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A garota dos Mafiosos

A garota dos Mafiosos

BNLabaig

5.0
Comentário(s)
22.2K
Leituras
74
Capítulo

A vida de Betina, uma garota simples e ingênua, muda drasticamente quando acidentalmente salva o líder da máfia, Drake. O encontro inesperado desencadeia uma paixão entre eles, mas Drake, preocupado com a segurança dela, a abandona. Determinada a ficar ao lado do homem que ama, Betina insiste em permanecer em sua vida e finalmente conquista o coração de Drake, levando-os a se comprometerem um com o outro. Contudo, a união com o líder da máfia coloca Betina no centro de uma perigosa teia de intrigas e inimigos. Gradualmente, ela deixa para trás sua inocência e se adapta ao ambiente implacável, tornando-se alvo constante por ser a mulher de um poderoso criminoso. Conforme o relacionamento deles começa a desmoronar, Betina encontra proteção e consolo nos braços de Leandro Moretti, braço direito de Drake, que se torna seu protetor dedicado, inclusive contra seu próprio chefe. A tensão entre Drake e Leandro aumenta, levando a uma explosiva disputa dentro da máfia, que resulta na expulsão de Leandro por parte do líder. Agora, Betina é confrontada com uma difícil escolha: permanecer ao lado do homem que ama, mesmo com o risco iminente, ou seguir uma nova trajetória ao lado de Leandro, longe do mundo sombrio da máfia.

Capítulo 1 O salvamento

- A polícia está aqui! - Grito com toda a força com uma sirene tocando em meu celular no máximo que consegui.

Era assustador o que estava acontecendo tão próximo da minha casa. Sempre me disseram que ali era um bairro tranquilo, com baixa criminalidade e perfeito para uma mulher sozinha morar.

Pelo que eu estava vendo, fui enganada pelo corretor de imóveis e pela vizinhança apática.

Ninguém mais estava vendo aquilo?

Era impossível que um homem estivesse sendo surrado por outros três brutamontes, emitisse sons de dor e lamúria e ninguém se compadecesse?

Estava alheia a tudo quando virei na esquina da minha casa e entendi o que estava acontecendo. Tive vontade de voltar correndo para o ônibus que acabava de me deixar no ponto. Lá pelo menos teriam outras pessoas que me ajudariam a fazer alguma coisa, mas ali, no final da tarde, não havia uma viva alma. Todas as janelas dos prédios estavam fechadas, as portas trancadas e a rua deserta. A única desavisada de toda essa situação fui eu.

Justo eu!

Odeio sangue, odeio violência, odeio injustiça e aquilo era uma junção dos três.

O homem estendido no chão não parecia um sem-teto. De longe eu podia ver que ele usava um terno caro, provavelmente ele foi assaltado e tentou reagir. Acabou que eu, a pessoa mais passiva do mundo, teria que ir ao seu socorro.

E sangue! Quanto sangue tinha a sua volta.

Me aproximei devagar com medo dos bandidos verem que era mentira a minha fala sobre a polícia. A sirene ainda tocava em meu celular, o que me dava uma falsa segurança e talvez fosse isso que tivesse mantido os vizinhos escondidos. Deveriam achar que realmente a polícia tinha chegado e não precisariam se importar com o que estava acontecendo.

Com o coração batendo na boca, as pernas tremendo e as mãos agarradas ao celular, me aproximei devagar.

"Ele pode estar morto, não pode? Ele teria morrido com a sucessão de socos e chutes que vi. Por sorte não havia armas, porque aí sim eu teria certeza de que ele estaria morto."

Me ajoelhei a sua frente tentando não desmaiar com a quantidade de sangue em sua face. O resto do corpo não parecia ter qualquer sinal de lesão, contudo por baixo da roupa, manchas pretas e roxas deveriam cobri-lo.

Olhei novamente para ele que permanecia desacordado.

- Moço? - cutuquei seu ombro devagar - Moço? - falei sussurrando com medo de incomodá-lo.

