O Noivo Que Ele Subestimou Demais

O Noivo Que Ele Subestimou Demais

Gavin

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Capítulo

Meu noivo, Leo, e eu construímos nosso império em São Paulo do zero. Depois de quinze anos, ele me traiu por uma garota "pura" chamada Jade, sacrificando um pedaço do nosso império por ela. Ele disse aos nossos amigos que eu era "implacável demais" e que só se sentia "humano" com ela. Ele arrogantemente acreditava que eu nunca poderia ir embora, que eu precisava demais do nosso império - e dele. Para provar sua vitória, Jade encontrou a última lembrança da minha mãe, uma pequena caixa de música, e a estilhaçou aos meus pés. O homem por quem eu sacrifiquei tudo me via como uma máquina fria e calculista. Ele me achava implacável? Ele ainda não tinha visto nada. Ele acreditava que eu não conseguiria deixá-lo. Ele estava prestes a perder tudo. Peguei o telefone e fiz uma única ligação para a poderosa e distante família dele em Brasília. "Mandem buscá-lo", eu disse, minha voz gélida. "Ele é todo de vocês."

Capítulo 1

Meu noivo, Leo, e eu construímos nosso império em São Paulo do zero. Depois de quinze anos, ele me traiu por uma garota "pura" chamada Jade, sacrificando um pedaço do nosso império por ela. Ele disse aos nossos amigos que eu era "implacável demais" e que só se sentia "humano" com ela.

Ele arrogantemente acreditava que eu nunca poderia ir embora, que eu precisava demais do nosso império - e dele.

Para provar sua vitória, Jade encontrou a última lembrança da minha mãe, uma pequena caixa de música, e a estilhaçou aos meus pés.

O homem por quem eu sacrifiquei tudo me via como uma máquina fria e calculista. Ele me achava implacável? Ele ainda não tinha visto nada.

Ele acreditava que eu não conseguiria deixá-lo. Ele estava prestes a perder tudo.

Peguei o telefone e fiz uma única ligação para a poderosa e distante família dele em Brasília.

"Mandem buscá-lo", eu disse, minha voz gélida. "Ele é todo de vocês."

Capítulo 1

O diamante no meu dedo parecia uma mentira, um testemunho brilhante de uma traição que eu ainda não havia descoberto. Era o anel que Leo tinha deslizado na minha mão na semana passada, na fonte do Parque Ibirapuera, um espetáculo público que selou nossa lenda como o Rei e a Rainha de São Paulo. Todos acreditavam que nossa parceria de quinze anos, construída do nada, estava prestes a se tornar oficial. Eu também acreditava.

Nós éramos um testemunho de desafio, Leo e eu. Dos becos sujos às coberturas de luxo, nós escalamos nosso caminho, lado a lado. Cada cicatriz, cada vitória, nós compartilhamos. Nosso império não foi construído apenas com concreto e ambição; foi forjado em um fogo que apenas duas pessoas que não tinham nada podiam entender. Éramos uma força imparável, uma lenda em formação. Aquele pedido de casamento, sob as águas dançantes, parecia o ápice de tudo. Parecia para sempre.

Meu celular vibrou, cortando a calma fabricada do meu escritório. Era Sérgio, meu chefe de segurança, sua voz tensa.

"Laura", ele disse, sem preâmbulos. "É o Leo. E o Matarazzo. De novo."

Um nó frio se formou no meu estômago. Gustavo Matarazzo. Nosso rival, o dono de cassino da velha guarda que estávamos tentando espremer há meses. Leo e Matarazzo se chocando não era novidade. Era negócio. Mas o tom de Sérgio insinuava algo mais.

"O que aconteceu?", perguntei, minha voz plana, não traindo nada. Meu coração, no entanto, já estava começando a trovejar contra minhas costelas.

"É... diferente desta vez", Sérgio hesitou. "Ele está no galpão antigo que usamos para as aquisições do centro. Matarazzo está em mau estado. E tem uma garota."

Uma garota. As palavras pairaram no ar, uma acusação silenciosa. Meu sangue gelou, uma onda de náusea me atingiu com tanta violência que tive que segurar a borda da minha mesa. Uma garota. Não era negócio. Não era uma negociação que deu errado. Isso era outra coisa. Meus anos de crueldade, minha fachada endurecida, pareceram uma fina camada por um momento.

