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Trono de vidro
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Capítulo

Dezembro, o mês mais frio em Luxemburgo, o mês no qual o chão está coberto pela neve, branquinho, sereno, imaculado, pelo menos até o sol nascer e os carros e carroças marcarem a neve com suas rodas imundas. Se fosse em outros tempos, esse clima estaria sendo recebido com pulos de alegria, mas não quando um casamento está sendo planejado, sem os noivos se conhecerem em pleno século XXI, fala sério? Nós tempos de hoje ainda existe casamento arranjado? Parece que sim, principalmente sendo entre as famílias reais Bustamante e Riviera, os Reis de Lunxeburgo precisam de uma princesa para o príncipe Carlos, nada mais justo que escolherem a mais linda dentre as irmãs Riviera. Não existia amor entre eles e nunca existiu, pelo menos da parte dela, Carlos não era quem Dafne amava, e Carlos odiava isso, então ele jurou que Dafne iria sofrer até o dia de sua morte, juramento que nao se cumpriu. É uma pena inestimável que toda essa frustração acabe atingindo os filhos e até mesmo os filhos dos que estão a volta. Entre a fúria de um pai, e o desejo do primogênito ser feliz, há a coroa, pronta para tirar cargos e deixar famílias a minguar.

Capítulo 1 Prólogo!

Dafne Riviera

Estava correndo floresta adentro, sabia que era extremamente perigoso, mas eu não podia casar com aquele homem, ele tem fama de ser cruel e meu coração já pertencia a outro. Como eu poderia deixar o meu grande amor, para me casar com o futuro Rei de Luxemburgo e me tornar Rainha dos suditos dele?

Eu sou a sexta das minhas irmãs, então não sou a próxima na linha de sucessão real da minha família, mas os pais de Carlos viram algo em mim, algo que disse que eu poderia ser a rainha deles, mas eu não posso, eu não posso. Eu fui criada nas melhores escolas, sei tocar seis instrumentos diferentes, sou boa em redação, cálculos e astronomia, posso dizer que dentre as minhas irmãs sou a mais inteligente, eu fui criada por meus pais, para o mundo de hoje, no qual as mulheres podem estudar e ter um futuro, caso a coroa acabasse algum dia, eu estaria salva.

Sub: Então aí está o que os Bustamante viram em você, viram inteligência, astúcia e poder.

Mas o problema é que eu não imaginava que um dia iria me casar com alguém importante, eu sou a princesa da Grécia, apenas princesa, a sexta na linha de sucessão real, e não tinha probabilidades de ser rainha ou me casar, e agora eu estou no meio da floresta de Luxemburgo, correndo dos guardas reais, e o meu amor me espera a beira do riacho para podermos fugir.

A neve me impedia de correr, meu vestido me impedia de correr, meus sapatos me impediam de correr e esses malditos espartilhos me impediam de correr. Eu começará a ficar sem ar, e o vento gélido entrava por minhas narinas trazendo um incômodo forte. Lembro que tropecei em uma rais de árvore e cai na neve batendo a cabeça em uma das árvores, tudo ficou escuro e eu apaguei.

●●●

Carlos Bustamante

Estava sentado em uma poltrona aleatória do escritório de meu pai, onde ele gritava com os guardas dizendo o quão incompetentes eles eram por deixar uma jovem de dezessete anos sumir em meio a essa nevasca.

- Deixem-a, esse casamento é indesejável tanto para ela quanto para mim. - Digo revirando os olhos.

- Não seja imprudente, Carlos. Você irá de casar com a senhorita Dafne, você e ela querendo ou não. - Meu pai diz.

- Nesse caso é melhor eu ir procurar minha futura esposa, antes que ela se torne um picolé e eu fique viúvo antes mesmo de me casar. - Digo pegando minha capa de frio, celando meu cavalo e saindo em meio aquela nevasca.

Sub: Afinal voce não é tão cruel como dizem.

Eu poderia ser feliz com Dafne, poderia, quem sabe em alguns anos.

Estava em meio aquela nevasca e rapidamente ela sessou, segui mais um pouco e pude ver Dafne caída na neve vermelha, cheguei mais perto e pude ver que ela tinha cortes na cabeça. Droga!

