava vacinada contra esse tipo de maldade e ele me garantiu que enquanto eu estivesse fazendo um bom trabalho sempre haveria pessoas querendo me diminuir e que eu não precisava me preocupar, pois não tinha nada a provar a ninguém.

E esse foi um dos motivos que me incentivou ainda mais a me esforçar no trabalho. Bianchi era um homem excepcional como meu Luke tinha dito.

— Fico feliz que pense assim porque preciso que você supervisione o Lorenzo! — Suas palavras fizeram minha confiança murchar um pouquinho. — Meu filho vai assumir o lugar de direito nessa empresa hoje e vai ter grandes dificuldades pela frente como você bem deve saber.

— E o Senhor quer que eu vigie o seu filho por quê? — Tentei ser o mais amável possível, mas tinha certeza que minha careta inconformada me entregou. — Não confia que ele vá se sair bem?

Não queria ser grosseira, mas o filho dele devia ter uns bons trinta e quatro anos, não tinha porque precisar de vigilância. Eu sabia que Lorenzo não tinha uma boa fama, muitas vezes ouvi Luke reclamando sobre como ele era um irresponsável, que gostava de viajar e costumava sair em tabloides por escândalos sempre ligados a mulheres.

A última coisa que eu esperava era que Giovanni Bianchi fosse colocar um filho mimado no poder, mesmo que eu nunca tivesse o conhecido, saber de sua má reputação era o bastante para não gostar daquela mudança.

— Não, não — ele se apressou em dizer. — Me entenda, Lorenzo passou anos fora do país e muitos dos outros acionistas não concordam com minha decisão de colocá-lo na presidência, mas eu sei que estou fazendo o melhor para a empresa. — Já eu, tinha minhas dúvidas. — Eu temo é que tentem usar as dificuldades que ele vai encontrar aqui dentro para tirá-lo dessa cadeira.

— O Senhor tem certeza de que ele é uma pessoa qualificada? — Talvez eu estivesse ultrapassando alguns limites da nossa amizade, mas ainda sim precisava perguntar.

— Não o colocaria aqui se soubesse que ele não é capaz! É justamente por saber que nenhum dos outros é qualificado que estou nomeando meu filho. — Suspirei e forcei um sorriso. — Sei que é muito para se pedir, especialmente com tudo o que você vem enfrentando nos últimos tempos, mas se puder ajudá-lo nessa adaptação eu ficaria muito grato.

A fisionomia dele estava terrível, os ombros caíram, as rugas em volta de seus olhos se acentuaram e ele realmente pareceu cansado.

Como eu poderia negar um pedido daqueles para alguém que tinha feito tanto por mim? Não tinha como dizer não quando eu sabia que devia muito a ele. Sem falar que manter qualquer um dos outros riquinhos fora daquela cadeira, era a melhor coisa que eu podia fazer por toda a empresa.

— Vai ser um prazer trabalhar com o seu filho, e pode deixar que eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para ele se sair muito bem aqui!

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