Da Noiva Rejeitada à Rainha Implacável

Da Noiva Rejeitada à Rainha Implacável

Gavin

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Capítulo

Na nonagésima nona vez que tentei me casar com o homem que amei por vinte e cinco anos, ele me deixou plantada no altar. Fui ao cartório para me casar com um estranho por puro despeito, apenas para descobrir que eu já estava casada. Meu noivo, Alexandre, tinha falsificado os documentos, me casando com seu motorista para acalmar a amante dele. Mas a traição dele foi mais do que apenas uma mentira. Ele me trancou no necrotério de um hospital, me forçou a ajoelhar diante dela e assistiu enquanto ela mandava me esfaquear e me jogar de um penhasco. Enquanto eu sangrava no fundo de um desfiladeiro, finalmente entendi que nossos vinte e cinco anos de amor não significavam nada. Eu era apenas um obstáculo a ser descartado. Mas quando eu estava prestes a morrer, um helicóptero desceu do céu. O homem que desceu foi Caio Dantas - meu marido legal e o maior rival de Alexandre. Ele salvou minha vida, e eu fiz um novo voto. Eu forjaria minha morte, voltaria como uma rainha e reduziria o mundo de Alexandre a cinzas.

Capítulo 1

Na nonagésima nona vez que tentei me casar com o homem que amei por vinte e cinco anos, ele me deixou plantada no altar. Fui ao cartório para me casar com um estranho por puro despeito, apenas para descobrir que eu já estava casada. Meu noivo, Alexandre, tinha falsificado os documentos, me casando com seu motorista para acalmar a amante dele.

Mas a traição dele foi mais do que apenas uma mentira. Ele me trancou no necrotério de um hospital, me forçou a ajoelhar diante dela e assistiu enquanto ela mandava me esfaquear e me jogar de um penhasco.

Enquanto eu sangrava no fundo de um desfiladeiro, finalmente entendi que nossos vinte e cinco anos de amor não significavam nada. Eu era apenas um obstáculo a ser descartado.

Mas quando eu estava prestes a morrer, um helicóptero desceu do céu.

O homem que desceu foi Caio Dantas - meu marido legal e o maior rival de Alexandre. Ele salvou minha vida, e eu fiz um novo voto.

Eu forjaria minha morte, voltaria como uma rainha e reduziria o mundo de Alexandre a cinzas.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Ayla Braga:

Na nonagésima nona vez que tentei me casar com Alexandre Monteiro, o homem que eu amava há vinte e cinco anos, descobri que já estava casada - com um completo estranho.

O padre, um homem gentil com olhos que demonstravam uma pena cada vez maior a cada tentativa fracassada, pigarreou. "Estamos prontos para começar, Ayla?"

Alisei a frente do meu vestido branco simples, o nonagésimo nono que eu comprava para a ocasião. O vestido de baile deslumbrante estava guardado, uma relíquia da primeira vez que deveríamos nos casar. Noventa e oito vestidos depois, eu já tinha desistido da extravagância. Eu só queria que fosse oficial.

"Estou pronta", eu disse, minha voz firme apesar do tremor familiar em minhas mãos. Levantei meu celular. "Só preciso ligar para o Alexandre."

Disquei o número dele, aquele que eu conhecia melhor que o meu. Tocou duas vezes antes de ele atender.

"Ayla?" A voz dele era apressada, distraída. Eu podia ouvir o barulho fraco de um teclado ao fundo.

"Alex", eu disse, forçando uma alegria que eu não sentia. "O padre está aqui. A capela está esperando. Você está a caminho?"

Um suspiro pesado do outro lado. Meu estômago se contraiu em um nó frio e familiar. "Amor, eu... não vai dar hoje."

As desculpas eram sempre vagas, sempre plausíveis o suficiente para me fazer sentir louca por questioná-las. "O que foi desta vez, Alex?"

"É a Kiara", ele disse, sua voz baixando. "Ela... não está bem. Ela tentou algo de novo. Eu tenho que estar lá."

Kiara Diniz. Minha maior fã e meu pesadelo pessoal. A mulher que era obcecada pelos heróis das minhas graphic novels e, por extensão, obcecada pelo homem que os inspirou. O homem cuja empresa de tecnologia, Astreus Tech, foi literalmente batizada em minha homenagem.

"Alex, ela faz isso toda vez", implorei, minha voz falhando. "Isso é chantagem emocional. Ela sabe que vamos nos casar hoje."

"Eu sei, eu sei, mas e se desta vez for real?", ele argumentou, o tom defensivo em sua voz me cortando profundamente. "Não posso carregar isso na minha consciência, Ayla. Você também não iria querer isso."

Antes que eu pudesse responder, ele me cortou. "Olha, eu tenho que ir. O hospital acabou de ligar. A gente remarca. Eu prometo."

A linha ficou muda.

Eu fiquei ali, celular na mão, o silêncio da capela vazia me pressionando. O olhar solidário do padre era quase insuportável.

"Senhorita Braga", ele começou suavemente. "Se me permite a ousadia... um homem que realmente quer se casar com você não deixaria nada impedi-lo, muito menos noventa e nove vezes."