Respirei fundo, trêmula, forçando a fraqueza para baixo. "Me mande a localização", ordenei, minha voz recuperando seu aço. "E providencie uma equipe de limpeza. Sem pontas soltas." Eu tinha que ver por mim mesma. Eu tinha que saber. A dúvida era um veneno, e eu precisava de um antídoto, não importava o quão amargo.

O galpão era uma cena arrancada de um pesadelo. O ar estava pesado com o cheiro metálico de sangue e o odor acre de fiação queimada. Gustavo Matarazzo jazia no chão de concreto, um monte amassado, seu rosto uma máscara de roxo e vermelho. Meu olhar, no entanto, foi atraído para além dele, para Leo.

Ele estava de pé sobre uma jovem, seu corpo um escudo, seus olhos fixos nela como se ela fosse a única coisa no mundo que importava. Jade Craig. O nome, sussurrado para mim por Sérgio no caminho, parecia estranho, errado. Suas roupas estavam artisticamente rasgadas, seu rosto manchado de poeira e lágrimas, mas ela parecia... frágil. Inocente. A mão de Leo estava em seu braço, seu polegar acariciando sua pele com uma ternura que eu não via dirigida a mim há anos. Era uma paixão crua e visceral que me atingiu mais forte do que qualquer soco.

"Ora, ora, se não é a Rainha de Copas", Matarazzo resmungou, apoiando-se em um cotovelo, sua voz grossa com um prazer malicioso apesar de seus ferimentos. "Veio ver seu rei bancar o herói para sua pequena musa?" Ele cuspiu, uma bola de sangue pousando perto dos meus saltos polidos. "O Leo aqui acabou de sacrificar um acordo de milhões de reais, um pedaço do seu precioso império, por essa pequena ralé da rua."

Leo se virou, seus olhos ardendo, um brilho predatório piscando em suas profundezas. Ele nem olhou para Matarazzo. Seu olhar estava travado em mim, uma mistura de culpa e desafio. Mas foi rapidamente substituído por uma proteção furiosa quando ele se colocou totalmente na frente de Jade.

"Cala a boca, Matarazzo", Leo rosnou, puxando uma arma da cintura. O clique da trava de segurança sendo desativada ecoou no espaço cavernoso.

Eu assisti, entorpecida, enquanto Leo apontava a arma, não para a cabeça de Matarazzo, mas para sua rótula. O tiro estalou, alto e brutal. Matarazzo gritou, um som primal de agonia, agarrando seu membro estilhaçado. Leo não vacilou. Seus olhos, escuros e vazios, nunca deixaram Jade.

Meu estômago se revirou, mas nenhuma nova emoção se registrou. Apenas um vazio frio. Este não era o Leo que eu conhecia. Ou talvez, este era exatamente quem ele sempre foi, apenas descoberto.

"Agora, agora, Leo", Matarazzo gemeu, o sangue escorrendo por entre seus dedos. "Não vamos ser precipitados. Você se importa tanto com esse passarinho, não é? E se eu te dissesse que tenho a família dela? O irmãozinho dela, talvez? Uma troca simples. Você se afasta das nossas propriedades, deixa São Paulo para mim, e sua preciosa Jade e sua família saem livres."

Leo congelou, seu rosto empalidecendo. Ele olhou de Jade, que agora tremia visivelmente, para Matarazzo, e de volta para Jade. O conflito era claro. Seu império, nosso império, ou essa garota. Eu soube a resposta antes dele.

Uma memória brilhou, nítida e dolorosa. Dez anos atrás, um acordo nascente, um vereador corrupto ameaçando expor informações sensíveis sobre nosso negócio em dificuldades. Leo estava pronto para ceder tudo. Eu intervim, implacável e fria, silenciando o homem, salvando nosso futuro. Ele me chamou de sua salvadora então, sua rocha. Agora, ele estava pronto para queimar tudo por uma garota.

"Não se atreva", eu disse, minha voz cortando a tensão, plana e sem emoção. Eu avancei, passando por Leo, ignorando seu olhar perplexo. Peguei meu próprio celular. "Sérgio, execute o plano de contingência para a aquisição do Matarazzo. Todas as propriedades. Cada uma delas. E mande um médico para o Matarazzo. Ele não é mais uma ameaça."

Olhei para Leo, meus olhos como lascas de gelo. "E você", eu disse, minha voz pouco acima de um sussurro, "pegue seu pequeno projeto e vá. Saia da minha frente."

Leo me encarou, depois para Jade, e de volta para mim. Ele hesitou por uma fração de segundo, um apelo silencioso em seus olhos, mas era tarde demais. Ele gentilmente pegou a mão de Jade, seus dedos se entrelaçando com os dela, e a conduziu para fora do galpão. Ele não olhou para trás.

