O Passado Oculto da Esposa Perfeita

O Passado Oculto da Esposa Perfeita

Gavin

5.0
Comentário(s)
317
Leituras
10
Capítulo

Por cinco anos, fui a esposa perfeita e sem memória do magnata da tecnologia que me "resgatou" de um acidente de helicóptero. Então, um vídeo da amante dele estilhaçou a mentira. Não era apenas o ultrassom dela; era uma reportagem mostrando que meu verdadeiro noivo, Caio, havia sobrevivido ao acidente. Minha memória voltou com a força de uma avalanche. Quando confrontei o caso deles incendiando a vinícola que ele construiu para ela, ele escolheu salvar sua amante grávida em vez de mim. No hospital, cercado por repórteres que ela havia chamado, ele me renegou publicamente para protegê-la. "Minha esposa não está bem há algum tempo", ele anunciou, suas palavras uma traição final e gélida. Mas eles confundiram meu silêncio com derrota. Encarando as câmeras, tracei um símbolo secreto sobre meu coração - uma mensagem que apenas um homem entenderia. Inclinei-me para o microfone, transformando minha humilhação em um chamado à guerra. "Caio", sussurrei. "Está na hora de voltar para casa."

Capítulo 1

Por cinco anos, fui a esposa perfeita e sem memória do magnata da tecnologia que me "resgatou" de um acidente de helicóptero.

Então, um vídeo da amante dele estilhaçou a mentira. Não era apenas o ultrassom dela; era uma reportagem mostrando que meu verdadeiro noivo, Caio, havia sobrevivido ao acidente. Minha memória voltou com a força de uma avalanche.

Quando confrontei o caso deles incendiando a vinícola que ele construiu para ela, ele escolheu salvar sua amante grávida em vez de mim.

No hospital, cercado por repórteres que ela havia chamado, ele me renegou publicamente para protegê-la.

"Minha esposa não está bem há algum tempo", ele anunciou, suas palavras uma traição final e gélida.

Mas eles confundiram meu silêncio com derrota. Encarando as câmeras, tracei um símbolo secreto sobre meu coração - uma mensagem que apenas um homem entenderia.

Inclinei-me para o microfone, transformando minha humilhação em um chamado à guerra. "Caio", sussurrei. "Está na hora de voltar para casa."

Capítulo 1

Ponto de Vista: Elia Mendes

O primeiro vídeo que Cândida enviou foi dela e de Heitor na minha cama. O segundo foi o ultrassom dela. Mas foi o terceiro vídeo, uma reportagem de cinco anos atrás mostrando os destroços em chamas de um helicóptero, que finalmente rompeu a barragem em minha mente. O rosto que apareceu na tela não era o de Heitor. Era o de Caio. Meu Caio. E naquele instante, eu me lembrei de tudo.

O mundo se dissolveu em uma mistura nauseante de antes e agora.

Cinco anos em uma gaiola de ouro. Cinco anos de uma mentira tão perfeita, tão sufocantemente devotada, que eu nunca pensei em questioná-la. Heitor Montenegro, o magnata da tecnologia que me "resgatou" do acidente, o homem que me disse que era meu marido, que cuidou de mim quando eu estava à beira da morte e com a mente em branco pela amnésia.

Ele tinha sido o meu mundo. Um mundo de paredes brancas e minimalistas, de jatinhos particulares, de galerias de arte selecionadas a dedo para o meu gosto. Um mundo de amor possessivo, quase patológico. Ele escolhia minhas roupas, minha comida, meus amigos. Seu amor era um cobertor, e eu estava com tanto frio e tão perdida para perceber que ele estava me sufocando.

Ultimamente, o cobertor havia se tornado fino. Sua atenção, antes um feixe constante e ardente, começou a se desviar. Ele estava entediado. Entediado de sua esposa perfeita e plácida. Entediado da aquisição que ele tanto desejara.

E assim, ele encontrou um novo brinquedo. Cândida Queiroz. Sua estagiária. Jovem, ambiciosa, com uma inocência fabricada que ela usava como um escudo. Eu a via pelo escritório, seus olhos sempre demorando em Heitor, uma fome neles que eu reconhecia porque eu também, uma vez, olhei para um homem com a mesma adoração avassaladora. Mas meu amor tinha sido por Caio. Puro e real.

O caso não era um segredo que ele tentava manter. Era um espetáculo. Ele a exibia por aí, a orientava, construiu para ela uma maldita vinícola no interior de São Paulo. Um monumento à sua traição.

