'Sob o véu do poder'
LE
dias d
para buscar um dinheiro que eu simplesmente não tinha. Procurar a polícia era uma perda de tempo; ele tinha informantes dentro da corporação, e a ideia de que eles poderiam me ajudar era uma ilusão desesperadora. Eu estava em um beco sem saída, num mato sem cachor
cia quase ridícula em um momento como aquele. Com a bebida fumegante à minha frente, comecei a navegar em alguns sites, determinada a encontrar qualquer informação sobre Victor Blackthorne. O primeiro instante de pesquisa não rendeu muito; a internet parecia esconder seus segredos. No entanto, meu coração acelerou quando me deparei com um vídeo de uma mulher que dizia estar disposta a desmascarar Vi
Laís? - Perguntei, a vo
voz impaciente respondeu, e eu
de ver um vídeo que você postou e estou com sérios problemas com ele... - Expli
da Santa Casa! - Ela disse, sem dar espaço para pe
ção da minha família – ou o início de algo muito mais perigoso. A ansiedade apertava meu estômago, mas a determinação de enfrentar aquele desafio crescia dentro de mim. Não tinha outra escolha senão seguir em frente. Chamei um motorista de aplicativo e, em pouco tempo, já estava no estacionamento da Santa Casa. O coração b
sa. Enquanto ela falava, eu sentia meu estômago revirar; cada revelação era uma peça do quebra-cabeça que se montava diante de nós. O tempo passou voando enquanto trocávamos informações sobre Victor. Ele era astuto, e sua rede de manipulação era vasta. Cada detalhe que Laís compartilhava só aumentava a gravidade da situação. Eu estava
eter erros, mas havia algo nele que eu ainda não conseguia decifrar. Por mais que tentasse me convencer de que era invisível, de vez em quando sentia o peso do seu olhar pousar em mim. Era como se ele soubesse que eu estava ali, me observando com uma intensidade que arrepiava minha pele e fazia o sangue gelar. Um calafrio subia pela espinha, e eu me pegava prendendo a respiração. Estava ele me testando? Brincando com meus nervos? Ou seria apen
. O prazo para pagá-lo se aproximava rapidamente, e eu sabia que, em breve, ele iria atrás de mim, como uma sombra que não se dissiparia. Enquanto podia, me refugiava em um canto do café, mergulhada em meus próprios pensamentos, tentando me tornar invisível. Victor era metódico e calculista, sempre rodeado por uma aura de mistério. Ele se reunia com figuras desconhecidas, suas conversas sussurradas parecendo cheias de conspirações. O je
*
u redor. Onde quer que fosse, ele arrastava consigo um misto inquietante de respeito e medo, como uma tempestade que se aproxima, fazendo com que todos ao seu redor se contivessem. Seus olhos, profundos e penetrantes, eram verdadeiras janelas para um caráter sombrio e complexo. Não revelavam fraqueza nem emoção; apenas a vigilância constante de um predador, sempre avaliando e calculando o pr
re em tons escuros de preto e cinza, não apenas refletiam o poder que ele detinha, mas também o mistério que o cercava como uma nuvem de neblina. Cada detalhe, desde o corte impecável do tecido até a gravata sempre perfeitamente ajustada, era uma extensão de sua personalidade calculista. Sua postura impecável e o caminhar confiante reforçavam essa imagem de invulnerabilidade, como se ele estivesse acima de todos, um homem que não conhecia o medo ou a
arca, eram instrumentos de poder; não estavam manchadas pelo trabalho sujo, mas orquestravam com precisão cada movimento do império criminoso que ele construía e expandia. Ele era o mestre de um jogo perigoso, e as pessoas ao seu redor eram meras peças que ele movia com precisão cirúrgica, em um tabuleiro onde o desespero e a ambição frequentemente se e
ram tratados com o mesmo charme venenoso, uma ferramenta que utilizava para manter todos sob seu domínio, como marionetes em suas mãos. Cada elogio ou gesto de amizade era uma jogada estratégica, disfarçada em um manto de cordialidade, enquanto suas verdadeiras intenções permaneciam obscuras como as sombras que o acompanhavam. Com sua personalidade sedutora e persuasiva, Victor conseguia conquistar a confiança de qualque
ntanto, desde muito jovem, ele aprendeu que esse estilo de vida exuberante vinha acompanhado de um preço sombrio. Seu pai, uma figura publicamente respeitada, era na verdade um "rei do crime" das sombras, envolvido em esquemas de corrupção, tráfico de influências e lavagem de dinheiro. Victor absorveu esses ensinamentos com uma rapidez quase assustadora, compreendendo que o verdadeiro poder não residia apenas na riqueza ou nas aparências, mas no controle que
são, tráfico de drogas e armas eram apenas algumas das atividades ilícitas que prosperavam sob seu comando, cada uma meticulosamente planejada para garantir que nenhuma luz pudesse revelar sua verdadeira natureza. Victor era um mestre em manter as mãos limpas. Ele nunca se envolvia diretamente nos c
tia que sentimentos verdadeiros se desenvolvessem por ninguém, mantendo um escudo de frieza ao seu redor. Para ele, relacionamentos eram meras transações, ferramentas para alcançar fins específicos. As mulheres que passavam por sua vida eram vistas como instrumentos descartáveis, usadas para ganhar vantagem ou manipular situações a seu favor. Am
logo descobririam que, em seu mundo, não havia espaço para misericórdia, apenas a certeza do desespero. Durante a longa conversa que tive com Laís, um verdadeiro pilar de coragem em meio à tormenta, descobri inúmeras atividades ilícitas das quais Victor estava envolvido. Entre elas, a lavagem de dinheiro era uma de suas operações mais elaboradas. Ele utilizava uma extensa rede
as figuras públicas. Usava esses segredos como armas, mantendo suas vítimas em uma teia complexa de favores e dívidas. A chantagem se tornava uma de suas táticas favoritas, pois não apenas lhe garantia poder sobre suas vítimas, mas permitia que ele agisse sem sujar as mãos diretamente. Foi assim que a família de Laís caiu em suas garras, um lobo disfarçado de
s da alta sociedade que se entregavam ao vício das apostas. Ele capitalizava sobre as fraquezas dessas pessoas, aprisionando-as em dívidas exorbitantes, que depois usava para extorquir ainda mais dinheiro ou favores. A ameaça de violência pairava como uma sombra constante sobre aqueles que tentavam se libertar de suas garras, fazendo com que a mai
ão de alto escalão no mercado negro. Sua visão estratégica permitia que ele sempre tivesse vantagem sobre seus inimigos, e sua maior arma era a capacidade de controlar as mentes das pessoas ao seu redor. Por meio de palavras sutis e manipulação emocional, ele conseguia fazer com que as pessoas seguissem suas ordens, muitas vezes sem que sequer percebessem que estavam sendo manipuladas. Su
eus fins. Seu envolvimento com mulheres era puramente físico e momentâneo; sentimentos não tinham lugar em sua vida. Ele manipulava e descartava qualquer um que não mais lhe servisse, como se fossem peças de um jogo em que o objetivo final era sempre o mesmo: o domínio total. Para ele, todos eram substituíveis, insignificantes no grandioso tabuleiro em que jogava. A única constante em sua existência era seu apetite voraz
como ele, impotente diante da enormidade de sua influência e da monstruosidade que emanava de suas ações. Pior ainda, carregava uma dívida de trinta mil reais, um peso insuportável que nem era meu, mas que, de alguma forma, agora pesava sobre meus ombros como uma sen