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Em busca da verdade

Em busca da verdade

L.valen

5.0
Comentário(s)
8
Leituras
23
Capítulo

Buscar a verdade nunca foi fácil - e encará-la é um dilema ainda maior. Ao longo da minha vida, perdi muitas coisas, mas a pior de todas foi perder a mim mesmo. Nos momentos em que deveria sentir alegria, o que encontro em minhas mãos é o calor do sangue de alguém que amei profundamente. Desde então, venho lutando para sair da escuridão. Mas como escapar das sombras quando a luz já não me traz consolo? Como encontrar alegria e amor, se todos a quem confiei minha vida despedaçaram minha confiança e me deixaram à mercê da dor? Agora, o que me resta é o silêncio da minha solidão, abafado apenas pelo ruído das feridas que carrego. Será que, ao final dessa jornada, encontrarei a felicidade? Ou ela é apenas uma ilusão?

Capítulo 1 Maitê

Oi, pessoal!

Antes de iniciar a história, gostaria de passar esse recado para você, leitor.

Desculpe-me, mas não posso garantir que este será um livro onde vocês vão rir com os personagens... mas posso garantir que irão sim, se emocionar e muito!

Como autora desta obra, aconselho a pegarem uma caixa de lenços e até mesmo um copo d'água, acredito que vocês irão precisar.

Este livro contém gatilhos emocionais e psicológicos, aqueles dos quais as pessoas costumam dizer que é frescura, até o pior acontecer.

Todos nós temos nossos monstros internos, mas poucos têm alguém que os ajude a se livrar deles. Então, minha pergunta é: Você tem alguém que te tire da escuridão? Você tem alguém para desabafar quando se vê sem saída? Se sua resposta for 'Sim', então você é uma pessoa de sorte. Mas se por acaso a sua resposta for 'Não', saiba que estou aqui e meu WhatsApp está aberto para você. Sinta-se à vontade e acolhido por mim."

Com carinho, Lorany.

Prólogo

As lembranças assombram minha mente como sombras do passado, um eco constante dos momentos que moldaram minha vida. Sou Maitê Ferreira, uma alma marcada pela tragédia que se desdobrou no coração do morro do Complexo do Alemão. Filha do temido King, dono do morro, e dividida entre o amor e a rivalidade de uma família dilacerada pelo poder e pela dor.

A presença constante de minha madrasta, sempre um desafio, contrastava com a luz radiante que era meu irmão gêmeo, Viktor, conhecido como VT. Juntos, éramos inseparáveis, unidos por laços que o tempo e a tragédia não conseguiram romper completamente. Sua morte, há quatro anos, ainda ecoa em minha alma, como uma ferida aberta que se recusa a cicatrizar.

No dia fatídico da invasão, vi meu mundo desmoronar diante de meus olhos. Corri para proteger meu irmão, mas a violência implacável do morro rival roubou sua vida, deixando-me com nada além de lembranças dolorosas e um desejo insaciável por vingança. O grito de dor que rasgou minha garganta ecoa em minha mente até hoje, como um lembrete constante do preço da guerra pelo controle do morro.

A morte de Viktor foi o catalisador de uma série de eventos que mudariam para sempre o curso de minha vida. Minha decisão desesperada de enfrentar seus assassinos, mesmo que isso significasse sacrificar minha própria segurança, selou meu destino de maneiras que ainda estou tentando compreender. Sangue por sangue, justiça por justiça, eu me tornei uma figura polarizadora dentro do morro, uma fonte de inspiração para alguns e de medo para outros.

Agora, após quatro anos de exílio autoimposto, estou retornando ao lugar que um dia chamei de lar. Em um avião que corta os céus, encontro-me imersa em um turbilhão de emoções, lutando para reconciliar o passado com o presente e encontrar uma razão para seguir em frente. Ao meu lado, Fumaça, meu fiel guardião, permanece como uma âncora em meio à tempestade que é minha alma.

Enquanto o avião corta as nuvens, rumo ao destino que me aguarda, só posso me perguntar se algum raio de luz conseguirá penetrar a escuridão que se instalou em meu coração.

