Adolescente apaixonados

Nic

Existem momentos na vida que poderíamos ter o poder de apagar, um deles foi o maldito dia que fui com minha amiga Deise na empresa do meu pai, lá reencontrei o Paulo Votorantim melhor amigo do meu irmão, a última vez que o vi eu era criança, nem lembrava que esse cara existia, ele chegava na minha casa e não falava comigo e eu era muito pequena e não fazia questão nenhuma também, depois de anos sem o ver estamos aqui frente a frente, ele se tornou um homem lindo, cabelos castanhos claros mais ou menos na altura dos ombros, amarrado, barba no mesmo tom dos cabelos, olhos castanhos e pele dourada o cara é um Deus grego no momento que o vi ali tive a certeza que meu destino estaria ligado ao dele para sempre! Nós cumprimentamos cordialmente e entramos na reunião, ficamos em torno de uma hora e meia dentro da sala, não se falamos em momento algum, mas os nossos olhares se falavam se entendiam e parecia ali ter criado uma cumplicidade, a reunião termina e graças a Deus ninguém percebeu a minha atração por Paulo, aquele homem passou a dominar os meus pensamentos, sentimentos e atitudes, mesmo sem chegar perto de mim, resolvi investigar a vida dele sem ninguém saber, não poderia correr o risco de Fernando meu irmão obsessivo descobrir, Fernando voltou do exterior diferente, começou agir como se fosse meu pai e fez da minha vida um inferno, começou a mandar em mim e se achou no direito de me afastar dos meus amigos e me mudar de escola.

Fernando Freitas meu irmão, ele sempre foi meu herói, meu protetor, melhor amigo, fomos criados pela governanta, nossos pais tinha um casamento de aparência para sociedade, em casa mal se falavam, nem lembravam que tinha filhos, no começo senti falta do carinho do amor de mãe, Maiara Lima a senhora que me colocou no mundo, mas nunca teve tempo para mim, uma mulher espetacular onde passa demostra empoderamento, dona de uma clínica de estética, linda vaidosa, a aparência sempre foi sua maior preocupação, ela tentava de todas as formas ser vista pelo seu marido, o meu pai o poderoso Hugo Freitas, empresário bem-sucedido o homem perfeito para qualquer mulher, lindo, rico e inteligente onde chega intimida as pessoas, sua presença fria contradiz em casa o homem poderoso não passa de um cara frio e egocêntrico às vezes que o vi em casa que eram raras, ele nem olhava para minha mãe era como se ela fosse um objeto de enfeite, passava por mim e Fernando dava um beijo em nossas cabeças e ia direto para o escritório o único dia que ele tirava metade do dia para ficar comigo e Fernando era no domingo que nos levava no parquinho, na piscina ou em algum lugar para passear, mas era contado no relógio das oito ao meio-dia, ele nos levava para almoçar ali o papel de pai foi cumprido, por uma semana, se ele viajasse trazia um presente, ficava com nós alguns minutos e mais uma vez o papel de pai foi cumprido, nunca brincamos com nossos pais juntos, mesmo que tivéssemos só brincando na sala, minha mãe nunca estava, eles eram dois estranhos, chegou um momento que parei de perguntar deles não sentia mais falta, tia Marta nossa governanta me dava o amor que eu precisava e Fernando que se tornou meu melhor amigo, éramos tão próximos acredito que ele sofreu mais que eu, ele presenciou uma briga dos nossos pais e escutou que o motivo deles está casado era minha mãe ter engravidado, eu era muito pequena, mas me lembro do Fernando dando socos na parede batendo a cabeça e chorando, eu comecei a chorar pedindo para ele para, Fernando senta do meu lado chorando e fala:

— Nic eu sou culpado por toda destruição da nossa família o papai disse que só está casado com a mamãe por que ela engravidou de mim, ele maltrata ela por minha causa, ela vai embora ele pediu o divórcio, falou que ela fosse embora e que não poderia nos levar, vamos viver sozinhos a parti de hoje, mas eu vou cuida de você eu te amo, nunca vou te deixar sozinha.

— Eu só tinha sete anos não sei se chorava porque minha mãe estava indo embora ou por ver Fernando naquele estado.

Maiara viaja para os Estados Unidos e vem uma vez por ano nos visitar, Fernando se isola do mundo vive sozinho jogando videogame mal fala, mas cumpriu sua palavra estava sempre comigo, me ajudava a pentear os cabelos a fazer os deveres da escola, brincava comigo e muitas vezes vinha dormir no meu quarto quando eu estava com medo, ele tomou para si a responsabilidade dos nossos pais.

Ele tinha dois amigos Paulo Votorantim e Vinícius Amorim, Paulo nos visitava algumas vezes, mas não gosta de mim, sempre reclamava com Fernando por eu atrapalhar eles jogarem videogame ou querer brincar junto com eles, uma vez escutei ele reclamando com Fernando...

— Fernando com tantos empregados por que você tem que ser babá da sua irmã?

Pede para alguém cuida dessa pirralha chata.

— Paulo ela é minha irmã é minha obrigação brinca e cuida dela.

— Está bem eu não vou vir mais aqui quando você quiser joga vai lá em casa, graças a Deus eu não tenho irmãos para nos atrapalhar.

— Fernando ficou triste, mas continuo brincando comigo.

E tia Marta sempre nos deu amor carinho, ela ia em todas às nossas reuniões de pais e nos levava nas consultas médicas, não vou negar que Fernando e tia Marta e a minha família e quem esteve comigo, mas com um tempo as coisas começaram a mudar papai começou a exigir que Fernando estudasse cada vez mais, fizesse cursos e mais cursos nada estava bom, Fernando tinha que ser o melhor e para agradar o senhor Hugo Freitas, Fernando sempre dava um jeito e fazia tudo, chegou o momento de Fernando ir para faculdade ele decidiu estudar fora do país, ele só pode estar brincando cadê o irmão que jurou que nunca iria me abandona?

Fernando viaja e fica só eu e tia Marta, sou transferida de escola para escola Maria Alvares lá conheço muitos amigos, e começo a namorar Wesley um garoto doce amigo que me dava o carinho que Fernando sempre me deu, Wesley sofria maus tratos em casa, mas isso nunca foi motivo para ele me maltrata, em poucos meses nos juntamos com alguns meninos do morro, Wesley já estava andando com eles e eu comecei a ir junto, todos estudávamos na mesma escola, Wesley começa a usar drogas, mas nunca me ofereceu os nossos outros amigos também começaram a usar, eles se tornaram os mais populares da escola eu achava legal eu quis experimentar, Wesley pediu para eu não fazer isso, eu fiquei brava se ele podia usar drogas eu também poderia fazer o que eu quisesse e tomei a droga da mão dele, Wesley começou a chorar pedindo para eu não usar, eu não o escutei usei e gostei, ali começou o meu inferno junto com ele, Wesley sempre carinhoso prestativo, o pai dele era muito estranho não o tratava como filho, Wesley é expulso de casa e começa a traficar para se sustentar, eu começo a usar cada vez mais e começo a ter overdose e me torna agressiva, Wesley chorava desesperado para eu parar, eu termino o namoro com ele, Wesley é muito careta que traficante é esse que vende drogas e quer me obrigar a parar de usar, mesmo eu terminado o namoro Wesley não se afastou de mim, os dias foram passando e acabamos voltando, estávamos sentados na escada da quadra eu, Wesley e Carlos nosso amigo que também é viciado é drogas.

— Nic olha aquela garota loira brincando na quadra com os amigos dela.