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A ROSA QUE ME CONQUISTOU

A ROSA QUE ME CONQUISTOU

Natiele Barreto

5.0
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42
Leituras
5
Capítulo

Era um sábado a tarde quando Maria se despedia dos seus pais no interior. Ela estava indo para a cidade grande atrás do seu sonho, que também era um sonho de todos da casa, e um dia após ganhar muito dinheiro, retornaria para busca-los. Ao se despedirem, os seus pais que não tinham muita instrução, mas tinham muita sabedoria dos anos já vividos, lhe instruiu com amor que seguisse firme, honestamente e com dignidade. Maria era filha de Alzira e o seu pai era Elio, ambos moravam no interior e tinham um pedaço de terra, que era de onde saia o sustento da família. Era uma rocinha pequena, algumas plantações, ovelhas, vacas, porcos e galinhas. O que não contribuia era o calor que rachava o solo e queimava a pele. Ao sair de casa ela tinha dezoito anos de idade e na sua classe da escola havia sido a melhor. Ela era a filha mais velha da sua casa, os seus irmãos era menores e ainda estavam na escola, mas os seus pais só estudaram até a segunda série, não sabiam de muita coisa e escrever era apenas o nome, mas no cálculo se Élio se garantia, ninguém o enrolava na feira e mercados em que vendia as coisas da sua rocinha. Ela seguiu e entrou naquele ônibus com lágrimas nos olhos de saudade e todos se despediram chorando e acenando. Mas ao chegar na cidade, sua tia Jovina estava a sua espera. Ela trabalhava em um mercadinho perto da sua casa e também não tinha muito estudo, mas o que sabia para ela estava suficiente. Andando pela cidade Maria ficou encantada com a beleza de todas as coisas e lugares. Tinha em seu coração que seria doutora e daria muito orgulho para os seus pais sendo a primeira médica da família. O tempo se passou e ela conseguiu um emprego e um cursinho gratuito para estudar, mas estava cansada de tamanha correria. Se lembrando so seu pai seguiu em frente e depois de algum tempo ela passou na prova. E foi ali que tudo se apertou mais ainda, ela tinha que estudar arduamente e encontrar uma forma de trabalhar. Até que consegiu um estágio e tudo mudou. Contudo, Maria, foi conquistada por um dentista renomado que era o dono da clinica em que passou a trabalhar como uma espécie de estágio. Todos os dias ele lhe entregava flores no final do expediente, e com o tempo se tornaram inseparaveis e muito iguais, até que ambos se apaixonaram e assumiram o namoro que foi a notícia mais bombástica. Seguindo, em pouco tempo ela abriu o seu próprio negócio e se tornou uma das mais conceituadas empresárias. Logo após, em uma viagem, ele pediu a mão dela em casamento aos seus pais e no tempo certo houve uma linda festa de casamento, não só para a sua família, mas para toda a alta sociedade, o qual agora estava os dois enseridos.

Capítulo 1 O início

O clima era quente no sertão, o solo rachado e a vida difícil. Todos daquele lugar foram criados com muita dificuldade e cresceram com muita esperança no coração de que um dia tudo aquilo iria passar. Algumas pessoas nunca foram alfabetizadas, outras começaram e não concluiram, mas para além do conhecimento o coração deles eram enorme em toda bondade. Um povo solidário, hospitaleiro, corajoso e forte, que enfrentava as dificuldades da vida com a cabeça erguida e com um sorriso no rosto.

Em uma das famílias que habitavam naquele lugar havia uma sonhadora, como era chamada pelos seus colegas de classe. O nome dela era Maria, a primogênita de seu Elio e dona Alzira, que tinha mais 3 filhos pequenos, Chico, Bento e por última a caçulinha Laura.

Desde que chegou a tv na venda de seu Bonito um senhor de idade que com seu comércio servia a toda a comunidade a cidade se agitou. A noite todos se reuniam para assistir um pouco da programação que passava na tv. Como Bonito era um senhor muito gentiu e não era egoista, sempre colocava algumas cadeiras e esteiras no passeio da sua casa para quem quisesse assistir com ele, pudesse então se sentar.

