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Apostando no amor

Apostando no amor

Grazi Domingos

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Leituras
119
Capítulo

Madson Barnes vivia pulando de trabalho em trabalho para ajudar com as despesas da casa, sem saber que além do vício com a bebida, seu pai adotara o vício de jogos de azar. E em uma noite, quando ele imaginava estar com a sorte ao seu lado, ele aposta o seu bem mais precioso... A própria filha! Agora Madson se vê em uma situação complicada quando Caleb aparece e resolve cobrar o seu prêmio.

Capítulo 1 Caleb

Olhei mais uma vez para as pessoas a minha volta na mesa.

Uns olhavam para os outros, fingindo uma confiança que, na verdade, não sentiam.

Eu sabia que eu tinha ganho essa.

Todos colocaram seus jogos sobre a mesa, e eu olhei para o único homem à minha frente que não soltou as suas cartas.

Ele parecia mais confiante do que os demais, mas eu sabia que ele não tinha chance.

Essa partida era minha. Assim como a partida anterior e a outra antes dessa.

Eram todos aspirantes a vencedores e o homem a minha frente não seria diferente dos demais.

Dava para ver em seus olhos.

Chega a ser entediante, mas essa é a única coisa que ainda me distrai durante a noite.

E eu precisava muito de distração naquela noite específica.

_É a sua vez, Robert! _ um dos jogadores ao meu lado gritou, zombando.

Eu não gostava desse tipo de coisa. Eu não me sentia melhor do que ninguém ali naquela mesa.

Pode ser chamado de sorte ou o que quer que seja.

Eu sempre os vencia, mas eles insistiam em me chamar para jogar todas as vezes em que eu descia até o salão de jogos.

Fiz um sinal para Michel, nosso Crupiê, que me atendeu prontamente e aumentou as apostas.

Então me voltei para o senhor a minha frente.

Não usava roupas caras, observei.

Seu relógio não era uma peça de valor e ele já tinha apostado a casa.

Esse era o pior tipo de jogador que costumava aparecer aqui. E era o tipo que mais me enojava.

Ele pousou as cartas viradas na mesa, mas eu já adivinhava qual era o seu jogo. Seu olhar já dizia tudo o que eu precisava saber.

_Essa é minha! _ ele disse de maneira orgulhosa.

Não era a primeira vez que o via jogando ali no clube.

Todas as noites em que eu descia, ali estava ele.

E todas as noites ele saia frustrado.

Era incrível como ele ainda tinha coragem de voltar, noite após noite, apostando até o último centavo em seu bolso.

Imaginei se teria uma esposa em casa, esperando por ele.

Será que ela sabia que ele gastava todo o dinheiro que recebia com jogos de azar?

Não é da minha conta! Pensei.

_Você me parece muito confiante, Robert. _ eu disse de maneira inexpressiva, arqueando uma sobrancelha. _ Mas me diga, o que tem de mais valioso para oferecer nessa partida?

Eu pude percebeu seu sorriso falhando.

Ele já havia tomado algumas doses de Gim e eu sabia que não estava em condições de jogar mais uma partida sequer.

Era melhor mandá-lo logo para casa, de uma vez por todas.

Ele deu uma risada alta, me encarando com desdém.

_Meu bem mais precioso é minha filha, meu caro! _ disse ele, provocando risadas a nossa volta.

Mas eu não achei graça.

Ele queria brincar daquela maneira?

Então eu entraria na brincadeira...

_E apostaria sua filha? _ perguntei e o silêncio reinou a nossa volta.

O sorriso de Robert titubeou mais uma vez e notei uma gotícula de suor escorrer em sua nuca. Mas seu olhar desceu para as várias fichas na mesa e pude perceber que ele não recuaria.

Ele estava desesperado pela vitória.

Eu lhe dei a chance de recuar, mas ele preferiu ir em frente.

Minha consciência está limpa! Disse a mim mesmo.

_Aposto tudo o que tenho. _ foram suas últimas palavras.

_Então é justo que eu faça o mesmo. _ eu disse, fazendo sinal para que Michel colocasse todas as minhas fichas na mesa.

Michel sorriu disfarçadamente, enquanto o sorriso do amigo a minha frente diminuía.

_Apostas feitas! _Michel anunciou e esperei que o velhote virasse suas cartas.

_Full House! _ Michel disse e o sorriso do meu adversário aumentou.

Eu tirei um maço de cigarros do bolso, coloquei um palito na boca e o acendi calmamente, apenas para dar efeito.

Então virei minhas cartas sobre a mesa e observei a cor fugir de seu rosto, enquanto ele permanecia ali, completamente sem ação.

Eu estava cansado disso!

Me levantei da cadeira e lancei um olhar para Michel, que recolheu todas as fichas na mesa, inclusive o documento da casa que ele apostara mais cedo.

Então olhei diretamente em seus olhos.

_ Vá até meu escritório amanhã e falaremos sobre sua dívida comigo. _ eu disse, jogando um cartão na mesa, em sua direção.

Não fiquei para saber o que ele faria a seguir.

Era dessa forma que eu aumentava minha fortuna, cada vez mais.

Mas naquele momento, essa era a última coisa que me deixaria satisfeito.

Peguei o telefone do bolso do meu paletó e fiz uma chamada.

_Estou indo para o hospital. _ eu avisei e encerrei a ligação logo em seguida.

Quando cheguei do lado de fora do clube, meu motorista já esperava por mim.

Eficiência era a coisa que eu mais admirava em Dimitri, e eu confiava plenamente nele.

_Chegaremos em menos de dez minutos, Sr. Archer. _Dimitri avisou e eu assenti.

Eu não estava com pressa.

Eu já imaginava o que estava por vir e queria poder protelar um pouco mais para ir ter com minha avó no hospital.

Eu odiava o fato de que ela estava doente, mas odiava ainda mais o que ela esperava que eu fizesse.

Então peguei novamente o meu celular e liguei para Michel.

Ele atendeu no segundo toque.

_Sim?

_Descubra o que puder sobre a filha de Robert Barnes e me ligue de volta. _ eu ordenei.

_Pode deixar comigo.

Desliguei o telefone e fiquei olhando em volta, observando os carros passando a nossa volta enquanto uma ideia me ocorria

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