Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
O retorno chocante da Madisyn
Um casamento arranjado
O caminho para seu coração
Acabando com o sofrimento de amor
Um vínculo inquebrável de amor
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Malu narrando
Tentei me concentrar na leitura a minha frente, um livro obrigatório da escola, mas que eu não podia deixar de gostar. O livro era Capitães da Areia do Jorge Amado e ao todo eu já o tinha lido umas 5 vezes, alternando entre os livros novos que eu comprava e meus favoritos. Eu amava ler e desde que me conhecia por gente me vi rodeada por livros. Isso se devia ao fato de minha mãe, Dona Betty, já ter sido Bibliotecária quando jovem, então ela sempre trazia um livro ou outro para casa. Quando se casou, e Ceci nasceu, ela largou o emprego e dedicou-se a ser dona de casa. Mas a essa altura, a casa já estava recheada de livros; distribuídos por estantes, prateleiras na parede e em caixas de papelão, seu único bem verdadeiramente valioso. E eu amava os livros e como a minha mãe, os respeitava e os respirava. Não era boa escrevendo, mas admirava aquele mundo cheio de palavras que se tornava simples, mesmo para uma garota tão difícil e complicada como eu. E eu definitivamente amava o livro que eu estava lendo, não somente pela fala natural e ritmada do autor, mas pelos personagens e admirada com uma retratação tão fiel do ódio.
Estava na parte em que Dora chegava para se juntar aos meninos do trapiche, parte que eu tanto adorava, mas Karol não colaborava. Ela fazia barulhos balançando sua boneca, cantando cantigas que começavam a me tirar do sério. Não eram nem cantigas infantis, eram musiquinhas atuais, irritantes, que grudava feito cola na nossa cabeça. Karol era minha irmã mais nova, de cinco anos. Era bem pequena para a idade e sua voz era extremamente fina e irritante. Os cabelos curtos, escorridos, de um castanho bem claro beirando um loiro meio caramelo lhe davam um ar angelical, mas ela adorava perturbar os outros. Basicamente ela era tudo em excesso, agitada demais, esperta demais, irritante demais!
– Karol! – gritei, perdendo a paciência.
– Sim?
– Porque não vai assistir um DVD?
– Porque eu não quero. – fiz uma careta pela sua resposta, mas me calei, voltando à leitura. Infelizmente ela mudou o foco de sua atenção para mim. Agora estava praticamente em cima de mim por trás do sofá, tentando ler, embora ela não saiba ler, o livro.
– Por favor, me deixe quieta. – gemi, odiava ler com alguém em cima de mim.
– São férias, posso fazer o que eu quiser. – ela disse, despreocupadamente. Sim, eram férias. E infelizmente eu não iria viajar, iria ter que aguentá-la.
– Não, você não pode!
– Posso sim.
Claro que quando decidi morar com a minha mãe em definitivo, eu sabia que teria que aguentar a filha de seu novo marido, minha meia irmã, mas a garota tinha que ser tão irritante? Eu morava com meu pai até um ano atrás, então depois dele se casar novamente eu decidi vir morar com a minha mãe. Sim, o motivo era aquele velho clichê: A minha madrasta é horrenda. Eu simplesmente não a suportava com suas manias irritantes. Eu até que gostava de ficar aqui, embora eu não tivesse tanta paz quanto antes.
– Por favor, Karol.
– Karol deixe sua irmã em paz! – Minha mãe gritou da cozinha.
Karol me mostrou a língua enquanto se afastava. Eu, bem madura, imitei. Ela foi andando para trás de costas e esbarrou em Maria Cecília, mais conhecida como Ceci. Minha mãe tinha alguma coisa com Marias, não sei se ela gostava do nome, ou de coisas repetitivas e sem graça. Todas as filhas eram Marias. Uma Maria Cecília, a mais velha. A outra Maria de Lourdes, eu, embora ninguém saiba meu nome, todos me conhecem por Malu. E a pior das Marias, a Maria Karolina. Fala sério! Todas as filhas possuindo um Maria no meio, isso sim que é originalidade e criatividade. Para o azar da minha mãe, que amava os nomes, nenhuma das filhas deixava que a chamassem de Maria. Éramos conhecidas pelos apelidos: Ceci, Malu e Karol. Eu odiava meu nome principalmente porque eu já havia conhecido uma Maria de Lourdes, uma velha que morava na rua atrás da nossa e vivia rodeada de crianças, que a chamavam de Senhora e Vovó. Me irritava o nome, o barulho. Gostava do meu apelido, era leve e rolava feito chiclete pela boca das outras pessoas. Doce e suave. Sentia que lhes fazia um favor diminuindo o meu ridículo e cansativo nome.
– Cuidado, Karol.
– Ops. – Karol se afastou, colocando as mãos nas bochechas rosadas. Ceci revirou os olhos, olhando para nós e nos analisando. Procurei me esconder pelas páginas do livro, já prevendo alguma reclamação da parte dela. Sobre qualquer coisinha. Desde roupas ao jeito de me deitar no sofá.
– Ninguém se arrumou? – Finalmente a pergunta. Procurei ignorá-la, tentando ler a mesma frase pela quarta vez.
– Como assim ninguém se arrumou? Vocês só podem estar brincando!
– Arrumou para que? – perguntei tediosamente, ainda tentando me concentrar no livro.
– Eu vou trazer meu namorado aqui hoje.