Seu Último Suspiro, Sua Fúria Fria

Seu Último Suspiro, Sua Fúria Fria

Gavin

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Capítulo

Minha irmã, Aline, estava morrendo. A única esperança dela era uma cirurgia experimental que custava dois milhões e meio de reais. Com apenas duas semanas para conseguir o dinheiro, eu tive que engolir meu orgulho e procurar a única pessoa que eu mais odiava no mundo: meu irmão bilionário com quem eu não falava, Daniel. Mas eu nunca consegui vê-lo. Sua assistente executiva, uma mulher chamada Gisele, olhou para o meu vestido barato e decidiu que eu era uma golpista. Ela se recusou a entregar meu recado. Ela me arrastou para uma sala nos fundos, zombando que minha história sobre uma irmã moribunda era patética. Na frente de suas colegas, ela rasgou os prontuários médicos que salvariam a vida de Aline em mil pedaços e os jogou no lixo. Ela me deu um tapa na cara, derramou café quente no meu peito e rasgou meu vestido para me humilhar ainda mais. Eu fiquei no chão, destruída e sangrando, enquanto ela ria. Tudo em que eu conseguia pensar era na janela de oportunidade para a cirurgia de Aline se fechando. Cada pedaço de papel que ela destruiu, cada segundo que ela desperdiçou, era um prego a mais no caixão da minha irmã. Por causa daquele atraso, Aline morreu. Quando meu irmão finalmente descobriu o que sua assistente tinha feito, a dor que deveria ter nos destruído, em vez disso, forjou algo novo e terrível. Eu olhei para ele e disse que a prisão não era o suficiente. Nós daríamos a Gisele tudo o que ela sempre sonhou, só para que pudéssemos ser nós a queimar tudo até virar cinzas.

Capítulo 1

Minha irmã, Aline, estava morrendo. A única esperança dela era uma cirurgia experimental que custava dois milhões e meio de reais. Com apenas duas semanas para conseguir o dinheiro, eu tive que engolir meu orgulho e procurar a única pessoa que eu mais odiava no mundo: meu irmão bilionário com quem eu não falava, Daniel.

Mas eu nunca consegui vê-lo. Sua assistente executiva, uma mulher chamada Gisele, olhou para o meu vestido barato e decidiu que eu era uma golpista. Ela se recusou a entregar meu recado.

Ela me arrastou para uma sala nos fundos, zombando que minha história sobre uma irmã moribunda era patética. Na frente de suas colegas, ela rasgou os prontuários médicos que salvariam a vida de Aline em mil pedaços e os jogou no lixo.

Ela me deu um tapa na cara, derramou café quente no meu peito e rasgou meu vestido para me humilhar ainda mais.

Eu fiquei no chão, destruída e sangrando, enquanto ela ria. Tudo em que eu conseguia pensar era na janela de oportunidade para a cirurgia de Aline se fechando. Cada pedaço de papel que ela destruiu, cada segundo que ela desperdiçou, era um prego a mais no caixão da minha irmã.

Por causa daquele atraso, Aline morreu. Quando meu irmão finalmente descobriu o que sua assistente tinha feito, a dor que deveria ter nos destruído, em vez disso, forjou algo novo e terrível. Eu olhei para ele e disse que a prisão não era o suficiente. Nós daríamos a Gisele tudo o que ela sempre sonhou, só para que pudéssemos ser nós a queimar tudo até virar cinzas.

Capítulo 1

O ar do hospital era rarefeito e cheirava a antisséptico. Era um cheiro que eu passei a odiar com todas as minhas forças.

A mão de Aline era frágil na minha, sua pele quase translúcida. Sua respiração era um sussurro suave e superficial no quarto silencioso. Ela olhou para mim, seus olhos, antes tão brilhantes, agora nublados por um cansaço constante.

"Helena", ela sussurrou, sua voz mal passava de um som. "Não fique tão triste."

Eu tentei sorrir, mas meu rosto parecia duro. "Não estou triste. Só estou pensando."

Ela sabia que eu estava mentindo. Nós éramos o mundo uma da outra desde que nossos pais morreram. Eu era a irmã mais velha, a protetora, aquela que deveria consertar as coisas. Mas eu não podia consertar isso.

O médico me encontrou no corredor uma hora depois. Seu rosto estava sombrio.

"O quadro dela está se deteriorando mais rápido do que prevíamos, Senhorita Almeida."

Meu coração gelou. "O que isso significa?", perguntei, minha voz tensa.

"Significa que os tratamentos padrão não são mais suficientes. Existe uma nova cirurgia experimental. É de alto risco, mas é a única chance real dela."

Uma faísca de esperança se acendeu no meu peito. "Uma chance? Nós aceitamos. Custe o que custar."

Ele olhou para a prancheta, desviando o olhar. Era um mau sinal.

"O procedimento em si, mais os cuidados pós-operatórios, está estimado em dois milhões e meio de reais."

O número me atingiu como um soco. Duzentos e cinquenta mil reais. Eu ganhava menos de três mil por mês, dobrando turnos na lanchonete. Eu tinha alguns milhares guardados. Não era nada.

"Nós não temos esse tipo de dinheiro", eu disse, as palavras com gosto de cinzas na boca.

"Eu entendo", disse o médico, seu tom profissional, mas distante. "Você precisará tomar uma decisão em breve. A janela de oportunidade para a cirurgia ser eficaz está se fechando. Temos talvez duas semanas, no máximo."