Capítulo 1 Maitê

Meu nome é Maitê Ferreira. Sou filha do King, o dono do morro do Complexo do Alemão. Viver ao lado da minha madrasta sempre foi desafiador, mas a presença do meu irmão, tornava tudo recompensador.

Éramos cinco: os três mais velhos eram filhos da minha madrasta, enquanto meu irmão e eu, éramos fruto de uma traição.

• Lui - conhecido como Escorpião, é o mais velho, com 28 anos e atua como sub do morro.

• Larissa - aos 25 anos, aprecia o luxo de ser filha do dono. Mesquinha e insubmissa, ela não sabe dar valor ao que possui e parece não considerar seu próprio futuro, focando apenas em viver às custas de nosso pai.

• Talita - com 23 anos, não é muito diferente de sua irmã mais velha. Como elas dizem: nós amamos se envolver com figuras de poder, tendo como desejo tornar-se á fiel do líder do comando, acreditando que quanto mais alta a patente, melhor.

• Viktor, vulgo VT - com 19 anos, era meu irmão gêmeo até a vida tirá-lo de mim, há quatro anos. Ele era cheio de vida e carismático, amando a liberdade. No entanto, tudo mudou.

Há 4 anos, parti do morro alemão sentindo-me perdida, após testemunhar a morte do meu irmão.

**Lembranças Ligadas**

Eu tinha 15 anos quando tudo aconteceu.

As vozes dos trabalhadores indicavam um novo dia, até o primeiro foguete anunciar uma invasão.

Meu irmão invadiu meu quarto, ordenando que eu fosse para o cofre junto com as meninas. Corri para dentro e secretamente, peguei um radinho.

- Princesa, vai para o cofre, não temos tempo. - Ouvi a voz de VT.

Senti uma dor em meu peito, era como se algo me avisasse.

- Eu não estou com um bom pressentimento, por favor, não vai fica aqui comigo.

- Relaxa, pequena, vai ficar tudo bem e jaja venho te buscar.

E lá ele me deixou. A invasão foi frenética e mesmo dentro do cofre, podíamos ouvir os barulhos de tiros. Para falar a verdade eu nunca gostei desses barulhos. Passaram-se quando ouço um barulho do lado de fora e paro no lugar ao ouvir a voz familiar de Juca, alertando meu irmão.

- VT, não siga por esse caminho! - Ele gritou, mas meu irmão permaneceu em silêncio.

Sem conseguir raciocinar direito, minha mente estava focada apenas em meu irmão. Fechando as mãos em punho e decidida a cuidar dele, saí do cofre.

- Volta aqui agora, Maitê! O que você acha que pode fazer? Maitê! - Mesmo com os gritos de minha madrasta para continuar lá dentro, eu saí da barreira de proteção e tranquei o cofre outra vez. Antes de sair do cômodo, peguei uma arma que sabia que ficava na mesinha.

Corri pelos becos, desesperada e não conseguia pensar em nada, só em ajudar o meu irmão.

Ao chegar na esquina, paralisei ao ver o suposto dono do morro rival apontando a arma para meu irmão. Escondi a arma nas costas, mas antes que pudesse reagir, três tiros perfuraram o peito do meu irmão. - Nãoooooooo! - Estanquei no lugar, ao mesmo tempo em que um grito rasgou minha garganta. Todos viraram suas armas para mim.

- Fica parada aí, porra. - Eles gritavam, mas eu já não me importava com mais nada. Ignorando as armas apontadas, corri até meu irmão, segurando-o em meus braços.

- Não, isso não pode estar acontecendo. - Me abaixei ao seu lado, colocando algumas mechas do meu cabelo atrás da orelha e sentindo meus olhos turvos pelas lágrimas. - Por favor, Viktor olha pra mim. - Eu falava desesperada, tentando pedir pela misericórdia de Deus e chamando meu irmão. - Deus, salva meu irmão, não permita que isso aconteça. Olhe para mim, VT... por favor, olhe para mim. Estou aqui, apenas olhe para mim. Eu não permito que me abandone. - Todos ao redor, com armas apontadas, pareciam paralisados. Enquanto eu gritava desesperadamente.

Desesperada e tomada pela raiva, coloquei a mão em minhas costas e destravei a arma silenciosamente.