Então vieram os vídeos. Um golpe deliberado e malicioso de Cândida, projetado para estilhaçar meu mundo.

Ela os enviou há uma hora. Eu estava sentada no chão de mármore frio da nossa gigantesca sala de estar, o celular virado para cima ao meu lado. A reportagem do acidente passava em um loop silencioso. Uma repórter com o rosto açoitado pelo vento, o metal retorcido do helicóptero atrás dela. "...trágica perda da renomada curadora de arte Elia Mendes, dada como morta junto com o piloto. Milagrosamente, seu noivo, Caio Flores, CEO da Flores Arquitetura de Luxo, foi arremessado dos destroços e sobreviveu, embora permaneça em estado crítico..."

Caio.

O nome era uma chave, destrancando um cômodo em minha mente que esteve selado por meia década.

O cheiro de maresia. O calor de sua mão na minha. O azul brilhante do céu sobre Angra dos Reis no dia do nosso casamento. Estávamos no helicóptero, rindo, taças de champanhe nas mãos. Ele estava me contando sobre a casa que estava projetando para nós, um palácio de vidro empoleirado em um penhasco. Seus olhos, da cor de uísque quente, estavam cheios de um futuro que era todo meu.

"Eu vou te amar até o céu cair, Elia", ele sussurrou, seu polegar traçando a linha da minha mandíbula.

Então, um rugido ensurdecedor. Um solavanco violento. O mundo girando em seu eixo. Os braços de Caio me envolvendo, seu corpo um escudo. A última coisa que vi foi o terror e o amor em guerra em seus olhos enquanto ele gritava meu nome.

A tela do celular escureceu.

No reflexo, vi meu próprio rosto. Pálido, abatido, meus olhos vazios. A mulher que Heitor havia moldado. Dócil. Frágil.

Aquela mulher se foi.

Em seu lugar havia uma estranha, forjada no gelo da traição. Uma fúria fria começou a se cristalizar em minhas veias, nítida e clara. Heitor não me resgatou. Ele me roubou. Ele viu um prêmio, belo e quebrado, e o reivindicou. Ele construiu uma gaiola de mentiras e a chamou de amor.

E Cândida... ela não era nada mais do que uma ferramenta vulgar, uma imitação barata desesperada para tomar meu lugar. Ela achava que estava ganhando. Ela achava que tinha me quebrado.

O pensamento quase me fez rir.

Eles não me conheciam. Não a verdadeira eu. A mulher que negociava acordos de arte multimilionários antes dos trinta. A mulher que podia desmontar um oponente com uma única frase bem colocada. A mulher que treinava Krav Maga duas vezes por semana, um detalhe que Heitor, em sua catalogação obsessiva da minha vida, de alguma forma perdeu.

Meu celular vibrou novamente. Uma nova mensagem de Cândida.

*Espero que tenha gostado do show. Heitor está a caminho. Tenta não fazer showzinho, querida. É tão deselegante.*

Eu sorri. Uma curva lenta e fria dos meus lábios. Ah, haveria um show. Mas não seria eu a fazê-lo.

A porta da frente se abriu. Heitor entrou, tirando o paletó de seu terno Ricardo Almeida. Ele parecia em todos os aspectos o rei da Faria Lima - impossivelmente bonito, uma graça predatória em seus movimentos. Ele me viu no chão e sua testa se franziu com aquela preocupação praticada e perfeita.

"Elia? Amor, o que há de errado? Você não está se sentindo bem?"

Ele se ajoelhou ao meu lado, sua mão alcançando minha testa. Eu não recuei. Deixei que ele me tocasse, sua pele de repente parecendo estranha e repulsiva.

"Estou bem", eu disse, minha voz uniforme.

Ele não acreditou em mim. Seus olhos, da cor de um mar tempestuoso, examinaram o quarto, procurando a fonte do meu sofrimento. "Você está pálida. Aconteceu alguma coisa?"

"Cândida me enviou alguns vídeos", eu disse calmamente, observando seu rosto.

Um lampejo de algo - irritação? medo? - cruzou suas feições antes de ser substituído por uma máscara de resignação cansada. Ele suspirou, passando a mão por seu cabelo perfeitamente penteado.

"Elia, escute. O que está acontecendo entre mim e ela... é só um caso. Não significa nada. Você é minha esposa. Você é a única que importa." Era o discurso que ele havia preparado. O manual do manipulador.

