Nunca Mais a Segunda Opção: O Despertar de Lia

Nunca Mais a Segunda Opção: O Despertar de Lia

Gavin

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Capítulo

Lia abriu os olhos, o cheiro de mofo e a dor latejante na cabeça. Lembrou-se da malária, da morte solitária da sua vida anterior. O calendário na parede marcava a data do seu maior erro: o ano em que o Capitão Bruno, seu marido, pediu que ela cedesse a única vaga de transferência para Manaus. Para Cíntia, a cunhada viúva, e seu Pedrinho. Na vida passada, Lia, ingênua e apaixonada, sacrificou seu sonho por eles, resultando em anos de crueldade e abandono. Agora, ele estava ali novamente, sorrindo aquele sorriso falso. "Lia, Cíntia precisa muito dessa vaga." Recusei. Aquele padrão insuportável de sempre priorizar Cíntia se repetia. Ele me chamava de egoísta, Cíntia encenava o sofrimento. Publicamente, ele me menosprezava, enchendo a cunhada de joias enquanto me dava migalhas. Na terrível enchente, com minha perna presa e sangrando sob os escombros da nossa casa, vi Bruno correr para salvar Cíntia e o filho dela. Ele me deixou para trás, novamente. A dor física era excruciante, mas a do abandono era insuportável. "Era meu dever proteger o Pedrinho", ele teve a audácia de dizer. Qualquer fio de esperança em Bruno morreu ali, sob a lama e a indiferença. Cansada de ser a segunda opção, de ser usada e esquecida, murmurei: "Não desta vez." Com a perna quebrada e a alma liberta de ilusões, enviei os papéis do divórcio e minha solicitação de transferência. Estava livre. Minha nova vida em Manaus me esperava.

Introdução

Lia abriu os olhos, o cheiro de mofo e a dor latejante na cabeça.

Lembrou-se da malária, da morte solitária da sua vida anterior.

O calendário na parede marcava a data do seu maior erro: o ano em que o Capitão Bruno, seu marido, pediu que ela cedesse a única vaga de transferência para Manaus.

Para Cíntia, a cunhada viúva, e seu Pedrinho.

Na vida passada, Lia, ingênua e apaixonada, sacrificou seu sonho por eles, resultando em anos de crueldade e abandono.

Agora, ele estava ali novamente, sorrindo aquele sorriso falso.

"Lia, Cíntia precisa muito dessa vaga."

Recusei. Aquele padrão insuportável de sempre priorizar Cíntia se repetia.

Ele me chamava de egoísta, Cíntia encenava o sofrimento.

Publicamente, ele me menosprezava, enchendo a cunhada de joias enquanto me dava migalhas.

Na terrível enchente, com minha perna presa e sangrando sob os escombros da nossa casa, vi Bruno correr para salvar Cíntia e o filho dela.

Ele me deixou para trás, novamente.

A dor física era excruciante, mas a do abandono era insuportável.

"Era meu dever proteger o Pedrinho", ele teve a audácia de dizer.

Qualquer fio de esperança em Bruno morreu ali, sob a lama e a indiferença.

Cansada de ser a segunda opção, de ser usada e esquecida, murmurei: "Não desta vez."

Com a perna quebrada e a alma liberta de ilusões, enviei os papéis do divórcio e minha solicitação de transferência.

Estava livre. Minha nova vida em Manaus me esperava.

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Romance

5.0

O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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