Com essa novidade na comunidade a rotina de muitas pessoas mudaram. As crianças ao sair da escola já ficavam sentadinhas na frente da venda, e esperavam os seus pais que vinham de suas casas para juntos, todos assistirem a programação e depois retornarem para suas casas, que a depender da família ficava a uma hora de distância, que poderia ser caminhando ou a cavalo, mas isso dependeria da condição da família.

Com o passar do tempo a cabeça de algumas daquelas pessoas foi mudando, pois eles puderam ver que existia algo melhor para se viver fora dali e mesmo não sabendo como chegar lá, continuavam sonhando com o futuro.

Na sala de aula da turma mais velha da professora Nilda, que tinham entre onze e doze anos, todos estavam eufóricos e empolgados com tudo o que assistiam e viam. A professora por sua vez sorria ao ouvi-los, pois ela tinha morado por muitos anos naquele lugar que eles queriam estar e ela nunca tinha ficado tão impressionada assim. Nilda era uma freira de cinquenta e três anos que se formou para professora e tinha deixado tudo na sua terra natal, emprego, familiae amigos, para em amor servir no sertão, terra pobre, humilde e de um povo com bom coração.

Como estam muito empolgados e interessados em saber como era lá além do que viam na tv, eles descobrindo que a sua professora tinha vindo de lá ficavam perguntando para ela como eram as coisas. Perguntavam sobre tudo, todo dia e toda hora, mas a professora sempre tinha muita calma em controla-los e lhes contar as histórias nas horas certas. Então combinaram que conversariam sobre essas coisas sempre no final da aula, assim se tornou a hora mais esperada da aula. Os olhinhos estavam sempre abertos e atentos a cada detalhe que contavam.

Entre todos os alunos a mais empolgada era Maria. Ela dizia que iria para lá e que seria uma uma grande médica, para cuidar das pessoas, mas sempre que dizia essas coisas os outros da sala ficavam rindo da cara dela e dizendo que ela não iria, porque era muito longe e ela não tinha dinheiro. E todas as vezes ficava triste no final da aula, pois até um apelido de sonhadora ela ganhou. Até que um dia a professora lhe chamou no final da aula e lhe acalmou o coração lhe dizendo que se realmente fosse o sonho dela, e que se ela fizesse por onde, poderia ir para onde quisesse, sendo longe ou perto, e também poderia ser o que quisesse quando crescer.

Após isso foram todos para assitir a tv na Vendinha de seu Bonito, e Maria estava lá empolgada e cheia de esperança. Terminando de assistirem precisavam se apressar para voltar para casa, a sua família era quem morava mais longe e voltavam para casa por uma hora caminhando. Na volta, estavam todos da sua casa, seus pais e seus irmãos, e foi então que ela falou para os seus pais que um dia ela iria morar na cidade grande e iria ganhar muito dinheiro lá. Seus pais que já estavam cansados do dia inteiro trabalharem no sol para ganhar tão pouco, apenas olharam a para ela e disseram que tudo bem, só para encerrar a conversa, mas para ela aquilo tinha muito significado e então acreditou ainda mais.

Os dias iam se passando e sempre que podia o seu pai dava para ela e para os seus irmãos alguns centavos para comprarem um doce. Quando isso acontecia era uma festa de todos eles, mas apartir dali ela sempre guardava os centavos que recebia e nunca mais chupou o seu doce. Ao invés disso pegou uma sacolinha e começou a guardar as moedas, para que quando ela tivesse grande pudesse se mudar para aquela cidade que tanto sonhava.

Com o tempo Maria ia crescendo e os seus pais envelhecendo e como o trabalho era duro na roça e o sol era muito quente, eles estavam sempre cansados demais e assim o coração da sua filha ficava cheio de tristeza. E foi em uma das madrugadas que ela estava pensando nos seus pais que teve uma ideia para poder ajuda-los. Nas madrugadas ela iria tirar um tempo enquanto os seus pais dormiam, para trabalhar a noite e irrigar o solo. E fez isso por muitos dias consecutivos mesmo sendo tão nova e sentindo um cansaso a mais durante o dia.

