O Rato Nas Sombras: Sua Queda

O Rato Nas Sombras: Sua Queda

Gavin

5.0
Comentário(s)
95
Leituras
13
Capítulo

Suportei 121 picadas na minha barriga pela criança que meu marido, Bruno, e eu desejávamos com todas as nossas forças. Mas enquanto eu estava deitada na mesa de procedimento, a momentos da transferência do nosso embrião, ele foi embora. Ele me deixou por sua namorada do colégio, Isabela, que estava descontrolada por causa do joelho ralado do filho dela. Ele a exibia em fotos de "família" em público, enquanto sua própria família me humilhava no jantar por ser "rígida" demais. Quando o filho de Isabela me empurrou no chão, Bruno correu para consolar o menino, não a mim. Ele me olhou com puro nojo. "Como você pode achar que seria uma boa mãe se comportando desse jeito?", ele cuspiu as palavras. Eu o encarei nos olhos, minha voz trêmula, mas firme. "A parte mais engraçada, Bruno? Eu cancelei a transferência dos embriões." Então, na frente de toda a sua família, eu disse: "Eu quero o divórcio. E desta vez, não estou brincando."

Capítulo 1

Suportei 121 picadas na minha barriga pela criança que meu marido, Bruno, e eu desejávamos com todas as nossas forças.

Mas enquanto eu estava deitada na mesa de procedimento, a momentos da transferência do nosso embrião, ele foi embora. Ele me deixou por sua namorada do colégio, Isabela, que estava descontrolada por causa do joelho ralado do filho dela.

Ele a exibia em fotos de "família" em público, enquanto sua própria família me humilhava no jantar por ser "rígida" demais.

Quando o filho de Isabela me empurrou no chão, Bruno correu para consolar o menino, não a mim.

Ele me olhou com puro nojo.

"Como você pode achar que seria uma boa mãe se comportando desse jeito?", ele cuspiu as palavras.

Eu o encarei nos olhos, minha voz trêmula, mas firme. "A parte mais engraçada, Bruno? Eu cancelei a transferência dos embriões."

Então, na frente de toda a sua família, eu disse: "Eu quero o divórcio. E desta vez, não estou brincando."

Capítulo 1

Clara POV:

A voz da enfermeira da FIV era um zumbido suave ao fundo. Meu marido, Bruno, deveria estar segurando minha mão, mas ele estava do outro lado da sala, olhando para o celular. Seu rosto estava contraído, a mandíbula cerrada. Era um olhar que eu conhecia bem demais, um espelho de todas as vezes que Isabela Coleman, sua namorada do colégio, conseguia se infiltrar de volta na nossa vida perfeita.

Tínhamos acabado de assinar os formulários de consentimento final. A tinta mal secara no papel que nos prometia uma chance de ter uma família, uma chance para a criança que ambos dizíamos desejar desesperadamente. Um peso enorme tinha saído do meu peito, substituído por uma esperança frágil e crescente. Mas Bruno não compartilhava desse sentimento. Ele mal olhava para mim.

"Eu preciso ir", ele disse, com a voz vazia. Ele nem sequer levantou os olhos do celular quando falou.

Meu estômago revirou. Eu já estava deitada na mesa de procedimento, com as pernas nos estribos, o lençol estéril me cobrindo. Meu corpo estava preparado, minha mente uma névoa de antecipação e do sedativo leve que me deram. Isso fez com que suas palavras parecessem distantes, irreais.

"O filho da Isabela caiu no parque", ele murmurou, finalmente olhando para mim, e então rapidamente de volta para o celular. "Um machucado leve, ela disse. Mas ela está descontrolada."

A enfermeira, uma mulher gentil chamada Sara, lançou a Bruno um olhar que poderia azedar leite. Seus lábios estavam pressionados em uma linha fina. Ela não disse nada, mas seus olhos gritavam volumes.

"Dr. Benevides", disse Sara, sua voz severa, cortando a névoa da minha sedação. "Sua esposa precisa de você aqui. Este é um procedimento crucial, e ela precisará do seu apoio e assistência após a transferência. Nós conversamos sobre a importância do repouso e de minimizar o estresse."

