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Tentação Proibida

Tentação Proibida

Gabriela.B

5.0
Comentário(s)
115.9K
Leituras
36
Capítulo

Tentação Proibida é uma história de amor e redenção, de universos distantes que se aproximam e se fundem numa paixão avassaladora. Seu amor é proibido, mas não pode ser ignorado. Katherine Lane nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela ruiva de olhos verdes e curvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu a todos ao decidir dar aulas em uma penitenciária. Mas quando Carter, um detento inteligente e perigosamente sexy, desperta ao mesmo tempo a raiva e o desejo de Kat, ela é forçada a admitir para si mesma que a decisão de lhe dar aulas particulares pode ter sido motivada não pela generosidade, mas sim pela crescente atração entre os dois.

Capítulo 1 PRÓLOGO

“A libra de carne que ora exijo

foi comprada muito caro; pertence a mim, e hei de tê-la.”

O mercador de Veneza, ato 4, cena 1

O som apressado dos pés deles na calçada correspondia às batidas frenéticas

do coração dela, e o modo como o pai segurava apertado sua mão era quase

doloroso. Suas pernas curtas, de uma menina de 9 anos, tinham dificuldade em

acompanhar os passos dele, fazendo-a tropeçar e quase correr para manter o

ritmo. O maxilar dele estava contraído como ela nunca vira e seus olhos, em

geral tão radiantes e despreocupados, se encontravam tão escuros e raivosos

quanto o céu acima deles. Ela sentiu vontade de chorar.

Um barulho atrás deles a fez se virar. De um beco saíram cinco homens

encapuzados que, apesar de manterem a cabeça abaixada, acompanhavam as

passadas velozes de seu pai, perseguindo-os como animais selvagens.

O pai talvez tenha dito palavras reconfortantes para aliviar o pânico que

arrepiava seu pescoço, mas o medo logo se justificou quando ambos foram

cercados e algo duro atingiu e derrubou seu pai, levando-a junto com ele.

Desorientada, com os joelhos ardendo por terem raspado no concreto da

calçada, ela olhou para cima e gritou quando um bastão de beisebol atingiu as

costas do pai duas vezes, com um som assustador.

Ela não viu de onde veio a mão que bateu com força em seu rosto, fazendo-a

rolar em direção à rua e ficar totalmente atordoada enquanto ouvia o berro

furioso do pai ressoar em seus ouvidos. Ele se pôs de pé, cambaleante, e se atirou

sobre os agressores. Ela observou horrorizada a chuva de socos, pontapés e

pauladas que ele levou em retaliação.

Em meio às agressões que sofria e aos berros para que entregasse a carteira,

o pai gritou que ela corresse. Implorou que se afastasse, mas ela ficou ali,

congelada. Como ele podia pedir que ela fosse embora? Tinha que ajudá-lo,

salvá-lo! Lágrimas escorriam por seu rosto e um choro descontrolado explodiu

de sua garganta.

Ele gemeu em agonia quando outro punho acertou sua cabeça e seus joelhos

se dobraram, atingindo o chão enquanto ela caminhava na direção dele. E, antes

que o alcançasse, seu braço foi inesperadamente puxado na direção oposta. Ela

choramingou aliviada, esperando ver um policial ou algum segurança do pai –

mas era alguém não muito maior que ela, usando um capuz preto e sujo.

Quando ele começou a arrastá-la para longe dali, ela se debateu e gritou para

que a soltasse. Será que ele não percebia que o pai precisava dela, que com

certeza iria morrer sem sua ajuda? Mas o estranho continuou em frente,

puxando-a rua abaixo até a porta de um edifício abandonado, a duas quadras de

onde o som pavoroso de um tiro tomou conta do ar.

Ela gritou pelo pai e, livrando-se da mão de seu salvador com um empurrão

forte, saiu correndo em direção ao local do ataque. Não tinha ido muito longe

quando foi dominada por mãos fortes que a imobilizaram no chão. Ela continuou

berrando, lutando com todas as forças que tinha, mas logo seu corpo ficou

exausto e seus lamentos e gritos se tornaram soluços desolados, murmurados no

chão frio sob sua testa.

O peso em cima dela desapareceu e duas mãos a levantaram, reconduzindoa ao edifício abandonado. Ela se apoiou em quem a salvara e chorou de dor em

seu capuz sujo. Precisava retornar para seu pai. Precisava ver que ele estava

bem. Ele tinha que estar bem. Um braço em torno de seu ombro e uma mão

gelada em sua bochecha a abalaram, e ela murchou ainda mais nos braços de

seu salvador desconhecido.

Ela deve ter permanecido daquele jeito por horas; talvez tenha até pegado no

sono. A próxima coisa de que tinha consciência era de ser carregada por um

homem barbudo em direção a uma ambulância. Ela abriu os olhos inchados pelo

choro e viu policiais e paramédicos rodeados por um mar de luzes vermelhas e

azuis piscantes.

Suas expressões, que a assombrariam pelo resto da vida, lhe diziam

inequivocamente que o pai não a colocaria para dormir naquela noite.

Nem em nenhuma outra.

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