Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
O retorno chocante da Madisyn
Um casamento arranjado
O caminho para seu coração
Acabando com o sofrimento de amor
Um vínculo inquebrável de amor
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
SARAH CAMPBELL
Eu cresci em uma cidade com menos de 2.000 habitantes, cercada por montanhas e uma grande floresta ao redor, onde não tinha cinema, shopping, boate ou acesso aos direitos básicos que todo ser humano, teoricamente falando, deveria usufruir.
Como se não bastasse, fui criada por pais extremamente conservadores, religiosos e rigorosos e por esse motivo nunca fui à escola. Estudei em casa, sendo educada somente pela minha mãe, uma cristã fervorosa.
Quando completei 14 anos, perdi a minha mãe e o meu pai em um acidente grave em uma usina hidrelétrica que inundou boa parte da cidade. Muitas pessoas perderam casas, móveis, familiares, animais, e o pior, a própria vida. Foi uma verdadeira catástrofe que tomou conta de várias manchetes do país.
Eu fui uma das poucas sobreviventes. Fiquei em coma durante 18 meses e tenho certeza que sou um milagre de Deus por ter sobrevivido a uma tragédia daquela proporção mesmo que com algumas sequelas físicas e mentais.
Hoje, completa exatos seis meses que acordei e desde o dia que movi meu dedo para tocar a mão da minha irmã mais velha durante uma visita, a Katie, juntamente com o marido dela, tem tentado conseguir a minha guarda definitiva na justiça, visto que ela é minha única familiar viva que tenho conhecimento e sempre tivemos uma ligação forte.
Os dois e alguns amigos do casal fizeram várias visitas ao hospital, no qual passei meus últimos anos lutando pela minha vida, e foi uma boa experiência poder conviver com pessoas diferentes durante esse período.
Apesar de ser uma época triste para mim, porque há algumas semanas completou dois anos do trágico acidente onde perdi meus pais, hoje, eu me permito sentir um pouco de alegria pelo fato de estar indo morar definitivamente com a Katie e o Adam, seu marido.
Inclusive, neste exato momento, estou esperando na frente do hospital e ao lado Michele, a assistente social, que está me explicando tudo sobre o processo de adaptação. Ela afirmou que irá fazer visitas tanto agendadas quanto surpresas para verificar se está tudo certo e que eu poderia ligar sempre que precisasse de algo. Enquanto a mulher fala sem parar sobre meus direitos, tentando me acalmar, eu me perco nos meus próprios devaneios, imaginando em como será a minha rotina ao lado da minha irmã e do meu cunhado. Finalmente, terei a chance de viver uma vida normal? Vou poder frequentar um colégio? Ter amigos?
Só volto a realidade ao avistar Katie e Adam vindo na nossa direção.
— Hey, Sarah! — Katie falou animada e me abraçou apertado. — Eu não acredito que conseguimos sua guarda, meu Deus! Estou tão feliz! Agora, você vai ter uma vida de verdade, vai poder ir a escola, ter amigos, tudo o que uma garota precisa para crescer saudável.
— Às vezes, eu acho que você pode ler meus pensamentos — brinquei, fazendo-a soltar uma gargalhada.
Katie fugiu de casa quando tinha apenas 16 anos — exatamente a minha idade hoje em dia — e conheceu o Adam em uma boate de striptease ilegal, que a ajudou conseguir um emprego digno, acabaram se apaixonando e agora, são casados e parecem muito felizes juntos. O moreno tatuado parece ser extremamente amoroso e carinhoso com ela, apesar de, geralmente, ser mal educado com as outras pessoas ao seu redor.
— Não se preocupa que não irá faltar pretendentes para ser seu namorado também! — Minha irmã me soltou e voltou a ficar ao lado do seu marido.
— Eu não quero um namorado, Katie — disse com um sorriso sem graça e comprimentei o Adam com um aperto de mão.
Eu tenho muita vergonha quando estou perto dele e confesso que sinto até um certo medo, apesar do rapaz nunca ter me tratado mal, sempre foi muito sério e todas aquelas tatuagens espalhadas pelo seu corpo faz com que ele tenha uma cara de mau.
Sei lá, não sou muito fã de bad boys ao contrário da minha irmã que sempre se envolveu com eles.
[...]
Depois de nos despedir da Michele, fomos em direção ao carro de luxo, o qual eu não imagino qual seja o modelo, ano ou marca, pois não entendo absolutamente nada de automóveis, só afirmo que parece caro.
Ao decorrer de todo o percusso, a Katie falava empolgada sobre vários assuntos do momento, principalmente sobre o meu novo quarto, deixou claro que se eu quisesse poderia mudar a decoração e que era para eu me soltar mais perto deles. Eu apenas assentia e sorria sem jeito. A presença do seu esposo ainda me deixava bastante desconfortável.
Não pude deixar de notar que a minha irmã possuía a mesma mania que eu tenho de mexer no cabelo, só que ao contrário do meu — castanho escuro e na altura dos ombros —, o dela é loiro e longo. Sorri ao perceber que o seu amado não parava de admirar sua beleza e eu senti que ele realmente sentia algo forte por ela.
[...]
Quando chegamos no prédio onde fica o apartamento deles, eu tomei um baita susto ao ver algumas pessoas nos esperando no salão de festas do condomínio e mais ainda quando vi que o lugar estava todo decorado com balões, fitas, cartazes e até uma faixa grande escrito "Bem-vinda ao novo lar, Sarah".
Sorri abertamente, não conseguindo acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Meus olhos encheram-se de lágrimas e eu não pude deixar de demonstrar o quanto estava sentimental naquele momento.
Era a primeira vez que alguém fazia algo fofo assim para mim, afinal, os meus pais não eram muito de demonstrar sentimentos. Na verdade, eles eram frios comigo e a Katie durante toda a nossa criação. Sinto falta deles, mas não do modo como era tratada.
— Pessoal, para quem não conhece, essa é minha irmãzinha, Sarah. Sarah, esse é o pessoal — Katie me apresentou, parecendo orgulhosa de mim, deixando-me completamente corada por estar no meio de tantas pessoas que só tinha visto uma ou duas vezes no máximo e outras que eu sequer sabia quem eram.
As atenções estavam voltados para mim e aquela era uma nova experiência um tanto quanto amedrontadora para uma menina que mal falava com o pastor da igreja agora e frequentava.
— Oi, Sarah, lembra de mim? — Um homem tatuado, de cabelos castanhos claros e olhos verdes aproximou-se de mim em um determinado momento da festinha. — Eu sou o Dylan e fui te visitar algumas vezes depois que você...
— Acordei do coma — completei, sorrindo. — Pode falar com todas as letras, eu não me importo. — Dei de ombros. — E respondendo a sua pergunta: sim, eu lembro de você.
— Fico feliz que você se lembre de mim, bebê, e espero que você não se importe com outras coisas que eu tenho vontade de te dizer... — ele susurrou no meu ouvido e mordeu minha orelha, fazendo eu dar um pulo para trás. — Calma, não vou fazer nada que você não queira.
Ia mandar ele se foder, porém disfarcei ao perceber que a minha irmã estava nos encarando com os olhos semicerrados.
Ela amava o Dylan, ele era fofo, carinhoso, sorridente e extremamente simpático, ao contrário do Adam, contudo, não pareceu gostar da atitude do amigo e eu não quis causar problemas no meu primeiro dia no apartamento. Resolvi apenas me afastar e manter uma distância segura do sem noção metido a galanteador.