A Cura de Eva: Encontrando o Amor Depois da Tempestade

A Cura de Eva: Encontrando o Amor Depois da Tempestade

Gavin

5.0
Comentário(s)
290
Leituras
11
Capítulo

Quando o médico me disse que o meu bebé já não tinha batimento cardíaco, o mundo parou. O meu marido, Pedro, estava ao meu lado, agarrado ao telemóvel, mais preocupado com ele do que comigo. Poucas horas antes, eu implorei-lhe para vir, estava a sentir dores excruciantes e a perder o nosso filho. Mas ele nunca chegou. Em vez disso, recebi uma mensagem: "A Sofia teve um ataque de pânico, tive de a levar para casa. Pega um táxi para o hospital." Um estranho chamou uma ambulância para mim. No hospital, Pedro não olhava para mim, mas para o seu telemóvel vibrando incessantemente. Eu sabia que era dela, da sua ex-namorada Sofia. A dor era insuportável, mas a traição... essa dor era mais aguda. Ele não se preocupava com a perda do nosso filho, nem sequer comigo. Olhei para ele, para o seu rosto, e disse a coisa mais clara que me veio à mente: "Pedro, vamos divorciar-nos." Ele reagiu com incredulidade e raiva. "Divórcio? Tu estás a destruir a nossa família!", gritou ele. A sua mãe, Dona Isabel, juntou-se ao coro, ligando e chamando-me de "inútil" e "desleixada". "Como é que ela pôde ser tão descuidada? Não consegue sequer levar uma gravidez a termo!", ouvi a sua voz estridente através do altifalante. Pedro não me defendeu. Naquele momento, percebi a terrível verdade: para eles, eu era apenas uma performance, uma prova da minha utilidade. E eu tinha falhado no teste. No entanto, quando acordei da cirurgia, o vazio no meu coração foi acompanhado por uma nova clareza gelada. Pedro e a sua mãe tinham-me abandonado. Pior ainda, Pedro trouxe a Sofia para a nossa casa, para a nossa cama, enquanto eu estava no hospital a recuperar da perda do nosso bebé. Senti raiva, nojo e uma convicção inabalável. Não iria chorar. Não me iria desculpar. Eu iria lutar. Peguei nos meus sapatos de bebé, as cinzas na minha boca eram o amor que morrera. "O amor que tínhamos morreu," eu disse, olhando-o nos olhos. "Morreu na ponte, quando me deixaste sozinha. Foi enterrado aqui, nesta cama, com o cheiro do perfume dela." Ele tentou agarrar-me, mas eu empurrei-o. Sabia que a partir de agora, não estaria sozinha. Alguém me tinha perguntado como eu estava. Alguém se tinha importado. Eu iria sair dali. Eu iria viver. E ele ia ver o que tinha perdido.

Introdução

Quando o médico me disse que o meu bebé já não tinha batimento cardíaco, o mundo parou.

O meu marido, Pedro, estava ao meu lado, agarrado ao telemóvel, mais preocupado com ele do que comigo.

Poucas horas antes, eu implorei-lhe para vir, estava a sentir dores excruciantes e a perder o nosso filho.

Mas ele nunca chegou.

Em vez disso, recebi uma mensagem: "A Sofia teve um ataque de pânico, tive de a levar para casa. Pega um táxi para o hospital."

Um estranho chamou uma ambulância para mim.

No hospital, Pedro não olhava para mim, mas para o seu telemóvel vibrando incessantemente.

Eu sabia que era dela, da sua ex-namorada Sofia.

A dor era insuportável, mas a traição... essa dor era mais aguda.

Ele não se preocupava com a perda do nosso filho, nem sequer comigo.

Olhei para ele, para o seu rosto, e disse a coisa mais clara que me veio à mente: "Pedro, vamos divorciar-nos."

Ele reagiu com incredulidade e raiva.

"Divórcio? Tu estás a destruir a nossa família!", gritou ele.

A sua mãe, Dona Isabel, juntou-se ao coro, ligando e chamando-me de "inútil" e "desleixada".

"Como é que ela pôde ser tão descuidada? Não consegue sequer levar uma gravidez a termo!", ouvi a sua voz estridente através do altifalante.

Pedro não me defendeu.

Naquele momento, percebi a terrível verdade: para eles, eu era apenas uma performance, uma prova da minha utilidade. E eu tinha falhado no teste.

