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Entre Fogo & Paixão – Romance Gay

Entre Fogo & Paixão – Romance Gay

Liam Stein

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21
Capítulo

Conheça a história de Dean, um jovem que muda de cidade para ingressar na melhor universidade dos quatro municípios do estado do Lassen. O sonho de estudar na Valenza, finalmente sai do papel quando recebe um email contando a novidade. Eufórico por começar a dá vida aos sonhos de seus falecidos pais, Dean só teme deixar seu tio, William, na pequena Ashton City. Decidido, porém, William é de acordo com a ida do sobrinho, e quando este chega a Thyssen, conhece seu companheiro de quarto, Luc, que apesar das patadas iniciais, logo se tornam melhores amigos. No segundo dia, ele esbarra com Lee, a personificação de Narciso, em pessoa. Num sentimento construído somente a base de prazer e submissão, Dean tenta se afastar do perigo que Lee, representa à sua vida. Porém, será na reviralta do destino que a paixão por Luc aumentará, rompendo com ele por causa disso. Entre Fogo & Paixão, narra um romance gay com seus diferenciais, recitando mais uma boa história que te prenderá do início ao fim. Obs: nome de lugares totalmente fictícios. Só existem no universo da obra.

Capítulo 1 Fragmentos do passado

Era noite de verão. Dean observava da varanda de sua casa, o céu totalmente estrelado, a rua de seu bairro deserta, compunhada apenas pelos carros estacionados ao lado esquerdo, aonde ficava o lugar favorito em Ashton City: a residência de seu tio, William. Estava sem sono, mal dormia por conta dos últimos acontecimentos e rezava sutilmente enquanto sentia a mesma angústia começando a inibir a mente, retraindo miseravelmente à pouca força de seu corpo.

— Sem sono, meu filho?

— Oi, tio. É, tô sim, mas ficarei bem.

— Quer alguma coisa?

— Não, tio, pode ir dormir sossegado, vou em seguida.

— Quer mesmo que eu vá, Dean? — ele perguntou, colocando a mão sobre os ombros caídos do rapaz em protesto. — Se quiser eu posso preparar um café, sento aqui com você e dividimos essa angústia. Que tal?

— Oh, tio. Só o senhor mesmo, mas eu preciso ficar um momento sozinho, para colocar a cabeça em ordem, entende?

— Entendo, claro que entendo! A barra não está sendo fácil para nem um de nós, Dean. Mas, por favor, tenta não deixar a cabeça controlar o coração.

Dean assentiu, afirmativo.

— Tá, tio, eu prometo não me esfolar voltando ao passado, afinal de contas, tô bem assim. Boa noite.

— Boa noite, Dean.

Com um beijo depositado sobre a cabeça do sobrinho, William foi-se.

Dean, após à morte de seus pais, passou a morar com William, o único parente próximo e ainda vivo. William, apesar de se sentir culpado pela ida precoce de sua irmã, Jessica, e seu cunhado, Théo, arramou um jeito de criar sozinho o sobrinho, na época, com quinze anos. Ele era um homem belíssimo, na casa de seus trinta e sete anos, cabelos castanhos claros, olhos verdes escuros e pele branquinha, com certos sinais chamativos e espalhado ao longo corpo. Respeitando o tempo de cada um, William tentou se aproximar aos poucos e conforme Dean crescia, tudo ficou mais fácil de lidar, acabaram por construir uma amizade invejável e, em alguns momentos, emocionava-se ao ouvir o garoto lhe chamando de pai. Estavam há sete anos convivendo juntos, e isso era muito produtivo.

Ultimamente, porém, Dean sentia que era hora de ganhar novos horizontes e semear sementes para dar frutos dignos de seu esforço. Com isso, tratou de fazer sua inscrição na Valenza Universit, a faculdade mais importante do estado de Lassen, com sede na cidade de Thyssen, a poucas horas de Ashton City. A ansiedade, desde então, passou a tomar espaço e mal conseguia dormir na esperança de que o email com a confirmação ou absorção de sua inscrição, chegasse.

Até tarde daquela noite de sexta-feira, Dean ansiava por isso, já que o ano letivo teria início na segunda, dois dias após. Esfregando as mãos, e num ímpeto de coragem, se levantou da varanda e foi-se para dentro da casa e, em seguida, ao quarto.

O quarto de Dean, não era tão grande quanto o do seu tio, mas este bastante aconchegante, tornava-se perfeito para um isolamento duradouro. Sentou na beirada da cama, conferiu o email no notebook, e arrasado mais uma vez, deitou sobre o móvel e apertou o aparelho contra o corpo e assim adormeceu.

Acordou com o apito estéreo do despertador lhe chamando para um novo dia. O canto suave dos pássaros e os pingos profanos de uma garoa acima do telhado, entrou pelas frestas das janelas até seus ouvidos. Dean sentou sobre a cama e exercitou o corpo, indo até o banheiro e fazendo sua higiene matinal.

