O voto de uma mãe esquecida

O voto de uma mãe esquecida

Beckett Grey

Moderno | 1  Cap. / dia
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Capítulo

O amor de Isabelle por Kolton permaneceu impecável por quinze anos, até o dia em que ela deu à luz seus filhos e entrou em coma. Kolton se inclinou em seu ouvido e sussurrou: "Agora, você não tem mais importância para mim." Mais tarde, os gêmeos seguraram a mão de outra mulher e a chamaram de "mamãe", o que despedaçou o coração de Isabelle. Foi então que ela acordou, pediu o divórcio e desapareceu. Por fim, Kolton percebeu as marcas que ela havia deixado em sua vida, mas já era tarde demais. Quando os dois se encontraram novamente, Isabelle, radiante e inabalável, já se tornou uma renomada médica e a noiva de um magnata. Consumido por um ciúme doentio, Kolton apertou o copo na mão com tanta força que o estilhaçou. Ele ainda acreditava que, assim que tomasse uma atitude, Isabelle voltaria para ele. Afinal, ela o havia amado profundamente.

Capítulo 1 Cinco anos

Após passar cinco longos anos em coma, Isabelle Reed finalmente conseguiu recuperar o controle do corpo e se mover novamente.

A voz profunda e aveludada do seu marido, Kolton Reed, ecoava na cabeça dela.

Ela ainda conseguia sentir a mão dele acariciando seu rosto enquanto ele murmurava: "Belle, você não me serve para nada agora. Durma para sempre e nunca mais acorde."

O desgraçado sem coração!

Isabelle cerrou os punhos com firmeza, lutando contra a onda de náusea que revirava seu estômago.

Ela conheceu Kolton quando tinha doze anos. Aos vinte, tornou-se sua esposa. Aos 22, sofreu um acidente durante o parto e entrou em coma.

Os médicos a haviam descartado, dizendo que seu corpo estava funcionando, mas sua mente havia desaparecido - sem consciência, sem percepção. Tinha se tornado uma casca viva.

Mas na verdade, Isabelle estava totalmente consciente. Ela podia sentir e ouvir. A única coisa que não conseguia fazer era acordar.

E esse estado de impotência permitiu que ela descobrisse a verdade sobre o homem que amava.

Uma enfermeira bateu na porta e entrou para avisar Kolton: "Senhor Reed, o horário de visita acabou."

Os lábios de Kolton se curvaram no seu sorriso encantador e polido enquanto ele acenava com a cabeça.

Antes de sair, ele se inclinou e deu um beijo carinhoso na testa de Isabelle, assim como já havia feito inúmeras vezes. "Acorde logo, Belle. Estarei sempre aqui, esperando e te amando."

Isabelle zombou internamente.

Não era uma pena que sua atuação estivesse sendo completamente desperdiçada com ela, sua esposa imóvel?

Do lado de fora, duas enfermeiras, no entanto, estavam enfeitiçadas. Elas o observaram partir com olhos sonhadores.

"O senhor Reed é o marido perfeito", sussurrou uma delas. "Cinco anos, e ele ainda vem toda semana."

"Ele é bonito, rico e livre de escândalos", disse a outra com um suspiro. "Tantas mulheres se jogam em cima dele, mas ele permanece fiel. Isso é realmente impressionante. Isabelle é verdadeiramente a mulher mais sortuda do mundo por ter um marido tão ideal!"

Um marido "ideal"?

Isabelle sorriu amargamente diante da ironia.

Se elas ao menos soubessem. Ele usou a inteligência dela para subir na vida, esgotou seu valor como mãe e depois rezou para que ela ficasse nessa cama de hospital para sempre. Um marido "ideal", de fato.

Chutando o cobertor para o lado, Isabelle tentou se levantar. Mas depois de cinco anos imóvel, seu corpo a traiu. Seus músculos estavam inúteis, suas pernas cederam e ela caiu pesadamente.

Ela suportou a dor e se arrastou pelo chão até a janela.

Lá fora, um elegante Bentley preto esperava.

Era o presente de aniversário de casamento que Kolton havia lhe dado, com a placa configurada para o dia do seu aniversário.

Naquela época, ela estava radiante de felicidade, se aninhando nos braços dele e perguntando: "Kolton, você realmente me ama?"

