A Última Górgona - Livro 1
afael gritou desesperado - Pr
da sua cabeça estava escorrendo uma quantidade leve de sangue, o que não me
apalpava a cabeça dela na tentativa de estancar, p
é ótimo, ele vai cuidar dela - Rodrigo sugeriu já erguendo o corpo i
iro para pagar um médico - expli
do - disse num tom delicado - O im
em mãos e a ajeitei nas minhas pernas, esperando Rodrigo terminar de colocar a minha mãe deitada com a cabeça ensanguentada no
te e me concentro em segurar a
per o silêncio tenso que envolvia todo carro e também
ele respondeu tentando me acalmar, seu
esde que eu lembre. Então nunca será uma surpresa vê-lo por perto. O observo no banco do carona, sua atenção está no relógio em seu pulso, cujos dedo
perguntou, dividindo sua
o com toda essa situação - respondeu
bem mesmo? - ins
eocupe, está tudo bem, minha princesa - Ele tenta me tranquil
ive já chegou até a acusar minha mãe de ser infiel, como se ele tivesse alguma moral para acusá-la. Mas o que esperar do meu pai
rabalhava. O carro foi estacionado na entrada, Rodrigo sai
uipe para vim pegá-la - disse calmo - Fique aqui com elas, volto num inst
a, ouço minha mãe pronunciar palavras aleatórias indicando que estar começando a delirar em meu colo, eu não sabia mais o que fazer, a cabeça dela ainda sangrava
para Rafael, que me entregou sem en
ara limpar o excesso de sangue em quase toda a região e, em seguida, coloquei a outra parte com a ajuda de Rafael por cima do ferimento para assim, estancar
Deus! - agradeci
doutor aos enfermeiros -
ondi, tentando me manter f
do carro e a colocaram na maca, e
você é parent
, sou
a mãe enquanto tentamos conter a hemorragia do corte,
rando ternamente aliviada por vê que
ãe está em melhores mãos ag
os do velório do meu papai, m
resolver as coisas do velório - Rafael se dispô
sem jeito, Rafael sempre foi um ótimo ami
afirmou, bagunçando o meu cabelo
ajudar - Rodrigo se ofere
stranha e você me ajudou. Muito obrigada... mesmo de coração. Prometo que vou te devolver todo
conhecer, faria até mais se tivesse ao meu alcance - disse com uma voz doce e
do. Darei o meu jeito, mas vou te pagar.
sa assim, sério? - questionou
para ele com outros olhos, um olhar mais intenso, sere
gora. Deixem para se paquerar depois, beleza? - Rafael disse, saindo em
, acompanharei noss
i - A voz do dout
nto a trouxeram para um quarto chiquérrimo e a colocaram na c
ra vim aqui! - O doutor dispensou os enferme
utor pediu para aguardarmos e, em seguida, fechou a porta, aquilo me deixou mais ansiosa, sem saber de nada, sem ficar po
as para eu escutar - A parte mais com
, tinha a cabeça apoiada entre os joelhos, parecia muito abatido, sabia como era di
era como um pai para mim e constata o q
oração começou a palpitar de ansiedade. Mordi a parte inferior dos lábios
ficar enjoado - Rodrigo disse ao se levantar da poltron
oriano sai do quarto com a enfermeira.
rmeira Vera ao notar a nossa
dissemos e
or, como est
penas um corte devido à pancada que levou, mas faremos
ospital. Nunca gostei de hospitais, tanta gente transitando para lá e para cá e, ainda tem a morte do meu pai e as
u até depois de morto. Rafael permaneceu no hospital com a minha mãe. Ela havia recebido os curativos, estava bem e desca
o começou a tocar no meu rosto delicadamente, enquanto me chamava. Abro os olhos encontrando um belo par
lin
o prazer - lamentou - Martina Leoni, foi um prazer te conhecer! -
ria ter te conheci
mas você não parece estar triste com a morte do s
mamãe. Pelas inúmeras agressões físicas e psicológicas que ele fez com ela, pelas inúmeras traições que ela teve que suportar, por tudo o que ele significava para nós duas. E o pior de tudo é que e
cou sua mão no meu queixo e delicadamente levantou
. - E acredito que nem nas outras vidas haverá alguém tão linda como você. - disse ao deslizar o dedo no
r, vai me beijar!