Depois, ao voltar, pegou uma camisa e seguiu o cheiro de omelete e panquecas, comida preferida logo pela manhã e, que seu tio, William, não media esforços de acordar cedo para preparar tudo com muito carinho.

Deixou o quarto e seguiu o corredor, o lance de escadas e chegou a sala, da onde o cheiro tornou-se convidativo.

— Bom dia, pai.

— Bom dia, filho. Dormiu bem?

— Sim, melhor impossível.

William virou para encarar Dean e arqueou uma sobrancelha, conhecia tão bem o sobrinho que a parte de ter dormido bem, soou como inverdade.

— Ok, não tão bem, mas conseguir colocar os pensamentos em ordem. — assegurou Dean, sentando-se o redor da mesa. — E sua noite, foi legal?

— Digamos que sim. Estava preocupado com você, então dormir um pouco mais tarde para certificar de que não faria besteira. — ele voltou-se para o fogão e as panelas. — Sabe, Dean? Estava pensando em irmos pescar hoje.

— Pescar, tio? Não sou adepto desse esporte, principalmente porque compreende uma porcentagem gradativa de força, vitalidade e vontade.

William riu.

— Então você escolhe a diversão do dia. Que tal?

— Ah, pode ser. Que acha de irmos dá uma volta no centro, fazer compras e comer fora?

— Se enjoou da minha comida, meu filho?

— Não é isso, senhor William, é apenas uma opção de descontração, mas se não quiser ir, podemos pescar!

— Você me conhece tão mal, Dean. — fungou William trazendo o café para a mesa. — Sim, vamos até o centro fazer compras e comer.

Dean mostrou um sorriso de vitória, o que gerou um certo desconforto em William, o qual odiava perder para o sobrinho.

— Ah, mas me fala, tio: você e a Lia ainda estão se pegando?

— Olha as palavras, moleque. — repreendeu o mais velho, fazendo o mais novo arquear uma de suas grossas sobrancelhas. — Mas, lhe respondendo, a gente sai de quando em quando. Tomamos um chope, vamos ao cinemas e raramente rola algo mais quente.

— Entendi. Então não estão juntos? Tipo, como namorados?

William sentou do outro lado da mesa e abriu um pão e passou a manteiga, pensando brevemente nas palavras que usaria.

— Ainda não. É complicado, sabe?

— Sei. Já passei por essa fase e...

— Ei. Vamos aumentar este astral. Já falei para não voltar no passado, Dean.

— Eu sei, tio. Tô tentando engrenar minha vida, mas ainda não sei lidar com a ausência que o Luan deixou no meu peito. Afinal, éramos muito bem resolvidos e, com isso, nosso amor surtia um efeito bem maior. — assegurou deixando a xícara de lado e fitando o homem à sua frente. — Acha que um dia eu vou amar alguém tão quanto amei o Luan, tio?

William mastigou o pedaço de pão e engoliu em seco. Da corda aquele assunto que feria aos extremos seu sobrinho, lhe magoava, mas isso parecia não atingir tanto Dean.

— O Luan foi um cara incrível, meu filho. Mas o tempo vai lhe mostrar um garoto legal, disso eu tenho certeza. — afirmou William, segurando a mão de Dean por cima da mesa. — Confia em mim, voltar ao passado só lhe trará prejuízos mentais.

Dean concordou.

— Tá bom. Pai?

— Diga, Dean!

— Você saberia conviver com minha ausência? — perguntou Dean, a William.

O homem analisou à pergunta calmamente, o suor descendo seu pescoço.

— O porque da pergunta, meu filho?

— Porque queria ir para Thyssen.

— Como assim, ir para Thyssen? Você não tem ninguém lá, Dean.

— Eu sei, tio. Mas eu quero ir para Thyssen, estudar.

— Mas às aulas em Thyssen, iniciam na segunda-feira, Dean. Não teria como agendar uma vaga para você, nem mesmo daria tempo para te inscrever numa faculdade. — ressaltou William.

— Sobre isso...

— Ah, não, Dean. Não consigo acreditar que traiu a confiança à qual depositava em você, nem mesmo pediu uma consulta minha. — bufou William deixando o café de lado, provavelmente havia perdido também o apetite. — Eles te aceitaram?

Dean retraiu o corpoe bufou, nunca tinha visto seu tio agir tão diferente.

— Não sei. Ainda não chegou o email de confirmação.

William levantou da cadeira e foi-se para a pia. Lavou algumas louças e pensou por um instante na primeira pergunta de seu sobrinho, sobre sentir a ausência dele.

— Sabe, Dean? — começou William, após um tempo. — Quando seus pais morreram naquele maldito assalto, e você chegou para mim arrasado, destruído e chorando, eu mal sabia cuidar de mim. Os primeiros meses, foram fatais, não tinha experiência, porém, você me ajudou. Você me fez ser um homem melhor, mais responsável. Agora, crescido, você tenta se convencer de que não precisa de mim...