No entanto, quando acordei da cirurgia, o vazio no meu coração foi acompanhado por uma nova clareza gelada.

Pedro e a sua mãe tinham-me abandonado.

Pior ainda, Pedro trouxe a Sofia para a nossa casa, para a nossa cama, enquanto eu estava no hospital a recuperar da perda do nosso bebé.

Senti raiva, nojo e uma convicção inabalável.

Não iria chorar. Não me iria desculpar. Eu iria lutar.

Peguei nos meus sapatos de bebé, as cinzas na minha boca eram o amor que morrera.

"O amor que tínhamos morreu," eu disse, olhando-o nos olhos. "Morreu na ponte, quando me deixaste sozinha. Foi enterrado aqui, nesta cama, com o cheiro do perfume dela."

Ele tentou agarrar-me, mas eu empurrei-o.

Sabia que a partir de agora, não estaria sozinha.

Alguém me tinha perguntado como eu estava. Alguém se tinha importado.

Eu iria sair dali. Eu iria viver. E ele ia ver o que tinha perdido.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Herança e um Casamento Forçado

Herança e um Casamento Forçado

LGBT+

5.0

A chuva incessante batia na janela da velha mansão, um lamento que apenas acompanhava a dor no peito de Sofia. Há uma semana, a tragédia levara seus pais e irmãos, deixando-a, aos 22 anos, a única herdeira da Fazenda Alvorada, um império do café. Mas a mansão, antes cheia de risos, agora era um mausoléu. Dona Clara, a gerente da fazenda, entrou com uma bandeja, a preocupação em seu rosto. "Menina Sofia, você precisa comer alguma coisa." Sofia mal podia desviar os olhos da paisagem cinzenta lá fora. "Não consigo, Clara. Não sinto fome." Dona Clara suspirou, antes de revelar a bomba que mudaria tudo. "O advogado da família esteve aqui. Sua avó, Dona Alice, deixou uma cláusula no testamento." A base de tudo, a lei da família, agora se tornava a sua maior prisão. "Há uma condição," continuou Dona Clara, a voz baixa, "para você assumir o controle total da fazenda e da fortuna: você precisa estar casada." Casada? Em meio a tanto luto? Parecia uma piada cruel do destino. "Isso é um absurdo," Sofia sussurrou, a voz trêmula. "Por que a vovó faria isso?" A notícia se espalhou como fogo por Monte Belo, e um nome emergiu nas fofocas maldosas: "Aquela filha ilegítima dos vizinhos teve sorte, vai virar a Sra. da Fazenda de Café." Era Camila, a garota por quem Sofia nutriu uma paixão platônica por toda a adolescência. E, como invocada, Camila apareceu na mansão naquela mesma tarde. Com uma arrogância que Sofia nunca quisera ver, ela parou à sua frente. "Fiquei sabendo da sua situação." A voz fria de Camila atingiu Sofia como um tapa. "Considerando sua devoção por mim todos esses anos e que agora você está desamparada, posso me casar com você." Mas a facada veio logo em seguida. "Mas saiba que eu e Lucas nos amamos, e mesmo como Sra. da Fazenda, darei filhos a ele." Lucas. Seu primo. O cúmplice. O quebra-cabeça macabro se montou, revelando a ganância dos seus tios e a traição de Camila. O coração de Sofia se esfarelou. Sua devoção por Camila fora a grande tolice de sua juventude, uma alavanca para ser usada no momento mais oportuno. Subindo as escadas, ela ouviu vozes vindas do escritório do pai. "Você realmente disse isso pra ela? Assim, na cara dela? Você é incrível, meu amor." Era Lucas, risonho, com Camila respondendo cheia de desprezo. "Claro que eu disse. Aquela idiota sempre foi louca por mim. É só estalar os dedos. Assim que nos casarmos, a fazenda será nossa. E seus pais podem parar com esse teatrinho de luto e começar a planejar como vamos gastar o dinheiro." Um beijo longo e debochado. A imagem deles, rindo de sua dor e conspirando, foi a gota d' água. A tristeza profunda deu lugar a uma raiva fria, cortante. No espelho, Sofia viu a garota ingênua morrer. Eles a subestimaram. Mas a verdadeira noiva de Sofia já estava a caminho.

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro