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A MULHER DA CAPA PRETA

A MULHER DA CAPA PRETA

Silmar

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80
Capítulo

Num dia de verão ainda havia sol quente. Eram seis horas da tarde quando entrava na clínica psiquiatra uma linda mulher, elegante loira e de olhos verdes. Ela usava óculos de lentes claras com um vestido da cor cinza, cabelos presos e sem batom em seus lábios carnudos. Era uma mulher de classe.

Capítulo 1 A mulher da capa preta

Os funcionários que trabalhavam na clínica ficaram espantados com a beleza clássica da misteriosa mulher, que passava pelo saguão da clínica dirigindo-se até o balcão da recepção com um olhar de pânico, pedindo ajuda urgentemente.

- Por favor, eu preciso me consultar com o psiquiatra Cristóvão Cruz!

- A secretária ficou olhando, admirando a beleza, a classe e a elegância daquela mulher.

- A senhora tem sessão marcada?

- Não, vim pessoalmente, porque por telefone não consegui!

Quando o psiquiatra Cristóvão Cruz chegou vendo aquela mulher de lindas pernas e com um corpo escultural pedindo socorro, quase implorando, perguntou:

- O que está acontecendo aqui?

- A secretária se apressou a informá-lo.

- Doutor, esta senhora está querendo marcar uma sessão urgente!

Ele, pensativo, perguntou: - Alguma cliente tem hora marcada?

- Neste momento, não. Uma cliente desmarcou há pouco por telefone. Informou-me que não poderá vir por problemas pessoais!

- Então, peça a esta senhora para esperar por cerca de dois minutos que vou atendê-la. - disse o psiquiatra. - A senhora está com sorte, porque a cliente desmarcou uma sessão. E, por gentileza, trouxe seus documentos para fazer a sua ficha?

A mulher tirou da sua bolsa todos os documentos necessários e os apresentou para a secretária. Em seguida, a mulher entrou na sala de sessão onde Cristóvão Cruz tratava de seus clientes. O consultório ficava de vista para o mar. A parede da sala era da cor cinza escuro, com uma mistura de azul marinho, com vários quadros de grandes pintores. Um deles tinha a Santa Ceia de Cristo junto aos apóstolos. Nas outras paredes tinham duas janelas de vidro cobertas por persianas da cor cinza.

E mais acima uma cortina branca amarrada embaixo para que o sol entrasse.

O prédio tinha dois andares que pertenciam a Cristóvão Cruz, totalizando dez salas, sendo nove delas alugadas para outras funções da medicina, assim como consultório odontológico, cardiologia, pediatria, entre outras.

A psiquiatria tinha uma das salas mais bonitas e de mais sucesso. A agenda de Cristóvão Cruz estava sempre cheia. Nessa sala havia uma poltrona em que o paciente se deitava e ficava à vontade para relaxar e relatar seus dramas.

Um dos segredos do sucesso era que o psiquiatra Cristóvão Cruz usava uma pedra de cristal sobre a cabeça do paciente. Não era um tipo de hipnose ou regressão a vidas passadas, e sim, para relaxar o cérebro apenas. Ele aplicava este tratamento antes de fazer perguntas, deixando os pacientes mais calmos, confiantes e relaxados para contar seus problemas psicológicos. Então o psiquiatra, Cristóvão Cruz, vendo aquela bela mulher tão preocupada e nervosa, em silêncio, ele se perguntava. "Por que uma linda mulher como essa pode estar em Pânico

Depois que ela se acomodou na poltrona dedicada aos pacientes, ela, por estar mais calma, permitiu que ele pudesse começar a analisá-lo.

- Então, senhora, o que está acontecendo para estar em pânico?

Ela respirou fundo, ainda tímida, pois nunca havia ido a um consultório psiquiátrico. Estava confusa sem saber como começar a relatar seu drama.

- Antes de tudo, doutor, pago o que for preciso e até adiantado, se for o caso. Mas me ajude a sair desta enrascada em que me encontro!

Cristóvão Cruz ficou olhando espantado para ela, com uma expressão séria.

- Bom, em primeiro lugar, me conte o que está acontecendo. Se for um caso complicado, a cobrança será por um tratamento e não por consulta, vai depender do que me disser, está bem?

- Está bem, doutor, eu preciso desabafar antes que eu enlouqueça! Eu me chamo Vanessa, e sou casada há dez anos com um delegado de polícia que se chama Júlio. Sou advogada, dona de um respeitado escritório com importantes clientes. A minha especialidade é criminalista e, quando posso, eu

trabalho para a defensoria pública, e ofereço trabalho gratuito às pessoas que não tem condições de pagar um advogado. - Desculpe interromper, mas tenha calma, fale mais devagar, está bem?

- Desculpe-me, é que estou muito nervosa.

- Estou vendo. Respire fundo, não tenha pressa. Tempo é o que mais você vai ter. Continue.

- E quando posso faço estes trabalhos nas horas vagas. - Sim, mas afinal de contas qual é o seu problema? - perguntou Cristóvão Cruz.

- O problema é que eu sofro de dupla personalidade! - Como assim, dupla personalidade?

Vanessa olhou para o teto azulado do consultório, virando-se na poltrona em que estava deitada, tentando encontrar forças no fundo de sua alma a fim de colocar para fora algo que estava incomodando há muito tempo.

- Bom, vou contar o que está acontecendo comigo. Durante o dia eu sou uma mulher normal, digamos conservadora como pessoa. E como mulher sou fiel e leal ao meu marido. Profissionalmente sou advogada de grande desempenho nos tribunais, mas tímida como mulher, assim como o senhor está vendo. Mas durante as noites, quando meu marido sai para

trabalhar, eu fico sozinha em casa. Ele trabalha das onze horas da noite até às seis da manhã. E trabalhando, eu não consigo saber o porquê me transformo em outra mulher!

- Como assim? - perguntou Cristóvão Cruz.

- Quando o meu marido está trabalhando nestas noites, é que me transformo em outra mulher. Completamente diferente dessa que está diante do senhor falando dos problemas. E quando a transformação acontece, viro o oposto do que sou. O nome da minha outra face é Elisa, que trabalha num Clube de Striptease.

- E como é essa tal de Elisa? - perguntou Cristóvão Cruz.

- Doutor, depois de me transformar em Elisa, sou uma mulher sedutora e selvagem que usa e abusa da sensualidade para seduzir os homens. E quando faço show de Striptease, levo os homens à loucura!

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