O Preço do Sonho Roubado

O Preço do Sonho Roubado

Gavin

5.0
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Capítulo

Hoje era o dia de concretizar o nosso sonho. O sinal para o terreno da nossa casa, desenhada tijolo por tijolo na minha mente, estava pronto. Abri a aplicação do banco, com o coração a bater de entusiasmo. O saldo: 17,45€. As nossas poupanças de três anos, cem mil euros, tinham desaparecido. Liguei ao meu marido, Pedro, no meio de uma festa, e a sua voz despreocupada revelou o impensável: "A Clara precisava de um empréstimo. Transferi o dinheiro para ela na semana passada." Aquelas palavras, e a risada da irmã dele ao fundo, foram como um punhal. Ele sabia há uma semana que o nosso sonho estava destruído e "esqueceu-se" de me dizer. Quando confrontado, a sua defesa foi nua e crua: "O que importa mais, uma casa ou a minha irmã? Ela é a minha família. O sangue fala mais alto." Fui apelidada de "dramática" e perdi a promoção na maior apresentação da minha carreira porque ele me abandonou para ir ver a irmã que "partiu o braço" a montar uma prateleira. Eu era apenas a segunda opção, um incómodo temporário. A raiva deu lugar a uma dor silenciosa, até que, numa noite, violei a minha própria regra e mexi no telemóvel dele. A palavra-passe? O aniversário da Clara, claro. As mensagens entre eles, geladas e cruas, revelaram a conspiração e a frase que me perfurou a alma: "E a Sofia faz um escândalo, mas depois passa. Ela faz sempre." O silêncio gelado deu lugar a uma clareza avassaladora. No almoço de domingo, perante Pedro, a Clara, e a minha sogra, com a minha voz calma e firme, fiz o meu anúncio: "O Pedro e eu vamos divorciar-nos." Eu não ia ser a segunda escolha. Não mais. Naquele dia, saí daquela casa, livre. Porque o amor não tinha nada a ver com aquilo: era sobre respeito. E eu ia construir a minha própria casa. Sozinha. E livre.

Introdução

Hoje era o dia de concretizar o nosso sonho.

O sinal para o terreno da nossa casa, desenhada tijolo por tijolo na minha mente, estava pronto. Abri a aplicação do banco, com o coração a bater de entusiasmo. O saldo: 17,45€. As nossas poupanças de três anos, cem mil euros, tinham desaparecido. Liguei ao meu marido, Pedro, no meio de uma festa, e a sua voz despreocupada revelou o impensável: "A Clara precisava de um empréstimo. Transferi o dinheiro para ela na semana passada."

Aquelas palavras, e a risada da irmã dele ao fundo, foram como um punhal. Ele sabia há uma semana que o nosso sonho estava destruído e "esqueceu-se" de me dizer. Quando confrontado, a sua defesa foi nua e crua: "O que importa mais, uma casa ou a minha irmã? Ela é a minha família. O sangue fala mais alto." Fui apelidada de "dramática" e perdi a promoção na maior apresentação da minha carreira porque ele me abandonou para ir ver a irmã que "partiu o braço" a montar uma prateleira.

Eu era apenas a segunda opção, um incómodo temporário. A raiva deu lugar a uma dor silenciosa, até que, numa noite, violei a minha própria regra e mexi no telemóvel dele. A palavra-passe? O aniversário da Clara, claro. As mensagens entre eles, geladas e cruas, revelaram a conspiração e a frase que me perfurou a alma: "E a Sofia faz um escândalo, mas depois passa. Ela faz sempre."

O silêncio gelado deu lugar a uma clareza avassaladora. No almoço de domingo, perante Pedro, a Clara, e a minha sogra, com a minha voz calma e firme, fiz o meu anúncio: "O Pedro e eu vamos divorciar-nos." Eu não ia ser a segunda escolha. Não mais. Naquele dia, saí daquela casa, livre. Porque o amor não tinha nada a ver com aquilo: era sobre respeito. E eu ia construir a minha própria casa. Sozinha. E livre.

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Estava grávida de sete meses, o mundo parecia perfeito. A minha cunhada, Clara, e eu íamos para casa, um dia normal como tantos outros. De repente, o som de metal a rasgar. O carro capotou e o impacto atirou-me contra o vidro. Lá dentro, o pânico começou. O meu Miguel, o meu marido, o pai do meu filho, chegou ao local. Mas ele correu para a sua irmã, que gemia com um braço partido. Enquanto eu, com a barriga a sangrar, lhe suplicava ajuda, ele gritou: "Espera, Sofia! Não vês que a tua cunhada está ferida?". A última coisa que vi antes da escuridão foi ele a confortar Clara, enquanto eu sangrava sozinha. Perdi o nosso filho. No hospital, ele e a sua mãe culparam-me pelo acidente. "Talvez tenha sido para melhor", a minha sogra disse, referindo-se à morte do meu bebé. E Miguel, o meu Miguel, permaneceu em silêncio. Não me defendeu, como nunca me defendera. Percebi que toda a minha vida com ele tinha sido uma mentira. Aniversários esquecidos, dinheiro desviado para a Clara, a minha gravidez minimizada. Tudo sempre girou em torno dela, da sua irmã, do seu "laço inquebrável". Eu e o nosso filho éramos sempre a segunda opção. Como pude ser tão cega? Como pôde um homem que jurou amar-me e proteger-me abandonar-me assim? O meu filho não morreu por um acidente, mas pela frieza e egoísmo do homem que amei. Eu não estava louca, a minha dor não era apenas luto. Era raiva. Uma raiva fria e calculista. Não queria vingança, mas justiça. "Quero o divórcio." As palavras saíram com uma força gelada. Eu não pediria nada dele, apenas a minha liberdade. Mas então, descobri o extrato bancário. 5.000 euros para as facetas dentárias da Clara, pagos com o nosso dinheiro, enquanto ele me dizia que tínhamos de "apertar o cinto". Esta não era apenas uma traição emocional; era fraude. Eles queriam guerra? Iam tê-la. E eu ia ganhar a minha vida de volta.

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