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Seu lugar é ao meu lado

Seu lugar é ao meu lado

Sah Quele

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101
Capítulo

Diego, é chefe da segurança do presidente do Brasil, prestes a se aposentar, acaba precisando adiar sua aposentadoria ao ter que proteger a filha mais velha do homem mais poderoso do país. Enquanto o primeiro mandato do chefe de Estado é marcado por conflitos, Diego, homem de confiança do Presidente, se vê obrigado a monitorar cada movimento de Valentina, a primogênita, que atua como pediatra e sempre manteve distância da vida política de seu pai. São duas pessoas de mundos distintos, compelidas a conviverem lado a lado: o guarda-costas zelando pela segurança dela, enquanto a médica insiste que pode lidar com a situação por conta própria.Dois mundos diferentes, com idades e vidas totalmente opostas, acabam descobrindo que têm muito mais em comum do que poderiam imaginar. Será que pessoas com vivência opostas, acabariam se apaixonando e lutando contra o preconceito que a sociedade impõem? Seu lugar ao meu lado é um romance, que vai te mostrar que o diferente às vezes acaba se mostrando algo totalmente distinto do que você imagina e que diferenças e pensamentos podem acabar transformando-se em um verdadeiro amor.

Capítulo 1 De volta para casa

Valentina

Os últimos dois anos, trabalhando em Manaus, cuidando de crianças em aldeias indígenas, não apenas contribuíram para que eu tivesse a certeza, de que estava no caminho certo, como me fez perceber que a pediatria não era apenas o sonho do meu pai. Meus pais, sempre foram o meu apoio, desde criança. Na adolescência, quando passei a fazer trabalho comunitário com minha mãe e na juventude, quando aos 17 saí de casa, para morar sozinha e começar a faculdade de medicina na USP. Papai, como sempre foi contra, já que quando iniciei a faculdade, ele estava em seu primeiro mandato como Senador pelo Estado de São Paulo. A política chegou na vida do homem mais importante da minha vida, por acaso e mesmo com as brigas que meus pais muitas vezes tinham por conta disso, papai amava a política honesta e limpa que sempre fez. A história de amor dos meus pais, não eram como as dos contos de fadas que eu lia quando pequena. Descobri, após adulta, que a relação deles nem sempre foi perfeita, mamãe tentou a todo custo esconder seu passado feio como ela costumava falar. Entretanto, nada disso fez com que o amor que ambos sentiam, fosse abalado. Ao contrário, apenas fortaleceu o casamento que já durava 21 anos e desse amor, nasceu eu e meus dois irmãos mais novos: Sofia e Leandro. Eu estava com 28 anos, terminei minha especialização três anos atrás e antes de assumir a diretoria da ala pediátrica do hospital da família, decidi, assim como meu pai, trabalhar como médica sem fronteiras. Enquanto eu me especializei em pediatria, meus irmãos estavam entrando no terceiro ano da faculdade de medicina e logo fariam residência no hospital da família Martinez, enquanto eu seguia meu trabalho em Manaus. Aqui na cidade, morava junto do meu namorado: Mateus, herdeiro assim como eu assumiria a presidência do hospital da sua família. Estudamos juntos desde a infância até a faculdade e ele foi meu primeiro namorado. Nossa relação não era das melhores, já que brigamos e terminamos tantas vezes, que minha mãe me dizia que se não estava dando certo, o melhor era separar de uma vez e cada um seguir o seu caminho. Contudo, Mateus todas às vezes me dizia que iria mudar, que eu precisava entender a pressão que ele sofria, que ao contrário de mim, por ser homem, tinha muito mais responsabilidades perante sua família. Meu pai vivia cobrando nosso noivado, enquanto eu inventava mil e uma desculpas para adiar. Agora, enquanto esperava por ele, senti um aperto no meu peito. Um medo que apareceu do nada, quando acordei assustada, após ter um pesadelo horrível com meus pais. Papai agora era o presidente do país, em seu primeiro mandato, com uma aprovação de 80% do seu eleitorado e eu não poderia ter mais orgulho do homem que ele era. Meu telefone fixo tocou, andei apressada até a mesinha de cabeceira que ficava em meu quarto. Aqui em Manaus, optamos em morar em apartamento, já que ficava mais tempo trabalhando do que em casa. Tirei o fone do gancho e ao dizer “alô” ouvi a voz da minha mãe do outro lado da linha. Ao ouvir a notícia que ela me deu, tive que me sentar no colchão para não desabar ali mesmo em meio ao meu quarto. Ouvia com atenção, deixando as lágrimas rolarem pelo meu rosto, enquanto ouvia a tragédia que se abateu na minha família e agora eu teria que voltar para São Paulo e tentar ser forte para lidar com essa situação que ninguém esperava.

***

— Amor, se acalma que nada de ruim aconteceu — Mateus tentava me consolar, enquanto esperava o nosso voo para São Paulo. Assim que ele chegou no apartamento, me encontrou aos prantos e preocupado comigo, quis saber o que havia acontecido. Então contei que meu avô querido, sofreu um infarto e agora estava em estado grave no hospital. Minha mãe ligou chorando, dizendo que eu precisava manter a calma, que meu pai estava lidando com tudo em São Paulo, que os dois chegaram, vindo de Brasília logo após saberem que vovô havia sido encaminhado para a emergência. Vovô Ricardo assim como meu pai, eram os exemplos em minha vida, ambos sempre me apoiaram em todas as decisões e meu amor pela medicina com certeza veio deles.

— Mateus, como você quer que eu fique calma, sabendo que o meu avô está lutando pela sua vida em uma UTI? Sabe bem que na idade avançada que vovô está, é praticamente impossível que ele possa se salvar. Como médico, você mais do que eu deveria saber.

Fui até mesmo um pouco rude com Mateus, mas de verdade foda-se se ele me olhou com o rosto confuso por falar daquela forma com ele. Não era uma doença boba e sim vovô lutando para viver.

— Eu sei meu amor, mas não fica assim. O doutor Ricardo é um homem forte, claro que ele ainda vai viver muito anos. Ele nem chegou aos noventa ainda e tem um físico invejável.

Percebi que Mateus queria deixar o clima leve, entretanto agora não era momento para piadinhas como essa. A voz no alto- falante anunciou nosso voo e peguei minha mochila, colocando nas costas para seguir até o embarque. Mesmo eu sendo a filha mais velha de um dos homens mais importantes do país, sempre vivi a minha vida discreta, desde criança e mamãe sempre nos criou como crianças normais, longe dos holofotes e da imprensa. Como minha mãe dizia: a família era mais importante do que política ou qualquer outra coisa. Entramos no avião, na minha primeira classe. Nesse momento o sobrenome Martinez era bastante útil e conseguimos passagens em menos de duas horas para São Paulo. Nos acomodamos nas poltronas, fechei os olhos tentando manter a calma e rezando para que eu conseguisse chegar a tempo de encontrar meu avô.

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