Neste romance, Amare é levada para um planeta desconhecido, onde as mulheres são consideradas preciosas. Lá, ela enfrentará escolhas intrigantes e se envolverá com seres alienígenas de beleza sedutora. Neste cenário exótico, Amare descobrirá que o amor pode superar as barreiras mais improváveis. Este livro promete levar os leitores a uma jornada repleta de paixão e envolvimento, explorando as complexidades de relacionamentos em um contexto único e desafiador. Conforme Amare explora esse mundo misterioso, ela se depara com a fascinação e as contradições de um planeta onde as regras são muito diferentes das da Terra. À medida que ela mergulha em encontros sensuais e conexões profundas com os alienígenas, ela descobrirá que o desejo e o amor podem transcender as fronteiras do desconhecido. "Lazurd" é uma história envolvente que convida os leitores a explorar não apenas os segredos deste planeta estranho, mas também as emoções intensas que surgem em meio a essa experiência única. Com reviravoltas inesperadas e um final cativante, este romance promete uma leitura emocionante e apaixonante.
༺Amare༻
Acordei ao som estridente do meu despertador, os músculos protestando enquanto eu me esticava. Era mais um daqueles dias de trabalho árduo que me aguardava. Olhei para o relógio, 5h10 da manhã. A ideia de sair da cama naquele frio cortante era quase insuportável, mas a lembrança do sinal interceptado no laboratório ontem me encheu de entusiasmo. O que teríamos encontrado desta vez? Seria algo importante ou apenas mais um meteorito? A dúvida me consumia, fazendo-me levantar rapidamente.
Após um rápido banho, organizei minha mochila e preparei meu café. Em menos de meia hora, eu estava pronta para enfrentar o dia. Meus olhos se detiveram no porta-retratos na minha mesa, onde meu pai sorria, segurando a versão mais jovem de mim. Naquela foto, eu tinha uma expressão emburrada, afinal, era o dia do concurso de ciências da escola, no qual eu estava destinada a ficar em primeiro lugar, até que o diretor decidisse cruzar o meu caminho.
Meu pai sempre foi um grande incentivador, acreditando nas minhas habilidades. Naquele dia, eu tinha me esforçado para criar um drone artesanal excepcional para a competição. No entanto, tudo saiu de controle quando o drone voou diretamente na cabeça do diretor e ficou preso em sua peruca. Os risos dos presentes não deixaram espaço para dúvidas: eu havia perdido o primeiro lugar.
Lembro-me de como meu pai tentou me animar com um sorvete, prometendo que eu conquistaria o primeiro lugar na próxima vez. Mas não houve uma próxima vez. Dois dias após o concurso, meu pai sofreu um acidente fatal. Naquele momento, com apenas sete anos de idade, eu perdi uma parte de mim, uma parte que nunca poderia ser recuperada.
Minha mãe era uma figura desconhecida, meu pai havia me criado sozinho. Cresci imersa em seu mundo de experimentos e laboratórios, absorvendo conhecimento sobre física, astrologia e tecnologia. Tudo me fascinava, e eu me tornava uma cópia exata dele. Após sua morte, minha tia Brigitte assumiu a responsabilidade de cuidar de mim. Ela era o único parente sobrevivente do meu pai, uma solteirona que nunca havia casado ou tido filhos. Nos primeiros anos, nossa convivência era razoável; ela não se envolvia muito comigo, exceto pelas tarefas mais básicas, como matrícula na escola, inscrições em cursos e acampamentos de ciências. Ela não gostava de mim, era evidente, mas ao menos não era cruel.
Porém, quando cheguei aos dezesseis anos, ela parecia ter perdido completamente a sanidade. Começou a namorar um homem vinte anos mais jovem que ela, e estava claro que ele estava interessado apenas em seu dinheiro. Sem qualquer aviso, um belo dia, ela simplesmente me deixou sozinha, afirmando que eu era velha o suficiente para me virar. A última vez que a vi, ela estava indo embora com todas as suas bugigangas e malas em um carro que, aparentemente, havia dado de presente de aniversário para o seu namorado.
Seis anos se passaram, e ela nunca mais deu notícias. Não sei onde ela está ou se está viva. Volto a me concentrar no presente e começo a me arrumar. Visto meu uniforme e desço em direção ao carro que me aguarda em frente ao prédio. Ao avistar o segurança que estaria me acompanhando hoje, não consigo conter um sorriso. Mais uma vez, William havia trocado seu turno para me acompanhar. Pelo menos, é assim que gosto de pensar.
_Olá, bonitão. Acho que você errou o dia, não é? Sua escala não era para hoje
brinco com ele.
_O que fazer, né? Já que minha deusa decidiu pegar um turno extra, tive que chantagear o segurança novato. Aliás, você me deve uma caixa de Murphins
responde ele com um sorriso travesso.
_Você troca seu turno, e eu pago a propina?
provoco.
