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Cativa do Alfa #1
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12
Capítulo

Ela é uma ômega pura e rainha de sua matilha até que seu marido a destronou e a aprisionou. Dois de seus filhos descobrem a verdade e pedem ajuda ao alfa da alcateia inimiga. Mas ele só aceitará com uma condição. Ela deve ser dele. E ela nunca mais será de ninguém.

Capítulo 1 O nosso pior inimigo

Hades, alfa da Alcateia de Prata, não podia acreditar no que via. Dois dos filhos do seu maior inimigo estavam ajoelhados perante ele; implorando-lhe para derrubar ninguém menos que o seu pai. Isso sim era uma piada de muito mau gosto. Ele não era um homem tacanho, mas gostaria de dar uma boa lição naqueles dois cachorrinhos que se atreviam a gozar com ele. Ou talvez fosse apenas uma manobra do pai para se apoderar do seu poder.

Ele era conhecido por ser gentil com os filhotes, mas não com aqueles que tentavam manipulá-lo. De momento, ele alinhava no jogo. Ninguém sabia onde isso poderia levar.

-E qual é o objetivo de me vires perguntar uma coisa dessas? -Sentado no trono do grande salão, impunha respeito como o magnata que era. Os presentes sentiam-se desconfortáveis com a situação, mas não faziam nada sem uma ordem dele.

Os dois mais novos baixam o olhar para evitar o do líder, símbolo de total submissão, embora as mãos do que parecia ser o mais velho se fechem sobre os joelhos, mostrando a sua discordância com aquela posição. Como filhos de um alfa, tal atitude era memorável e Hades admirava-se por ele ainda não se ter revoltado. Talvez o seu pedido não fosse, afinal, assim tão exagerado.

-Nós descobrimos as acções do nosso pai e não as vamos tolerar mais, não quando é a nossa mãe que está em perigo- interrompeu de repente.

Houve um silêncio constrangedor e Hades apoiou os cotovelos nas coxas, interessado.

-Continua- ordenou imperiosamente.

O filhote levantou a cabeça, mas baixou-a assim que percebeu que o alfa o estava a interrogar com todos os poros do seu corpo.

-Descobrimos que a nossa mãe está viva e aprisionada numa das masmorras subterrâneas do nosso território. O pai manteve-a cativa durante muito tempo e tomou o seu lugar como alfa da alcateia, usando o seu corpo apenas para procriar- terminou com raiva.

-E acham que eu vou acreditar numa coisa tão louca? As duas crias olharam-no com olhos selvagens, como se a esperança lhes estivesse a escapar. Hades ignorou-o, se eles mentiam, mais cedo ou mais tarde a verdade viria ao de cima.

-É sabido que a mãe adoeceu depois da primeira cria, e depois disso ficou confinada até morrer. Essa história de que são todos irmãos da mesma mãe é um disparate. Não depois dos múltiplos casos do pai- comentou com desdém.

-Mas nós não mentimos- gritou o mais novo em desespero, recebendo uma sobrancelha arqueada do alfa.

-A sério? Se não estava enganado, a sua mãe era a única ómega de sangue puro da alcateia e, a milhas de distância, isto era sério.

Os rapazes entreolharam-se desconfortavelmente, pedir provas quando não as tinham era cruel. O mais velho mordeu o lábio inferior até sangrar. Ele sabia que tinha sido uma ideia tola ir pedir ajuda ao maior inimigo do seu pai, mas mais ninguém lhe podia fazer frente.

Hades possuía uma matilha igualmente grande e poderosa, e suas terras faziam fronteira. Ir atrás de outro alfa teria levado muito tempo, e tempo era algo que eles não tinham. Alan fez o que nunca teria feito em qualquer outra situação. Ele baixou a cabeça até quase tocar o chão e implorou.

-Tu és a nossa única esperança. Por favor, recaptura-o- pediu submissamente.

O irmão ao seu lado ficou na mesma posição, repetindo as suas palavras.

Os olhos prateados do alfa observavam a cena com incerteza. Cheirava o medo do medo das crias, não da mentira, mas de quem sabe que pode perder tudo.

Guardas- chamou. -Levem-nos daqui- ordenou, observando a linguagem corporal dos irmãos.

Os dois jovens levantaram a cabeça com uma expressão que misturava terror e deceção.

-Alfa,- Alan tentou novamente.

-Não me respondas, espera como um bom cachorrinho, não posso tomar esta decisão de ânimo leve- disse ele com tolerância.

Ele podia ver os olhos do rapaz mais novo brilharem com uma ponta de esperança, embora não prometesse nada.

***

Siran fechou a porta nas suas costas e sentou-se, depois de o seu alfa o ter feito, atrás da sua bela secretária de mogno esculpido.

-Meu fiel conselheiro, o que achas do que aconteceu?- a pergunta de Hades era cheia de dúvidas, curiosidade e algum humor.

O aludido lobo, que mal tinha 300 anos, embora não parecesse muito adulto, tocou na sobrancelha, como sempre fazia quando tirava uma conclusão.

-Acho que esta é uma boa oportunidade para assumires o comando da Alcateia Cinzenta, meu poderoso alfa- respondeu com a resposta que sabia que o líder esperava.

-Sempre tão sábio, meu amigo,- eles entendiam-se perfeitamente, e as palavras entre eles provavam-no.

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