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Assassino de aluguel

Assassino de aluguel

Ana Maitê

5.0
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515
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5
Capítulo

Samantha é uma estudante de medicina que foi vendida pelo pai para uma boate, para pagar suas dívidas de drogas. Ela consegue fugir do homem que a comprou, mas acaba se escondendo no mesmo lugar em que despejam um corpo ao seu lado. Dmitri é um assassino de aluguel renomado no submundo, mas acaba caindo em uma emboscada que só não o matou porque um anjo estava ali para lhe salvar. Ela salva vidas, ele mata. Pode o destino unir duas pessoas com objetivos tão diferentes?

Capítulo 1 Sonhos roubados

Samantha tinha apenas 18 anos, mas já havia passado por coisa que muitos adultos nem sequer sonharia em passar. Sua mãe morrera quando mais jovem e desde então seu pai começou a beber demais e se tornar um homem muito violento. Sempre que chegava alterado em casa, batia na filha e dirigia vários insultos a ela. Samantha não via a hora de se livrar do karma que era o pai.

Até que um dia, Jonas, seu pai, passou dos limites. Quando chegou em casa, não somente bêbado, mas aparentemente drogado também, acompanhado de uma cara mal encarado, ele lhe acertou uma bofetada no rosto apenas porque ela demorou a abrir a porta.

- Não deveria bater em uma princesa dessas - disse o estranho. - Não vê que é muito linda e atraente para ficar com o rosto marcado?

- Você tem razão - falou Jonas se aproximando novamente da filha, que ainda chorava com a mão no rosto. - Ela realmente é muito atraente e se não fosse minha filha... - ele não completou o que ia dizer, pois cambaleou o pegar a jovem pelos cabelos e teve outra ideia. - Quanto você me paga por ela?

Samantha se horrorizou com as palavras do pai e começou a se debater em seu aperto. Ele a estava vendendo sem o menor pudor e ela não podia deixar isso acontecer. Se debateu ainda mais e o estranho abriu um sorriso totalmente felino.

- Posso deixar pela sua dívida, Jonas. Ela vai render muito mais na minha coleção.

Jonas a levou para o homem sob protestos e gritos e a entregou para ele. Por sorte, Samantha conseguiu escapar ao chutar entre as pernas do estranho quando este a tocou e correu porta afora. Ela não sabia por onde ir, não tinha ninguém, mas sabia que ficar ali por perto significava correr o risco de ser encontrada de novo e aí sim sofrer terríveis consequências.

Após muito correr sem parar, suas pernas bambearam e seu coração parecia querer saltar pela boca, ela estava cansada e precisava de um lugar para passar a noite.

Ela parou para se localizar, foi somente então que seu cérebro lhe permitiu processar o que realmente tinha acontecido, então chorou.

Chorou por ter um pai tão desgraçado que teve a coragem de vender a filha apenas porque não superou a morte da esposa e se acabou na bebida e nas drogas.

Após um tempo, ainda parada no mesmo lugar, Sam ouviu vozes murmuradas. Samantha não prestava atenção onde estava, e somente então percebeu que havia um terreno com um matagal por perto. Ela se escondeu atrás de um entulho e as vozes se aproximaram.

Samantha sentiu que seu coração iria saltar novamente. E se fosse alguém a mando daquele homem desprezível para capturá-la e levá-la para a prostituição?

Então ela começou a rezar para todos os santos possíveis para que não a encontrassem. As vozes se aproximaram mais. Samantha tapou a boca com a mão e prendeu a respiração, pois seja lá quem fossem, estavam muito perto. Então ouviu o barulho de algo sendo jogado ao lado dela.

As vozes se afastaram gradualmente e ela estava tão encolhida que ninguém a viu, para sorte dela.

Mas ela viu o que foi jogado ali ao seu lado. Era um corpo. Samantha mordeu a mão para não gritar, não conseguiu se mexer por muito tempo, com os olhos arregalados e o medo dominando cada centímetro do seu corpo.