Voltei para o quarto de Aline. Ela estava dormindo. Observei o lento subir e descer de seu peito, cada respiração uma vitória. Duas semanas. Eu tinha duas semanas para encontrar uma quantia impossível de dinheiro para salvar a vida da minha irmã.

Naquela noite, sentei-me à nossa pequena mesa da cozinha, encarando uma pilha de contas não pagas. O desespero era um cobertor pesado, me sufocando. Eu tinha vendido tudo de valor que tínhamos depois do acidente de carro dos nossos pais. Não havia mais nada.

Exceto por uma coisa. Uma memória.

Um nome que eu não pronunciava há mais de uma década.

Daniel.

Meu irmão.

Ele era Daniel Almeida naquela época. Antes de mudar seu nome para Moraes, o nome de solteira de sua mãe, para nos apagar. Antes de pegar sua parte da pequena herança e desaparecer no mundo dos códigos e do silício, emergindo anos depois como um bilionário da tecnologia.

Ele não foi ao funeral. Ele não atendeu minhas ligações. Ele nos cortou de sua vida tão friamente quanto a faca de um cirurgião.

Eu o odiava por isso. Eu o odiava por nos deixar para juntar os cacos, por me abandonar para criar Aline sozinha.

Mas agora, esse ódio era um luxo que eu não podia me permitir. Ele era minha única esperança. A única esperança de Aline.

Passei os dois dias seguintes rastreando o endereço da sede de sua empresa. Moraes Tech. Era um arranha-céu reluzente de vidro e aço na Faria Lima, um monumento a um mundo ao qual eu não pertencia.

Reuni todos os documentos médicos de Aline, as anotações do médico, a estimativa de custo da cirurgia. Coloquei-os em um grande envelope pardo, minhas mãos tremendo. Vesti minhas melhores roupas – um vestido azul simples, mas limpo, um pouco desbotado, que eu geralmente guardava para feriados.

Olhei no espelho. Vi uma mulher exausta com linhas de preocupação ao redor dos olhos. Vi alguém que não pertencia a uma torre de vidro.

Respirei fundo. Por Aline, eu faria qualquer coisa. Eu rastejaria. Eu imploraria. Eu enfrentaria o irmão que nos jogou fora.

O saguão da Moraes Tech era como uma catedral erguida ao dinheiro. Os tetos eram impossivelmente altos, os pisos de mármore polido. Homens e mulheres em ternos caros e bem cortados se moviam com um ar de propósito e importância.

Eu me senti como um fantasma.

Caminhei até a recepção, minha bolsa gasta apertada na mão. A recepcionista ergueu o olhar, sua expressão uma máscara vazia de desinteresse educado.

"Posso ajudar?"

"Estou aqui para ver Daniel Moraes", eu disse, minha voz mais baixa do que eu pretendia.

Sua sobrancelha perfeitamente desenhada se ergueu uma fração de milímetro. "A senhora tem hora marcada?"

"Não, mas... eu sou a irmã dele."

A máscara rachou. Um lampejo de diversão, depois pena, cruzou seu rosto.

"Certo. Sente-se ali. Alguém virá falar com você em breve."

Ela acenou com uma mão displicente em direção a um conjunto de cadeiras de aparência desconfortável. Ela já havia me rotulado como uma fã delirante.

Esperei por duas horas. As pessoas entravam e saíam, me ignorando. A esperança à qual eu me apegara estava começando a se esvair.

Finalmente, uma mulher diferente se aproximou de mim. Ela era alta, impecavelmente vestida com um terninho cinza severo, seu cabelo ruivo preso em um coque apertado. Seus olhos eram lascas de gelo.

"É você que está dizendo ser a irmã do Sr. Moraes?", ela perguntou, sua voz escorrendo condescendência.

"Eu sou a irmã dele", eu disse, levantando-me. "Meu nome é Helena Almeida."

Ela me mediu de cima a baixo, seu olhar demorando no meu vestido desbotado e nos sapatos baratos. Um sorriso pequeno e cruel tocou seus lábios.

"Eu sou Gisele Porto, assistente executiva do Sr. Moraes. Ele é um homem muito ocupado. Ele não tem tempo para... golpistas."

"Eu não sou uma golpista", eu disse, meu temperamento se inflamando. "Aline, nossa irmã, está morrendo. Eu preciso da ajuda dele." Estendi o envelope pardo. "Toda a prova está aqui."

Gisele não o pegou. Ela apenas me encarou, seus olhos cheios de uma possessividade venenosa que me assustou.

"O Sr. Moraes não tem irmã", ela disse secamente. "Agora, sugiro que você saia antes que eu chame a segurança para removê-la."

"Por favor", eu implorei, a luta se esvaindo de mim. "Apenas entregue o envelope a ele. É tudo o que eu peço. Se ele vir, ele vai entender."

Sua expressão endureceu. "Eu cuido de tudo para o Sr. Moraes. Incluindo pestes como você."

Ela deu um passo mais perto, sua voz baixando para um silvo baixo e ameaçador. "Você não é a primeira mulher desesperada a aparecer aqui com uma história triste, tentando chamar a atenção dele. Mas você será a última com quem eu terei que lidar hoje."

Antes que eu pudesse reagir, ela arrancou o envelope da minha mão.

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