Seus gemidos me aliviaram de alguma forma, e peguei minha blusa dentro da bolsa para tentar tirar um pouco de sangue de seus olhos. Passei delicadamente por toda sua extensão e achei o local que estava minando a maior parte. Pressionei minha blusa em seu supercílio.

- SOCORRO! - gritei alto esperando que alguém viesse me ajudar - ALGUÉM ME AJUDA POR FAVOR! - uma dor arranhada desceu por minha garganta. - ELE PRECISA DE AJUDA! - meus olhos começaram a verter água enquanto eu continuava tentando chamar ajuda.

Deixei a blusa em seu rosto e peguei meu celular do chão. Com as mãos cobertas de sangue acabei sujando a tela e não conseguia discar para a emergência. A esfreguei frustrada em minha calça e puxei de novo para tentar discar.

- Não! - o homem segurou forte meu pulso e me assustei soltando um grito de terror. - Não! - eu tremia.

Seus olhos me avaliaram curiosos e pude encaixar a parte que faltava em minha memória a moldura de seu rosto. Os olhos verdes combinavam com o cabelo loiro palha que não estava tão tingido de vermelho. Mesmo com todos os machucados, lábios inchados e manchas roxas, ele parecia ser um príncipe de conto de fadas.

- Eu preciso chamar ajuda - tentei fazer minha voz soar - Você foi assaltado, está muito machucado, perdeu sangue!

- Não - ele falou novamente sem me soltar. Acabei soltando o celular e levando minha mão de volta a blusa que tinha saído do lugar.

- O que eu faço então? - mas ele não precisou dizer nada. Um carro preto entrou na rua cantando pneus e parou onde nos encontrávamos. Fiquei ainda mais apavorada.

Quatro homens desceram e pararam a nossa volta.

- Eu disse que iria dar merda! - Um homem enorme com cara de mau falou, enquanto outro um pouco menor parou ao meu lado e me puxou pelos ombros me tirando de perto do homem de terno.

- O que vocês vão fazer? Ele precisa de um hospital. Precisa de ajuda! - falei assustada vendo os outros dois pegarem com cuidado o homem do chão e o levarem para o carro.

- Não se preocupe, sabemos o que fazer - o que estava ao meu lado sussurrou em meu ouvido me fazendo pular. Ele me soltou e se voltou para o carro.

- Obrigado - O maior disse sem ter certeza - Ainda não entendi como a bambina conseguiu fazer alguma coisa, mesmo assim - deu de ombros com uma cara de deboche e fechou a porta sem dizer mais nada, sumindo pela rua da mesma forma que entrou.

Me levantei pegando a blusa suja de sangue, meu celular e a bolsa jogada de qualquer jeito. Meus joelhos ainda tremiam com tudo que tinha presenciado.

Era assustador ver que assim como apareceram, eles sumiram, como em um passe de mágica. A única coisa que mostrava que aquilo era real, era as marcas do sangue no chão e em minhas roupas.

Corri para o apartamento para me livrar de tudo. Mal entrei e já fui direto para a lavanderia jogando tudo dentro do tanque e ficando apenas de calcinha e sutiã. Liguei a torneira e comecei a esfregar tudo tentando tirar aquelas manchas que já começavam a secar.

Quando pôr fim a água começou a ficar mais clara, joguei bastante sabão em pó e deixei de molho para depois colocar na máquina de lavar. Corri para o banheiro e me enfiei da forma que estava, embaixo do chuveiro tentando lavar todo aquele sangue do meu corpo e da minha mente.

Comecei a chorar após passar o choque de tudo o que tinha visto. Eu não sabia nada sobre os homens que o levaram, e se de alguma forma eles também fossem bandidos? E se eles matassem o homem de terno?

Eu deveria ter chamado a polícia, deveria ter interrogado aqueles homens. Eu tinha que ter sido mais esperta!

Mas infelizmente não fui. Fui estupida de achar que eram seus amigos e agora me corroía por não saber se fui responsável pela morte de um homem.

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