Eu não respondi. Apenas olhei para ele, meu olhar vazio.

O silêncio o perturbou. "Diga alguma coisa, Elia. Grite comigo. Berre. Jogue alguma coisa. Só não... olhe para mim assim."

Eu lentamente me levantei. "Ela ainda está grávida?", perguntei, minha voz desprovida de emoção.

A pergunta o pegou de surpresa. Sua mandíbula se contraiu. "Sim."

"E você vai ter o bebê", afirmei. Não era uma pergunta.

"Eu... nós vamos resolver isso. Não precisa mudar nada entre nós."

Caminhei até a ilha estéril e branca da cozinha, onde um arranjo de flores ridiculamente caro estava. Foi entregue esta manhã, com um cartão dele: *Para a minha única e exclusiva*. Peguei o pesado vaso de cristal.

"Ela me mandou o ultrassom, sabe", eu disse, virando-me para encará-lo. "E uma reportagem. De cinco anos atrás."

Seu sangue gelou. Eu vi em seus olhos. O mundo cuidadosamente construído que ele havia erguido ao meu redor começou a tremer. O mestre manipulador estava perdendo o controle.

"Do que você está falando?", ele perguntou, sua voz um rosnado baixo.

"O acidente de helicóptero", eu disse, minha voz ainda perturbadoramente agradável. "Aquele do qual você me 'resgatou'. Aquele que matou o piloto e deveria ter matado meu noivo." Deixei a palavra pairar no ar entre nós. "Caio Flores."

O rosto de Heitor era uma máscara de fúria branca. Ele deu um passo em minha direção, suas mãos cerradas em punhos. "Você não sabe o que está dizendo. Sua memória está confusa. Aquele acidente... foi uma tragédia."

"Ah, eu sei exatamente o que estou dizendo", sussurrei. "E acho que você também sabe."

Ele avançou para mim, mas não para me machucar. Para me controlar. Para me puxar para seus braços e sussurrar mais mentiras até que o mundo se endireitasse em seus termos.

Desviei dele com facilidade, o vaso firme em minha mão. Ele tropeçou, desequilibrado.

"Não se atreva a me dar as costas, Elia." O comando era afiado, tingido com o desespero de um rei cujo trono estava desmoronando.

Eu sorri para ele, um sorriso real desta vez, mas não continha calor. Era o sorriso de um predador.

"Eu não estou te dando as costas, Heitor", eu disse suavemente, meus olhos fixos nos dele. "Eu estou apenas começando."

Levantei o vaso e, com um movimento do pulso, o arremessei não nele, mas no quadro multimilionário de Adriana Varejão pendurado na parede oposta. Sua posse mais valiosa.

O estilhaçar do cristal e o respingo de água contra a tela foi o som mais satisfatório que eu já ouvi.

Heitor congelou, seu rosto uma tela de incredulidade e fúria. Ele olhou da pintura arruinada para mim, e pela primeira vez em cinco anos, eu o vi como ele era. Não um salvador. Não um marido.

Um monstro.

E eu soube, com uma certeza arrepiante, que estava prestes a me tornar um monstro muito maior.

---

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Ele a salvou, eu perdi nosso filho

Ele a salvou, eu perdi nosso filho

Máfia

5.0

Por três anos, mantive um registro secreto dos pecados do meu marido. Um sistema de pontos para decidir exatamente quando eu deixaria Bernardo Santos, o implacável Subchefe do Comando de São Paulo. Pensei que a gota d'água seria ele esquecer nosso jantar de aniversário para consolar sua "amiga de infância", Ariane. Eu estava errada. O verdadeiro ponto de ruptura veio quando o teto do restaurante desabou. Naquela fração de segundo, Bernardo não olhou para mim. Ele mergulhou para a direita, protegendo Ariane com o corpo, e me deixou para ser esmagada sob um lustre de cristal de meia tonelada. Acordei em um quarto de hospital estéril com uma perna estilhaçada e um útero vazio. O médico, trêmulo e pálido, me disse que meu feto de oito semanas não havia sobrevivido ao trauma e à perda de sangue. "Tentamos conseguir as reservas de O-negativo", ele gaguejou, recusando-se a me encarar. "Mas o Dr. Santos ordenou que as guardássemos. Ele disse que a Senhorita Whitfield poderia entrar em choque por causa dos ferimentos." "Que ferimentos?", sussurrei. "Um corte no dedo", admitiu o médico. "E ansiedade." Ele deixou nosso filho nascer morto para guardar as reservas de sangue para o corte de papel da amante dele. Bernardo finalmente entrou no meu quarto horas depois, cheirando ao perfume de Ariane, esperando que eu fosse a esposa obediente e silenciosa que entendia seu "dever". Em vez disso, peguei minha caneta e escrevi a última anotação no meu caderno de couro preto. *Menos cinco pontos. Ele matou nosso filho.* *Pontuação Total: Zero.* Eu não gritei. Eu não chorei. Apenas assinei os papéis do divórcio, chamei minha equipe de extração e desapareci na chuva antes que ele pudesse se virar.

