A Promessa Quebrada de Pedro

A Promessa Quebrada de Pedro

Gavin

5.0
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Capítulo

Eu renasci. Com as memórias completas de uma vida passada, acordei no corpo de uma Maria Silva de dezoito anos, cheia de esperança. Pedro Costa, meu marido por trinta anos, prometeu me encontrar na próxima vida. Eu o encontrei, mas ele não era o mesmo. Obcecado por sucesso e uma garota chamada Gabi, ele estava determinado a construir uma vida melhor, mas não para nós. Pensei que ele se lembrava, que tudo era para o nosso futuro. Hoje, ele finalmente se formaria e o reencontraria. Meu coração disparava. Minha mãe fez o assado que ele tanto amava. Eu revivi nossa última conversa, sua promessa: "Na próxima vida... eu vou te compensar por tudo." O carro dele parou na rua. Meu peito apertou de amor ao vê-lo, tão lindo. Ele estava vindo na minha direção! Eu saí da cortina, trêmula. Mas ele passou direto por mim, como se eu não existisse. Meu sorriso congelou. Ele pegou um microfone. "Hoje é um dia muito especial para mim", disse ele. Uma parte de mim ainda esperava uma surpresa. Seus olhos encontraram Gabi Santos, a influenciadora. "Gabi", ele declarou, "desde o primeiro dia em que te vi, eu soube que tudo que eu fizesse nesta vida seria para um dia ser digno de você. Eu te amo." O mundo silenciou. O cheiro do assado me deu náuseas. Ele a beijou na frente de todos. Meu universo se despedaçou em um milhão de cacos de vidro. Corri para o quarto e desabei, as peças do quebra-cabeça da nossa vida passada se encaixando de forma horrível. Todas as suas ambições, os "comentários inocentes" sobre a família rica dela, o bairro perto da mansão dos Santos... tudo era para ela. Ele não renasceu para me encontrar. Ele renasceu para ter a chance com ela. Eu nunca fui o amor da vida dele. Eu era o prêmio de consolação. A dor e a fúria me consumiram. Eu chorei até secar, uma garota tola que amou um homem que não a amava. Mas minha mãe estava lá, seu amor incondicional. Por ela, eu me levantei. Pedro não era ruim em romance; ele apenas não queria ser romântico comigo. Ele não era pão-duro; ele apenas não queria gastar comigo. Sua gentileza era uma farsa para manter o casamento perfeito. A última faísca de esperança se apagou. Aquele confronto me libertou. Peguei todo o meu dinheiro, comprei latas de spray. Ele me convenceu a desistir da arte na vida passada. Nesta vida, ninguém me pararia. Eu seria a grafiteira que sempre sonhei, em São Paulo.

Introdução

Eu renasci.

Com as memórias completas de uma vida passada, acordei no corpo de uma Maria Silva de dezoito anos, cheia de esperança.

Pedro Costa, meu marido por trinta anos, prometeu me encontrar na próxima vida.

Eu o encontrei, mas ele não era o mesmo.

Obcecado por sucesso e uma garota chamada Gabi, ele estava determinado a construir uma vida melhor, mas não para nós.

Pensei que ele se lembrava, que tudo era para o nosso futuro.

Hoje, ele finalmente se formaria e o reencontraria.

Meu coração disparava.

Minha mãe fez o assado que ele tanto amava.

Eu revivi nossa última conversa, sua promessa: "Na próxima vida... eu vou te compensar por tudo."

O carro dele parou na rua.

Meu peito apertou de amor ao vê-lo, tão lindo.

Ele estava vindo na minha direção!

Eu saí da cortina, trêmula.

Mas ele passou direto por mim, como se eu não existisse.

Meu sorriso congelou.

Ele pegou um microfone.

"Hoje é um dia muito especial para mim", disse ele.

Uma parte de mim ainda esperava uma surpresa.

Seus olhos encontraram Gabi Santos, a influenciadora.

"Gabi", ele declarou, "desde o primeiro dia em que te vi, eu soube que tudo que eu fizesse nesta vida seria para um dia ser digno de você. Eu te amo."

O mundo silenciou.

O cheiro do assado me deu náuseas.

Ele a beijou na frente de todos.

Meu universo se despedaçou em um milhão de cacos de vidro.

Corri para o quarto e desabei, as peças do quebra-cabeça da nossa vida passada se encaixando de forma horrível.

Todas as suas ambições, os "comentários inocentes" sobre a família rica dela, o bairro perto da mansão dos Santos... tudo era para ela.

Ele não renasceu para me encontrar.

Ele renasceu para ter a chance com ela.

Eu nunca fui o amor da vida dele.

Eu era o prêmio de consolação.

A dor e a fúria me consumiram.

Eu chorei até secar, uma garota tola que amou um homem que não a amava.

Mas minha mãe estava lá, seu amor incondicional.

Por ela, eu me levantei.

Pedro não era ruim em romance; ele apenas não queria ser romântico comigo.

Ele não era pão-duro; ele apenas não queria gastar comigo.

Sua gentileza era uma farsa para manter o casamento perfeito.

A última faísca de esperança se apagou.

Aquele confronto me libertou.

Peguei todo o meu dinheiro, comprei latas de spray.

Ele me convenceu a desistir da arte na vida passada.

Nesta vida, ninguém me pararia.

Eu seria a grafiteira que sempre sonhei, em São Paulo.

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