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Chamas da vingança oculta

Capítulo 2 Em 1206...

Palavras: 5620    |    Lançado em: 02/02/2024

a paisagem, e as estrelas começavam a piscar timidamente. Dentro da modesta cabana de madeira, a lareira ardia com um calor reconfortante, lançando uma luz dourada que iluminava o pequeno espaço

unha silenciosa do tempo que observava naquela cabana. O verdadeiro centro das atenções estava na cadeira de balanço, onde uma figura enrugada, mas ainda imponente, relacionada. As mãos ásperas e enrugadas pertencem a uma antiguidade de muitas histórias e experiências. Suas unhas eram compridas, tão brancas quan

não posso ir

turnos acariciassem seus fios ruivos. Era como se a natureza noturna sussurrasse segredos apenas para ela. Enquanto expressava seu desejo, a menina movia sua cabeça para trás, fazendo que seu crânio ficassem no colo de sua mentora. O livro q

diante delas. Essa mudança sutil, quase imperceptível para os desatentos, não escapou aos olhos atentos da jovem. Era como se o ar ao nosso redor se tornasse repentinamente mais denso, impregnado por uma gravidade que fez o coração da jovem acelerar. Uma expressão da mais nova, tão familiar com a mudança do semblante da mais v

são alentados e bem-vindos, enquanto outros carregam o peso do tormento que o próximo dia traz consigo. Não é permit

osa e impaciente, reagiu com um gesto de desdém, soltando um som de frustração enquanto as palavras da antiga emparelharam no ar. Um livro, encadernado em couro envelhecido e adornado com letras douradas, escapou da região de seu colo, deslizando até o chão com um som abafado. Por um momento, quase parec

inha mãe me deixou na sua porta de noite, então é claro que eu

ado, um testemunho de dores e perdas que ecoavam por gerações, não era um livro, era o mais puro ensinamento. Os olhos castanhos da senhora perderam sua serenidade costumeira, obscurecidos pela ira contida. Era como se as páginas queimadas espelhassem as feridas não cicatrizadas que ela guardava consigo. A jovem ruiva encarava a mulher que a havia criado com olhos repletos de surpresa, medo e tristeza entrelaçados. A lembrança das palavras ditas pela senhora em relação ao livro ecoava em sua mente, causando uma agitação intensa em seu interior. Num ímpeto repentino, ela se ergueu, ignorando qualquer dor resultante da queda brusca ao chão. Sua pele, ago

os limites estabelecidos. Retire-se para sua alcova e ref

ernir se suas lágrimas eram uma reação ao corte das palavras ou à constatação de ter-se tornado aquilo que sua mestra sempre a advertiu para não ser. Desamparada diante da torrente emocional, a jovem não hesitou. Ela se despr

ia. Seus olhos azuis, normalmente brilhantes e radiantes, refletiam agora uma mistura de inquietação e contemplação. Seu olhar estava fixo no teto, onde traços delicados de tintas coloridas desenhavam a aurora

no vazio, sem alcançar o chão, enquanto ela se senta na beirada da cama. Era como se estivesse à beira de um abismo, era a sensação que mesmo querendo ser a criança perfeita para a senhora que lhe criou, parecia que nada dava certo. Quando conseguiria dar orgulho para a única pessoa que lhe acolheu nesse mar de tragédias? A jovem de cabelos rebelde

urrat arca

antant ad luna

ne cursu, vinc

oria arbore custo

do e enigmática. Com um salto repentino, seus olhos de safira se abriram, como se despertasse de um pesadelo profundo, direcionando-se à janela que emanava o brilho pálido da luz do luar e o vento naquela noite. No entanto, não tinha só isso em sua janela, uma figura peculiar lhe observava, como se visse a alma desesperada da jovem e que quisesse consum

e para que, ao reabri-los, a criatura já não estivesse mais ali. Desapareceu como se nunca tivesse existido, deixando