- Espero que esteja viva. Você não pode morrer, garota. - Pego-a colocando-a no cavalo, subo no mesmo e sigo para o Palácio.

Chegando lá sou bombardeado com guardas e meus pais, e os pais de Dafne ao telefone, ela estava cheia de sangue e eu coberto com o sangue dela, era uma cena aterradora.

- Menina, o que você foi fazer. - Minha mãe diz seguindo-me até os aposentos. Estava com ela em meus braços, estilo noiva, e a deixei na minha cama, era a primeira porta, então só entrei.

- Eu vou tomar um banho no quarto de hóspedes. - Digo deixando Dafne aos cuidados de minha mãe.

Entrei no quarto de hóspedes, deixei as roupas no chão e entrei debaixo do chuveiro, vendo o sangue escorrer até o ralo. Mas que droga de garota.

Sub: Espero que esse vocabulário seja somente na tua mente, pois a coroa te mata.

●●●

Dafne Riviera

Acordei em um quarto que eu nunca vi, olhei ao redor e não vi ninguém, me levantei sentindo uma dor de cabeça forte, tontiei e segurei na parede.

- Fique deitada, sra Riviera. - Era Carlos.

Droga! Eu não consegui.

- Você se machucou em sua fuga, ontem. - Ele diz sentando na poltrona prestando atenção no livro que está em suas mãos.

- Onde eu estou?

- No meu quarto, eu te encontrei ensanguentada na floresta, da próxima vez que quiser se matar deixe um bilhete, assim não vamos atrás.

- Você é sempre assim?

- Assim como?

- Grosso! - Digo deitando na cama novamente não estava me sentindo bem. - Não precisa responder. Sabemos que nosso casamento é uma farsa, e se eu não consegui fugir até o dia okay, mas caso contrário quero que fique claro que eu não te amo, e sei muito bem que o sentimento é recíproco.

- Fico imensamente feliz por tudo ser esclarecido. - Ele diz sem me olhar e ficamos ali, ele lendo o livro e eu deitada sentindo meu corpo todo doer, a cabeça latejar, a casa girar, eu estava enjoada e sentindo como se tivesse bebido uma adega inteira.

●●●

Carlos Bustamante

A verdade é que quando eu a vi, pensei que poderia ama-lá algum dia, que poderíamos ter um futuro suave, mas a verdade é que ela já está com sete pedras nas mãos e principalmente por já amar alguém. Se eu pudesse escolher, deixaria ela ir, não me casaria nunca, mas a coroa exige uma rainha.

Eu já não estava mais prestando atenção no livro, estava olhando ela dormindo, de olhos fechados ela é mais educada.

Sub: Você esta abaixando a bola?

Não, óbvio que não.

Sai do quarto antes que fizesse uma loucura, entrei no escritório pronto para atacar os whisky do meu pai, mas lá estava a minha mãe.

- Oi querido.

- Mãe, isso é um erro! Vocês não podem procurar uma mulher melhor?

- Querido, Dafne é a melhor. É de família nobre, ela tem vários dotes que você não imagina, ela está a sua altura.

- Mas nos não temos o principal.

- E o que seria?

- Amor.

- Querido, não seja bobo. Eu e seu pai não nos amávamos, lembro-me de uma vez que ele disse que nunca me tocaria e nunca daria um herdeiro a coroa, mas aí veio você.

- Somente eu.

- Nos quisemos curtir nosso amor, depois que ele aconteceu.

- Mas...

- Querido, dê herdeiros para seu pai, ele quer Herdeiros para a coroa. Lembrando que a coroa só aceita o primogênito, mas, dê quantos filhos puder, já que creio que eles lhe deixaram em paz no futuro, quando já não estivermos mais aqui.

- Não fale bobagens mamãe.

- Querido, o amanhã apenas a Deus pertence e você tem que ficar ciente de que não estaremos aqui para sempre. - Ela diz servindo whisky para mim. - Seu pai está conversando com Dafne.

- O que?

- Ela precisa entender que não só a nossa pele está em jogo, mas a da família dela também. Imagina o quão horrível seria se os pais dela perderem o reino? E suas irmãs? Ficariam a minguar.

Sub: Tá explicado de onde vem tanta crueldade.

A coroa é um poço de crueldade, caro subconsciente.

{...}

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