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Um Amor Inesperado para o CEO - Série Mulheres Poderosas

Um Amor Inesperado para o CEO - Série Mulheres Poderosas

Dakota D.

5.0
Comentário(s)
297
Leituras
16
Capítulo

Quando o inesperado acontece... De volta a cidade do interior. José Carlos retoma seu cargo de CEO no hospital Smith, reprimindo um amor proibido pela mulher do seu melhor amigo. Uma manhã conhece a paciente Marion, uma jovem de língua afiada, em tratamento contra um câncer raro. Junto de Marion, a irmã mais velha, Lillian, por quem Júnior desenvolveu uma certa...curiosidade. Marion percebendo a gravidade da doença, e sob os conselhos do Médico bola uma lista de desejos, neles ela planeja tudo para quê a vida da irmã siga em frente se o inevitável acontecer com ela.Percebendo os olhares furtivos, Marion entrega essa lista a Júnior e lhe pede que o faça. O médico e a Policial viveram um romance intenso e inebriante.

Capítulo 1 Retorno

Júnior parou o carro na vaga exclusiva, juntou a bolsa, carteira e celular. Fazia horas que havia desembarcado em Marília, as poucas coisas ainda estavam em caixas, e a mãe, Dona Flor não aguentava mais a correria de mudar-se constantemente.

Pelo menos ela havia gostado do clima quente, dizia que os nervos debilitados doíam ainda mais no clima frio.

- Bom dia. - Passou pela recepcionista alta e morena.

- Bom dia, Doutor.

Chamou o elevador, e quando esse se abriu, a mesma funcionária lhe encarou, com um sorriso no rosto.

- Quanto tempo, Doutor.

- Bastante, Maria. - Ele enfiou as mãos nos bolsos. - Estou até com uns fios brancos.

- Ah Doutor, cabelo branco em rico é charme. - Ela deu de ombros, a mulher não sorria para mais ninguém.

O elevador parou no décimo andar, era como voltar ao tempo em que o melhor amigo entrou ali sentenciado a morte, e a agonia de olhar para a cadeira onde Ingrid sentou o fez engolir em seco.

Júnior encarou a placa com seu nome, Doutor José Carlos Alcântara. Passou os dedos na plaquinha de ferro, orgulhoso por todo o caminho que traçou até ali. Ao entrar, o cheiro da limpeza o rodeou.

- Doutor?

Ele virou-se rapidamente para ver uma moça morena, era carrancuda também, usava o famoso terninho feminino.

- Você é a?

- Nadine, sua nova secretária. - Ela o encarou friamente.

- Ah sim, ótimo.

Nadine era intimidadora, baixinha e carrancuda. Não era feia, longe disso, mas também não sorria. O que o levou a procurar as mãos dela.

- Sou noiva, Doutor. - Ela manteve o olhar nele. - Caso em um ano.

- Meus parabéns então. Bom, eu acho que vou começar a me organizar aqui, tenho algumas visitas a fazer pelo projeto.

- Estarei a postos. Com licença.

Que mulher amargurada. Pensou ele enquanto sentava-se na poltrona.

Júnior buscou o celular e digitou, colocou no ouvido e esperou ser atendido.

- Fala boneca.

- Oi princesa, acabei de chegar no hospital. - Júnior esticou as pernas em baixo da mesa. - E adivinha? Alguém me contratou um carrasco.

- Queria o quê? Uma dançarina? Júnior você tem que ir a caça cara, daqui a pouco a Maria Helena arruma um namorado e você aí.

- Primeiro de tudo. - Júnior encarou o céu limpo para fora da janela. - Maria é uma bebê do padrinho, e sabe que caso aconteça, eu posso limitar o garoto, ou garota. Depois, eu não sou velho, ainda não.

Fernando riu do outro lado da linha. Era um alívio para Júnior ouvir essa risada e saber que tudo se resolveu, e que o amigo era feliz.

- Aproveita o clima do interior, bota essa bunda branca para bronzear. - Fernando aguardou o amigo parar de rir. - Lembre-se que foi aí que encontrei minha esposa. Minha eterna namorada.

Luiza. José Carlos sentiu um aperto no peito. Porque tinha de ter aquele sentimento por ela? Engoliu em seco sentindo a empolgação acabar.

- Nando, vou cuidar da minha vida. Sei que está fazendo das unhas, pinta de rosa dessa vez.