Uma risada amarga escapou dos meus lábios. Ele não entendia. Ninguém entendia. Todos viam o casal perfeito: Ayla Braga, a quadrinista de sucesso de uma família proeminente, e Alexandre Monteiro, o prodígio da tecnologia que ela conhecia desde o jardim de infância.

Eles não conheciam o Alexandre que, aos sete anos, deu um soco num garoto com o dobro do seu tamanho por puxar meu cabelo, e depois segurou minha mão todo o caminho para casa, com os nós dos dedos ralados e sangrando.

Eles não conheciam o Alexandre que, no ensino médio, passava todas as tardes na biblioteca comigo, não porque precisasse estudar, mas porque eu precisava. Ele apenas ficava sentado lá, uma presença silenciosa e constante enquanto eu desenhava os personagens que um dia me tornariam famosa.

Eles só conheciam as manchetes. Eles se lembravam de quando outro garoto, um jogador de futebol bonitão, me convidou para o baile de formatura. Alexandre não ficou apenas com ciúmes; ele interceptou o garoto no corredor, o rosto uma máscara de fúria fria, e o avisou para ficar longe de mim. Naquela noite, encontrei cem cartas escritas à mão na minha porta, cada uma detalhando um motivo pelo qual ele me amava, por que nós pertencíamos um ao outro. Era possessivo, sim, mas aos dezessete anos, pareceu a coisa mais romântica do mundo.

Nós nos tornamos inseparáveis, o casal de ouro que todos invejavam. Quando ele fundou sua empresa, ele colocou meu nome no céu. Astreus Tech. "Tudo o que eu faço, Ayla", ele sussurrou na noite da festa de lançamento, "é para construir um mundo digno de você."

Eu acreditei nele. Por vinte e cinco anos, eu acreditei nele.

Então Kiara Diniz entrou em nossas vidas. Começou de forma inocente. Cartas de fãs, comentários nas minhas redes sociais. Mas a coisa escalou. De alguma forma, ela encontrou nosso endereço, deixando presentes na nossa porta - presentes para o Alexandre. Ela aparecia no escritório dele, em restaurantes onde estávamos jantando. Ele era sempre educado, mas firme, dispensando-a, me dizendo que ela era apenas uma garota perturbada que o via como um dos meus heróis fictícios. Eu tentei acreditar nele.

O verdadeiro problema começou quando anunciei nosso noivado. No dia em que a notícia se espalhou, Kiara cortou os pulsos no saguão do prédio dele.

Essa foi a primeira vez que nosso casamento foi adiado. Ele saiu correndo do nosso jantar de ensaio para a cama de hospital dela.

Desde então, isso se tornou um padrão. Uma data de casamento era marcada. A imprensa ficava sabendo. E, como um relógio, Kiara tinha uma "crise". Uma overdose. Um acidente de carro que foi claramente intencional. Ficar em pé na beirada de uma ponte. Todas as vezes, Alexandre largava tudo e corria para ela, me deixando sozinha em mais um altar.

Meu amor havia sido reduzido a uma ferida aberta de dor e humilhação. Esta nonagésima nona vez foi a gota d'água. Eu não aguentava mais. Eu não podia viver esperando por um homem que estava claramente escolhendo outra pessoa.

Com uma onda de energia desesperada e raivosa, agarrei o braço da minha melhor amiga, Mari. "Vamos", eu disse, minha voz tensa. "Vamos embora."

"Ir para onde?", ela perguntou, com os olhos arregalados de preocupação.

"Para o cartório", declarei, meu coração martelando contra minhas costelas. "Cansei de esperar. Vou me casar legalmente com... com qualquer um. Não me importo. Só preciso que isso acabe."

Era um pensamento louco, impulsivo, nascido do puro desespero. Mari, vendo o olhar selvagem em meus olhos, não discutiu. Ela apenas dirigiu.

Entramos de rompante no cartório de registro civil. Bati minha identidade no balcão. "Quero uma certidão de casamento", anunciei para a mulher de aparência entediada atrás do vidro.

Ela pegou minha identidade, digitou meu nome no computador e franziu a testa. Ela digitou de novo.

"Senhora", disse ela, olhando para mim por cima dos óculos. "Não posso emitir uma certidão de casamento. Você já está casada."

O mundo girou em seu eixo. "O quê? Isso é impossível."

Ela virou o monitor em minha direção. E lá estava, preto no branco.

Cônjuge: Caio Dantas.

O nome não significava nada para mim. Um completo estranho. A data do casamento era de três meses atrás.

Minha mente girou, procurando uma explicação. Então, uma memória surgiu, fria e nítida. Alexandre, alguns meses antes, pedindo minha identidade e meu CPF. "É para a hipoteca da nova casa de praia, amor", ele disse casualmente. "Só preciso adicionar seu nome à escritura."

Como uma tola, eu entreguei tudo sem pensar duas vezes.