é o momento, o meu pai está morto, a minha mãe está no hospital e
ê daquele momento parecer tão errado, passando as mãos nos cabelos negros, a
ao destrancar a maçaneta
voz suave me faz parar e
a por tudo! - agr
aior prazer. - deu um enorme sorriso, mostra
quelas palavras me encantaram e a sua forma doce ao se dirigir a mim, f
ou não, foi um verdadeiro anjo nessas horas tão difíceis. Aquele garoto me atraia de uma forma inexplicável, ele conseguia me deixar por um bom tempo irradiando felicidade. Contudo, a sua pre
o quis vestir roupa preta. Porque não sinto que devo estar de luto e, sim, vejo toda essa situação com um verdadeiro livramento. Então, estou vestindo um belo vestido rosa c
o de hip
toda essa gente e sei que era totalmente recíproco. Quando me viram no vestido rosa godê, a cara feia que eles fizeram deixava bem claro que nunca pertenci aquela famí
caixão estava lacrado, impossibilitando derramar todo o meu descaso olhando em sua face.
stá lacrado? - perguntei ao c
filha - A minha avó respondeu com uma vozinha rouca e sinistra, os seus olhos est
ro
mãe - que por volta das nove horas da noite -, chegou com Rafael do hospital. O teatro começou no momento que a viram, ao descer do carro os meus
não aguentava mais ver tanto cinismo e dissimulação, então me retirei da sala, indo à cozinha tomar um copo d'água. Toda aquela sit
cheia de choros e lamúria
fael ainda consolava a minha mãe, que estava tendo mai
mbros e assim fomos para o último adeus. Várias pessoas conhecidas do meu pai estavam chorosas, um verda
niciava com as diretrizes e as homenagen
ipês adornavam o lugar, as suas flores multicoloridas banhavam a grama verde em rosas, amarelos e
o exemplar dentro da nossa casa. Uma vez meu pai entrou em casa bêbado, bagunçado, fedendo a cachaça e agarrado a uma prostituta. Tudo isso na frente da minha mãe sem nenhum pingo de respeito ou responsabilidade afe
sua boca tinha um corte - que havia sujado toda sua blusa de sangue - e, em seguida, levou a puta para o quarto do casal. Quarto esse, onde ele dormia com a minha mãe e se
pai. Sinto alguém se aproximar por trás, mas não me movo. A mão forte tocar em meu ombro, o que me faz virar automaticamente - era Rodrigo -, estava de óculos escuro, terno preto e segurava na mão esquer
e veio fa
mochila que você deixou como Herbe
i gentil em guardar minha mochila - Ah, sim! Nem nos
to que está tudo intacto. Mas veja aí?
Como você me achou? - indague
ndolências ao seu pai - debochou - Espero que não tenha realizado nenhuma loucura
arriscar ir para o inferno como uma excomungada - admiti ao
ntos - Como está a Dona Pilar? - Ele perguntou ao ver a minha
ço, mas ela é forte, então sem ter mais dúvidas afirmei: - Ela ficará bem, tenha certeza d
pontando com os olhos o fato de eu não estar vestida apropriadamente para o luto - Por que a gente não ter
o descompassa e os meus olhos recaem sob seus lábios - admirando - demonstrando uma imensa vontade de beijá-los. Mas ao e
Porque aqui não é a hora e nem o lugar para isso - tirei sua mão imediatamente
istir - Ele intimou se afastando lentamente. -
m sabe um dia não posso recompensá-lo. Um grito fino ecoa no ambiente chamando a minha atenção, a minha avó tentava agarrava-se
hado de terra, e com todo o ódio e força joguei na sepultura como sinal de revolta. A liberdade em mim brandava forte pela minha mãe
me segurou pelo braço para me repreender quan
i isso? É a sepul
a senhora bem sabe disso! Não farei parte dessa palhaçada! - soltei o me