Ele havia sorrido, a beijado docemente e respondido: "Bobinha, você é minha esposa. Claro que te amo. Belle, este é apenas o nosso primeiro ano juntos. Temos muitos mais anos pela frente."

Então isso era amor? Um papel que ele podia desempenhar sem esforço.

Agora, Isabelle observava a secretária de Kolton, Joelle Murphy, sair do Bentley, desfilando com arrogância como se fosse a dona do carro, andando com confiança nos seus saltos altos.

Ela se aproximou de Kolton com um sorriso, tropeçou em algo e caiu para frente. Kolton correu, segurando-a antes que ela pudesse atingir o chão.

Isabelle nunca havia visto Kolton com aquele olhar de preocupação antes.

Para Kolton, ela era inquebrável, imune à dor ou ao cansaço, e sempre dócil, como um animal de estimação treinado para obedecer.

Um único gesto era tudo o que bastava para que ele a tivesse à sua disposição.

Quando Isabelle se formou na faculdade, recebeu uma proposta de emprego num instituto de pesquisa médica de renome mundial.

Mas no momento em que Kolton disse: "Belle, fique. Preciso de você", ela parou no portão de embarque e deu as costas ao seu futuro, optando por se tornar sua esposa.

Depois que se casaram, ela se dedicou totalmente a apoiar Kolton, levando seu corpo ao limite até sofrer uma hemorragia estomacal. No fim, ela criou um medicamento inovador que consolidou a ascensão dele no Grupo Sky, rendendo-lhe o título de diretor mais jovem da história do conselho.

Naquela época, Kolton havia prometido cuidar dela por toda a vida. E ela acreditara tolamente.

As lembranças perfuraram Isabelle como uma lâmina cega, deixando-a trêmula de agonia.

Lágrimas escorriam dos cantos dos seus olhos, amargas na sua língua.

Lá fora, Joelle abriu um sorriso doce, dando um beijo rápido na bochecha de Kolton.

A cena fez o estômago de Isabelle revirar.

Então, a porta traseira do carro se abriu.

Isabelle avistou seus gêmeos, Emily e James Reed, as crianças pelas quais ela quase deu a vida, saindo do carro.

Eles pareciam radiantes, quase angelicais.

"Jim! Emmy!" O coração de Isabelle se encheu de um amor doloroso, sua mão pressionando desesperadamente o vidro enquanto ela tentava alcançá-los.

Mas as crianças se jogaram nos braços de Joelle, beijando suas bochechas com devoção.

Kolton estava ao lado deles, com um sorriso suave e carinhoso, como se fossem uma família de porta-retrato de quatro pessoas.

Ver isso perfurou o peito de Isabelle como agulhas.

Nesses cinco anos, Kolton quase não levou os gêmeos para vê-la.

Ela se lembrava vividamente de uma visita em que Joelle havia ido junto. Sem mais ninguém por perto, Joelle convenceu Emily a chamá-la de "mamãe" bem na frente de Isabelle. Naquele momento, tudo o que Isabelle queria era despedaçar Joelle.

Isabelle apoiou as palmas das mãos no vidro, olhando para fora com uma expressão determinada no rosto.

Ela poderia descartar Kolton como lixo, mas seus filhos eram sua própria carne e sangue. Ela iria recuperá-los.

Como se sentisse algo, Emily de repente olhou para a janela.

Seus olhos se encontraram.

Isabelle instintivamente alisou seu cabelo bagunçado e forçou um sorriso gentil. Mas o rosto de Emily se contorceu de medo. Ela se agarrou a Joelle, tremendo.

O coração de Isabelle afundou. Sua filha estava com medo dela.

"Papai, Joelle, tem alguém ali!" Emily apontou para a janela.

Kolton olhou para cima, um olhar intrigado aparecendo no seu rosto.

Aquele era o quarto de Isabelle. Mas não havia ninguém na janela.

"Emmy, talvez você tenha imaginado?", ele perguntou cuidadosamente.

"Não!" Emily balançou a cabeça, insistente. "Vi uma mulher com cabelo comprido."

Kolton franziu a testa, prestes a responder quando seu celular vibrou.

A chamada era de Roderick Ward, o médico responsável por Isabelle.

Kolton atendeu a ligação. "Doutor Ward?"

"Senhor Reed!" A voz do médico tremia de emoção. "Notícia maravilhosa! Sua esposa recuperou a consciência!"

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