Vidas Opostas
era um estabelecimento muito grande, por isso só trabalhávamos eu, ele, o filho dele, Carlos, e um cozinheiro chamado Rubens. Ouvi o tintilar dos talheres e dos pratos na cozinha
caixa e limpei as mesas, estou indo embora. -Foi o que
uidas em um restaurante. Em alguns momentos eu necessitava trabalhar quatro horas a mais para arcar com as despesas e às vezes tinha a sensação de que ele achava que era minha ob
já estava vazio. Cumprimentei o guarda que ficava por ali e peguei minha velha bike para me dirigir ao meu cafofo. Era cerca de uma hora pedalando pelas ruas desertas e frias até o local onde eu habitava (porque aquilo estava mui
cima da cama. Reabasteci seu pote de comida e água e me joguei na cama. O espaço era minúsculo: apenas um armário sobre a pequena pia, um vão de dois metros quadrados onde eu tomava banho e fazia minhas necessidades, um armário embutido onde eu guardava minhas roupas e minha estreita cama de solteiro; mas pelo menos eu tinha um teto para m
fância e adolescência pulando de abrigo em abrigo por causa dos maus tratos de uma suposta mãe e um padrasto alcoólatras até que reencontrei o meu pai, mas o perdi pro câncer e voltei a ficar sozinha. Meu único bem era esse cubículo que eu chamava de lar. Nada era meu! O trailer era do meu falecido pai, o terreno era de um casal de amigos dele que me permitiu ficar ali naquele canto isolado de um enorme casarão. Como uma pessoa sntar regressivamente tentando apagar m
der porque minha verdadeira mãe o escolheu , mas cheguei tarde demais para sequer descobrir o motivo. Às vezes eu imaginava como
tar enquanto inúmeros pensamentos co
que levei em casa, das tentativas de abuso do me
retanto minhas lembranças d
a que nos tirou até o último centavo e nos obrigou a ir morar de favor na casa de conhecidos. As lágrimas quentes ainda escorriam nas laterais do meu rosto só que já estava mais calma. Lembrei do nosso último di
mentos já começavam a se anuviar e
ma vez na cama e o relógi
o zero da contagem. Tive sonho