_Claro! Eu jamais poderia deixá-la sozinha. Quem sabe você não acabaria incendiando o laboratório. Imagine só as manchetes amanhã: 'Jovem cientista se arrisca em experimento e transforma um dos centros de pesquisa mais avançados em cinzas
ele brinca, me fazendo rir.
-Tanta criatividade. Deveria ser roteirista de novela mexicana ou escritor."
_Calma, você sabe que eu só queria ficar perto de você.
Retruco, rindo.
Will e eu mantemos uma amizade próxima, mesmo após terminarmos nosso relacionamento dois anos atrás. Eu nunca havia nutrido sentimentos muito profundos por ele; nosso relacionamento havia sido mais uma questão de comodidade. Aceitei o fim, já que ambos trabalhávamos na mesma empresa, e nos víamos com frequência.
_O que temos para hoje, meu caro Bentley?"
Will pergunta, referindo-se ao diretor do Centro de Pesquisa Espacial.
Rimos de nossa piada interna sobre o nome peculiar do diretor. Afinal, ele parecia ter nascido em outra era, na época vitoriana, e aplicava seu estilo rígido na gestão do centro. Louco por tradições e supersticioso, como sempre. Ele tem essa aversão inexplicável à cor roxa em qualquer lugar da empresa e dos laboratórios. Você consegue acreditar? Roxo!"
Pobre Elizabeth, a filha do diretor, mal conseguia respirar sob a sombra de seu pai. Falando nela...
-Você viu Elizabeth recentemente?
Will pergunta, mudando sua expressão.
_Não, nem tenho notícias dela. Aliás, o diretor tem estado mais agitado do que o normal ultimamente"
respondo enquanto penso no assunto.
Após um breve momento, decido mandar uma mensagem para Elizabeth para verificar se está tudo bem com ela. Crescemos juntas e mantivemos nossa amizade, apesar das tentativas do diretor de nos afastar devido à minha má influência.
"Naturalmente, eu não seria a companhia ideal para a delicada filha dele, considerando a quantidade de tatuagens que adornam meu corpo, o que, obviamente, lhe serviria de pretexto. Além disso, o fato de eu ser órfã e não ter ninguém que me controlasse também desagradava profundamente ao seu ponto de vista. Ele insistia que sua filha estava sendo criada com um propósito mais elevado, como se o restante de nós, meros mortais, fosse insignificante. O homem parecia completamente alheio à realidade.
Graças ao meu desempenho acadêmico e aos inúmeros prêmios em pesquisas e projetos, conquistei meu lugar na empresa dele, embora devo ressaltar que não foi exatamente um gesto de benevolência de sua parte.
Consegui manter minha amizade com Elizabeth, mesmo contra os desejos dele. Houve até uma tentativa de transferência, mas consegui contornar a situação utilizando um sistema de dados que eu mesma desenvolvi. Não me julguem, tenho minhas vantagens na área de tecnologia.
Minha mente está sempre a mil por hora, e é comum que eu execute várias tarefas simultaneamente. Minha afinidade com a tecnologia surgiu cedo, pouco depois da morte de meu pai. Foi então que criei um holograma do zero, na tentativa de tornar sua imagem um pouco mais "real". Essa experiência me fez apaixonar por tudo o que está relacionado à área.
No entanto, mesmo com minha dedicação à tecnologia, eu ainda sentia um vazio. Isso me levou a buscar treinamento militar e de sobrevivência. Era uma tentativa de seguir os passos de meu pai, de alguma forma, e de preencher o vazio que sua morte havia deixado, embora isso parecesse uma tarefa impossível.
Minha vida sempre girou em torno dessas atividades. Nos dias de folga, eu me isolava na cabana de meu pai e saía para caçar. Lembrar disso me arranca um sorriso, porque sei que isso foi um dos motivos para o fim do meu relacionamento com Will. Eu preferia o isolamento na companhia de árvores e animais ao invés de frequentar baladas e festas sem sentido.
Minha mente volta à realidade quando recebo a mensagem de Elizabeth, pedindo para nos encontrarmos com urgência. Estranho o tom urgente de sua mensagem, mas não hesito em concordar, prometendo encontrar um momento durante meu turno.
Quando comento sobre o encontro com Will, ele desvia os olhos da estrada e algo mudou na expressão dele. Um incômodo palpável paira no ar.
No decorrer do dia, enquanto continuo meu trabalho no laboratório e Will faz sua segurança de rotina, a sensação inquietante não me abandona. Penso em Elizabeth e na estranha atitude de seu pai quando tentou abafar o caso da descoberta anterior no laboratório. A ansiedade toma conta de mim.
Finalmente, às oito da noite, recebo outra mensagem de Elizabeth. Deixo o laboratório e chamo Will para me levar até a casa dela. Estou desrespeitando seu horário, mas não posso negar ajuda a minha única amiga neste mundo.
Ao sair do laboratório, dou uma olhada rápida na sala do diretor e o vejo falando ao telefone, aparentemente em estado de agitação.
Chegamos perto da casa de Elizabeth, estacionando discretamente na esquina. Ela entra no carro, os olhos inchados de lágrimas.
