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O som alto do vizinho, em vez de me irritar, me faz querer levantar e dançar. ..
— Foco, Aurora, você precisa terminar esse livro ou Mari vai te xingar novamente — digo a mim mesma.
Esse é o livro favorito de Mariana, minha melhor amiga, filha dos meus padrinhos Camila e Ricardo. Foi um sacrifício convencê-la a me emprestar.
A música que está tocando agora é eletrônica, e meus dedos se movem involuntariamente. Olho para a porta do meu quarto, para ter certeza de que está fechada, e então me levanto e começo a me requebrar de um lado para o outro, seguindo a batida da música. Meus cabelos balançam junto comigo, e observo, divertida, meus passos no reflexo do espelho.
— Requebra mais, maninha! — Escuto a voz de Nando e me volto para ele, encontrando-o sorrindo com o celular na mão.
— Nando, você estava gravando?! — Ele nega, mas a risada o entrega. — Eu não acredito em você! Me mostra seu celular.
Vou até ele e tento pegar o aparelho de suas mãos, mas ele desvia.
— Se você me pegar, deixo você ver. — Nando começa a correr pelo quarto.
— Nando, para de agir como uma criança. – Mas, mesmo contrariada, corro atrás dele.
Quando me canso, decido fingir que torci o pé e me sento na cama, gemendo de dor. Nando para a sua fuga e vem até mim, o rosto pálido pela preocupação.
— Onde está doendo? — Seus dedos envolvem o meu tornozelo, o toque tão suave que mal sinto, e um calor estranho se espalha pelo meu corpo. Com um suspiro, eu ignoro a sensação e aproveito a sua distração para tomar o celular. Em um segundo, apago rapidamente o vídeo. — Aurora, você me enganou? — Ele sobe em cima de mim e começa a me fazer cócegas. — Eu estava aqui, preocupado com você.
Minha gargalhada ecoa pelo quarto e tento afastá-lo, em vão. E quando Nando aproxima o rosto do meu, sinto meu coração acelerar e minha respiração ficar mais pesada. O que há de errado comigo?
— Você está bem? Suas bochechas estão coradas. — Seu hálito quente me faz arrepiar.
— Saia de cima de mim — as palavras saem um pouco rudes, e Nando se levanta com a testa franzida.
— O que foi? Você ficou brava comigo?
— Não é nada.
Me levanto e vou até a janela.
— Ei. Você sabe que pode me contar qualquer coisa. — Ele me segue. — Além de irmão, somos amigos.
— Já falei que não é nada.
Vejo pela janela Henry estacionar o carro em frente a nossa casa.
— Seu namorado mané chegou, foi? — Ele também olha para fora.
— Ele não é mané, Nando – o repreendo.
— Se você diz. — Ele dá de ombros. — Eu não gosto dele. É perfeitinho demais. Pra mim, é tudo fingimento. Agora vou pro meu quarto, não quero dar de cara com ele. — Dá um beijo na minha bochecha e sai.
Me sento na cama e solto um longo suspiro. Fico olhando para as minhas mãos, perdida em meus pensamentos. O que foi aquilo que senti? Seu toque e sua aproximação fizeram meu coração acelerar. Mas por quê?
Henry e eu já estamos namorando há dois anos. O conheci em um churrasco na casa de uma conhecida, e logo de cara ele já chamou a minha atenção, tanto por sua beleza quanto pela simpatia. Manu e Caio aceitaram o meu namoro com ele super bem, apesar de Caio ter dito, com todas as palavras, que se Henry me machucasse, iria acabar com ele.
— Oi, amor. — Henry vem em minha direção e beija os meus lábios – um beijo rápido, contido.
— Oi, como você está?
Ele se senta ao meu lado e me abraça.
— Estou melhor agora que estou com você. E você? Parece pensativa. Aconteceu alguma coisa?
— Estou bem. Não aconteceu nada. — Tento sorrir para ele. — A que devo a sua ilustre visita?
— Vou precisar viajar até a casa do meu pai. Aconteceu um problema lá com a família perfeita dele — diz, em um tom irônico.
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