Do Inferno ao Paraíso

Do Inferno ao Paraíso

Gavin

5.0
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Capítulo

O médico confirmou: Sofia estava grávida de quase três meses. Um detalhe me corroía: eu não a tocava havia meses, desde aquela lesão que me tirou dos campos de futebol. O silêncio no carro, na volta para casa, era sufocante. "Me perdoa, Miguel", Sofia choramingou, agarrando-se a mim com lágrimas falsas. "Foi só uma vez, juro. Eu bebi demais, estava perdida, com tanto medo por você." Eu, um tolo apaixonado, quase acreditei na desculpa patética. Afinal, ela sempre foi meu paraíso seguro. A verdade, no entanto, me atingiu como um soco no estômago, numa tarde chuvosa. Espiei pela porta entreaberta do quarto e ouvi a voz dela ao telefone, gélida, cruel. "Sim, Thiago, ele está engolindo tudo. O idiota apaixonado acredita que o filho é um erro de uma noite." Thiago. Meu empresário. Meu amigo. A risada dela, baixa e perversa, ecoou no meu peito. "Com a carreira acabada, ele não tem mais nada, só a mim. E o dinheiro dele? Agora é nosso dinheiro, meu amor. Nosso e do nosso filho." O amor que eu sentia se transformou em cinzas de desgosto. Eu era a piada, o idiota, o jogador quebrado. Olhei para as fotos sorrindo na sala, para a vida que eu achava que tinha. Uma farsa nojenta. Eles me transformaram em um monstro para a família deles. Eu caí no chão, meu joelho lesionado explodindo de dor. "Você não vai estragar a minha vida!", ela gritava, chutando meu joelho repetidamente. Fui arrastado para um porão escuro, jogado como lixo. "Aprenda sua lição, Miguel", ouvi a voz dela antes que a porta se fechasse. Em meio aos gemidos de dor, percebi: o Miguel que eles conheciam havia morrido naquele porão. Eu não seria mais o idiota. Com a ajuda da Isabella, aquela que sempre acreditou em mim, eu me reergueria. A guerra mal havia começado.

Introdução

O médico confirmou: Sofia estava grávida de quase três meses.

Um detalhe me corroía: eu não a tocava havia meses, desde aquela lesão que me tirou dos campos de futebol.

O silêncio no carro, na volta para casa, era sufocante.

"Me perdoa, Miguel", Sofia choramingou, agarrando-se a mim com lágrimas falsas. "Foi só uma vez, juro. Eu bebi demais, estava perdida, com tanto medo por você."

Eu, um tolo apaixonado, quase acreditei na desculpa patética. Afinal, ela sempre foi meu paraíso seguro.

A verdade, no entanto, me atingiu como um soco no estômago, numa tarde chuvosa.

Espiei pela porta entreaberta do quarto e ouvi a voz dela ao telefone, gélida, cruel.

"Sim, Thiago, ele está engolindo tudo. O idiota apaixonado acredita que o filho é um erro de uma noite."

Thiago. Meu empresário. Meu amigo.

A risada dela, baixa e perversa, ecoou no meu peito. "Com a carreira acabada, ele não tem mais nada, só a mim. E o dinheiro dele? Agora é nosso dinheiro, meu amor. Nosso e do nosso filho."

O amor que eu sentia se transformou em cinzas de desgosto. Eu era a piada, o idiota, o jogador quebrado.

Olhei para as fotos sorrindo na sala, para a vida que eu achava que tinha. Uma farsa nojenta.

Eles me transformaram em um monstro para a família deles. Eu caí no chão, meu joelho lesionado explodindo de dor.

"Você não vai estragar a minha vida!", ela gritava, chutando meu joelho repetidamente.

Fui arrastado para um porão escuro, jogado como lixo. "Aprenda sua lição, Miguel", ouvi a voz dela antes que a porta se fechasse.

Em meio aos gemidos de dor, percebi: o Miguel que eles conheciam havia morrido naquele porão.

Eu não seria mais o idiota. Com a ajuda da Isabella, aquela que sempre acreditou em mim, eu me reergueria. A guerra mal havia começado.

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