Seis Anos de Amor Envenenado
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nhãs durante seis anos. Eu bebi cada gota, desesperada pelo filho que
dade. Os suplementos eram anticoncepcionais. E a ama
de Alexandre beijando
texto. "Você era só o estepe
icamente, roubando meu sonho de ser mãe enquanto
oblema era eu, que eu era quebrada, tudo isso enquanto v
anejou uma "surpresa romântica" em um telão gigante para todos os nossos am
ítu
rar um filho meu, um pacotinho de amor feito de mim e de Alexandre. Mas naquela noite, enquanto a última vela brilhava, meu d
navegando pelo mundo cintilante da elite de São Paulo. Ele era o magnata da tecnologia brilhante; eu, a apaixonada dona de uma galeria de arte. Nossa imagem pública era impecável, um
guntavam, com vozes leves, sem saber que tocavam numa ferida aberta. Eu sorria, um sorriso ensaiado e frágil, e Alexandre sempre intervinha, com o braço em volta da minha c
s procedimentos médicos invasivos que eu comecei a considerar. Todas as manhãs, ele trazia uma caneca quente para a minha cama, a mistura de ervas cheirando vagamente a
inhas origens humildes de alguma forma me tornavam indigna, menos fértil que as mulheres da linhagem prestigiosa de Alexandre. Seus pais, sempre educados, torna
isava de respostas, de um caminho claro. Marquei uma consulta com um dos melhores especialistas
prédio. Estava parado a uma quadra de distância, discretamente escondido atrás de um caminhão de entregas. Algo naquilo parecia errado.
ue eu geralmente ignorava, me incitou a seguir. Foi um impulso, um sussurro de suspeita que eu não conseguia afastar. Chamei um Uber, meu coração batendo um
quila e residencial, no Morumbi. Ele parou em frente a uma residência modesta, mas elegante, um lugar que eu nunca tinha visto antes. Não er
, estava parada no portão. Seu cabelo, uma cascata de cachos escuros, emoldurava um
se espalhando por seu rosto, um sorriso que eu não via direcionado a mim há meses, talvez anos. Era um sorriso solto, sem peso, cheio de uma alegria fácil que revirou
rua silenciosa, nítida e clara mesmo através da jan
e me certificar de que a Helena estava a
a esfarrapada. Uma onda fria me percorreu,
? Tão trágico." Seus olhos, escuros e brilhantes, encontraram os de Alexandre. "Ainda bem que você me tem,
o que eu preciso, Carla." Carla. O nome parecia uma faca se torcendo em uma feri
muito ocupada se afogando no seu pó de pirlimpimpim orgânico pra ter bebê." Então, com uma audácia que me tirou o fôlego, ela s
cabeça girou, o mundo se inclinando perigosamente. Agarrei o assento, tentando me firmar. O mo
ra com gosto de cinzas. "Só.
antes era meu santuário, agora parecia uma gaiola de ouro. Já era tarde, as luzes da cidade pintando faixas no chão. M
e que a senhora não estava se sentindo bem. Eu preparei seu chá especial." Ela estendeu uma caneca fumegante, o aro
vapor inocente subindo em espirais, uma zombaria cruel. Um nó frio e duro se formou no meu estômago, mai
ro de mim. Eu suportei inúmeras visitas ao médico, os exames invasivos, os olhares de pena das enfermeiras. Alexandre sempre esteve lá, segurando minha mão, sussurr
mulher. Eu busquei estabilidade, lealdade, uma parceria construída na confiança. Alexandre, com seu charme impecável, seu poderoso nome de f
com nosso futuro. Eu até comecei a explorar opções mais drásticas, fertilização in vitro, barriga de aluguel, qualquer coisa pa
ante dos meus olhos. Chá de fertilidade. A
de estar, a gravata afrouxada, um leve cheiro de um perfume desconhecido pairando sobre ele. Ele parecia desarman-temente preocupado, seu
símbolo de esperança, agora fedia a engano. Eu vi então, uma leve mancha de vermelho vivo no co
estrangulado. "Eu... eu não estou me sentindo b
mos fazer um bebê, não é?" Ele pegou a caneca de Dona Joana, seu olhar demorando no meu rosto. "Sabe, eu fiquei tão preocupado quando fui àquela... reunião com o
minha voz mal se mantendo firme. "Um assunto da galeria. Mas voltei logo. O trânsito estava h
Bem, venha, meu amor." Ele se aproximou, forçando a caneca na minha mão. "Beba. Pelo nosso futuro. Pelo
er dizer, depois de todos esses anos, não está funcionando. Talvez seja hora de reconsider
mais natural solução. Só leva tempo. Paciência, meu amor. Paciência." Seu tom era firme, não
so esmagador de sua traição. Ele me observou, um pequeno sorriso triunfante brincando em seus lábios. Ele tirou um pequeno amuleto de madeira entalhada do bolso, um símbolo de fertilidade. "V
ntiras. Como pude ser tão tola? Tão completamente cega? Meu olhar se desviou para a mesa de centro onde o
tes que eu pudesse detê-las, um apelo desesperado por ve