— Não estou excluindo o senhor da minha vida, tio. — cortou Dean. — Quero seguir meu sonho, o sonho de meus pais. Quero ajudá-lo e aqui, em Ashton, não vou ter futuro.

William suspirou, enxugando as mãos no guardanapo e voltou-se para à mesa.

— Só queria ter feito mais parte das suas escolhas, Dean. Você é um filho que ainda não tive, e isso foi a pior punhalada que levei. Esperava tudo, menos essa traição. — ele fungou, abalado. — Porém, é seu sonho, então vou continuar te apoiando.

— Mas eu nem sei se vou ser chamado. Então não se preocupe com nada, talvez ficarei por aqui.

— Não, não, Dean. Qual a universidade que inscreveu-se? — questionou William, agora mais prestativo.

— Valenza Universit.

William arqueou uma sobrancelha, visivelmente preocupado. A fama da universidade era extraordinária, mas haviam alguns problemas com os quais devia se preocupar, e com toda razão possível.

— É a melhor. — certificou-se nas lembranças mais vetusta. — Eu e meus amigos estudamos nela, então é um bom lugar para repensar, fazer novas amizades e, por cima, namorar.

Dean deu um meio sorriso, antes de questionar:

— Está furioso comigo, tio?

— Não, Dean. Um pouco chateado, mas é seu sonho. Vou te apoiar, assim como sua mãe me apoiava nos tempos da escola. — ele riu. — Bom, agora termine o seu café, se arrume que vamos até o centro comprar roupas para você, e uma mala.

— Ainda nem sei se vou ser chamado para a universidade, pai. Ela é muito concorrida. — disse Dean, receoso de colocar esperanças demais.

— Primeiro, você sempre foi o melhor aluno de Ashton City. Segundo, não perca a fé. Agora levanta essa bunda grande da cadeira, toma um banho e vamos sair um pouco.

Dean tinha um sonho de cursar Direito em Valenza, e isso já vinha desde os treze anos, quando seus pais, os advogados renomados de Ashton e Thyssen, passaram por lá e formaram-se grandemente, construindo seu império e uma vida de requinte. Essa força que vinha de dentro de seu peito, tinha tornado-se mais visível e favorável quando resolveu se inscrever na universidade. Suas prioridades giravam entorno de: concluir seu curso, erguer sua própria rede de advocacia, ganhar muito dinheiro, comprar uma fazenda em Telenza, levar seu tio para morar com ele e, por fim, encontrar a cópia perfeita de Luan, o grande amor de sua vida. Carinhoso, angelical, atraente e único.

Se bem que ultimamente sua vida amorosa tivera estagnado, mal conseguia dormir pensando na faculdade e em como era estar presente nela, cercado de universitários de todos os tipos e ideologias, alguns menos radicais e outros inúmeros com faces diferentes, prontos para dar o bote certeiro.

E caso fosse chamado, não iria desperdiçar um único momento, viveria intensamente cada segundo, alimentando à vontade de estar incluido aonde poucos conseguiam alcançar. Valenza, era uma instituição feita para poucos, os menos inteligentes, com certeza ficariam pelo caminho e esse, não era, nem de perto, o objetivo de Dean.

Depois de tomar banho, mudar de roupa e escovar os dentes, Dean fitava sua imagem através de um espelho grande em seu quarto, lugar onde tinha privilégio de ser ver diariamente, pois sua beleza realmente tornava-se tentadora.

Os cabelos loiros caiam até abaixo de sua nuca, passando por cima das orelhas e sobrancelhas, deixando uma fenda para os demais vislumbrar os olhos de um azul claro hipnotizante, aliado a pele branca e sem marcas. Dean tinha braços e pernas torneadas, sempre foi amante da academia, influenciado por William e Luan, havia ganho um corpo escultural, atraente. Para finalizar, Dean pôs um óculos de grau e deixou o quarto.

Naquela ocasião, optou por uma vestimenta consistida apenas em uma bermuda moletom, tênis, e uma camisa regata preta, combinando com o calção branco. Saiu do quarto e foi até a sala, onde William assistia ao telejornal local, com fatos abundantes.

— Vamos, tio.

William dobrou um pouco a cabeça e fitou o sobrinho, impávido. Olhar para Dean, consistia em estar vendo uma versão masculina de sua amada irmã, Jessica.

— Que gato. Se parece muito com seu tio aqui.

— E você não está exagerando, pai. Mas agora vamos, está quase na hora do almoço. — disse Dean, caminhando dois passos à frente. — Por que não convida a Lia? Quero tanto conhecê-la!

— É, pode ser. Vou fazer isso agora mesmo. — disse William, pegando o aparelho. Depois de um ou dois minutos de conversa, o homem desligou o celular e ainda sorrindo, deu à boa notícia ao sobrinho. — Bom, vamos, porque ela vai nos esperar no Restaurant of the Dylan.

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