-Beth, o que está acontecendo?
pergunto com preocupação.
Ela parecia trêmula enquanto tentava encontrar palavras para explicar a situação. Finalmente, após um profundo suspiro, ela começou a compartilhar sua perturbadora descoberta.
_Nosso mundo é muito mais complexo do que imaginamos. - Ela começou, com os olhos lacrimejando. - Meu pai... Ele tem mantido um segredo tão terrível que eu não posso mais suportar. Ele fez um acordo, um acordo com seres de outro planeta, Amare. - Beth tremia ao proferir as palavras.
Will e eu trocamos olhares, incapazes de acreditar no que ouvíamos. A surpresa e o choque enchiam o carro enquanto esperávamos que Beth continuasse.
_Você precisa entender... - Ela continuou, lutando para conter as lágrimas. - Meu pai descobriu esses seres, esses extraterrestres, e manteve contato com eles o tempo todo. Ele escondeu tudo isso de nós, de todos. - Ela balançou a cabeça, parecendo completamente abalada. - Ele tinha motivos egoístas, Amare. Ele deu a eles... Ele me deu a eles em troca de informações. Me entregou como se eu fosse uma moeda de troca... - Sua voz começou a tremer com a raiva e tristeza.
_Acalme-se, Beth. Está me dizendo, com todas as letras, que existem seres de outro planeta? E que seu pai confirmou a teoria dele, tendo contato com eles o tempo todo e escondendo isso de todos? Ele compreende o avanço que poderíamos ter alcançado na história com esses dados? Isso é inacreditável.
_Você não entendeu o que ela disse, Amare? Ele a entregou! A própria filha, para essas criaturas monstruosas em troca de seus preciosos dados. Ele vai oferecer a própria filha a essas abominações, alegando que é tradição de família. Que tipo de raciocínio é esse?
William estava enfurecido, e Elizabeth chorava no banco de trás, seus olhos vermelhos cheios de apreensão enquanto esperava por nossa reação.
Em nosso centro de pesquisa, todos trabalhavam incansavelmente na busca por evidências de vida fora da Terra, em anos de pesquisa dedicada. Agora, de acordo com Elizabeth, seu pai havia estabelecido contato com seres de outros planetas e mantido essa informação em sigilo. O que ela compartilhou era perturbador, mas fazia sentido, considerando que, se não houvesse vida extraterrestre, o vasto universo seria um desperdício inimaginável.
Conforme Beth revelou o pouco que descobriu do pai, ficou claro que várias raças de seres alienígenas habitavam outros mundos, mas uma delas havia feito um acordo com a sua família. A cada duas gerações, uma mulher de sua família era entregue como sinal de respeito para se tornar noiva de um guerreiro extraterrestre. Em troca, eles recebiam pedras preciosas simbolizando uma amizade valiosa. Posteriormente, o pai dela alterou os termos e preferiu que eles fornecesse informações sobre o espaço em troca de cooperação.
Todas as peças começaram a se encaixar: o comportamento superprotetor do pai de Elizabeth, sua educação excessivamente controlada, como se estivesse sendo preparada para ser uma esposa perfeita. Era revoltante.
_Mas que diabos se passa pela cabeça de seu pai ao manter esse acordo abominável? Deve haver uma saída - murmurei com intensa raiva reprimida.
_Não existe saída. Meu pai esperou toda a minha vida por este momento. Se eu tentar fugir, o acordo será quebrado e toda a minha família estará em risco, inclusive meu irmãozinho. -
Elizabeth começou a chorar novamente, e eu estava perdida na situação. Eu queria ajudá-la a escapar. Meus dispositivos de bloqueio de rastreamento a manteriam escondida, mas havia muito em jogo.
_O que podemos fazer? - Will perguntou, parecendo surpreendentemente calmo, o que contrastava com sua natureza emotiva.
_Eu deveria ser entregue hoje à meia-noite, na quinta batida. Ouvir meu pai conversando com meus tios, dizendo que a nave costuma chegar mais cedo. Portanto, se pretendemos fazer algo, temos que agir antes que meu pai retorne para casa. Caso contrário, será tarde demais, e eu realmente não quero ir.
Beth começou a soluçar novamente, e eu verifiquei o relógio, soltando uma exasperação. Não percebi quanto tempo passamos conversando. Já passava das nove da noite.
_Onde exatamente a nave estará? - Perguntei com determinação.
_No final do canavial. Meu pai organizou tudo lá para garantir discrição. - Elizabeth respondeu com a voz trêmula.
_O canavial dos Johnsons, fora da cidade? - Will questionou, visivelmente agitado.
_Sim - Beth respondeu, com voz fraca.
empurrando Will de volta para o banco do passageiro liguei o veículo e acelerei, indo em direção ao canavial que conhecia bem.
_O que você está fazendo, Amare? - Beth soluçou no banco de trás.
Sorri para ela com determinação.
_vamos chutar a bunda de alguns alienigenas.