A traição foi tão imensa, tão audaciosa, que pareceu um golpe físico. Ele não apenas adiou nosso casamento; ele me vinculou legalmente a outra pessoa. Ao motorista dele. Eu me lembrava do nome agora, de uma breve apresentação algumas semanas atrás. O cara novo. Caio Dantas.

"Ayla? Ayla, o que há de errado?" A voz de Mari era um zumbido distante.

Afastei-me do balcão, cambaleando para trás. Eu tinha que encontrar o Alexandre. Eu tinha que ouvi-lo dizer isso na minha cara.

Dirigi até o escritório dele, mas sua assistente me disse que ele não estava lá. "O Sr. Monteiro está na Clínica Renascer, Senhorita Braga. A Senhorita Diniz teve outro episódio."

Claro.

Corri para a clínica particular, minha raiva uma coisa quente e ardente no peito. Uma enfermeira na recepção tentou me parar, dizendo que era uma ala particular, mas eu passei por ela, seguindo o som da voz de Alexandre.

Parei abruptamente no corredor, escondida por um grande vaso de planta. Pela fresta de uma porta entreaberta, eu o vi.

Kiara estava em uma cama de hospital, parecendo pálida e frágil. Alexandre estava sentado ao lado dela, segurando sua mão. Ele se inclinou para frente e, gentilmente, tão gentilmente, afastou uma mecha de cabelo da testa dela. A expressão no rosto dele... era o mesmo olhar terno e protetor que ele costumava me dar.

Eu o vi pegá-la nos braços como se ela não pesasse nada, seus movimentos cheios de um cuidado que eu não sentia dele há anos. A lembrança dele fazendo o mesmo por mim quando quebrei o tornozelo na faculdade parecia uma vida atrás.

Duas enfermeiras passaram, sussurrando. "O Sr. Monteiro é tão devotado a ela. Ele está aqui toda vez que ela tem um susto. Amor de verdade, sabe?"

As palavras foram como ácido.

Então, ouvi o amigo dele, Marcos, falando de dentro do quarto. "Alex, quando você vai contar a verdade para a Ayla? Isso está saindo de controle."

A resposta de Alexandre estilhaçou os últimos fragmentos do meu coração.

"O que há para contar?", ele disse, sua voz fria e distante. "Ayla e eu... já são vinte e cinco anos. É confortável, é familiar, mas não é... isso." Ele olhou para Kiara, sua voz suavizando. "A Kiara precisa de mim. O amor dela é avassalador. É real. O amor da Ayla é só... hábito."

"Então qual é o plano, cara?", Marcos pressionou. "Você a casou legalmente com seu motorista. Você não pode manter isso em segredo para sempre."

"É uma solução temporária para apaziguar a Kiara", disse Alexandre com desdém. "Ela não suporta a ideia de eu me casar com a Ayla. Então, tecnicamente, eu não me casei. Assim que a Kiara estiver estável, vou anular o casamento com o Dantas e terminar com a Ayla. É mais limpo assim. Para o casamento que ela acha que ainda vamos ter, vou mandar fazer uma certidão falsa. Ela nunca vai saber a diferença até eu estar pronto."

Senti o sangue sumir do meu rosto. Minhas pernas cederam e eu deslizei contra a parede, minha mão voando para a boca para abafar um soluço.

Falsa. Ele ia me dar uma certidão de casamento falsa. Depois de noventa e nove tentativas. Depois de vinte e cinco anos. Eu era algo a ser gerenciado, apaziguado com uma mentira e depois descartado.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu me afastava cambaleando, suas palavras ecoando em meus ouvidos. Ele não me amava. Talvez nunca tivesse amado.

Entrei no meu carro, meu corpo tremendo incontrolavelmente. Minha vida inteira, minha identidade inteira, havia sido construída em torno do meu amor por ele. E era tudo uma mentira.

Mas à medida que as lágrimas diminuíam, uma fúria fria e dura começou a se cristalizar em seu lugar. Meu orgulho, a única coisa que a família Braga havia me ensinado acima de tudo, rugiu para a vida. Eu não seria uma vítima. Eu não seria descartada.

Minha mão parou de tremer. Peguei meu celular, meus dedos se movendo com um propósito novo e arrepiante. Encontrei o contato do novo motorista dele na minha lista de chamadas recentes - o homem com quem Alexandre me forçou a casar.

Caio Dantas.

Apertei o botão de ligar.

Ele atendeu no primeiro toque. Sua voz era baixa, calma e inesperadamente profunda. "Senhorita Braga?"

"Agora é Ayla Dantas, não é?", eu disse, minha própria voz soando estranha e afiada aos meus ouvidos. "Meu marido me disse para conseguir uma certidão falsa, mas acho que prefiro a verdadeira. Tenho uma proposta para você, Sr. Dantas. Vamos tornar este casamento real."

Houve uma pausa do outro lado. Dez dias. Ele disse que precisava de dez dias. Eu concordei.

Desligando, olhei para trás, para o prédio frio e estéril onde o homem que eu pensava conhecer estava mimando seu novo amor. A história de amor que eu escrevi por vinte e cinco anos havia acabado.

Alexandre Monteiro, você não tem ideia de quem acabou de jogar fora.

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