consumpsit, signa

st in puris, si

t in terra aeter

ae nominari non deb

iã. O breu da noite envolvia a paisagem da janela, apenas as sombras dançavam sob a luz leve das estrelas e a luz radiante da lua cheia. A respiração da jovem se tornou mais rápida a cada segundo que se passava, uma sensação de inquietação ainda estava em seu ser, mas parecia que cada respiração que a mesma dava, aquela sensação a consumia. Seus olhos fixaram-se na silhueta que, anteriormente, se manifestara do lado de fora da janela, mas agora não passava de um vazio obscuro. Pelos menos era isso que parecia em primeiro momento. Os olhos azuis celestes d

ração desolado. Ignorando a voz irritada que ecoava em sua mente, a menina decidiu seguir seu instinto, sua confiança em si mesma. A jovem ruiva estava vestida apenas com uma fina camisola branca que descia até os pés, a mesma abriu cautelosamente a janela do seu quarto. Um arrepio percorreu sua pele pálida quando a brisa fresca da noite acariciou seu rosto, seus cabelos ruivos dançando suavemente com o vento que adentrava o aposento. Dominada por um misto de medo e cu

ctis, surgit,

extendit, nos ab

va, finis nimis p

oscit, sed ignora

nda continuava naquela floresta, era como se o vento tocasse nas folhas e fizesse aquela música arrepiante soar. Os pés descalços tocavam o telhado com leveza enquanto a ruiva se movia com cuidado, seus olhos estavam atentos para qualquer movimento em f

lhos da floresta e para anciã. Com as mãos pequenas, ela se jogou para o galho, pendurada na árvore, seu corpo se movendo com uma precisão calculada. Cada descida era um desafio, cada galho uma oportunidade para garantir que nenhum som escapasse, nenhum tecido se prendesse e rasgasse sua camisola delicada. Cada centímetro descen

te. Ela se encontrava ali, em meio à quietude da noite, absorvendo cada detalhe ao seu redor. A grama ondulante, um tapete verdejante que se estendia até onde seus olhos podiam alcançar, e o vento sussurrante que

ulchri, ubi ani

evelatur, me

nari non debet,

vim haurit, ubi

ridão. Sem hesitação, ela avançou decidida em direção à trilha que entrava na floresta. Seu coração batia mais uma vez com uma grande intensidade que ecoava em seus ouvidos, era como se seu coração quisesse pular de seu peito por conta que estava fazendo, mas seu foco era inflexível. Movendo-se com uma determinação quase perceptível, a jovem ruiva avançou pelos caminhos traiçoeiros da floresta, seus passos decididos ecoando suavemente entre as árvores. Os cabelos ruivos d

dant tumulum

plexae cum desp

nsumit, desperatio

cta, lamentum r

ranca. O ritmo acelerado de sua corrida não cessava, impulsionado por um novo desejo de desvendar a origem daquela voz. No entanto, não demorou muito para que a menina ruiva parasse abruptamente, seus olhos fixos na cena diante dela. Ela se aproximou cautelosamente, tentando

aje negro ornamentado com duas fendas laterais que revelavam suas pernas. A jovem não conseguia ver o rosto da mulher que estava em sua frente, pois m

tur, memoriae

untur, vinct

ita in radice a

scura, conc

teriosa dava a impressão de ter mergulhado as mãos em ouro derretido, não sabia o motivo, mas aquilo fazia a jovem ganhar um arrepio na espinha. Com olhos cautelosos e curiosos, a jovem notou algo ainda mais intrigante, a pele exposta da mulher estava adornada por intrincados símbolos dourados, como se uma antiga linguagem estivesse inscrita em sua pele. Enquanto a

ulchri, ubi ani

velatur, timo

ari non debet, i

vim haurit, ubi

guiam. Mãos humanas emergiram do solo, sinalizando a presença de uma magia macabra e do lado mais obscuro da magia. A jovem ruiva ficou perplexa diante do espetáculo horripilante, recuando levemente em choque com cada novo passo que dava para trás. À mulher em sua frente, estava em volta cada vez mais em um mistério enquanto executava cânticos e gestos no ar, manipulando forças além da compreensão daqueles que não conheciam magia. Cada movimento seu parecia invocar uma nova onda

rado penetrante, pareciam penetrar a alma da jovem, e as marcas que adornavam seu rosto acrescentavam um ar ainda mais enigmático à sua figura. A ruiva sentiu um calafrio percorrer cada centímetro de sua pele diante do olhar daquela mulhe

hecidas, emanando uma aura que instintivamente a fazia querer fugir. A mulher de olhos dourados soltou uma risada que ecoou pelo ambiente, um som sinistro que rev