Eu os observei ir, duas silhuetas contra o brilho forte das luzes da rua. Meus pés se moveram por conta própria, seguindo os ecos de seus passos em retirada. Eu precisava saber para onde estavam indo. Eu precisava ver o quão profundo era esse corte. Eles me levaram ao prédio de apartamentos dilapidado na periferia do centro, aquele com a escada de incêndio e a pintura descascada. Nossa primeira kitnet juntos. O lugar onde havíamos sonhado, onde havíamos prometido um ao outro para sempre.

Meu coração não se partiu. Ele se estilhaçou. A voz de Sérgio se intrometeu, um murmúrio baixo no meu ouvido através do ponto eletrônico escondido. "O caso dele com a Jade. Já dura meses, Laura. Desde o pedido no Ibirapuera, até antes." As palavras foram um machado, cortando qualquer esperança remanescente. Meses. O pedido de casamento era uma mentira. A lenda inteira, uma farsa.

Fiquei ali, ouvindo os sons abafados de sua intimidade de dentro do nosso antigo apartamento, o lugar onde havíamos construído tudo. Minha garganta se apertou, uma sensação de queimação subindo por ela. Fechei os olhos, mas as imagens do nosso passado naquele apartamento, sobrepostas aos sons do presente deles, eram um tormento. A pequena cozinha onde cozinhávamos miojo, o sofá gasto onde planejávamos nosso futuro, a cama estreita onde juramos lealdade eterna. Tudo era uma zombaria cruel agora.

Virei-me e fui embora, cada passo um ato deliberado de enterrar o passado. Fui direto para o escritório corporativo, minha mente fria e clara. O acordo de parceria 50/50, o documento meticulosamente redigido que nos unia, Leo e eu, estava sobre minha mesa. Peguei-o, o papel grosso parecendo frágil em minhas mãos. Com uma precisão selvagem, quase cirúrgica, eu o rasguei. O som foi ensurdecedor no escritório silencioso.

"Ele vai se arrepender disso", sussurrei, as palavras um voto. "Ele vai se arrepender de cada maldita coisa."

Mais tarde naquela noite, me encontrei no bar da cobertura, saboreando um uísque 12 anos. Nosso amigo em comum, Lucas, estava lá, o único em quem Leo ainda confiava. Fiquei nas sombras, encoberta pela iluminação fraca, ouvindo. A voz de Leo, arrastada mas clara, atravessou a sala.

"A Laura é implacável demais, cara", ele disse arrastado para Lucas. "Ela é só... negócios. Com a Jade, eu me sinto humano de novo. Ela é pura, sabe?" Ele riu, um som que arranhou meus nervos em carne viva. "A Laura? Ela nunca poderia me deixar. Ela precisa disso. Ela precisa de mim."

Uma risada fria e dura escapou dos meus lábios. Era um som que eu mal reconheci. Implacável demais? Pura? Ele ainda me via como a mulher implacável e ambiciosa que eu me tornei por nós, por ele. Ele não via a garota que o amava ferozmente, que havia sacrificado tudo pelo nosso sonho compartilhado. Ele não via a mulher quebrada parada a poucos metros de distância. E ele acreditava que eu nunca poderia ir embora. Que eu precisava dele.

A arrogância, a pura ignorância de suas palavras, acendeu um fogo em minha alma. Meu coração não apenas se transformou em gelo; ele se estilhaçou em fragmentos afiados como navalhas, cada um queimando com um voto. Ele me achava implacável? Ele não tinha visto nada ainda. Ele achava que eu precisava dele? Ele aprenderia.

Peguei meu celular, rolando pelos contatos até encontrar aquele que eu mantinha escondido, aquele que representava um passado que eu sempre resisti. A poderosa e distante família política de Leo em Brasília. Os Bragança. Ele nunca quis ser associado a eles, sempre se orgulhou de seu status de self-made man. Mas segredos eram armas, e eu acabara de encontrar a maior de todas.

"Mandem buscá-lo", murmurei no telefone, minha voz desprovida de qualquer calor, qualquer emoção. "Ele é todo de vocês."

Então, desliguei. O jogo havia mudado. Não se tratava mais de amor. Tratava-se de retribuição. E Leo Madden estava prestes a aprender o quão implacável Laura Sandoval poderia realmente ser. Ele acreditava que eu não podia ir embora? Ele estava errado. E ele estava prestes a perder tudo o que valorizava.

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