O tempo parecia que havia congelado, enquanto eu segurava meu irmão nos braços. Com determinação, apesar da minha inexperiência com armas, apontei para o homem que havia tirado a vida do meu irmão.

Ele abriu um sorriso debochado, apontando para mim, sua arma.

- Acha mesmo que vai conseguir me matar e sair daqui viva? - Ele indagou.

- A partir do momento em que você atirou em meu irmão, eu não me importo com mais nada. Sangue por sangue. - Murmurei, pressionando o gatilho. O som ecoou pelo beco, cortando o silêncio tenso. O homem caiu, com uma bala certeira em sua cabeça. E por um breve momento, o caos congelou. Olhares atônitos se voltaram para mim e a tensão aumentou ainda mais.

Recuei. Protegendo meu irmão com meu próprio corpo, enquanto os outros membros do morro se aproximavam. Paralisei ao ver os invasores com armas apontadas para nós. Mas então, eles abaixaram suas armas ao verem meu pai se aproximar, enquanto eu permanecia ali, segurando meu irmão nos braços. A confusão se espalhava, mas a dor pela perda de meu irmão persistia.

Ouvi a voz de meu pai.

- A partir de hoje, o morro do Jacarezinho é nosso. - Ouço os barulhos de armas e a comemoração pela vitória, mas é na vitória deles que eu estou de luto.

Em meus braços, meu irmão morreu, seu coração parou diante dos meus olhos. O seu sangue manchou minha roupa, criando um quadro de horror. Não consegui me mover dali e as lágrimas pareciam não ter fim.

Os olhares julgadores, decorrentes do ato que cometi para proteger quem amava, nunca mais se dissiparam de mim.

O fardo daquela escolha pesava em meu coração, misturando-se à dor da perda.

Permaneci ali, segurando meu irmão sem vida, envolto pelo silêncio tenso que sucedeu o tumulto. A comunidade começou a sair de suas casas e seus olhares de horror, me penetraram como lâminas afiadas.

No entanto, a dor de ter meu irmão em meus braços nem se comparava. O ar estava carregado de pesar e o peso da responsabilidade doía em meus ombros.

Meu pai aproximou-se de nós e pude ver pequenas lágrimas se formando em seus olhos. Com uma expressão séria, ele me retirou de cima do corpo gélido de meu irmão.

- O que aconteceu aqui, não será mencionado a ninguém. - Afirmou ele com firmeza. Seus olhos transmitiam uma mistura de pesar e determinação.

Todos abaixaram a cabeça em concordância e depois de me ajudar a levantar, ele me levou para casa. Lembro-me que naquele mesmo dia foi o velório dele, as lágrimas escorriam sem parar. Meu coração estava marcado pela dor, minhas mãos pelo derramamento de sangue, e meus olhos, que um dia foram alegres e brilhantes, estavam opacos. Dentro de mim, restava apenas o caos.

Naquela noite sombria, o peso da perda e a lembrança do corpo frio de meu irmão assombravam meus pensamentos. A casa ecoava com o silêncio doloroso e as lágrimas continuavam a cair, como uma chuva infinita de tristeza. Cada canto carregava a memória de um passado, agora obscurecido pela ausência irreparável. O caos dentro de mim se intensificava, uma tempestade emocional, que parecia não ter fim.

" Lembranças Desligadas "

Aqui estou, agora dentro de um avião, voltando após quatro anos e com as lembranças que mancharam a minha vida e nunca deixaram de fazer morada em mim. O voo é realmente uma jornada de reflexão, carregando o peso do passado enquanto busco encontrar alguma esperança para o que me aguarda ao retornar. Cada nuvem lá fora parece refletir as camadas complexas das minhas experiências. Mas, ainda assim, busco um raio de luz no horizonte.

- Você está bem? - Fumaça pergunta preocupado.

Desde que me entendo por gente, Fumaça tem sido meu segurança. Quando tudo desabou, ele ainda estava aqui, tentando me fazer levantar. Saiu do morro comigo para garantir que eu conseguisse sobreviver a essa névoa que me assombra.

- Eu... eu não sei te dizer como estou. - Suspiro, tentando buscar as palavras que podem me ajudar a explicar. - As lembranças dos momentos estão voltando, como uma enxurrada de agonia.

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