Amor Anulado, A Queda da Máfia: Ela Arrasou Tudo

Amor Anulado, A Queda da Máfia: Ela Arrasou Tudo

Moderno

5.0

Na minha noite de núpcias, fiz um voto a Léo Gallo, o homem mais temido de São Paulo. "Se um dia você me trair", sussurrei, "vou desaparecer da sua vida como se nunca tivesse existido." Ele riu, achando que era uma promessa romântica. Era um juramento. Três anos depois, descobri sua traição. Não era apenas um caso; era uma humilhação pública. Sua amante, Ava, me mandou fotos dela nos meus lugares, usando joias que ele me deu, me provocando com sua presença na minha vida. E Léo permitiu. O golpe final veio em nosso sítio de luxo em Itu. Eu os vi juntos, Léo e uma Ava triunfante e grávida, na frente de seu círculo mais próximo. Ele estava escolhendo ela, sua amante grávida, em vez de sua esposa ferida, exigindo que eu pedisse desculpas por tê-la chateado. Na minha própria casa, eu era um obstáculo. No meu próprio casamento, eu era um acessório. O amor ao qual me agarrei por anos finalmente morreu. As mensagens de Ava confirmaram tudo, incluindo a foto de um ultrassom com a legenda "Nosso bebê" e outra dela usando o colar que ele batizou de "O Alvorecer de Maya". Então, na manhã seguinte à nossa festa de aniversário, coloquei meu plano em ação. Liquidei meus bens, passei um trator no jardim que ele plantou para mim e entreguei os papéis do divórcio. Então, com uma nova identidade, saí pela porta de serviço e desapareci na cidade, deixando o homem que quebrou seus votos para os destroços da vida que ele destruiu.

Você deve gostar

O filho de um segredo

O filho de um segredo

Bencannan
5.0

Amber nunca pensou que fosse voltar a ver aqueles olhos negros . Sua mente volta para exatos oito anos atrás quando deixou sua pequena cidade sozinha e com medo, na pequena mochila somente algumas mudas de roupas e dentro de seu coração uma mágoa impossível de esquecer . Naquela noite haveria a formatura mas Amber não estaria nela, a noite anterior lhe mostrou que não adiantava sonhar, naquela cidade ela seria sempre a menina mais feia da escola, aquela que caçoavam, ao pensar nisso seus olhos queimam com lágrimas não derramadas ao lembrar a cena da noite anterior, todas aquelas líderes de torcida e os garotos do time rindo enquanto Amber tentava em vão cobrir seu corpo nu. E ele, Peter Calahan parecendo constrangido e fingindo-se assustado ao mesmo tempo, como se a "brincadeira" fosse engraçada e ser pego ali de propósito lhe fizesse lembrar que ela era a menina mais horrorosa e que ele teve que fazer o sacrifício pro divertimento dos colegas . Mas tudo isso parecia ter ficado pra trás, até aquele dia , até Amber olhar aqueles olhos negros vasculhando se ali havia algum reconhecimento, afinal de contas Amber a menina feia desengonçada filha do bêbado agora é uma pessoa completamente diferente.... Será que o seu segredo está protegido ? Será que Peter ainda se lembra dela ? Será que ele consegue imaginar as consequências que aquela brincadeira deixou em sua vida ? Será que o rico e poderoso Peter agora se sente tão poderoso sem poder mais andar ? Amber respira fundo decidida a enfrentar seja lá o que for pelo cheque mensal que vai salvar sua vida, Porém ela precisa proteger a todo custo seu segredo , Peter Calahan não pode jamais imaginar que eles têm um filho e que Amber é a mesma garota que ele humilhou e pisou no passado

Capítulo
Ler agora
Baixar livro