Bruno a ignorou, o polegar já posicionado sobre a tela enquanto outra mensagem chegava. O som agudo do seu celular ecoou na sala silenciosa, me fazendo pular. Ele olhou para mim, um lampejo de algo que poderia ser um pedido de desculpas em seus olhos, mas seu rosto estava pálido, tenso com uma ansiedade que não era por mim.

Minha mente estava confusa, mas um pensamento amargo se impôs com força. Era realmente sobre o filho de Isabela, ou era sobre o drama da própria Isabela? Ele estava genuinamente preocupado, ou era apenas viciado em ser o salvador dela?

"Eu volto assim que puder", ele disse, a voz apressada, já recuando em direção à porta. "Não se preocupe. Apenas... faça o que precisa ser feito. Eu te ligo."

Ele se foi antes que eu pudesse sequer assentir. A porta se fechou com um clique, me deixando com o olhar solidário da enfermeira e a realidade fria de sua ausência.

"Dra. Benevides", disse a embriologista, sua voz calma e profissional, "estamos prontos para prosseguir com a transferência. Temos dois embriões de excelente qualidade, como discutido." Ela ergueu um pequeno e brilhante visor, mostrando-me os minúsculos e esperançosos pontos.

Minha respiração falhou. Dois embriões. O ápice de meses de injeções, exames, lágrimas e sorrisos forçados. A promessa de um futuro.

Mas Bruno não estava aqui. Ele não estava apenas atrasado. Ele tinha ido embora. Por Isabela. De novo.

O sedativo de repente perdeu o efeito, substituído por um choque de clareza cortante como gelo. Meu corpo. Momentos atrás, era um recipiente de esperança. Agora, parecia um campo de batalha. Meu abdômen estava inchado pelos hormônios, meus braços roxos pelas infinitas coletas de sangue. Cada centímetro de mim era um testemunho dos sacrifícios que eu tinha feito, da dor que eu tinha suportado, tudo por um futuro do qual Bruno acabara de se afastar.

"Parem", eu disse, minha voz mal um sussurro.

A embriologista parou, a mão pairando sobre os instrumentos delicados. "Dra. Benevides?"

"Eu disse, parem o procedimento", repeti, mais alto desta vez, as palavras soando estranhas, mas absolutamente certas.

Sara, a enfermeira, correu para o meu lado. Seus olhos estavam arregalados de choque. "Clara, você tem certeza? Temos os embriões prontos. Esta é uma oportunidade única. Você trabalhou tanto para isso."

"Isso não é um jogo", acrescentou a embriologista, sua voz suave, mas firme. "Raramente conseguimos embriões de tão alta qualidade. Não deixe um momento de chateação arruinar tudo o que você almejou."

Eu olhei para elas, para seus rostos gentis e perplexos. "O corpo é meu", eu disse, minha voz firme, apesar do tremor em minhas mãos. "Eu tenho o direito de cancelar."

Minha mente repassava as injeções intermináveis, as coletas dolorosas, a náusea constante. Não era apenas um processo clínico; era uma maratona física e emocional. Cento e vinte e uma picadas na minha barriga, cada uma uma oração silenciosa, um sacrifício quieto. Meu ser inteiro gritava por uma criança, mas não assim. Não com um marido que não conseguia nem ficar para o momento mais importante do nosso sonho compartilhado.

No fundo, eu sabia. Isso não era um ataque súbito de raiva. Era uma constatação, nítida e inegável. Eu não podia trazer uma criança para um casamento que já estava desmoronando, para uma vida onde eu era claramente a segunda opção. Não se tratava mais dos embriões. Tratava-se de mim.

Meu olhar se desviou para a cadeira vazia onde Bruno deveria estar sentado. Agora, meus pensamentos eram um emaranhado, um turbilhão de ressentimento e uma estranha e libertadora resolução. O sonho de uma criança, que me consumiu por tanto tempo, parecia estranhamente distante. Tudo em que eu conseguia focar era no vazio da sala. E no vazio do meu coração.

A embriologista suspirou, um som pesado de decepção. "Muito bem, Dra. Benevides. Como desejar." Ela começou a guardar cuidadosamente os instrumentos, o visor brilhante com os minúsculos e esperançosos pontos agora coberto. O silêncio na sala era ensurdecedor, um contraste gritante com o caos frenético que acabara de se desenrolar. O sonho tinha acabado, pelo menos por hoje. E talvez, apenas talvez, para sempre.