Com o passar do tempo, os seus pais perceberam que as coisas estavam produzindo mais e quê o que nascia não morria tanto com o sol como antes. Maria ao escutar isso em um dia desses de volta para casa ficou muito feliz, mas não poderia contar, porque tinha certeza que levaria uma bronca e eles a proibiriam ela de ficar fazendo isso. Se passando um ano que ela estava trabalhando as escondidas, os seus pais tinham prosperado o dobro do que no ano anterior e foi ali que tiveram a sua primeira aquisição que os fizeram saltar de alegria. Seu pai Elio conseguiu juntar um dinheiro e comprou dois burrinhos, algumas madeiras boas e os materiais que precisava para fazer uma carroça. E então colocou todos da casa para trabalhar naquela missão da primeira carroça da casa. Foi uma conquista e tanto. Pois naquela época os seus pais sobreviviam apenas com as pouquinhas plantações que vendia e eram a família mais pobre daquele lugar.

No ano seguinte, Maria já estava com doze anos, um pouquinho maior. A turminha da sala de aula continuou a mesma, exceto pela saida de dois coleguinhas que precisaram parar de estudar para ajudar os seus pais na roça, e isso doia muito o coração da Professora Nilda. Mas era o início do ano letivo e estavam todos com as forças renovadas das férias e empolgados para o que viria pela frente e ansiosamente, a turma como de costume mo final da aula ouvia sobre as histórias da cidade grande e então o coração de todos se alegravam e a imaginação corria solta.

Naquele dia em especial, haveria a noite um circo na pequena cidade, a entrada era bem baratinha para que todos pudessem ir. Assim que terminou a aula os pais de cada um já estava lá para os buscarem e irem já para o circo que não demoraria de começar o seu espetáculo. E o show começou: palhaços, malabaristas e muitos truques de mágica eram expostos para todos assistirem e ficarem encantados. Mas entre as pessoas que estavam na plateia, tinha uma jovem adulta que ficou fascinada com tudo o que via, era uma das tias que Maria tinha e o seu nome era Jovina. Ela ouviu dizer que o circo passaria pela grande capital e teve a ideia de ir com eles até lá. Por muitos anos ela quis sair dali e nunca conseguiu, mas acreditava que aquela era a sua oportunidade de ouro e tinha algum dinheiro que vinha juntando a muito tempo, com isso, pensou ela: que conseguiriam se virar no início da sua estadia na nova cidade.

Após os dois dias de espetáculo do circo, Jovina apareceu com as suas malas prontas e se despedindo de todos. Foi um susto para quem estava vendo e a sua família quase caiu para trás. Ela foi muito esperta, no final da primeira noite tinha ido até os bastidores e conversou com o pessoal do circo para ir com eles, caso desse certo ela contaria para todos e logo iria, mas se desse errado, ninguém nunca saberia deste feito. Mas como tinha dado tudo certo, lá estava ela com as malas prontas se despedindo de todos. A cidade ficou em choque, nunca tinham visto tamanha cena e tamanha coragem.

Porém, antes de partir, a professora Nilda ao saber de tudo, chamou Jovina para uma conversa rápida e lhe abriu os olhos sobre o que poderia encontrar no caminho e encontrar por lá. Lhe deu muitos deu muitos conselhos e Jovina com amor recebeu todos eles. A professora também lhe instruiu a lhes escrever quando chegasse lá e já tivesse instalada em algum lugar, combinaram de ficar trocando cartas por garantia e cuidado. Nilda temia a sua ida, porque ela era muito ingénua e as pessoas poderiam lhe fazer mal, roubar ou fazerem qualquer coisa para prejudicara. E voltar não seria mais uma boa ideia, visto que ela não sabia o caminho de volta.

Maria a abraçou com força e lhe disse em alto e bom som que ela lhe esperasse, porque dali a alguns anos ela iria também. E realizaria os seus sonhos. Jovina ficou sem palavras e lhe disse que a esperaria sim, mesmo não acreditando dentro de si. E assim, ela foi embora com pessoas que tinha acabado de conhecer. A sua coragem estava a cem por cento. Afinal, seria uma aventura e tando.

A poeira subiu e ela acenava de longe dando tchau e soltando beijo. Gritava dizendo que um dia voltaria, que todos a esperassem. E após isso, de queixo caido, todos retornaram para as suas casas e Maria feliz da vida com a sua família retornou após comprarem a carroça pela primeira vez.

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