Depois de um tempo, ouviu um gemido, e somente então ela saiu do transe em que estava. O corpo estava vivo, como estudante de medicina, deveria ter sido a primeira coisa que ela deveria ter observado, mas ainda estava em choque. Foi essa constatação que fez Samantha reagir. Estava escuro já, apenas a claridade da lua iluminava o local, mas a garota percebeu que se tratava de um homem e que ele sangrava. Se tivesse notado esse pequeno detalhe antes, perceberia que o rapaz não estava morto há mais tempo, tendo maiores chances de salvar sua vida e se sentiu tola por isso, até mesmo preocupada.

- Consegue me ouvir? - ela perguntou baixinho e ele gemeu. - Tudo bem, não faz esforço, eles já foram. Ai, virgenzinha, o que eu vou fazer? - ela suplicou olhando para o céu sem ter uma direção.

Samantha se levantou e tentou saber onde estava. O pânico ainda tomava conta dela, por isso não estava reconhecendo aquela parte da cidade, mas percebeu que a poucos metros dali havia uma casa em construção abandonada. Mediu a distância entre a construção caindo aos pedaços e o entulho e pensou em mil maneiras de ajudar o homem a ir com ela até lá para não passarem a noite a céu aberto.

- Olha - ela falou após verificar se ele ainda estava consciente -, tem uma casa abandonada aqui perto, cerca de cinquenta metros, mas sozinha eu não consigo te levar. Você vai ter que fazer um esforço e me ajudar.

O homem bem que tentou, mas caiu por cima de Samantha, que caiu sobre o entulho. Ele desmaiou. Samantha se desesperou, mas começou a arrastá-lo devagar, muito devagar. Quando enfim chegou dentro da casa abandonada, rezando para que as paredes não caíssem sobre eles, tateou os bolsos do homem à procura de fósforo ou isqueiro para iluminar o local e ver a gravidade do ferimento.

Não era um corte muito profundo, provavelmente fora nocauteado e por isso estava mal. Sobreviveria mesmo que ela não tivesse o ajudado.

Samantha decidiu que passaria a noite ali e antes do amanhecer iria embora, mas quando tentou cumprir esse intento viu que a pele do homem estava febril. Isso era um mal sinal, percebeu, e não poderia deixá- lo só, pelo menos não por enquanto.

Sam se sentiu culpada por não têhlo ajudado antes, mas pensou, "eu estava muito assustada, não teria como eu saber de qualquer forma, o que eu preciso fazer é baixar sua febre e procurar por sinais de infecção, mas como vou fazer isso neste ambiente tão precário?"

Quando o dia amanheceu, ela foi atrás de água e algo para baixar a febre. Percebeu que o terreno vazio era muito maior do que pensava e que não havia vizinhança por perto. Sorte deles, mas ainda precisava de algo que o ajudasse e encontrou, um pouco distante dali, uma casa sem muros, sem reboco, totalmente desprotegida. Notou que as pessoas que moravam ali erram humildes.

Quase não havia mobília na casa, apenas um fogão que funcionava à lenha, algumas redes emboladas, onde provavelmente seus moradores dormiam e duas prateleiras, uma contendo panelas e outras poucas louças e outra contendo algumas poucas roupas e uma caixa em cima dela.

Samantha pegou a caixa. Para sua sorte havia algumas cartelas de remédios, entre elas, antitérmicos. Mesmo sabendo que era errado, pegou os remédios, uma garrafa de água, algumas goiabas que encontrou no pé ao lado da casa e saiu.

Ao chegar de volta na velha tapera, Samantha medicou o homem. A jovem notou as feições dele pela primeira vez e se perguntou em que estaria metido para que ficasse naquela situação. E pela primeira vez ela sentiu medo de estar ali, ele poderia ser qualquer um, inclusive trabalhar para as pessoas que estavam procurando-a.

Ainda comendo uma das goiabas que pegou, se levantou e deixando a cartela de comprimidos e a garrafa ao lado do homem, se virou para sair, mas antes que cumprisse seu intento, uma mão a segurou.

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