O clique silencioso da porta quando saí da clínica pareceu o fechamento de um capítulo, não apenas para a FIV, mas para algo muito maior.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões

Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões

Máfia

5.0

Observei meu marido assinar os papéis que poriam fim ao nosso casamento enquanto ele trocava mensagens com a mulher que realmente amava. Ele nem sequer olhou o cabeçalho. Apenas rabiscou a assinatura afiada e irregular que já havia selado sentenças de morte para metade de São Paulo, jogou a pasta no banco do passageiro e tocou na tela do celular novamente. "Pronto", disse ele, a voz vazia de qualquer emoção. Esse era Dante Moretti. O Subchefe. Um homem que sentia o cheiro de uma mentira a quilômetros de distância, mas não conseguiu ver que sua esposa acabara de lhe entregar um decreto de anulação de casamento, disfarçado sob uma pilha de relatórios de logística banais. Por três anos, eu esfreguei o sangue de suas camisas. Eu salvei a aliança de sua família quando sua ex, Sofia, fugiu com um civil qualquer. Em troca, ele me tratava como um móvel. Ele me deixou na chuva para salvar Sofia de uma unha quebrada. Ele me deixou sozinha no meu aniversário para beber champanhe com ela em um iate. Ele até me entregou um copo de uísque — a bebida favorita dela — esquecendo que eu desprezava o gosto. Eu era apenas um tapa-buraco. Um fantasma na minha própria casa. Então, eu parei de esperar. Queimei nosso retrato de casamento na lareira, deixei minha aliança de platina nas cinzas e embarquei em um voo só de ida para Florianópolis. Pensei que finalmente estava livre. Pensei que tinha escapado da gaiola. Mas eu subestimei Dante. Quando ele finalmente abriu aquela pasta semanas depois e percebeu que havia assinado a própria anulação sem olhar, o Ceifador não aceitou a derrota. Ele virou o mundo de cabeça para baixo para me encontrar, obcecado em reivindicar a mulher que ele mesmo já havia jogado fora.

Ele a salvou, eu perdi nosso filho

Ele a salvou, eu perdi nosso filho

Máfia

5.0

Por três anos, mantive um registro secreto dos pecados do meu marido. Um sistema de pontos para decidir exatamente quando eu deixaria Bernardo Santos, o implacável Subchefe do Comando de São Paulo. Pensei que a gota d'água seria ele esquecer nosso jantar de aniversário para consolar sua "amiga de infância", Ariane. Eu estava errada. O verdadeiro ponto de ruptura veio quando o teto do restaurante desabou. Naquela fração de segundo, Bernardo não olhou para mim. Ele mergulhou para a direita, protegendo Ariane com o corpo, e me deixou para ser esmagada sob um lustre de cristal de meia tonelada. Acordei em um quarto de hospital estéril com uma perna estilhaçada e um útero vazio. O médico, trêmulo e pálido, me disse que meu feto de oito semanas não havia sobrevivido ao trauma e à perda de sangue. "Tentamos conseguir as reservas de O-negativo", ele gaguejou, recusando-se a me encarar. "Mas o Dr. Santos ordenou que as guardássemos. Ele disse que a Senhorita Whitfield poderia entrar em choque por causa dos ferimentos." "Que ferimentos?", sussurrei. "Um corte no dedo", admitiu o médico. "E ansiedade." Ele deixou nosso filho nascer morto para guardar as reservas de sangue para o corte de papel da amante dele. Bernardo finalmente entrou no meu quarto horas depois, cheirando ao perfume de Ariane, esperando que eu fosse a esposa obediente e silenciosa que entendia seu "dever". Em vez disso, peguei minha caneta e escrevi a última anotação no meu caderno de couro preto. *Menos cinco pontos. Ele matou nosso filho.* *Pontuação Total: Zero.* Eu não gritei. Eu não chorei. Apenas assinei os papéis do divórcio, chamei minha equipe de extração e desapareci na chuva antes que ele pudesse se virar.