- Com toda a certeza, minha manicure já escolheu um bem chamativo.

Ele encerrou a ligação, pensativo nas palavras do amigo. Não era um velho ainda, mas também não tinha mais tempo para se dar ao luxo de sofrer ou iniciar tudo o zero de novo.

- Foda-se. Preciso de uma mulher, depois vejo se darei chance ao amor.

(***)

- Benjamin, tem dez anos.

- Eu posso responder por mim, mãe. - O menino pálido endireitou a cabeça. - Me chamo Benjamin, e faz uma semana que completei dez anos.

Junior viu muito de Fernando no menino, até mesmo as covinhas nas bochechas manchadas.

- Ben, tem um jogo no meu celular, e não sei como passar o nível, pode ver se consegue? - Júnior procurou em seu aparelho e o entregou ao garoto. - Enquanto isso, vou pegar um suco para nós, aqui é muito quente. A sua mãe pode ir comigo?

O menino deu de ombros, a concentração estava totalmente no jogo.

Júnior se afastou do quarto, parou em uma recepção pequena, totalmente infantil e estendeu a mão para a senhora se sentar.

- Ana Cláudia, acho que tem noção da situação do seu filho.

O sorriso da mulher morreu ali. Ana Cláudia era forte na frente do filho, os olhos com poças negras em baixo denunciavam o cansaço físico e mental dela. A mulher respirou fundo, os olhos inundados de lágrimas por cair.

- Eu sei, Doutor. - Abaixou a cabeça. - Meu menininho está muito mal.

- E o pai dele? Ainda não tive a oportunidade de vê-lo.

- Meu marido não aceita a situação dele, prefere vir pouco e volta para casa. Mas eu sei que no fundo está pior que eu.

- Olha, pela situação do Benjamin, vamos iniciar os tratamentos paliativos, infelizmente ele está em estágio terminal, os rins estão apresentando falência, o tumor no estômago está crescendo bastante e fora encontrada metástase nos pulmões. Eu lamento muito Ana, queria lhe dar outra notícia.

- Quanto tempo? - Quando ela levantou os olhos, Júnior precisou colocar em prática tudo o que aprendeu com os anos em sua profissão.

- Impossível te dizer Ana, mas podem ser meses, semanas ou até mesmo anos. Dê tempo a ele, faça o que ele deseja, construa memórias.

Ana Claudia voltou a se encolher, em pouco tempo os ombros se sacudiam pelo choro dela. E isso destruía qualquer homem grande. Júnior se levantou, afagou o ombro da mulher e voltou ao quarto.

- Cadê a minha mãe? - Ben olhou pela abertura da porta.

- Está vindo amigão. Conseguiu?

- Consegui, isso é jogo de bebê. - O menino devolveu o celular á ele.

- Obrigado Ben, agora vou visitar outros quartos.

Ele brincou um pouco com a mão do menino, apertando naquelas saudações de menino. O deixou no quarto e ia encostar a porta quando Ben o chamou:

- Doutor?

- Sim? - Júnior o olhou por cima do ombro.

- Não conta para a minha mãe, mas eu sonhei que estava partindo.

Júnior deixou o quarto dele com um sentimento estranho de perda. Sentindo-se impotente rumou para o outro lado daquele andar recheado de histórias tristes.

Parou frente a porta meio aberta, bateu e entrou.

A menina devia ter seus quinze anos, ainda não estava careca de todo, mas o cabelo ralo denunciava a progressão dos tratamentos.

- Marion Nascimento Gonzales? - Ele entrou no quarto.

A menina desligou a tela do celular e o encarou, os olhos esverdeados brilharam.

- Eu sou o Doutor José Carlos, tudo bem? - Estendeu a mão e quando ela o aceitou a levou aos lábios. - Onde está seu responsável?

A menina emudeceu, estava pensando em uma desculpa quando olhou além dele.

- Ali. - Apontou.

José Carlos virou o rosto e viu passar pela porta uma mulher jovem, era como a menina, com os mesmos cabelos, só que fartos e longos, olhos esverdeados e boca pequena.

- Lillian, esse é o Doutor José Carlos. Tenha educação e se apresente a ele.

- Me desculpa Doutor, eu precisei sair às pressas, - Ela estendeu a mão para ele. - Sou a irmã mais velha da Marion. Lillian.

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