Seus cabelos e seus olhos, uma fusão perfeita entre a magia da harmonia e

aram-se ao redor da criança. Uma luminosidade esverdeada acompanhou a aparição dessas mãos, gerando uma aura de terror e poder. Essas mãos misteriosas não se limitaram apenas a tocar a jovem ruiva; elas agarraram seus pés, seus braços, envolvendo-a

a lentidão de quem saboreia o terror alheio. A mulher de pele negra adornada por intricadas marcas douradas, um contraste assombroso na penumbra e do poder maléfico que a mesma possuía. Seus lábios curvados em um sorriso sádico, revelavam a malícia que habitava naquele sembla

ível, mas suas unhas deixaram uma trilha leve, como um aviso do que estava por vir. A dor física era quase secundária diante da ameaça implícita naquele gesto. O co

ação de dignidade, ansiava por mostrar a este mundo que é mais do que capa

nto, algo nos olhos dourados daquela aparente mulher revelava uma essência completamente diferente, algo primal e desconhecido para a ruiva. Enquanto a jovem tentava reunir coragem para se mover, as palavras da mulher de pele escura ecoavam em sua mente.

vo e ameaçador. Sob a força misteriosa que as impulsionava, essas mãos começaram a pressionar de forma implacável, como se estivessem determinadas a esmagar os ossos da menina de qualquer resistência externa. A menina, inicialmente envolvida por uma

e estivesse se alimentando de sua energia vital, buscando acesso ao âmago de sua existência. A menina podia sentir o frio penetrante da mão maligna, como se estivesse se espalhando por cada fibra de seu ser, enquanto ela se esforçava para conter o avanço desse contato sinistro. A criatura deslizou as unhas afiadas cada vez mais sobre o peito da jovem, como se procurasse o últi

azul intensa. As mãos que seguravam a jovem se afastaram rapidamente, soltando-a conforme a figura se aproximava. No lado da ruiva, uma figura encapuzada, vestida com um manto longo azul-marinho, surgiu como um guardião protetor. Com movimentos rápidos, ele envolveu a cintura da jovem, puxando-a para perto de si, em um gesto de proteção e amparo. Entretanto, mesmo d

a! Ela é minha pupila, portanto, vos

não apenas proteção física, mas também um abrigo para sua alma que quase foi roubada. A criança apertava a capa com força, como se cada fibra daquele tecido fosse um elo que a conectava à segurança proporcionada pela mentora. Seus dedos pequenos se entrelaçam na tram

scasse sentir a essência do sangue da ruiva que corria em sua frente e que estava em seus dedos. Entretanto, enquanto seus dedos exploravam o espaço à frente, um sorriso sutilmente sarcástico brincava nos cantos de seus lábios com uma marca dourada no meio. Era como se Empusa estivesse ciente de algo além do óbvio, uma verdade, um segredo que se escondia por trás das aparências e da personalidade da

ra sempre. Eu a devolverei porque sei que receberá outra cria

uis refletiam o reflexo inquietante da verdade descoberta. A fala da mulher ecoava incessantemente em sua mente, lançando dúvidas e sombras sobre cada lembrança, cada ensinamento oferecido por sua mentora. Ela olhou para a figura materna que a havia guiado por tanto

nação e cautela. No entanto, quando a névoa se dissipou, elas estavam novamente na frente da cabana, o ambiente envolto pela quietude e pelo aroma das ervas queimadas. A ruiva soltou o manto de sua mentora, e Ada não olhou para a criança quando a soltou. Ela se moveu com determinação até a porta da casa,

noite, sob as sombras de Lilith. Agora, vossa alma repousa, tranquilizada pelo manto noturno,

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