Você deve gostar

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

Viviene
5.0

Aviso de conteúdo/sensibilidade: Esta história contém temas maduros e conteúdo explícito destinado a audiências adultas (18+), com elementos como dinâmicas BDSM, conteúdo sexual explícito, relações familiares tóxicas, violência ocasional e linguagem grosseira. Aconselha-se discrição por parte do leitor. Não é um romance leve - é intenso, cru e complicado, explorando o lado mais sombrio do desejo. ***** "Por favor, tire o vestido, Meadow." "Por quê?" "Porque seu ex está olhando", ele disse, recostando-se na cadeira. "E quero que ele perceba o que perdeu." ••••*••••*••••* Meadow Russell deveria se casar com o amor de sua vida em Las Vegas, mas, em vez disso, flagrou sua irmã gêmea com seu noivo. Um drink no bar virou dez, e um erro cometido sob efeito do álcool tornou-se realidade. A oferta de um estranho transformou-se em um contrato que ela assinou com mãos trêmulas e um anel de diamante. Alaric Ashford é o diabo em um terno Tom Ford, símbolo de elegância e poder. Um homem nascido em um império de poder e riqueza, um CEO bilionário, brutal e possessivo. Ele sofria de uma condição neurológica - não conseguia sentir nada, nem objetos, nem dor, nem mesmo o toque humano. Até que Meadow o tocou, e ele sentiu tudo. E agora ele a possuía, no papel e na cama. Ela desejava que ele a arruinasse, tomando o que ninguém mais poderia ter. E ele queria controle, obediência... vingança. Mas o que começou como um acordo lentamente se transformou em algo que Meadow nunca imaginou. Uma obsessão avassaladora, segredos que nunca deveriam vir à tona, uma ferida do passado que ameaçava destruir tudo... Alaric não compartilhava o que era dele. Nem sua empresa. Nem sua esposa. E definitivamente nem sua vingança.

Dei um Tapa no Meu Noivo e Casei com o Bilionário Inimigo Dele

Dei um Tapa no Meu Noivo e Casei com o Bilionário Inimigo Dele

PageProfit Studio
5.0

Ser a segunda melhor é algo que parece estar no meu DNA. Minha irmã sempre foi a que recebeu o amor, a atenção, o destaque. E agora, até mesmo o maldito noivo dela. Tecnicamente, Rhys Granger era meu noivo agora - bilionário, incrivelmente atraente, e uma verdadeira fantasia de Wall Street. Meus pais me empurraram para esse noivado depois que a Catherine desapareceu, e honestamente? Eu não me importava. Eu tinha uma queda pelo Rhys há anos. Essa era minha chance, certo? Minha vez de ser a escolhida? Errado. Numa noite, ele me deu um tapa. Por causa de uma caneca. Uma caneca lascada, feia, que minha irmã deu para ele anos atrás. Foi aí que percebi - ele não me amava. Ele nem sequer me enxergava. Eu era apenas uma substituta de carne e osso para a mulher que ele realmente queria. E, aparentemente, eu não valia nem mesmo uma caneca glorificada. Então, eu reagi com um tapa de volta, terminei tudo com ele e me preparei para o desastre - meus pais enlouquecendo, Rhys tendo um chilique bilionário, e a família dele planejando minha "desaparição" súbita. Obviamente, eu precisava de álcool. Muito álcool. E foi aí que ele apareceu. Alto, perigoso, indecentemente bonito. O tipo de homem que te faz querer pecar só pela presença. Eu o tinha encontrado apenas uma vez antes, e naquela noite, por acaso, ele estava no mesmo bar que meu eu bêbado e cheio de autocomiseração. Então fiz a única coisa lógica: o arrastei para um quarto de hotel e arranquei suas roupas. Foi imprudente. Foi estúpido. Foi completamente desaconselhável. Mas também foi: O melhor sexo da minha vida. E, como se descobriu, a melhor decisão que eu já tomei. Porque meu caso de uma noite não é apenas um cara qualquer. Ele é mais rico que Rhys, mais poderoso que toda a minha família, e definitivamente mais perigoso do que eu deveria estar "brincando". E agora, ele não vai me deixar ir embora.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro